Questões de Concurso Sobre português
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“Eles realizaram todos os exames, entretanto, não foi possível identificar a causa da doença.”
Que relação foi estabelecida pela conjunção destacada na oração acima?
Relacione a coluna A com a coluna B, considerando os variados gêneros de discurso.
Coluna A
( ) Chegou Santander Reward. Agora suas compras viraram créditos em dinheiro para você.
( ) Suspensão oral – Alívio da febre e dor – 60ml.
( ) Boca fechada não entra mosquito.
( ) Gire cuidadosamente o visor LCD. Uma rotação exagerada pode provocar danos no interior da dobradiça do equipamento.
( ) Parágrafo Único. Excluem-se do teto de remuneração as vantagens previstas nos incisos II a VII do art. 61.
( ) A professora pergunta:
- Lucas, diz aí dois pronomes!
- Quem? Eu?
- Certíssimo! Pode sentar!
Coluna B
1. legislação
2. manual de instrução
3. rótulo
4. publicidade
5. provérbio
6. piada
Em relação à concordância verbal, assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas na frase a seguir.
“Quantos anos ________ para eles ________ o destino dessa instituição.”
Leia o texto abaixo para responder às questões de 01 a 04.
Cão! Cão! Cão!
Abriu a porta e viu o amigo que há tanto tempo não via. Estranhou apenas que ele, amigo, viesse acompanhado de um cão. Cão não muito grande, mas bastante forte, de raça indefinida, saltitante e com um ar alegremente agressivo. Abriu a porta e cumprimentou o amigo, com efusão. O cão aproveitou as saudações, se embarafustou casa adentro e logo o barulho na cozinha demonstrava que ele tinha quebrado alguma coisa. O dono da casa encompridou um pouco as orelhas, o amigo visitante fez um ar de que a coisa não era com ele. “Ora, veja você, a última vez que nos vimos foi...” “Não, foi depois na...” “E você, casou também?” O cão passou pela sala, o tempo passou pela conversa, o cão entrou no quarto e novo barulho de coisa quebrada. Houve um sorriso amarelo por parte do dono da casa, mas perfeita indiferença por parte do visitante. “Quem morreu definitivamente foi o tio... Você se lembra dele?” “Lembro, ora, era o que mais... não?” O cão saltou sobre um móvel, derrubou o abajur, logo trepou com as patas sujas no sofá (o tempo passando) e deixou lá as marcas digitais da sua animalidade. Os dois amigos, tensos, agora preferiam não tomar conhecimento do dogue. E, por fim, o visitante se foi. Se despediu, efusivo como chegara, e se foi. Se foi. Se foi. Mas ainda ia indo quando o dono da casa perguntou: “Não vai levar o seu cão?” “Cão? Cão? Cão? Ah, não! Não é meu, não. Quando eu entrei, ele entrou naturalmente comigo e eu pensei que fosse seu. Não é seu, não?” (...)
(Adaptado de FERNANDES, Millôr. Literatura e Língua Portugesa. São Paulo, Abril Educação. 1980.)
A partir da leitura do texto, entendemos que:
I. A repetição da palavra cão seguida de ponto de interrogação indica a tristeza que o visitante sentiu em relação ao animal.
II. O dono da casa “sorriu amarelo” porque o cão agia mal e o visitante se mostrava indiferente.
III. Os amigos descobriram, ao final da visita, que o cão não pertencia a nenhum deles.
IV. O cão entrou naturalmente com o visitante porque já conhecia o dono da casa.
Está CORRETO o que se afirma
Leia o texto abaixo para responder às questões de 01 a 04.
Cão! Cão! Cão!
Abriu a porta e viu o amigo que há tanto tempo não via. Estranhou apenas que ele, amigo, viesse acompanhado de um cão. Cão não muito grande, mas bastante forte, de raça indefinida, saltitante e com um ar alegremente agressivo. Abriu a porta e cumprimentou o amigo, com efusão. O cão aproveitou as saudações, se embarafustou casa adentro e logo o barulho na cozinha demonstrava que ele tinha quebrado alguma coisa. O dono da casa encompridou um pouco as orelhas, o amigo visitante fez um ar de que a coisa não era com ele. “Ora, veja você, a última vez que nos vimos foi...” “Não, foi depois na...” “E você, casou também?” O cão passou pela sala, o tempo passou pela conversa, o cão entrou no quarto e novo barulho de coisa quebrada. Houve um sorriso amarelo por parte do dono da casa, mas perfeita indiferença por parte do visitante. “Quem morreu definitivamente foi o tio... Você se lembra dele?” “Lembro, ora, era o que mais... não?” O cão saltou sobre um móvel, derrubou o abajur, logo trepou com as patas sujas no sofá (o tempo passando) e deixou lá as marcas digitais da sua animalidade. Os dois amigos, tensos, agora preferiam não tomar conhecimento do dogue. E, por fim, o visitante se foi. Se despediu, efusivo como chegara, e se foi. Se foi. Se foi. Mas ainda ia indo quando o dono da casa perguntou: “Não vai levar o seu cão?” “Cão? Cão? Cão? Ah, não! Não é meu, não. Quando eu entrei, ele entrou naturalmente comigo e eu pensei que fosse seu. Não é seu, não?” (...)
(Adaptado de FERNANDES, Millôr. Literatura e Língua Portugesa. São Paulo, Abril Educação. 1980.)
As reticências usadas no texto sugerem
Leia o texto abaixo para responder às questões de 01 a 04.
Cão! Cão! Cão!
Abriu a porta e viu o amigo que há tanto tempo não via. Estranhou apenas que ele, amigo, viesse acompanhado de um cão. Cão não muito grande, mas bastante forte, de raça indefinida, saltitante e com um ar alegremente agressivo. Abriu a porta e cumprimentou o amigo, com efusão. O cão aproveitou as saudações, se embarafustou casa adentro e logo o barulho na cozinha demonstrava que ele tinha quebrado alguma coisa. O dono da casa encompridou um pouco as orelhas, o amigo visitante fez um ar de que a coisa não era com ele. “Ora, veja você, a última vez que nos vimos foi...” “Não, foi depois na...” “E você, casou também?” O cão passou pela sala, o tempo passou pela conversa, o cão entrou no quarto e novo barulho de coisa quebrada. Houve um sorriso amarelo por parte do dono da casa, mas perfeita indiferença por parte do visitante. “Quem morreu definitivamente foi o tio... Você se lembra dele?” “Lembro, ora, era o que mais... não?” O cão saltou sobre um móvel, derrubou o abajur, logo trepou com as patas sujas no sofá (o tempo passando) e deixou lá as marcas digitais da sua animalidade. Os dois amigos, tensos, agora preferiam não tomar conhecimento do dogue. E, por fim, o visitante se foi. Se despediu, efusivo como chegara, e se foi. Se foi. Se foi. Mas ainda ia indo quando o dono da casa perguntou: “Não vai levar o seu cão?” “Cão? Cão? Cão? Ah, não! Não é meu, não. Quando eu entrei, ele entrou naturalmente comigo e eu pensei que fosse seu. Não é seu, não?” (...)
(Adaptado de FERNANDES, Millôr. Literatura e Língua Portugesa. São Paulo, Abril Educação. 1980.)
O vocábulo efusão, no texto, expressa
Leia o texto abaixo para responder às questões de 01 a 04.
Cão! Cão! Cão!
Abriu a porta e viu o amigo que há tanto tempo não via. Estranhou apenas que ele, amigo, viesse acompanhado de um cão. Cão não muito grande, mas bastante forte, de raça indefinida, saltitante e com um ar alegremente agressivo. Abriu a porta e cumprimentou o amigo, com efusão. O cão aproveitou as saudações, se embarafustou casa adentro e logo o barulho na cozinha demonstrava que ele tinha quebrado alguma coisa. O dono da casa encompridou um pouco as orelhas, o amigo visitante fez um ar de que a coisa não era com ele. “Ora, veja você, a última vez que nos vimos foi...” “Não, foi depois na...” “E você, casou também?” O cão passou pela sala, o tempo passou pela conversa, o cão entrou no quarto e novo barulho de coisa quebrada. Houve um sorriso amarelo por parte do dono da casa, mas perfeita indiferença por parte do visitante. “Quem morreu definitivamente foi o tio... Você se lembra dele?” “Lembro, ora, era o que mais... não?” O cão saltou sobre um móvel, derrubou o abajur, logo trepou com as patas sujas no sofá (o tempo passando) e deixou lá as marcas digitais da sua animalidade. Os dois amigos, tensos, agora preferiam não tomar conhecimento do dogue. E, por fim, o visitante se foi. Se despediu, efusivo como chegara, e se foi. Se foi. Se foi. Mas ainda ia indo quando o dono da casa perguntou: “Não vai levar o seu cão?” “Cão? Cão? Cão? Ah, não! Não é meu, não. Quando eu entrei, ele entrou naturalmente comigo e eu pensei que fosse seu. Não é seu, não?” (...)
(Adaptado de FERNANDES, Millôr. Literatura e Língua Portugesa. São Paulo, Abril Educação. 1980.)
O autor do texto usou a expressão “... e se foi. Se foi. Se foi.” repetidas vezes para
Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.
POR POUCO
Eu estava a ponto de escrever alguma coisa sobre as pessoas que estão a ponto de tomar uma atitude definitiva e recuam – e recuei. Ia escrever sobre os que um dia, por pouco, quase, ali-ali, estiveram prestes a mudar sua vida mas não deram o passo crucial, mas não vou. Pena e comiseração para os que não deram o passo crucial.
Pena e comiseração para os que preferiram o pássaro na mão. Para os que não foram ser os legionários dos seus primeiros sonhos. Para os que hesitaram na hora de pular. Para os que pensaram duas vezes. Pena e comiseração para os que envelheceram tentando decidir o que iam ser quando crescessem. E para os que decidiram, mas na hora não foram.
Alguns passam a vida acompanhados pelo que podiam ter sido. Por fantasmas do irrealizado. Um cortejo de ressentimentos. Este aqui sou eu se tivesse decidido fazer aquele curso em Paris. Este outro sou eu se tivesse chegado um minuto antes no vestibular...
Olha que bom aspecto eu teria se tivesse aceito aquela nomeação. Veja o bigode. O corte decidido do cabelo. O olhar de quem é firme, mas justo com subalternos. A cintura ajustada. As mãos que não tremem. Elas me seguem por toda a parte, as minhas alternativas.
Você conhece muitos assim. Gente que cultiva suas oportunidades perdidas como outros guardam o próprio apêndice num vidrinho. E não perdem oportunidade de contar como foi a oportunidade perdida.
– Foi num jogo de pôquer. Tinha dois pares e não joguei. Quem ganhou tinha só um. A melhor mesa da noite. Milhões. Eu, hoje, seria outro.
– Fiz uma ponta naquele filme do Tarzã, mas cortaram a minha parte. Se tivessem me visto em Hollywood...
– Se eu tivesse dito sim...
– Se eu tivesse dito não...
– Se mamãe não tivesse interferido...
Uma vez fui fazer um teste no Fluminense. Abafei. Mas a família foi contra. Insistiu com a contabilidade. Eu, hoje, seria outro.
– Já tive a minha época de escritor, tá sabendo? Uns contos até razoáveis. Mas nunca me mexi. Hoje eles estão numa gaveta, sei lá.
– Você sabe que só não me elegi deputado, porque não quis?
– Eu, hoje, podia ser até primeiro-violino.
– Tudo porque eu não saí daqui quando devia.
Pena e comiseração para os que não saíram daqui quando deviam. Há quem diga que o passo crucial só pode ser dado uma vez e nunca mais. Tem a sua hora certa, e ela não volta. Bobagem, claro. Mas não para os que tiveram a sua hora e não aproveitaram. Os mártires do por pouco.
– Sei exatamente quando foi que eu tomei a decisão errada. Foi numa noite de Ano-Bom.
Você já ouviu a história várias vezes. Mas não pode impedi-lo de falar. O único divertimento que lhe resta é o que ele poderia ter sido. Os que não deram o passo crucial quando deviam estão condenados ao condicional. E tem a volúpia da própria frustração.
– Se eu tivesse aproveitado... Ela estava gamada. Gamadona. Filha da segunda fortuna do Brasil.
Da última vez que você ouviu a história, era a terceira fortuna do Brasil, mas tudo bem.
– Bobeei e babaus. Hoje, quando eu penso...
Você tenta ajudar
– Podia não ter dado certo. O pai dela não ia deixar. Um morto-de-fome como você...
– Morto-de-fome, porque eu não dei o passo crucial na hora que me ofereceram aquele negócio no Mato Grosso. Ia dar um dinheirão.
– Mas se você fosse para o Mato Grosso, não teria conhecido a menina na noite de Ano-Bom.
– Pois é. Agora é tarde. Sei lá.
Agora é tarde. As decisões erradas são irrecorríveis. Você o imagina cercado das suas alternativas. De um lado, casado com a, vá lá, primeira fortuna do Brasil. O último homem do Rio a usar echarpe de seda. Grisalho, mas ainda em forma com aquele tom de pele que só se consegue passando o dia na piscina do Copa, mas na sombra. Do outro lado, o próspero fazendeiro do Mato Grosso que pilota o seu próprio avião e tem rugas em torno dos olhos de tanto procurar o fim das suas terras no horizonte, ou de tanto rir dos pobres. E no meio, ele, a ponto de lhe pedir dinheiro emprestado outra vez. Triste, triste. Eu ia escrever uma boa crônica sobre tudo isso. Mas o assunto me fugiu, perdi a hora certa. Agora é tarde.
(VERÍSSIMO, L. Fernando. Ed Morte e outras histórias. Círculo do Livro.)
Na frase “Você sabe que só não me elegi deputado, porque não quis?” (13º parágrafo), a palavra “porque” está corretamente empregada. Das alterações feitas abaixo na referida frase, está INCORRETA quanto ao emprego da palavra “porque”, considerando-se as suas quatro formas de grafia, a seguinte:
Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.
POR POUCO
Eu estava a ponto de escrever alguma coisa sobre as pessoas que estão a ponto de tomar uma atitude definitiva e recuam – e recuei. Ia escrever sobre os que um dia, por pouco, quase, ali-ali, estiveram prestes a mudar sua vida mas não deram o passo crucial, mas não vou. Pena e comiseração para os que não deram o passo crucial.
Pena e comiseração para os que preferiram o pássaro na mão. Para os que não foram ser os legionários dos seus primeiros sonhos. Para os que hesitaram na hora de pular. Para os que pensaram duas vezes. Pena e comiseração para os que envelheceram tentando decidir o que iam ser quando crescessem. E para os que decidiram, mas na hora não foram.
Alguns passam a vida acompanhados pelo que podiam ter sido. Por fantasmas do irrealizado. Um cortejo de ressentimentos. Este aqui sou eu se tivesse decidido fazer aquele curso em Paris. Este outro sou eu se tivesse chegado um minuto antes no vestibular...
Olha que bom aspecto eu teria se tivesse aceito aquela nomeação. Veja o bigode. O corte decidido do cabelo. O olhar de quem é firme, mas justo com subalternos. A cintura ajustada. As mãos que não tremem. Elas me seguem por toda a parte, as minhas alternativas.
Você conhece muitos assim. Gente que cultiva suas oportunidades perdidas como outros guardam o próprio apêndice num vidrinho. E não perdem oportunidade de contar como foi a oportunidade perdida.
– Foi num jogo de pôquer. Tinha dois pares e não joguei. Quem ganhou tinha só um. A melhor mesa da noite. Milhões. Eu, hoje, seria outro.
– Fiz uma ponta naquele filme do Tarzã, mas cortaram a minha parte. Se tivessem me visto em Hollywood...
– Se eu tivesse dito sim...
– Se eu tivesse dito não...
– Se mamãe não tivesse interferido...
Uma vez fui fazer um teste no Fluminense. Abafei. Mas a família foi contra. Insistiu com a contabilidade. Eu, hoje, seria outro.
– Já tive a minha época de escritor, tá sabendo? Uns contos até razoáveis. Mas nunca me mexi. Hoje eles estão numa gaveta, sei lá.
– Você sabe que só não me elegi deputado, porque não quis?
– Eu, hoje, podia ser até primeiro-violino.
– Tudo porque eu não saí daqui quando devia.
Pena e comiseração para os que não saíram daqui quando deviam. Há quem diga que o passo crucial só pode ser dado uma vez e nunca mais. Tem a sua hora certa, e ela não volta. Bobagem, claro. Mas não para os que tiveram a sua hora e não aproveitaram. Os mártires do por pouco.
– Sei exatamente quando foi que eu tomei a decisão errada. Foi numa noite de Ano-Bom.
Você já ouviu a história várias vezes. Mas não pode impedi-lo de falar. O único divertimento que lhe resta é o que ele poderia ter sido. Os que não deram o passo crucial quando deviam estão condenados ao condicional. E tem a volúpia da própria frustração.
– Se eu tivesse aproveitado... Ela estava gamada. Gamadona. Filha da segunda fortuna do Brasil.
Da última vez que você ouviu a história, era a terceira fortuna do Brasil, mas tudo bem.
– Bobeei e babaus. Hoje, quando eu penso...
Você tenta ajudar
– Podia não ter dado certo. O pai dela não ia deixar. Um morto-de-fome como você...
– Morto-de-fome, porque eu não dei o passo crucial na hora que me ofereceram aquele negócio no Mato Grosso. Ia dar um dinheirão.
– Mas se você fosse para o Mato Grosso, não teria conhecido a menina na noite de Ano-Bom.
– Pois é. Agora é tarde. Sei lá.
Agora é tarde. As decisões erradas são irrecorríveis. Você o imagina cercado das suas alternativas. De um lado, casado com a, vá lá, primeira fortuna do Brasil. O último homem do Rio a usar echarpe de seda. Grisalho, mas ainda em forma com aquele tom de pele que só se consegue passando o dia na piscina do Copa, mas na sombra. Do outro lado, o próspero fazendeiro do Mato Grosso que pilota o seu próprio avião e tem rugas em torno dos olhos de tanto procurar o fim das suas terras no horizonte, ou de tanto rir dos pobres. E no meio, ele, a ponto de lhe pedir dinheiro emprestado outra vez. Triste, triste. Eu ia escrever uma boa crônica sobre tudo isso. Mas o assunto me fugiu, perdi a hora certa. Agora é tarde.
(VERÍSSIMO, L. Fernando. Ed Morte e outras histórias. Círculo do Livro.)
Lendo-se com atenção o período “Do outro lado, o próspero fazendeiro do Mato Grosso que pilota o seu próprio avião e tem rugas em torno dos olhos de tanto procurar o fim das suas terras no horizonte, ou de tanto rir dos pobres.” (27º parágrafo), pode-se interpretar que o termo “rugas em torno dos olhos”, em relação às ações de “procurar o fim de suas terras no horizonte” e de “tanto rir dos pobres”, exprime:
Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.
POR POUCO
Eu estava a ponto de escrever alguma coisa sobre as pessoas que estão a ponto de tomar uma atitude definitiva e recuam – e recuei. Ia escrever sobre os que um dia, por pouco, quase, ali-ali, estiveram prestes a mudar sua vida mas não deram o passo crucial, mas não vou. Pena e comiseração para os que não deram o passo crucial.
Pena e comiseração para os que preferiram o pássaro na mão. Para os que não foram ser os legionários dos seus primeiros sonhos. Para os que hesitaram na hora de pular. Para os que pensaram duas vezes. Pena e comiseração para os que envelheceram tentando decidir o que iam ser quando crescessem. E para os que decidiram, mas na hora não foram.
Alguns passam a vida acompanhados pelo que podiam ter sido. Por fantasmas do irrealizado. Um cortejo de ressentimentos. Este aqui sou eu se tivesse decidido fazer aquele curso em Paris. Este outro sou eu se tivesse chegado um minuto antes no vestibular...
Olha que bom aspecto eu teria se tivesse aceito aquela nomeação. Veja o bigode. O corte decidido do cabelo. O olhar de quem é firme, mas justo com subalternos. A cintura ajustada. As mãos que não tremem. Elas me seguem por toda a parte, as minhas alternativas.
Você conhece muitos assim. Gente que cultiva suas oportunidades perdidas como outros guardam o próprio apêndice num vidrinho. E não perdem oportunidade de contar como foi a oportunidade perdida.
– Foi num jogo de pôquer. Tinha dois pares e não joguei. Quem ganhou tinha só um. A melhor mesa da noite. Milhões. Eu, hoje, seria outro.
– Fiz uma ponta naquele filme do Tarzã, mas cortaram a minha parte. Se tivessem me visto em Hollywood...
– Se eu tivesse dito sim...
– Se eu tivesse dito não...
– Se mamãe não tivesse interferido...
Uma vez fui fazer um teste no Fluminense. Abafei. Mas a família foi contra. Insistiu com a contabilidade. Eu, hoje, seria outro.
– Já tive a minha época de escritor, tá sabendo? Uns contos até razoáveis. Mas nunca me mexi. Hoje eles estão numa gaveta, sei lá.
– Você sabe que só não me elegi deputado, porque não quis?
– Eu, hoje, podia ser até primeiro-violino.
– Tudo porque eu não saí daqui quando devia.
Pena e comiseração para os que não saíram daqui quando deviam. Há quem diga que o passo crucial só pode ser dado uma vez e nunca mais. Tem a sua hora certa, e ela não volta. Bobagem, claro. Mas não para os que tiveram a sua hora e não aproveitaram. Os mártires do por pouco.
– Sei exatamente quando foi que eu tomei a decisão errada. Foi numa noite de Ano-Bom.
Você já ouviu a história várias vezes. Mas não pode impedi-lo de falar. O único divertimento que lhe resta é o que ele poderia ter sido. Os que não deram o passo crucial quando deviam estão condenados ao condicional. E tem a volúpia da própria frustração.
– Se eu tivesse aproveitado... Ela estava gamada. Gamadona. Filha da segunda fortuna do Brasil.
Da última vez que você ouviu a história, era a terceira fortuna do Brasil, mas tudo bem.
– Bobeei e babaus. Hoje, quando eu penso...
Você tenta ajudar
– Podia não ter dado certo. O pai dela não ia deixar. Um morto-de-fome como você...
– Morto-de-fome, porque eu não dei o passo crucial na hora que me ofereceram aquele negócio no Mato Grosso. Ia dar um dinheirão.
– Mas se você fosse para o Mato Grosso, não teria conhecido a menina na noite de Ano-Bom.
– Pois é. Agora é tarde. Sei lá.
Agora é tarde. As decisões erradas são irrecorríveis. Você o imagina cercado das suas alternativas. De um lado, casado com a, vá lá, primeira fortuna do Brasil. O último homem do Rio a usar echarpe de seda. Grisalho, mas ainda em forma com aquele tom de pele que só se consegue passando o dia na piscina do Copa, mas na sombra. Do outro lado, o próspero fazendeiro do Mato Grosso que pilota o seu próprio avião e tem rugas em torno dos olhos de tanto procurar o fim das suas terras no horizonte, ou de tanto rir dos pobres. E no meio, ele, a ponto de lhe pedir dinheiro emprestado outra vez. Triste, triste. Eu ia escrever uma boa crônica sobre tudo isso. Mas o assunto me fugiu, perdi a hora certa. Agora é tarde.
(VERÍSSIMO, L. Fernando. Ed Morte e outras histórias. Círculo do Livro.)
Das frases abaixo transcritas do texto, está fora do padrão definido pelo narrador no período “Os que não deram o passo crucial quando deviam estão condenados ao condicional.” (18º parágrafo) a seguinte:
Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.
POR POUCO
Eu estava a ponto de escrever alguma coisa sobre as pessoas que estão a ponto de tomar uma atitude definitiva e recuam – e recuei. Ia escrever sobre os que um dia, por pouco, quase, ali-ali, estiveram prestes a mudar sua vida mas não deram o passo crucial, mas não vou. Pena e comiseração para os que não deram o passo crucial.
Pena e comiseração para os que preferiram o pássaro na mão. Para os que não foram ser os legionários dos seus primeiros sonhos. Para os que hesitaram na hora de pular. Para os que pensaram duas vezes. Pena e comiseração para os que envelheceram tentando decidir o que iam ser quando crescessem. E para os que decidiram, mas na hora não foram.
Alguns passam a vida acompanhados pelo que podiam ter sido. Por fantasmas do irrealizado. Um cortejo de ressentimentos. Este aqui sou eu se tivesse decidido fazer aquele curso em Paris. Este outro sou eu se tivesse chegado um minuto antes no vestibular...
Olha que bom aspecto eu teria se tivesse aceito aquela nomeação. Veja o bigode. O corte decidido do cabelo. O olhar de quem é firme, mas justo com subalternos. A cintura ajustada. As mãos que não tremem. Elas me seguem por toda a parte, as minhas alternativas.
Você conhece muitos assim. Gente que cultiva suas oportunidades perdidas como outros guardam o próprio apêndice num vidrinho. E não perdem oportunidade de contar como foi a oportunidade perdida.
– Foi num jogo de pôquer. Tinha dois pares e não joguei. Quem ganhou tinha só um. A melhor mesa da noite. Milhões. Eu, hoje, seria outro.
– Fiz uma ponta naquele filme do Tarzã, mas cortaram a minha parte. Se tivessem me visto em Hollywood...
– Se eu tivesse dito sim...
– Se eu tivesse dito não...
– Se mamãe não tivesse interferido...
Uma vez fui fazer um teste no Fluminense. Abafei. Mas a família foi contra. Insistiu com a contabilidade. Eu, hoje, seria outro.
– Já tive a minha época de escritor, tá sabendo? Uns contos até razoáveis. Mas nunca me mexi. Hoje eles estão numa gaveta, sei lá.
– Você sabe que só não me elegi deputado, porque não quis?
– Eu, hoje, podia ser até primeiro-violino.
– Tudo porque eu não saí daqui quando devia.
Pena e comiseração para os que não saíram daqui quando deviam. Há quem diga que o passo crucial só pode ser dado uma vez e nunca mais. Tem a sua hora certa, e ela não volta. Bobagem, claro. Mas não para os que tiveram a sua hora e não aproveitaram. Os mártires do por pouco.
– Sei exatamente quando foi que eu tomei a decisão errada. Foi numa noite de Ano-Bom.
Você já ouviu a história várias vezes. Mas não pode impedi-lo de falar. O único divertimento que lhe resta é o que ele poderia ter sido. Os que não deram o passo crucial quando deviam estão condenados ao condicional. E tem a volúpia da própria frustração.
– Se eu tivesse aproveitado... Ela estava gamada. Gamadona. Filha da segunda fortuna do Brasil.
Da última vez que você ouviu a história, era a terceira fortuna do Brasil, mas tudo bem.
– Bobeei e babaus. Hoje, quando eu penso...
Você tenta ajudar
– Podia não ter dado certo. O pai dela não ia deixar. Um morto-de-fome como você...
– Morto-de-fome, porque eu não dei o passo crucial na hora que me ofereceram aquele negócio no Mato Grosso. Ia dar um dinheirão.
– Mas se você fosse para o Mato Grosso, não teria conhecido a menina na noite de Ano-Bom.
– Pois é. Agora é tarde. Sei lá.
Agora é tarde. As decisões erradas são irrecorríveis. Você o imagina cercado das suas alternativas. De um lado, casado com a, vá lá, primeira fortuna do Brasil. O último homem do Rio a usar echarpe de seda. Grisalho, mas ainda em forma com aquele tom de pele que só se consegue passando o dia na piscina do Copa, mas na sombra. Do outro lado, o próspero fazendeiro do Mato Grosso que pilota o seu próprio avião e tem rugas em torno dos olhos de tanto procurar o fim das suas terras no horizonte, ou de tanto rir dos pobres. E no meio, ele, a ponto de lhe pedir dinheiro emprestado outra vez. Triste, triste. Eu ia escrever uma boa crônica sobre tudo isso. Mas o assunto me fugiu, perdi a hora certa. Agora é tarde.
(VERÍSSIMO, L. Fernando. Ed Morte e outras histórias. Círculo do Livro.)
Das frases abaixo transcritas do texto, aquela em que o constituinte sujeito está expresso de forma redundante é:
Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.
POR POUCO
Eu estava a ponto de escrever alguma coisa sobre as pessoas que estão a ponto de tomar uma atitude definitiva e recuam – e recuei. Ia escrever sobre os que um dia, por pouco, quase, ali-ali, estiveram prestes a mudar sua vida mas não deram o passo crucial, mas não vou. Pena e comiseração para os que não deram o passo crucial.
Pena e comiseração para os que preferiram o pássaro na mão. Para os que não foram ser os legionários dos seus primeiros sonhos. Para os que hesitaram na hora de pular. Para os que pensaram duas vezes. Pena e comiseração para os que envelheceram tentando decidir o que iam ser quando crescessem. E para os que decidiram, mas na hora não foram.
Alguns passam a vida acompanhados pelo que podiam ter sido. Por fantasmas do irrealizado. Um cortejo de ressentimentos. Este aqui sou eu se tivesse decidido fazer aquele curso em Paris. Este outro sou eu se tivesse chegado um minuto antes no vestibular...
Olha que bom aspecto eu teria se tivesse aceito aquela nomeação. Veja o bigode. O corte decidido do cabelo. O olhar de quem é firme, mas justo com subalternos. A cintura ajustada. As mãos que não tremem. Elas me seguem por toda a parte, as minhas alternativas.
Você conhece muitos assim. Gente que cultiva suas oportunidades perdidas como outros guardam o próprio apêndice num vidrinho. E não perdem oportunidade de contar como foi a oportunidade perdida.
– Foi num jogo de pôquer. Tinha dois pares e não joguei. Quem ganhou tinha só um. A melhor mesa da noite. Milhões. Eu, hoje, seria outro.
– Fiz uma ponta naquele filme do Tarzã, mas cortaram a minha parte. Se tivessem me visto em Hollywood...
– Se eu tivesse dito sim...
– Se eu tivesse dito não...
– Se mamãe não tivesse interferido...
Uma vez fui fazer um teste no Fluminense. Abafei. Mas a família foi contra. Insistiu com a contabilidade. Eu, hoje, seria outro.
– Já tive a minha época de escritor, tá sabendo? Uns contos até razoáveis. Mas nunca me mexi. Hoje eles estão numa gaveta, sei lá.
– Você sabe que só não me elegi deputado, porque não quis?
– Eu, hoje, podia ser até primeiro-violino.
– Tudo porque eu não saí daqui quando devia.
Pena e comiseração para os que não saíram daqui quando deviam. Há quem diga que o passo crucial só pode ser dado uma vez e nunca mais. Tem a sua hora certa, e ela não volta. Bobagem, claro. Mas não para os que tiveram a sua hora e não aproveitaram. Os mártires do por pouco.
– Sei exatamente quando foi que eu tomei a decisão errada. Foi numa noite de Ano-Bom.
Você já ouviu a história várias vezes. Mas não pode impedi-lo de falar. O único divertimento que lhe resta é o que ele poderia ter sido. Os que não deram o passo crucial quando deviam estão condenados ao condicional. E tem a volúpia da própria frustração.
– Se eu tivesse aproveitado... Ela estava gamada. Gamadona. Filha da segunda fortuna do Brasil.
Da última vez que você ouviu a história, era a terceira fortuna do Brasil, mas tudo bem.
– Bobeei e babaus. Hoje, quando eu penso...
Você tenta ajudar
– Podia não ter dado certo. O pai dela não ia deixar. Um morto-de-fome como você...
– Morto-de-fome, porque eu não dei o passo crucial na hora que me ofereceram aquele negócio no Mato Grosso. Ia dar um dinheirão.
– Mas se você fosse para o Mato Grosso, não teria conhecido a menina na noite de Ano-Bom.
– Pois é. Agora é tarde. Sei lá.
Agora é tarde. As decisões erradas são irrecorríveis. Você o imagina cercado das suas alternativas. De um lado, casado com a, vá lá, primeira fortuna do Brasil. O último homem do Rio a usar echarpe de seda. Grisalho, mas ainda em forma com aquele tom de pele que só se consegue passando o dia na piscina do Copa, mas na sombra. Do outro lado, o próspero fazendeiro do Mato Grosso que pilota o seu próprio avião e tem rugas em torno dos olhos de tanto procurar o fim das suas terras no horizonte, ou de tanto rir dos pobres. E no meio, ele, a ponto de lhe pedir dinheiro emprestado outra vez. Triste, triste. Eu ia escrever uma boa crônica sobre tudo isso. Mas o assunto me fugiu, perdi a hora certa. Agora é tarde.
(VERÍSSIMO, L. Fernando. Ed Morte e outras histórias. Círculo do Livro.)
As três frases do trecho “Alguns passam a vida acompanhados pelo que podiam ter sido. Por fantasmas do irrealizado. Um cortejo de ressentimentos.” (3º parágrafo) poderiam ser redigidas num único período. Caso fosse feita essa opção, a redação com a pontuação adequada seria:
Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.
POR POUCO
Eu estava a ponto de escrever alguma coisa sobre as pessoas que estão a ponto de tomar uma atitude definitiva e recuam – e recuei. Ia escrever sobre os que um dia, por pouco, quase, ali-ali, estiveram prestes a mudar sua vida mas não deram o passo crucial, mas não vou. Pena e comiseração para os que não deram o passo crucial.
Pena e comiseração para os que preferiram o pássaro na mão. Para os que não foram ser os legionários dos seus primeiros sonhos. Para os que hesitaram na hora de pular. Para os que pensaram duas vezes. Pena e comiseração para os que envelheceram tentando decidir o que iam ser quando crescessem. E para os que decidiram, mas na hora não foram.
Alguns passam a vida acompanhados pelo que podiam ter sido. Por fantasmas do irrealizado. Um cortejo de ressentimentos. Este aqui sou eu se tivesse decidido fazer aquele curso em Paris. Este outro sou eu se tivesse chegado um minuto antes no vestibular...
Olha que bom aspecto eu teria se tivesse aceito aquela nomeação. Veja o bigode. O corte decidido do cabelo. O olhar de quem é firme, mas justo com subalternos. A cintura ajustada. As mãos que não tremem. Elas me seguem por toda a parte, as minhas alternativas.
Você conhece muitos assim. Gente que cultiva suas oportunidades perdidas como outros guardam o próprio apêndice num vidrinho. E não perdem oportunidade de contar como foi a oportunidade perdida.
– Foi num jogo de pôquer. Tinha dois pares e não joguei. Quem ganhou tinha só um. A melhor mesa da noite. Milhões. Eu, hoje, seria outro.
– Fiz uma ponta naquele filme do Tarzã, mas cortaram a minha parte. Se tivessem me visto em Hollywood...
– Se eu tivesse dito sim...
– Se eu tivesse dito não...
– Se mamãe não tivesse interferido...
Uma vez fui fazer um teste no Fluminense. Abafei. Mas a família foi contra. Insistiu com a contabilidade. Eu, hoje, seria outro.
– Já tive a minha época de escritor, tá sabendo? Uns contos até razoáveis. Mas nunca me mexi. Hoje eles estão numa gaveta, sei lá.
– Você sabe que só não me elegi deputado, porque não quis?
– Eu, hoje, podia ser até primeiro-violino.
– Tudo porque eu não saí daqui quando devia.
Pena e comiseração para os que não saíram daqui quando deviam. Há quem diga que o passo crucial só pode ser dado uma vez e nunca mais. Tem a sua hora certa, e ela não volta. Bobagem, claro. Mas não para os que tiveram a sua hora e não aproveitaram. Os mártires do por pouco.
– Sei exatamente quando foi que eu tomei a decisão errada. Foi numa noite de Ano-Bom.
Você já ouviu a história várias vezes. Mas não pode impedi-lo de falar. O único divertimento que lhe resta é o que ele poderia ter sido. Os que não deram o passo crucial quando deviam estão condenados ao condicional. E tem a volúpia da própria frustração.
– Se eu tivesse aproveitado... Ela estava gamada. Gamadona. Filha da segunda fortuna do Brasil.
Da última vez que você ouviu a história, era a terceira fortuna do Brasil, mas tudo bem.
– Bobeei e babaus. Hoje, quando eu penso...
Você tenta ajudar
– Podia não ter dado certo. O pai dela não ia deixar. Um morto-de-fome como você...
– Morto-de-fome, porque eu não dei o passo crucial na hora que me ofereceram aquele negócio no Mato Grosso. Ia dar um dinheirão.
– Mas se você fosse para o Mato Grosso, não teria conhecido a menina na noite de Ano-Bom.
– Pois é. Agora é tarde. Sei lá.
Agora é tarde. As decisões erradas são irrecorríveis. Você o imagina cercado das suas alternativas. De um lado, casado com a, vá lá, primeira fortuna do Brasil. O último homem do Rio a usar echarpe de seda. Grisalho, mas ainda em forma com aquele tom de pele que só se consegue passando o dia na piscina do Copa, mas na sombra. Do outro lado, o próspero fazendeiro do Mato Grosso que pilota o seu próprio avião e tem rugas em torno dos olhos de tanto procurar o fim das suas terras no horizonte, ou de tanto rir dos pobres. E no meio, ele, a ponto de lhe pedir dinheiro emprestado outra vez. Triste, triste. Eu ia escrever uma boa crônica sobre tudo isso. Mas o assunto me fugiu, perdi a hora certa. Agora é tarde.
(VERÍSSIMO, L. Fernando. Ed Morte e outras histórias. Círculo do Livro.)
Dos pares de palavras abaixo, grafadas com a letra “h” inicial, como “hesitaram”, na frase “Para os que hesitaram na hora de pular.” (2º parágrafo), o par em que uma das palavras está INCORRETA, por não ser grafada com “h” inicial, é:
Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.
POR POUCO
Eu estava a ponto de escrever alguma coisa sobre as pessoas que estão a ponto de tomar uma atitude definitiva e recuam – e recuei. Ia escrever sobre os que um dia, por pouco, quase, ali-ali, estiveram prestes a mudar sua vida mas não deram o passo crucial, mas não vou. Pena e comiseração para os que não deram o passo crucial.
Pena e comiseração para os que preferiram o pássaro na mão. Para os que não foram ser os legionários dos seus primeiros sonhos. Para os que hesitaram na hora de pular. Para os que pensaram duas vezes. Pena e comiseração para os que envelheceram tentando decidir o que iam ser quando crescessem. E para os que decidiram, mas na hora não foram.
Alguns passam a vida acompanhados pelo que podiam ter sido. Por fantasmas do irrealizado. Um cortejo de ressentimentos. Este aqui sou eu se tivesse decidido fazer aquele curso em Paris. Este outro sou eu se tivesse chegado um minuto antes no vestibular...
Olha que bom aspecto eu teria se tivesse aceito aquela nomeação. Veja o bigode. O corte decidido do cabelo. O olhar de quem é firme, mas justo com subalternos. A cintura ajustada. As mãos que não tremem. Elas me seguem por toda a parte, as minhas alternativas.
Você conhece muitos assim. Gente que cultiva suas oportunidades perdidas como outros guardam o próprio apêndice num vidrinho. E não perdem oportunidade de contar como foi a oportunidade perdida.
– Foi num jogo de pôquer. Tinha dois pares e não joguei. Quem ganhou tinha só um. A melhor mesa da noite. Milhões. Eu, hoje, seria outro.
– Fiz uma ponta naquele filme do Tarzã, mas cortaram a minha parte. Se tivessem me visto em Hollywood...
– Se eu tivesse dito sim...
– Se eu tivesse dito não...
– Se mamãe não tivesse interferido...
Uma vez fui fazer um teste no Fluminense. Abafei. Mas a família foi contra. Insistiu com a contabilidade. Eu, hoje, seria outro.
– Já tive a minha época de escritor, tá sabendo? Uns contos até razoáveis. Mas nunca me mexi. Hoje eles estão numa gaveta, sei lá.
– Você sabe que só não me elegi deputado, porque não quis?
– Eu, hoje, podia ser até primeiro-violino.
– Tudo porque eu não saí daqui quando devia.
Pena e comiseração para os que não saíram daqui quando deviam. Há quem diga que o passo crucial só pode ser dado uma vez e nunca mais. Tem a sua hora certa, e ela não volta. Bobagem, claro. Mas não para os que tiveram a sua hora e não aproveitaram. Os mártires do por pouco.
– Sei exatamente quando foi que eu tomei a decisão errada. Foi numa noite de Ano-Bom.
Você já ouviu a história várias vezes. Mas não pode impedi-lo de falar. O único divertimento que lhe resta é o que ele poderia ter sido. Os que não deram o passo crucial quando deviam estão condenados ao condicional. E tem a volúpia da própria frustração.
– Se eu tivesse aproveitado... Ela estava gamada. Gamadona. Filha da segunda fortuna do Brasil.
Da última vez que você ouviu a história, era a terceira fortuna do Brasil, mas tudo bem.
– Bobeei e babaus. Hoje, quando eu penso...
Você tenta ajudar
– Podia não ter dado certo. O pai dela não ia deixar. Um morto-de-fome como você...
– Morto-de-fome, porque eu não dei o passo crucial na hora que me ofereceram aquele negócio no Mato Grosso. Ia dar um dinheirão.
– Mas se você fosse para o Mato Grosso, não teria conhecido a menina na noite de Ano-Bom.
– Pois é. Agora é tarde. Sei lá.
Agora é tarde. As decisões erradas são irrecorríveis. Você o imagina cercado das suas alternativas. De um lado, casado com a, vá lá, primeira fortuna do Brasil. O último homem do Rio a usar echarpe de seda. Grisalho, mas ainda em forma com aquele tom de pele que só se consegue passando o dia na piscina do Copa, mas na sombra. Do outro lado, o próspero fazendeiro do Mato Grosso que pilota o seu próprio avião e tem rugas em torno dos olhos de tanto procurar o fim das suas terras no horizonte, ou de tanto rir dos pobres. E no meio, ele, a ponto de lhe pedir dinheiro emprestado outra vez. Triste, triste. Eu ia escrever uma boa crônica sobre tudo isso. Mas o assunto me fugiu, perdi a hora certa. Agora é tarde.
(VERÍSSIMO, L. Fernando. Ed Morte e outras histórias. Círculo do Livro.)
Das alterações feitas na redação do período “Pena e comiseração para os que envelheceram tentando decidir o que iam ser quando crescessem.” (2º parágrafo), aquela em que os verbos estão corretamente empregados quanto à correlação entre os tempos verbais é:
Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.
POR POUCO
Eu estava a ponto de escrever alguma coisa sobre as pessoas que estão a ponto de tomar uma atitude definitiva e recuam – e recuei. Ia escrever sobre os que um dia, por pouco, quase, ali-ali, estiveram prestes a mudar sua vida mas não deram o passo crucial, mas não vou. Pena e comiseração para os que não deram o passo crucial.
Pena e comiseração para os que preferiram o pássaro na mão. Para os que não foram ser os legionários dos seus primeiros sonhos. Para os que hesitaram na hora de pular. Para os que pensaram duas vezes. Pena e comiseração para os que envelheceram tentando decidir o que iam ser quando crescessem. E para os que decidiram, mas na hora não foram.
Alguns passam a vida acompanhados pelo que podiam ter sido. Por fantasmas do irrealizado. Um cortejo de ressentimentos. Este aqui sou eu se tivesse decidido fazer aquele curso em Paris. Este outro sou eu se tivesse chegado um minuto antes no vestibular...
Olha que bom aspecto eu teria se tivesse aceito aquela nomeação. Veja o bigode. O corte decidido do cabelo. O olhar de quem é firme, mas justo com subalternos. A cintura ajustada. As mãos que não tremem. Elas me seguem por toda a parte, as minhas alternativas.
Você conhece muitos assim. Gente que cultiva suas oportunidades perdidas como outros guardam o próprio apêndice num vidrinho. E não perdem oportunidade de contar como foi a oportunidade perdida.
– Foi num jogo de pôquer. Tinha dois pares e não joguei. Quem ganhou tinha só um. A melhor mesa da noite. Milhões. Eu, hoje, seria outro.
– Fiz uma ponta naquele filme do Tarzã, mas cortaram a minha parte. Se tivessem me visto em Hollywood...
– Se eu tivesse dito sim...
– Se eu tivesse dito não...
– Se mamãe não tivesse interferido...
Uma vez fui fazer um teste no Fluminense. Abafei. Mas a família foi contra. Insistiu com a contabilidade. Eu, hoje, seria outro.
– Já tive a minha época de escritor, tá sabendo? Uns contos até razoáveis. Mas nunca me mexi. Hoje eles estão numa gaveta, sei lá.
– Você sabe que só não me elegi deputado, porque não quis?
– Eu, hoje, podia ser até primeiro-violino.
– Tudo porque eu não saí daqui quando devia.
Pena e comiseração para os que não saíram daqui quando deviam. Há quem diga que o passo crucial só pode ser dado uma vez e nunca mais. Tem a sua hora certa, e ela não volta. Bobagem, claro. Mas não para os que tiveram a sua hora e não aproveitaram. Os mártires do por pouco.
– Sei exatamente quando foi que eu tomei a decisão errada. Foi numa noite de Ano-Bom.
Você já ouviu a história várias vezes. Mas não pode impedi-lo de falar. O único divertimento que lhe resta é o que ele poderia ter sido. Os que não deram o passo crucial quando deviam estão condenados ao condicional. E tem a volúpia da própria frustração.
– Se eu tivesse aproveitado... Ela estava gamada. Gamadona. Filha da segunda fortuna do Brasil.
Da última vez que você ouviu a história, era a terceira fortuna do Brasil, mas tudo bem.
– Bobeei e babaus. Hoje, quando eu penso...
Você tenta ajudar
– Podia não ter dado certo. O pai dela não ia deixar. Um morto-de-fome como você...
– Morto-de-fome, porque eu não dei o passo crucial na hora que me ofereceram aquele negócio no Mato Grosso. Ia dar um dinheirão.
– Mas se você fosse para o Mato Grosso, não teria conhecido a menina na noite de Ano-Bom.
– Pois é. Agora é tarde. Sei lá.
Agora é tarde. As decisões erradas são irrecorríveis. Você o imagina cercado das suas alternativas. De um lado, casado com a, vá lá, primeira fortuna do Brasil. O último homem do Rio a usar echarpe de seda. Grisalho, mas ainda em forma com aquele tom de pele que só se consegue passando o dia na piscina do Copa, mas na sombra. Do outro lado, o próspero fazendeiro do Mato Grosso que pilota o seu próprio avião e tem rugas em torno dos olhos de tanto procurar o fim das suas terras no horizonte, ou de tanto rir dos pobres. E no meio, ele, a ponto de lhe pedir dinheiro emprestado outra vez. Triste, triste. Eu ia escrever uma boa crônica sobre tudo isso. Mas o assunto me fugiu, perdi a hora certa. Agora é tarde.
(VERÍSSIMO, L. Fernando. Ed Morte e outras histórias. Círculo do Livro.)
Das frases abaixo, aquela em que a preposição “sobre” foi empregada com o mesmo sentido que no período “Eu estava a ponto de escrever alguma coisa sobre as pessoas que estão a ponto de tomar uma atitude definitiva e recuam – e recuei.” (1º parágrafo) é:
Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.
POR POUCO
Eu estava a ponto de escrever alguma coisa sobre as pessoas que estão a ponto de tomar uma atitude definitiva e recuam – e recuei. Ia escrever sobre os que um dia, por pouco, quase, ali-ali, estiveram prestes a mudar sua vida mas não deram o passo crucial, mas não vou. Pena e comiseração para os que não deram o passo crucial.
Pena e comiseração para os que preferiram o pássaro na mão. Para os que não foram ser os legionários dos seus primeiros sonhos. Para os que hesitaram na hora de pular. Para os que pensaram duas vezes. Pena e comiseração para os que envelheceram tentando decidir o que iam ser quando crescessem. E para os que decidiram, mas na hora não foram.
Alguns passam a vida acompanhados pelo que podiam ter sido. Por fantasmas do irrealizado. Um cortejo de ressentimentos. Este aqui sou eu se tivesse decidido fazer aquele curso em Paris. Este outro sou eu se tivesse chegado um minuto antes no vestibular...
Olha que bom aspecto eu teria se tivesse aceito aquela nomeação. Veja o bigode. O corte decidido do cabelo. O olhar de quem é firme, mas justo com subalternos. A cintura ajustada. As mãos que não tremem. Elas me seguem por toda a parte, as minhas alternativas.
Você conhece muitos assim. Gente que cultiva suas oportunidades perdidas como outros guardam o próprio apêndice num vidrinho. E não perdem oportunidade de contar como foi a oportunidade perdida.
– Foi num jogo de pôquer. Tinha dois pares e não joguei. Quem ganhou tinha só um. A melhor mesa da noite. Milhões. Eu, hoje, seria outro.
– Fiz uma ponta naquele filme do Tarzã, mas cortaram a minha parte. Se tivessem me visto em Hollywood...
– Se eu tivesse dito sim...
– Se eu tivesse dito não...
– Se mamãe não tivesse interferido...
Uma vez fui fazer um teste no Fluminense. Abafei. Mas a família foi contra. Insistiu com a contabilidade. Eu, hoje, seria outro.
– Já tive a minha época de escritor, tá sabendo? Uns contos até razoáveis. Mas nunca me mexi. Hoje eles estão numa gaveta, sei lá.
– Você sabe que só não me elegi deputado, porque não quis?
– Eu, hoje, podia ser até primeiro-violino.
– Tudo porque eu não saí daqui quando devia.
Pena e comiseração para os que não saíram daqui quando deviam. Há quem diga que o passo crucial só pode ser dado uma vez e nunca mais. Tem a sua hora certa, e ela não volta. Bobagem, claro. Mas não para os que tiveram a sua hora e não aproveitaram. Os mártires do por pouco.
– Sei exatamente quando foi que eu tomei a decisão errada. Foi numa noite de Ano-Bom.
Você já ouviu a história várias vezes. Mas não pode impedi-lo de falar. O único divertimento que lhe resta é o que ele poderia ter sido. Os que não deram o passo crucial quando deviam estão condenados ao condicional. E tem a volúpia da própria frustração.
– Se eu tivesse aproveitado... Ela estava gamada. Gamadona. Filha da segunda fortuna do Brasil.
Da última vez que você ouviu a história, era a terceira fortuna do Brasil, mas tudo bem.
– Bobeei e babaus. Hoje, quando eu penso...
Você tenta ajudar
– Podia não ter dado certo. O pai dela não ia deixar. Um morto-de-fome como você...
– Morto-de-fome, porque eu não dei o passo crucial na hora que me ofereceram aquele negócio no Mato Grosso. Ia dar um dinheirão.
– Mas se você fosse para o Mato Grosso, não teria conhecido a menina na noite de Ano-Bom.
– Pois é. Agora é tarde. Sei lá.
Agora é tarde. As decisões erradas são irrecorríveis. Você o imagina cercado das suas alternativas. De um lado, casado com a, vá lá, primeira fortuna do Brasil. O último homem do Rio a usar echarpe de seda. Grisalho, mas ainda em forma com aquele tom de pele que só se consegue passando o dia na piscina do Copa, mas na sombra. Do outro lado, o próspero fazendeiro do Mato Grosso que pilota o seu próprio avião e tem rugas em torno dos olhos de tanto procurar o fim das suas terras no horizonte, ou de tanto rir dos pobres. E no meio, ele, a ponto de lhe pedir dinheiro emprestado outra vez. Triste, triste. Eu ia escrever uma boa crônica sobre tudo isso. Mas o assunto me fugiu, perdi a hora certa. Agora é tarde.
(VERÍSSIMO, L. Fernando. Ed Morte e outras histórias. Círculo do Livro.)
A leitura do texto e, em especial, das três frases finais “Eu ia escrever uma boa crônica sobre tudo isso. Mas o assunto me fugiu, perdi a hora certa. Agora é tarde.” (27º parágrafo) permite concluir que:
Veja a propaganda e assinale a alternativa que possua a grafia correta quanto ao uso do pronome demonstrativo.
(Disponível emhttp://www.propagandaemrevista.eom.br/)
Observe a tirinha e assinale a alternativa correta segundo a Norma Culta.
(Disponível em http://www.peanuts.com/)
Assinale a alternativa em que o verbo "ir" está conjugado corretamente no pretérito imperfeito do indicativo para completar a frase "Nós sempre ___ ao cinema com grande entusiasmo".
Marque a alternativa na qual a palavra apresenta o mesmo número de letras e de fonemas.