Questões de Português para Concurso

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Q3045946 Português
A última receita

        A viúva Lemos adoecera; uns dizem que dos nervos, outros que de saudades do marido. Fosse o que fosse, a verdade é que adoecera, em certa noite de setembro, ao regressar de um baile. Morava então no Andaraí, em companhia de uma tia surda e devota. A doença não parecia coisa de cuidado; todavia era necessário fazer alguma coisa. Que coisa seria? Na opinião da tia um cozimento de alteia e um rosário a não sei que santo do céu eram remédios infalíveis. D. Paula (a viúva) não contestava a eficácia dos remédios da tia, mas opinava por um médico. Chamou-se um médico.
      Havia justamente na vizinhança um médico, formado de pouco, e recente morador na localidade. Era o dr. Avelar, sujeito de boa presença, assaz elegante e médico feliz. Veio o dr. Avelar na manhã seguinte, pouco depois das oito horas. Examinou a doente e reconheceu que a moléstia não passava de uma constipação grave.
      Uma única razão haveria para que ela aborrecesse o mundo: era se tivesse realmente saudades do marido. Mas não tinha. O casamento fora um arranjo de família e dele próprio; Paula aceitou o arranjo sem murmurar. Honrou o casamento, mas não deu ao marido nem estima nem amor. A ideia de morrer seria para ela não só a maior de todas as calamidades, mas também a mais desastrada de todas as tolices.
       Não quis morrer nem o caso era de morte.
     A tia era surda, como sabemos, não ouvia nada da conversa entre os dois. Mas não era tola; começou a reparar que a sobrinha ficava mais doente quando se aproximava a chegada do médico. Além disso nutria dúvidas sérias acerca da aplicação exata dos remédios. O certo é porém que Paula, tão amiga de bailes e passeios, parecia realmente doente porque não saía de casa.
      Choviam convites de jantares e bailes. A viuvinha recusava-os todos por causa do seu mau estado de saúde.
     Foi uma verdadeira calamidade.
     Três meses correram assim, sem que a doença de Paula cedesse uma linha aos esforços do médico. Os esforços do médico não podiam ser maiores; de dois em dois dias uma receita. Se a doente se esquecia do seu estado e entrava a falar e a corar como quem tinha saúde, o médico era o primeiro a lembrar-lhe o perigo, e ela obedecia logo entregando-se à mais prudente inação.
    Gostavam um do outro sem se atreverem a dizer a verdade, simplesmente pelo receio de se enganarem. O meio de se falarem todos os dias era aquele.
     Casaram-se os dois daí a quarenta dias.
     Tal é a história da última receita.

(Texto-fonte: Obra Completa, Machado de Assis, vol. II, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. Publicado originalmente em Jornal das Famílias. Em: setembro de 1875.)
No trecho “A ideia de morrer seria para ela não só a maior de todas as calamidades, mas também a mais desastrada de todas as tolices.” (3º§), a expressão “mas também” indica:
Alternativas
Q3045945 Português
A última receita

        A viúva Lemos adoecera; uns dizem que dos nervos, outros que de saudades do marido. Fosse o que fosse, a verdade é que adoecera, em certa noite de setembro, ao regressar de um baile. Morava então no Andaraí, em companhia de uma tia surda e devota. A doença não parecia coisa de cuidado; todavia era necessário fazer alguma coisa. Que coisa seria? Na opinião da tia um cozimento de alteia e um rosário a não sei que santo do céu eram remédios infalíveis. D. Paula (a viúva) não contestava a eficácia dos remédios da tia, mas opinava por um médico. Chamou-se um médico.
      Havia justamente na vizinhança um médico, formado de pouco, e recente morador na localidade. Era o dr. Avelar, sujeito de boa presença, assaz elegante e médico feliz. Veio o dr. Avelar na manhã seguinte, pouco depois das oito horas. Examinou a doente e reconheceu que a moléstia não passava de uma constipação grave.
      Uma única razão haveria para que ela aborrecesse o mundo: era se tivesse realmente saudades do marido. Mas não tinha. O casamento fora um arranjo de família e dele próprio; Paula aceitou o arranjo sem murmurar. Honrou o casamento, mas não deu ao marido nem estima nem amor. A ideia de morrer seria para ela não só a maior de todas as calamidades, mas também a mais desastrada de todas as tolices.
       Não quis morrer nem o caso era de morte.
     A tia era surda, como sabemos, não ouvia nada da conversa entre os dois. Mas não era tola; começou a reparar que a sobrinha ficava mais doente quando se aproximava a chegada do médico. Além disso nutria dúvidas sérias acerca da aplicação exata dos remédios. O certo é porém que Paula, tão amiga de bailes e passeios, parecia realmente doente porque não saía de casa.
      Choviam convites de jantares e bailes. A viuvinha recusava-os todos por causa do seu mau estado de saúde.
     Foi uma verdadeira calamidade.
     Três meses correram assim, sem que a doença de Paula cedesse uma linha aos esforços do médico. Os esforços do médico não podiam ser maiores; de dois em dois dias uma receita. Se a doente se esquecia do seu estado e entrava a falar e a corar como quem tinha saúde, o médico era o primeiro a lembrar-lhe o perigo, e ela obedecia logo entregando-se à mais prudente inação.
    Gostavam um do outro sem se atreverem a dizer a verdade, simplesmente pelo receio de se enganarem. O meio de se falarem todos os dias era aquele.
     Casaram-se os dois daí a quarenta dias.
     Tal é a história da última receita.

(Texto-fonte: Obra Completa, Machado de Assis, vol. II, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. Publicado originalmente em Jornal das Famílias. Em: setembro de 1875.)
A frase que NÃO apresenta qualquer tipo de intensificação é:
Alternativas
Q3045944 Português
A última receita

        A viúva Lemos adoecera; uns dizem que dos nervos, outros que de saudades do marido. Fosse o que fosse, a verdade é que adoecera, em certa noite de setembro, ao regressar de um baile. Morava então no Andaraí, em companhia de uma tia surda e devota. A doença não parecia coisa de cuidado; todavia era necessário fazer alguma coisa. Que coisa seria? Na opinião da tia um cozimento de alteia e um rosário a não sei que santo do céu eram remédios infalíveis. D. Paula (a viúva) não contestava a eficácia dos remédios da tia, mas opinava por um médico. Chamou-se um médico.
      Havia justamente na vizinhança um médico, formado de pouco, e recente morador na localidade. Era o dr. Avelar, sujeito de boa presença, assaz elegante e médico feliz. Veio o dr. Avelar na manhã seguinte, pouco depois das oito horas. Examinou a doente e reconheceu que a moléstia não passava de uma constipação grave.
      Uma única razão haveria para que ela aborrecesse o mundo: era se tivesse realmente saudades do marido. Mas não tinha. O casamento fora um arranjo de família e dele próprio; Paula aceitou o arranjo sem murmurar. Honrou o casamento, mas não deu ao marido nem estima nem amor. A ideia de morrer seria para ela não só a maior de todas as calamidades, mas também a mais desastrada de todas as tolices.
       Não quis morrer nem o caso era de morte.
     A tia era surda, como sabemos, não ouvia nada da conversa entre os dois. Mas não era tola; começou a reparar que a sobrinha ficava mais doente quando se aproximava a chegada do médico. Além disso nutria dúvidas sérias acerca da aplicação exata dos remédios. O certo é porém que Paula, tão amiga de bailes e passeios, parecia realmente doente porque não saía de casa.
      Choviam convites de jantares e bailes. A viuvinha recusava-os todos por causa do seu mau estado de saúde.
     Foi uma verdadeira calamidade.
     Três meses correram assim, sem que a doença de Paula cedesse uma linha aos esforços do médico. Os esforços do médico não podiam ser maiores; de dois em dois dias uma receita. Se a doente se esquecia do seu estado e entrava a falar e a corar como quem tinha saúde, o médico era o primeiro a lembrar-lhe o perigo, e ela obedecia logo entregando-se à mais prudente inação.
    Gostavam um do outro sem se atreverem a dizer a verdade, simplesmente pelo receio de se enganarem. O meio de se falarem todos os dias era aquele.
     Casaram-se os dois daí a quarenta dias.
     Tal é a história da última receita.

(Texto-fonte: Obra Completa, Machado de Assis, vol. II, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. Publicado originalmente em Jornal das Famílias. Em: setembro de 1875.)
Quanto às ideias do texto e estruturas linguísticas, assinale a afirmativa INCORRETA.
Alternativas
Q3045943 Português
A última receita

        A viúva Lemos adoecera; uns dizem que dos nervos, outros que de saudades do marido. Fosse o que fosse, a verdade é que adoecera, em certa noite de setembro, ao regressar de um baile. Morava então no Andaraí, em companhia de uma tia surda e devota. A doença não parecia coisa de cuidado; todavia era necessário fazer alguma coisa. Que coisa seria? Na opinião da tia um cozimento de alteia e um rosário a não sei que santo do céu eram remédios infalíveis. D. Paula (a viúva) não contestava a eficácia dos remédios da tia, mas opinava por um médico. Chamou-se um médico.
      Havia justamente na vizinhança um médico, formado de pouco, e recente morador na localidade. Era o dr. Avelar, sujeito de boa presença, assaz elegante e médico feliz. Veio o dr. Avelar na manhã seguinte, pouco depois das oito horas. Examinou a doente e reconheceu que a moléstia não passava de uma constipação grave.
      Uma única razão haveria para que ela aborrecesse o mundo: era se tivesse realmente saudades do marido. Mas não tinha. O casamento fora um arranjo de família e dele próprio; Paula aceitou o arranjo sem murmurar. Honrou o casamento, mas não deu ao marido nem estima nem amor. A ideia de morrer seria para ela não só a maior de todas as calamidades, mas também a mais desastrada de todas as tolices.
       Não quis morrer nem o caso era de morte.
     A tia era surda, como sabemos, não ouvia nada da conversa entre os dois. Mas não era tola; começou a reparar que a sobrinha ficava mais doente quando se aproximava a chegada do médico. Além disso nutria dúvidas sérias acerca da aplicação exata dos remédios. O certo é porém que Paula, tão amiga de bailes e passeios, parecia realmente doente porque não saía de casa.
      Choviam convites de jantares e bailes. A viuvinha recusava-os todos por causa do seu mau estado de saúde.
     Foi uma verdadeira calamidade.
     Três meses correram assim, sem que a doença de Paula cedesse uma linha aos esforços do médico. Os esforços do médico não podiam ser maiores; de dois em dois dias uma receita. Se a doente se esquecia do seu estado e entrava a falar e a corar como quem tinha saúde, o médico era o primeiro a lembrar-lhe o perigo, e ela obedecia logo entregando-se à mais prudente inação.
    Gostavam um do outro sem se atreverem a dizer a verdade, simplesmente pelo receio de se enganarem. O meio de se falarem todos os dias era aquele.
     Casaram-se os dois daí a quarenta dias.
     Tal é a história da última receita.

(Texto-fonte: Obra Completa, Machado de Assis, vol. II, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. Publicado originalmente em Jornal das Famílias. Em: setembro de 1875.)
A propriedade de Machado não optar por uma atitude escancarada, não significa que ele se caracteriza como um escritor omisso. O autor constrói sua crítica indireta por meio de estratégias ocultas e de jogos de dissimulação, como é possível observar em:
Alternativas
Q3045942 Português
A última receita

        A viúva Lemos adoecera; uns dizem que dos nervos, outros que de saudades do marido. Fosse o que fosse, a verdade é que adoecera, em certa noite de setembro, ao regressar de um baile. Morava então no Andaraí, em companhia de uma tia surda e devota. A doença não parecia coisa de cuidado; todavia era necessário fazer alguma coisa. Que coisa seria? Na opinião da tia um cozimento de alteia e um rosário a não sei que santo do céu eram remédios infalíveis. D. Paula (a viúva) não contestava a eficácia dos remédios da tia, mas opinava por um médico. Chamou-se um médico.
      Havia justamente na vizinhança um médico, formado de pouco, e recente morador na localidade. Era o dr. Avelar, sujeito de boa presença, assaz elegante e médico feliz. Veio o dr. Avelar na manhã seguinte, pouco depois das oito horas. Examinou a doente e reconheceu que a moléstia não passava de uma constipação grave.
      Uma única razão haveria para que ela aborrecesse o mundo: era se tivesse realmente saudades do marido. Mas não tinha. O casamento fora um arranjo de família e dele próprio; Paula aceitou o arranjo sem murmurar. Honrou o casamento, mas não deu ao marido nem estima nem amor. A ideia de morrer seria para ela não só a maior de todas as calamidades, mas também a mais desastrada de todas as tolices.
       Não quis morrer nem o caso era de morte.
     A tia era surda, como sabemos, não ouvia nada da conversa entre os dois. Mas não era tola; começou a reparar que a sobrinha ficava mais doente quando se aproximava a chegada do médico. Além disso nutria dúvidas sérias acerca da aplicação exata dos remédios. O certo é porém que Paula, tão amiga de bailes e passeios, parecia realmente doente porque não saía de casa.
      Choviam convites de jantares e bailes. A viuvinha recusava-os todos por causa do seu mau estado de saúde.
     Foi uma verdadeira calamidade.
     Três meses correram assim, sem que a doença de Paula cedesse uma linha aos esforços do médico. Os esforços do médico não podiam ser maiores; de dois em dois dias uma receita. Se a doente se esquecia do seu estado e entrava a falar e a corar como quem tinha saúde, o médico era o primeiro a lembrar-lhe o perigo, e ela obedecia logo entregando-se à mais prudente inação.
    Gostavam um do outro sem se atreverem a dizer a verdade, simplesmente pelo receio de se enganarem. O meio de se falarem todos os dias era aquele.
     Casaram-se os dois daí a quarenta dias.
     Tal é a história da última receita.

(Texto-fonte: Obra Completa, Machado de Assis, vol. II, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. Publicado originalmente em Jornal das Famílias. Em: setembro de 1875.)
No trecho “Uma única razão haveria para que ela aborrecesse o mundo: [...] (3º§), o vocábulo destacado retoma:
Alternativas
Q3045941 Português
A última receita

        A viúva Lemos adoecera; uns dizem que dos nervos, outros que de saudades do marido. Fosse o que fosse, a verdade é que adoecera, em certa noite de setembro, ao regressar de um baile. Morava então no Andaraí, em companhia de uma tia surda e devota. A doença não parecia coisa de cuidado; todavia era necessário fazer alguma coisa. Que coisa seria? Na opinião da tia um cozimento de alteia e um rosário a não sei que santo do céu eram remédios infalíveis. D. Paula (a viúva) não contestava a eficácia dos remédios da tia, mas opinava por um médico. Chamou-se um médico.
      Havia justamente na vizinhança um médico, formado de pouco, e recente morador na localidade. Era o dr. Avelar, sujeito de boa presença, assaz elegante e médico feliz. Veio o dr. Avelar na manhã seguinte, pouco depois das oito horas. Examinou a doente e reconheceu que a moléstia não passava de uma constipação grave.
      Uma única razão haveria para que ela aborrecesse o mundo: era se tivesse realmente saudades do marido. Mas não tinha. O casamento fora um arranjo de família e dele próprio; Paula aceitou o arranjo sem murmurar. Honrou o casamento, mas não deu ao marido nem estima nem amor. A ideia de morrer seria para ela não só a maior de todas as calamidades, mas também a mais desastrada de todas as tolices.
       Não quis morrer nem o caso era de morte.
     A tia era surda, como sabemos, não ouvia nada da conversa entre os dois. Mas não era tola; começou a reparar que a sobrinha ficava mais doente quando se aproximava a chegada do médico. Além disso nutria dúvidas sérias acerca da aplicação exata dos remédios. O certo é porém que Paula, tão amiga de bailes e passeios, parecia realmente doente porque não saía de casa.
      Choviam convites de jantares e bailes. A viuvinha recusava-os todos por causa do seu mau estado de saúde.
     Foi uma verdadeira calamidade.
     Três meses correram assim, sem que a doença de Paula cedesse uma linha aos esforços do médico. Os esforços do médico não podiam ser maiores; de dois em dois dias uma receita. Se a doente se esquecia do seu estado e entrava a falar e a corar como quem tinha saúde, o médico era o primeiro a lembrar-lhe o perigo, e ela obedecia logo entregando-se à mais prudente inação.
    Gostavam um do outro sem se atreverem a dizer a verdade, simplesmente pelo receio de se enganarem. O meio de se falarem todos os dias era aquele.
     Casaram-se os dois daí a quarenta dias.
     Tal é a história da última receita.

(Texto-fonte: Obra Completa, Machado de Assis, vol. II, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. Publicado originalmente em Jornal das Famílias. Em: setembro de 1875.)
No trecho “D. Paula (a viúva) não contestava a eficácia dos remédios da tia, mas opinava por um médico.” (1º§), podemos afirmar que os parênteses têm como objetivo:
Alternativas
Q3045940 Português
A última receita

        A viúva Lemos adoecera; uns dizem que dos nervos, outros que de saudades do marido. Fosse o que fosse, a verdade é que adoecera, em certa noite de setembro, ao regressar de um baile. Morava então no Andaraí, em companhia de uma tia surda e devota. A doença não parecia coisa de cuidado; todavia era necessário fazer alguma coisa. Que coisa seria? Na opinião da tia um cozimento de alteia e um rosário a não sei que santo do céu eram remédios infalíveis. D. Paula (a viúva) não contestava a eficácia dos remédios da tia, mas opinava por um médico. Chamou-se um médico.
      Havia justamente na vizinhança um médico, formado de pouco, e recente morador na localidade. Era o dr. Avelar, sujeito de boa presença, assaz elegante e médico feliz. Veio o dr. Avelar na manhã seguinte, pouco depois das oito horas. Examinou a doente e reconheceu que a moléstia não passava de uma constipação grave.
      Uma única razão haveria para que ela aborrecesse o mundo: era se tivesse realmente saudades do marido. Mas não tinha. O casamento fora um arranjo de família e dele próprio; Paula aceitou o arranjo sem murmurar. Honrou o casamento, mas não deu ao marido nem estima nem amor. A ideia de morrer seria para ela não só a maior de todas as calamidades, mas também a mais desastrada de todas as tolices.
       Não quis morrer nem o caso era de morte.
     A tia era surda, como sabemos, não ouvia nada da conversa entre os dois. Mas não era tola; começou a reparar que a sobrinha ficava mais doente quando se aproximava a chegada do médico. Além disso nutria dúvidas sérias acerca da aplicação exata dos remédios. O certo é porém que Paula, tão amiga de bailes e passeios, parecia realmente doente porque não saía de casa.
      Choviam convites de jantares e bailes. A viuvinha recusava-os todos por causa do seu mau estado de saúde.
     Foi uma verdadeira calamidade.
     Três meses correram assim, sem que a doença de Paula cedesse uma linha aos esforços do médico. Os esforços do médico não podiam ser maiores; de dois em dois dias uma receita. Se a doente se esquecia do seu estado e entrava a falar e a corar como quem tinha saúde, o médico era o primeiro a lembrar-lhe o perigo, e ela obedecia logo entregando-se à mais prudente inação.
    Gostavam um do outro sem se atreverem a dizer a verdade, simplesmente pelo receio de se enganarem. O meio de se falarem todos os dias era aquele.
     Casaram-se os dois daí a quarenta dias.
     Tal é a história da última receita.

(Texto-fonte: Obra Completa, Machado de Assis, vol. II, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. Publicado originalmente em Jornal das Famílias. Em: setembro de 1875.)
Ao iniciar o texto, o narrador expõe:
Alternativas
Q3045939 Português
A última receita

        A viúva Lemos adoecera; uns dizem que dos nervos, outros que de saudades do marido. Fosse o que fosse, a verdade é que adoecera, em certa noite de setembro, ao regressar de um baile. Morava então no Andaraí, em companhia de uma tia surda e devota. A doença não parecia coisa de cuidado; todavia era necessário fazer alguma coisa. Que coisa seria? Na opinião da tia um cozimento de alteia e um rosário a não sei que santo do céu eram remédios infalíveis. D. Paula (a viúva) não contestava a eficácia dos remédios da tia, mas opinava por um médico. Chamou-se um médico.
      Havia justamente na vizinhança um médico, formado de pouco, e recente morador na localidade. Era o dr. Avelar, sujeito de boa presença, assaz elegante e médico feliz. Veio o dr. Avelar na manhã seguinte, pouco depois das oito horas. Examinou a doente e reconheceu que a moléstia não passava de uma constipação grave.
      Uma única razão haveria para que ela aborrecesse o mundo: era se tivesse realmente saudades do marido. Mas não tinha. O casamento fora um arranjo de família e dele próprio; Paula aceitou o arranjo sem murmurar. Honrou o casamento, mas não deu ao marido nem estima nem amor. A ideia de morrer seria para ela não só a maior de todas as calamidades, mas também a mais desastrada de todas as tolices.
       Não quis morrer nem o caso era de morte.
     A tia era surda, como sabemos, não ouvia nada da conversa entre os dois. Mas não era tola; começou a reparar que a sobrinha ficava mais doente quando se aproximava a chegada do médico. Além disso nutria dúvidas sérias acerca da aplicação exata dos remédios. O certo é porém que Paula, tão amiga de bailes e passeios, parecia realmente doente porque não saía de casa.
      Choviam convites de jantares e bailes. A viuvinha recusava-os todos por causa do seu mau estado de saúde.
     Foi uma verdadeira calamidade.
     Três meses correram assim, sem que a doença de Paula cedesse uma linha aos esforços do médico. Os esforços do médico não podiam ser maiores; de dois em dois dias uma receita. Se a doente se esquecia do seu estado e entrava a falar e a corar como quem tinha saúde, o médico era o primeiro a lembrar-lhe o perigo, e ela obedecia logo entregando-se à mais prudente inação.
    Gostavam um do outro sem se atreverem a dizer a verdade, simplesmente pelo receio de se enganarem. O meio de se falarem todos os dias era aquele.
     Casaram-se os dois daí a quarenta dias.
     Tal é a história da última receita.

(Texto-fonte: Obra Completa, Machado de Assis, vol. II, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. Publicado originalmente em Jornal das Famílias. Em: setembro de 1875.)
Indica uma ideia de finalidade o seguinte trecho textual:
Alternativas
Q3045938 Português
A última receita

        A viúva Lemos adoecera; uns dizem que dos nervos, outros que de saudades do marido. Fosse o que fosse, a verdade é que adoecera, em certa noite de setembro, ao regressar de um baile. Morava então no Andaraí, em companhia de uma tia surda e devota. A doença não parecia coisa de cuidado; todavia era necessário fazer alguma coisa. Que coisa seria? Na opinião da tia um cozimento de alteia e um rosário a não sei que santo do céu eram remédios infalíveis. D. Paula (a viúva) não contestava a eficácia dos remédios da tia, mas opinava por um médico. Chamou-se um médico.
      Havia justamente na vizinhança um médico, formado de pouco, e recente morador na localidade. Era o dr. Avelar, sujeito de boa presença, assaz elegante e médico feliz. Veio o dr. Avelar na manhã seguinte, pouco depois das oito horas. Examinou a doente e reconheceu que a moléstia não passava de uma constipação grave.
      Uma única razão haveria para que ela aborrecesse o mundo: era se tivesse realmente saudades do marido. Mas não tinha. O casamento fora um arranjo de família e dele próprio; Paula aceitou o arranjo sem murmurar. Honrou o casamento, mas não deu ao marido nem estima nem amor. A ideia de morrer seria para ela não só a maior de todas as calamidades, mas também a mais desastrada de todas as tolices.
       Não quis morrer nem o caso era de morte.
     A tia era surda, como sabemos, não ouvia nada da conversa entre os dois. Mas não era tola; começou a reparar que a sobrinha ficava mais doente quando se aproximava a chegada do médico. Além disso nutria dúvidas sérias acerca da aplicação exata dos remédios. O certo é porém que Paula, tão amiga de bailes e passeios, parecia realmente doente porque não saía de casa.
      Choviam convites de jantares e bailes. A viuvinha recusava-os todos por causa do seu mau estado de saúde.
     Foi uma verdadeira calamidade.
     Três meses correram assim, sem que a doença de Paula cedesse uma linha aos esforços do médico. Os esforços do médico não podiam ser maiores; de dois em dois dias uma receita. Se a doente se esquecia do seu estado e entrava a falar e a corar como quem tinha saúde, o médico era o primeiro a lembrar-lhe o perigo, e ela obedecia logo entregando-se à mais prudente inação.
    Gostavam um do outro sem se atreverem a dizer a verdade, simplesmente pelo receio de se enganarem. O meio de se falarem todos os dias era aquele.
     Casaram-se os dois daí a quarenta dias.
     Tal é a história da última receita.

(Texto-fonte: Obra Completa, Machado de Assis, vol. II, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. Publicado originalmente em Jornal das Famílias. Em: setembro de 1875.)
Utilizando-se de estratégias de camuflagem, as ideias não são apresentadas de maneira explícita, mas se encontram dissolvidas na estrutura do texto. Diante desse sistema de incógnitas, é preciso ter um olhar apurado para desvelar as situações que se mostram encobertas ao longo do texto. Em todas as opções o significado das palavras grifadas, empregadas no texto, está correto, EXCETO em:
Alternativas
Q3045937 Português
A última receita

        A viúva Lemos adoecera; uns dizem que dos nervos, outros que de saudades do marido. Fosse o que fosse, a verdade é que adoecera, em certa noite de setembro, ao regressar de um baile. Morava então no Andaraí, em companhia de uma tia surda e devota. A doença não parecia coisa de cuidado; todavia era necessário fazer alguma coisa. Que coisa seria? Na opinião da tia um cozimento de alteia e um rosário a não sei que santo do céu eram remédios infalíveis. D. Paula (a viúva) não contestava a eficácia dos remédios da tia, mas opinava por um médico. Chamou-se um médico.
      Havia justamente na vizinhança um médico, formado de pouco, e recente morador na localidade. Era o dr. Avelar, sujeito de boa presença, assaz elegante e médico feliz. Veio o dr. Avelar na manhã seguinte, pouco depois das oito horas. Examinou a doente e reconheceu que a moléstia não passava de uma constipação grave.
      Uma única razão haveria para que ela aborrecesse o mundo: era se tivesse realmente saudades do marido. Mas não tinha. O casamento fora um arranjo de família e dele próprio; Paula aceitou o arranjo sem murmurar. Honrou o casamento, mas não deu ao marido nem estima nem amor. A ideia de morrer seria para ela não só a maior de todas as calamidades, mas também a mais desastrada de todas as tolices.
       Não quis morrer nem o caso era de morte.
     A tia era surda, como sabemos, não ouvia nada da conversa entre os dois. Mas não era tola; começou a reparar que a sobrinha ficava mais doente quando se aproximava a chegada do médico. Além disso nutria dúvidas sérias acerca da aplicação exata dos remédios. O certo é porém que Paula, tão amiga de bailes e passeios, parecia realmente doente porque não saía de casa.
      Choviam convites de jantares e bailes. A viuvinha recusava-os todos por causa do seu mau estado de saúde.
     Foi uma verdadeira calamidade.
     Três meses correram assim, sem que a doença de Paula cedesse uma linha aos esforços do médico. Os esforços do médico não podiam ser maiores; de dois em dois dias uma receita. Se a doente se esquecia do seu estado e entrava a falar e a corar como quem tinha saúde, o médico era o primeiro a lembrar-lhe o perigo, e ela obedecia logo entregando-se à mais prudente inação.
    Gostavam um do outro sem se atreverem a dizer a verdade, simplesmente pelo receio de se enganarem. O meio de se falarem todos os dias era aquele.
     Casaram-se os dois daí a quarenta dias.
     Tal é a história da última receita.

(Texto-fonte: Obra Completa, Machado de Assis, vol. II, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. Publicado originalmente em Jornal das Famílias. Em: setembro de 1875.)
A análise das obras de Machado de Assis nos faz refletir acerca do modo peculiar com que ele organiza a sua crítica à sociedade brasileira do século XIX. Tendo em vista as ideias do texto, assinale a afirmativa correta.
Alternativas
Q3045806 Português
Nomofobia: uso exagerado das redes sociais pode gerar quadro de vício

       A utilização de equipamentos eletrônicos é cada vez mais crescente na sociedade, ajuda em várias atividades do dia a dia e auxilia, inclusive, na comunicação entre as pessoas. Porém, o uso exagerado, principalmente das redes sociais, pode gerar um quadro de vício, que se caracteriza pela angústia e pelo desconforto gerados pela falta de acesso à comunicação via internet. Apesar de ainda não ser uma patologia classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), essa condição é chamada de nomofobia e os comportamentos desencadeados são um alerta para essa imersão da população em um mundo altamente conectado.
     A psicóloga Mirlene Mattos explica que essa patologia pode afetar várias áreas da vida do indivíduo. “Pode atrapalhar o desempenho social, educacional, profissional, convívio com família e amigos, além de interferir cognitivamente”, explica.
     Nesse caso, a utilização da internet pode começar por necessidade real, distração ou para fugir do tédio, mas, com o passar do tempo, se torna um mecanismo de fuga da realidade. Segundo a psicóloga Amanda Medeiros, em quadros mais agravados, há uma perda de sentidos da realidade, então o indivíduo não consegue identificar um cenário fora dessas redes e para além da interação digital.
     Além disso, os estímulos rápidos ocasionam a liberação de dopamina pelo cérebro, conhecida como hormônio do prazer e da satisfação. À primeira vista, pode parecer bom, mas o uso exagerado cria um ciclo que faz o cérebro buscar cada vez mais essa sensação.
     Como na maioria das dependências, a nomofobia também é causada por muitos fatores. O contexto de vinculação excessiva das tecnologias no dia a dia é um dos motores para o aparecimento da condição, uma vez que elas possuem a potência de tirar os sujeitos do presente e direcionar para algo que, muitas vezes, é mais confortável que a realidade. Essa necessidade humana de prazer e de se sentir bem é o ponto que a psicóloga Amanda Medeiros destaca como motivador para o aparecimento da condição.
      A ansiedade e a agonia provocadas por estar separado de dispositivos com acesso a redes sociais, ou apenas de imaginar esse cenário, são os principais indicativos da nomofobia. A verificação constante do celular, a incapacidade de se afastar do aparelho ou o medo de perder contato com internet são outros sinais dessa fobia. “Os sintomas podem ir desde o emocional até o físico, como estresse, irritabilidade, angústia, solidão, dor de cabeça, dor ou pressão no peito, tontura e falta de ar”, enumera a psicóloga Mirlene Mattos.
    Amanda explica que esse estresse causado pelo medo de ficar incomunicável dificulta a manutenção e a criação de novas relações humanas. “Em caráter comportamental, essa pessoa pode evitar estar em ambientes onde seja impossibilitada de usar o celular”, exemplifica a especialista.
      Os indivíduos mergulhados nesse vício acreditam que não podem se desconectar da internet e possuem um medo irracional dessa separação. Isso afeta na conclusão de tarefas do cotidiano e aumenta a procrastinação. Além disso, pode atrapalhar o sono, gerando cansaço físico.
     Em um mundo altamente conectado, a procura de uma prevenção contra essa fobia é difícil, mas não impossível. Profissionais indicam um consumo mais consciente em relação ao conteúdo, ao tempo e à frequência de acesso à internet.
      Além disso, o vício pode ser desencadeado por questões psicológicas prévias. A sensibilidade dos indivíduos nesses quadros e o aparente apoio que as redes geram agravam a necessidade dessa fuga, característica principal da patologia. O tratamento psicológico é interessante para que esses transtornos mentais não sejam gatilhos para o desenvolvimento da fobia.
     O apoio emocional de amigos e familiares também ajuda no tratamento. A tentativa de criar relacionamentos, sem ser no digital, e investir nos ciclos sociais, em que o indivíduo se sinta bem e seguro, é importante no processo de melhora. “A ressignificação desse símbolo de segurança e a promoção de vínculos saudáveis também em caráter presencial são essenciais para uma vida plena”, ressalta Amanda.

(Iandara Pimentel Santana. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/revista-do-correio/2023/10. Acesso em: junho de 2024.)
Conforme o novo acordo ortográfico, assinale a alternativa cuja palavra ou expressão sofreu alteração.
Alternativas
Q3045805 Português
Nomofobia: uso exagerado das redes sociais pode gerar quadro de vício

       A utilização de equipamentos eletrônicos é cada vez mais crescente na sociedade, ajuda em várias atividades do dia a dia e auxilia, inclusive, na comunicação entre as pessoas. Porém, o uso exagerado, principalmente das redes sociais, pode gerar um quadro de vício, que se caracteriza pela angústia e pelo desconforto gerados pela falta de acesso à comunicação via internet. Apesar de ainda não ser uma patologia classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), essa condição é chamada de nomofobia e os comportamentos desencadeados são um alerta para essa imersão da população em um mundo altamente conectado.
     A psicóloga Mirlene Mattos explica que essa patologia pode afetar várias áreas da vida do indivíduo. “Pode atrapalhar o desempenho social, educacional, profissional, convívio com família e amigos, além de interferir cognitivamente”, explica.
     Nesse caso, a utilização da internet pode começar por necessidade real, distração ou para fugir do tédio, mas, com o passar do tempo, se torna um mecanismo de fuga da realidade. Segundo a psicóloga Amanda Medeiros, em quadros mais agravados, há uma perda de sentidos da realidade, então o indivíduo não consegue identificar um cenário fora dessas redes e para além da interação digital.
     Além disso, os estímulos rápidos ocasionam a liberação de dopamina pelo cérebro, conhecida como hormônio do prazer e da satisfação. À primeira vista, pode parecer bom, mas o uso exagerado cria um ciclo que faz o cérebro buscar cada vez mais essa sensação.
     Como na maioria das dependências, a nomofobia também é causada por muitos fatores. O contexto de vinculação excessiva das tecnologias no dia a dia é um dos motores para o aparecimento da condição, uma vez que elas possuem a potência de tirar os sujeitos do presente e direcionar para algo que, muitas vezes, é mais confortável que a realidade. Essa necessidade humana de prazer e de se sentir bem é o ponto que a psicóloga Amanda Medeiros destaca como motivador para o aparecimento da condição.
      A ansiedade e a agonia provocadas por estar separado de dispositivos com acesso a redes sociais, ou apenas de imaginar esse cenário, são os principais indicativos da nomofobia. A verificação constante do celular, a incapacidade de se afastar do aparelho ou o medo de perder contato com internet são outros sinais dessa fobia. “Os sintomas podem ir desde o emocional até o físico, como estresse, irritabilidade, angústia, solidão, dor de cabeça, dor ou pressão no peito, tontura e falta de ar”, enumera a psicóloga Mirlene Mattos.
    Amanda explica que esse estresse causado pelo medo de ficar incomunicável dificulta a manutenção e a criação de novas relações humanas. “Em caráter comportamental, essa pessoa pode evitar estar em ambientes onde seja impossibilitada de usar o celular”, exemplifica a especialista.
      Os indivíduos mergulhados nesse vício acreditam que não podem se desconectar da internet e possuem um medo irracional dessa separação. Isso afeta na conclusão de tarefas do cotidiano e aumenta a procrastinação. Além disso, pode atrapalhar o sono, gerando cansaço físico.
     Em um mundo altamente conectado, a procura de uma prevenção contra essa fobia é difícil, mas não impossível. Profissionais indicam um consumo mais consciente em relação ao conteúdo, ao tempo e à frequência de acesso à internet.
      Além disso, o vício pode ser desencadeado por questões psicológicas prévias. A sensibilidade dos indivíduos nesses quadros e o aparente apoio que as redes geram agravam a necessidade dessa fuga, característica principal da patologia. O tratamento psicológico é interessante para que esses transtornos mentais não sejam gatilhos para o desenvolvimento da fobia.
     O apoio emocional de amigos e familiares também ajuda no tratamento. A tentativa de criar relacionamentos, sem ser no digital, e investir nos ciclos sociais, em que o indivíduo se sinta bem e seguro, é importante no processo de melhora. “A ressignificação desse símbolo de segurança e a promoção de vínculos saudáveis também em caráter presencial são essenciais para uma vida plena”, ressalta Amanda.

(Iandara Pimentel Santana. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/revista-do-correio/2023/10. Acesso em: junho de 2024.)
O acento grave indicador de crase foi usado pelo mesmo motivo em todas as alternativas a seguir, EXCETO em:
Alternativas
Q3045804 Português
Nomofobia: uso exagerado das redes sociais pode gerar quadro de vício

       A utilização de equipamentos eletrônicos é cada vez mais crescente na sociedade, ajuda em várias atividades do dia a dia e auxilia, inclusive, na comunicação entre as pessoas. Porém, o uso exagerado, principalmente das redes sociais, pode gerar um quadro de vício, que se caracteriza pela angústia e pelo desconforto gerados pela falta de acesso à comunicação via internet. Apesar de ainda não ser uma patologia classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), essa condição é chamada de nomofobia e os comportamentos desencadeados são um alerta para essa imersão da população em um mundo altamente conectado.
     A psicóloga Mirlene Mattos explica que essa patologia pode afetar várias áreas da vida do indivíduo. “Pode atrapalhar o desempenho social, educacional, profissional, convívio com família e amigos, além de interferir cognitivamente”, explica.
     Nesse caso, a utilização da internet pode começar por necessidade real, distração ou para fugir do tédio, mas, com o passar do tempo, se torna um mecanismo de fuga da realidade. Segundo a psicóloga Amanda Medeiros, em quadros mais agravados, há uma perda de sentidos da realidade, então o indivíduo não consegue identificar um cenário fora dessas redes e para além da interação digital.
     Além disso, os estímulos rápidos ocasionam a liberação de dopamina pelo cérebro, conhecida como hormônio do prazer e da satisfação. À primeira vista, pode parecer bom, mas o uso exagerado cria um ciclo que faz o cérebro buscar cada vez mais essa sensação.
     Como na maioria das dependências, a nomofobia também é causada por muitos fatores. O contexto de vinculação excessiva das tecnologias no dia a dia é um dos motores para o aparecimento da condição, uma vez que elas possuem a potência de tirar os sujeitos do presente e direcionar para algo que, muitas vezes, é mais confortável que a realidade. Essa necessidade humana de prazer e de se sentir bem é o ponto que a psicóloga Amanda Medeiros destaca como motivador para o aparecimento da condição.
      A ansiedade e a agonia provocadas por estar separado de dispositivos com acesso a redes sociais, ou apenas de imaginar esse cenário, são os principais indicativos da nomofobia. A verificação constante do celular, a incapacidade de se afastar do aparelho ou o medo de perder contato com internet são outros sinais dessa fobia. “Os sintomas podem ir desde o emocional até o físico, como estresse, irritabilidade, angústia, solidão, dor de cabeça, dor ou pressão no peito, tontura e falta de ar”, enumera a psicóloga Mirlene Mattos.
    Amanda explica que esse estresse causado pelo medo de ficar incomunicável dificulta a manutenção e a criação de novas relações humanas. “Em caráter comportamental, essa pessoa pode evitar estar em ambientes onde seja impossibilitada de usar o celular”, exemplifica a especialista.
      Os indivíduos mergulhados nesse vício acreditam que não podem se desconectar da internet e possuem um medo irracional dessa separação. Isso afeta na conclusão de tarefas do cotidiano e aumenta a procrastinação. Além disso, pode atrapalhar o sono, gerando cansaço físico.
     Em um mundo altamente conectado, a procura de uma prevenção contra essa fobia é difícil, mas não impossível. Profissionais indicam um consumo mais consciente em relação ao conteúdo, ao tempo e à frequência de acesso à internet.
      Além disso, o vício pode ser desencadeado por questões psicológicas prévias. A sensibilidade dos indivíduos nesses quadros e o aparente apoio que as redes geram agravam a necessidade dessa fuga, característica principal da patologia. O tratamento psicológico é interessante para que esses transtornos mentais não sejam gatilhos para o desenvolvimento da fobia.
     O apoio emocional de amigos e familiares também ajuda no tratamento. A tentativa de criar relacionamentos, sem ser no digital, e investir nos ciclos sociais, em que o indivíduo se sinta bem e seguro, é importante no processo de melhora. “A ressignificação desse símbolo de segurança e a promoção de vínculos saudáveis também em caráter presencial são essenciais para uma vida plena”, ressalta Amanda.

(Iandara Pimentel Santana. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/revista-do-correio/2023/10. Acesso em: junho de 2024.)
“Em um mundo altamente conectado, a procura de uma prevenção contra essa fobia é difícil, mas não impossível.” (9º§) Sobre o trecho, é correto afirmar que:
Alternativas
Q3045803 Português
Nomofobia: uso exagerado das redes sociais pode gerar quadro de vício

       A utilização de equipamentos eletrônicos é cada vez mais crescente na sociedade, ajuda em várias atividades do dia a dia e auxilia, inclusive, na comunicação entre as pessoas. Porém, o uso exagerado, principalmente das redes sociais, pode gerar um quadro de vício, que se caracteriza pela angústia e pelo desconforto gerados pela falta de acesso à comunicação via internet. Apesar de ainda não ser uma patologia classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), essa condição é chamada de nomofobia e os comportamentos desencadeados são um alerta para essa imersão da população em um mundo altamente conectado.
     A psicóloga Mirlene Mattos explica que essa patologia pode afetar várias áreas da vida do indivíduo. “Pode atrapalhar o desempenho social, educacional, profissional, convívio com família e amigos, além de interferir cognitivamente”, explica.
     Nesse caso, a utilização da internet pode começar por necessidade real, distração ou para fugir do tédio, mas, com o passar do tempo, se torna um mecanismo de fuga da realidade. Segundo a psicóloga Amanda Medeiros, em quadros mais agravados, há uma perda de sentidos da realidade, então o indivíduo não consegue identificar um cenário fora dessas redes e para além da interação digital.
     Além disso, os estímulos rápidos ocasionam a liberação de dopamina pelo cérebro, conhecida como hormônio do prazer e da satisfação. À primeira vista, pode parecer bom, mas o uso exagerado cria um ciclo que faz o cérebro buscar cada vez mais essa sensação.
     Como na maioria das dependências, a nomofobia também é causada por muitos fatores. O contexto de vinculação excessiva das tecnologias no dia a dia é um dos motores para o aparecimento da condição, uma vez que elas possuem a potência de tirar os sujeitos do presente e direcionar para algo que, muitas vezes, é mais confortável que a realidade. Essa necessidade humana de prazer e de se sentir bem é o ponto que a psicóloga Amanda Medeiros destaca como motivador para o aparecimento da condição.
      A ansiedade e a agonia provocadas por estar separado de dispositivos com acesso a redes sociais, ou apenas de imaginar esse cenário, são os principais indicativos da nomofobia. A verificação constante do celular, a incapacidade de se afastar do aparelho ou o medo de perder contato com internet são outros sinais dessa fobia. “Os sintomas podem ir desde o emocional até o físico, como estresse, irritabilidade, angústia, solidão, dor de cabeça, dor ou pressão no peito, tontura e falta de ar”, enumera a psicóloga Mirlene Mattos.
    Amanda explica que esse estresse causado pelo medo de ficar incomunicável dificulta a manutenção e a criação de novas relações humanas. “Em caráter comportamental, essa pessoa pode evitar estar em ambientes onde seja impossibilitada de usar o celular”, exemplifica a especialista.
      Os indivíduos mergulhados nesse vício acreditam que não podem se desconectar da internet e possuem um medo irracional dessa separação. Isso afeta na conclusão de tarefas do cotidiano e aumenta a procrastinação. Além disso, pode atrapalhar o sono, gerando cansaço físico.
     Em um mundo altamente conectado, a procura de uma prevenção contra essa fobia é difícil, mas não impossível. Profissionais indicam um consumo mais consciente em relação ao conteúdo, ao tempo e à frequência de acesso à internet.
      Além disso, o vício pode ser desencadeado por questões psicológicas prévias. A sensibilidade dos indivíduos nesses quadros e o aparente apoio que as redes geram agravam a necessidade dessa fuga, característica principal da patologia. O tratamento psicológico é interessante para que esses transtornos mentais não sejam gatilhos para o desenvolvimento da fobia.
     O apoio emocional de amigos e familiares também ajuda no tratamento. A tentativa de criar relacionamentos, sem ser no digital, e investir nos ciclos sociais, em que o indivíduo se sinta bem e seguro, é importante no processo de melhora. “A ressignificação desse símbolo de segurança e a promoção de vínculos saudáveis também em caráter presencial são essenciais para uma vida plena”, ressalta Amanda.

(Iandara Pimentel Santana. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/revista-do-correio/2023/10. Acesso em: junho de 2024.)
Analise as palavras destacadas em seus contextos e assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q3045802 Português
Nomofobia: uso exagerado das redes sociais pode gerar quadro de vício

       A utilização de equipamentos eletrônicos é cada vez mais crescente na sociedade, ajuda em várias atividades do dia a dia e auxilia, inclusive, na comunicação entre as pessoas. Porém, o uso exagerado, principalmente das redes sociais, pode gerar um quadro de vício, que se caracteriza pela angústia e pelo desconforto gerados pela falta de acesso à comunicação via internet. Apesar de ainda não ser uma patologia classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), essa condição é chamada de nomofobia e os comportamentos desencadeados são um alerta para essa imersão da população em um mundo altamente conectado.
     A psicóloga Mirlene Mattos explica que essa patologia pode afetar várias áreas da vida do indivíduo. “Pode atrapalhar o desempenho social, educacional, profissional, convívio com família e amigos, além de interferir cognitivamente”, explica.
     Nesse caso, a utilização da internet pode começar por necessidade real, distração ou para fugir do tédio, mas, com o passar do tempo, se torna um mecanismo de fuga da realidade. Segundo a psicóloga Amanda Medeiros, em quadros mais agravados, há uma perda de sentidos da realidade, então o indivíduo não consegue identificar um cenário fora dessas redes e para além da interação digital.
     Além disso, os estímulos rápidos ocasionam a liberação de dopamina pelo cérebro, conhecida como hormônio do prazer e da satisfação. À primeira vista, pode parecer bom, mas o uso exagerado cria um ciclo que faz o cérebro buscar cada vez mais essa sensação.
     Como na maioria das dependências, a nomofobia também é causada por muitos fatores. O contexto de vinculação excessiva das tecnologias no dia a dia é um dos motores para o aparecimento da condição, uma vez que elas possuem a potência de tirar os sujeitos do presente e direcionar para algo que, muitas vezes, é mais confortável que a realidade. Essa necessidade humana de prazer e de se sentir bem é o ponto que a psicóloga Amanda Medeiros destaca como motivador para o aparecimento da condição.
      A ansiedade e a agonia provocadas por estar separado de dispositivos com acesso a redes sociais, ou apenas de imaginar esse cenário, são os principais indicativos da nomofobia. A verificação constante do celular, a incapacidade de se afastar do aparelho ou o medo de perder contato com internet são outros sinais dessa fobia. “Os sintomas podem ir desde o emocional até o físico, como estresse, irritabilidade, angústia, solidão, dor de cabeça, dor ou pressão no peito, tontura e falta de ar”, enumera a psicóloga Mirlene Mattos.
    Amanda explica que esse estresse causado pelo medo de ficar incomunicável dificulta a manutenção e a criação de novas relações humanas. “Em caráter comportamental, essa pessoa pode evitar estar em ambientes onde seja impossibilitada de usar o celular”, exemplifica a especialista.
      Os indivíduos mergulhados nesse vício acreditam que não podem se desconectar da internet e possuem um medo irracional dessa separação. Isso afeta na conclusão de tarefas do cotidiano e aumenta a procrastinação. Além disso, pode atrapalhar o sono, gerando cansaço físico.
     Em um mundo altamente conectado, a procura de uma prevenção contra essa fobia é difícil, mas não impossível. Profissionais indicam um consumo mais consciente em relação ao conteúdo, ao tempo e à frequência de acesso à internet.
      Além disso, o vício pode ser desencadeado por questões psicológicas prévias. A sensibilidade dos indivíduos nesses quadros e o aparente apoio que as redes geram agravam a necessidade dessa fuga, característica principal da patologia. O tratamento psicológico é interessante para que esses transtornos mentais não sejam gatilhos para o desenvolvimento da fobia.
     O apoio emocional de amigos e familiares também ajuda no tratamento. A tentativa de criar relacionamentos, sem ser no digital, e investir nos ciclos sociais, em que o indivíduo se sinta bem e seguro, é importante no processo de melhora. “A ressignificação desse símbolo de segurança e a promoção de vínculos saudáveis também em caráter presencial são essenciais para uma vida plena”, ressalta Amanda.

(Iandara Pimentel Santana. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/revista-do-correio/2023/10. Acesso em: junho de 2024.)
No trecho “Amanda explica que esse estresse causado pelo medo de ficar incomunicável dificulta a manutenção e a criação de novas relações humanas.” (7º§), a palavra “que” está introduzindo oração subordinada
Alternativas
Q3045801 Português
Nomofobia: uso exagerado das redes sociais pode gerar quadro de vício

       A utilização de equipamentos eletrônicos é cada vez mais crescente na sociedade, ajuda em várias atividades do dia a dia e auxilia, inclusive, na comunicação entre as pessoas. Porém, o uso exagerado, principalmente das redes sociais, pode gerar um quadro de vício, que se caracteriza pela angústia e pelo desconforto gerados pela falta de acesso à comunicação via internet. Apesar de ainda não ser uma patologia classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), essa condição é chamada de nomofobia e os comportamentos desencadeados são um alerta para essa imersão da população em um mundo altamente conectado.
     A psicóloga Mirlene Mattos explica que essa patologia pode afetar várias áreas da vida do indivíduo. “Pode atrapalhar o desempenho social, educacional, profissional, convívio com família e amigos, além de interferir cognitivamente”, explica.
     Nesse caso, a utilização da internet pode começar por necessidade real, distração ou para fugir do tédio, mas, com o passar do tempo, se torna um mecanismo de fuga da realidade. Segundo a psicóloga Amanda Medeiros, em quadros mais agravados, há uma perda de sentidos da realidade, então o indivíduo não consegue identificar um cenário fora dessas redes e para além da interação digital.
     Além disso, os estímulos rápidos ocasionam a liberação de dopamina pelo cérebro, conhecida como hormônio do prazer e da satisfação. À primeira vista, pode parecer bom, mas o uso exagerado cria um ciclo que faz o cérebro buscar cada vez mais essa sensação.
     Como na maioria das dependências, a nomofobia também é causada por muitos fatores. O contexto de vinculação excessiva das tecnologias no dia a dia é um dos motores para o aparecimento da condição, uma vez que elas possuem a potência de tirar os sujeitos do presente e direcionar para algo que, muitas vezes, é mais confortável que a realidade. Essa necessidade humana de prazer e de se sentir bem é o ponto que a psicóloga Amanda Medeiros destaca como motivador para o aparecimento da condição.
      A ansiedade e a agonia provocadas por estar separado de dispositivos com acesso a redes sociais, ou apenas de imaginar esse cenário, são os principais indicativos da nomofobia. A verificação constante do celular, a incapacidade de se afastar do aparelho ou o medo de perder contato com internet são outros sinais dessa fobia. “Os sintomas podem ir desde o emocional até o físico, como estresse, irritabilidade, angústia, solidão, dor de cabeça, dor ou pressão no peito, tontura e falta de ar”, enumera a psicóloga Mirlene Mattos.
    Amanda explica que esse estresse causado pelo medo de ficar incomunicável dificulta a manutenção e a criação de novas relações humanas. “Em caráter comportamental, essa pessoa pode evitar estar em ambientes onde seja impossibilitada de usar o celular”, exemplifica a especialista.
      Os indivíduos mergulhados nesse vício acreditam que não podem se desconectar da internet e possuem um medo irracional dessa separação. Isso afeta na conclusão de tarefas do cotidiano e aumenta a procrastinação. Além disso, pode atrapalhar o sono, gerando cansaço físico.
     Em um mundo altamente conectado, a procura de uma prevenção contra essa fobia é difícil, mas não impossível. Profissionais indicam um consumo mais consciente em relação ao conteúdo, ao tempo e à frequência de acesso à internet.
      Além disso, o vício pode ser desencadeado por questões psicológicas prévias. A sensibilidade dos indivíduos nesses quadros e o aparente apoio que as redes geram agravam a necessidade dessa fuga, característica principal da patologia. O tratamento psicológico é interessante para que esses transtornos mentais não sejam gatilhos para o desenvolvimento da fobia.
     O apoio emocional de amigos e familiares também ajuda no tratamento. A tentativa de criar relacionamentos, sem ser no digital, e investir nos ciclos sociais, em que o indivíduo se sinta bem e seguro, é importante no processo de melhora. “A ressignificação desse símbolo de segurança e a promoção de vínculos saudáveis também em caráter presencial são essenciais para uma vida plena”, ressalta Amanda.

(Iandara Pimentel Santana. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/revista-do-correio/2023/10. Acesso em: junho de 2024.)
Assinale a alternativa cujo trecho tem sentido de finalidade.
Alternativas
Q3045800 Português
Nomofobia: uso exagerado das redes sociais pode gerar quadro de vício

       A utilização de equipamentos eletrônicos é cada vez mais crescente na sociedade, ajuda em várias atividades do dia a dia e auxilia, inclusive, na comunicação entre as pessoas. Porém, o uso exagerado, principalmente das redes sociais, pode gerar um quadro de vício, que se caracteriza pela angústia e pelo desconforto gerados pela falta de acesso à comunicação via internet. Apesar de ainda não ser uma patologia classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), essa condição é chamada de nomofobia e os comportamentos desencadeados são um alerta para essa imersão da população em um mundo altamente conectado.
     A psicóloga Mirlene Mattos explica que essa patologia pode afetar várias áreas da vida do indivíduo. “Pode atrapalhar o desempenho social, educacional, profissional, convívio com família e amigos, além de interferir cognitivamente”, explica.
     Nesse caso, a utilização da internet pode começar por necessidade real, distração ou para fugir do tédio, mas, com o passar do tempo, se torna um mecanismo de fuga da realidade. Segundo a psicóloga Amanda Medeiros, em quadros mais agravados, há uma perda de sentidos da realidade, então o indivíduo não consegue identificar um cenário fora dessas redes e para além da interação digital.
     Além disso, os estímulos rápidos ocasionam a liberação de dopamina pelo cérebro, conhecida como hormônio do prazer e da satisfação. À primeira vista, pode parecer bom, mas o uso exagerado cria um ciclo que faz o cérebro buscar cada vez mais essa sensação.
     Como na maioria das dependências, a nomofobia também é causada por muitos fatores. O contexto de vinculação excessiva das tecnologias no dia a dia é um dos motores para o aparecimento da condição, uma vez que elas possuem a potência de tirar os sujeitos do presente e direcionar para algo que, muitas vezes, é mais confortável que a realidade. Essa necessidade humana de prazer e de se sentir bem é o ponto que a psicóloga Amanda Medeiros destaca como motivador para o aparecimento da condição.
      A ansiedade e a agonia provocadas por estar separado de dispositivos com acesso a redes sociais, ou apenas de imaginar esse cenário, são os principais indicativos da nomofobia. A verificação constante do celular, a incapacidade de se afastar do aparelho ou o medo de perder contato com internet são outros sinais dessa fobia. “Os sintomas podem ir desde o emocional até o físico, como estresse, irritabilidade, angústia, solidão, dor de cabeça, dor ou pressão no peito, tontura e falta de ar”, enumera a psicóloga Mirlene Mattos.
    Amanda explica que esse estresse causado pelo medo de ficar incomunicável dificulta a manutenção e a criação de novas relações humanas. “Em caráter comportamental, essa pessoa pode evitar estar em ambientes onde seja impossibilitada de usar o celular”, exemplifica a especialista.
      Os indivíduos mergulhados nesse vício acreditam que não podem se desconectar da internet e possuem um medo irracional dessa separação. Isso afeta na conclusão de tarefas do cotidiano e aumenta a procrastinação. Além disso, pode atrapalhar o sono, gerando cansaço físico.
     Em um mundo altamente conectado, a procura de uma prevenção contra essa fobia é difícil, mas não impossível. Profissionais indicam um consumo mais consciente em relação ao conteúdo, ao tempo e à frequência de acesso à internet.
      Além disso, o vício pode ser desencadeado por questões psicológicas prévias. A sensibilidade dos indivíduos nesses quadros e o aparente apoio que as redes geram agravam a necessidade dessa fuga, característica principal da patologia. O tratamento psicológico é interessante para que esses transtornos mentais não sejam gatilhos para o desenvolvimento da fobia.
     O apoio emocional de amigos e familiares também ajuda no tratamento. A tentativa de criar relacionamentos, sem ser no digital, e investir nos ciclos sociais, em que o indivíduo se sinta bem e seguro, é importante no processo de melhora. “A ressignificação desse símbolo de segurança e a promoção de vínculos saudáveis também em caráter presencial são essenciais para uma vida plena”, ressalta Amanda.

(Iandara Pimentel Santana. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/revista-do-correio/2023/10. Acesso em: junho de 2024.)
Na leitura do seguinte trecho “O contexto de vinculação excessiva das tecnologias no dia a dia é um dos motores para o aparecimento da condição, uma vez que elas possuem a potência de tirar os sujeitos do presente e direcionar para algo que, muitas vezes, é mais confortável que a realidade.” (5º§), identifica-se que a expressão conjuntiva “uma vez que” estabelece
Alternativas
Q3045799 Português
Nomofobia: uso exagerado das redes sociais pode gerar quadro de vício

       A utilização de equipamentos eletrônicos é cada vez mais crescente na sociedade, ajuda em várias atividades do dia a dia e auxilia, inclusive, na comunicação entre as pessoas. Porém, o uso exagerado, principalmente das redes sociais, pode gerar um quadro de vício, que se caracteriza pela angústia e pelo desconforto gerados pela falta de acesso à comunicação via internet. Apesar de ainda não ser uma patologia classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), essa condição é chamada de nomofobia e os comportamentos desencadeados são um alerta para essa imersão da população em um mundo altamente conectado.
     A psicóloga Mirlene Mattos explica que essa patologia pode afetar várias áreas da vida do indivíduo. “Pode atrapalhar o desempenho social, educacional, profissional, convívio com família e amigos, além de interferir cognitivamente”, explica.
     Nesse caso, a utilização da internet pode começar por necessidade real, distração ou para fugir do tédio, mas, com o passar do tempo, se torna um mecanismo de fuga da realidade. Segundo a psicóloga Amanda Medeiros, em quadros mais agravados, há uma perda de sentidos da realidade, então o indivíduo não consegue identificar um cenário fora dessas redes e para além da interação digital.
     Além disso, os estímulos rápidos ocasionam a liberação de dopamina pelo cérebro, conhecida como hormônio do prazer e da satisfação. À primeira vista, pode parecer bom, mas o uso exagerado cria um ciclo que faz o cérebro buscar cada vez mais essa sensação.
     Como na maioria das dependências, a nomofobia também é causada por muitos fatores. O contexto de vinculação excessiva das tecnologias no dia a dia é um dos motores para o aparecimento da condição, uma vez que elas possuem a potência de tirar os sujeitos do presente e direcionar para algo que, muitas vezes, é mais confortável que a realidade. Essa necessidade humana de prazer e de se sentir bem é o ponto que a psicóloga Amanda Medeiros destaca como motivador para o aparecimento da condição.
      A ansiedade e a agonia provocadas por estar separado de dispositivos com acesso a redes sociais, ou apenas de imaginar esse cenário, são os principais indicativos da nomofobia. A verificação constante do celular, a incapacidade de se afastar do aparelho ou o medo de perder contato com internet são outros sinais dessa fobia. “Os sintomas podem ir desde o emocional até o físico, como estresse, irritabilidade, angústia, solidão, dor de cabeça, dor ou pressão no peito, tontura e falta de ar”, enumera a psicóloga Mirlene Mattos.
    Amanda explica que esse estresse causado pelo medo de ficar incomunicável dificulta a manutenção e a criação de novas relações humanas. “Em caráter comportamental, essa pessoa pode evitar estar em ambientes onde seja impossibilitada de usar o celular”, exemplifica a especialista.
      Os indivíduos mergulhados nesse vício acreditam que não podem se desconectar da internet e possuem um medo irracional dessa separação. Isso afeta na conclusão de tarefas do cotidiano e aumenta a procrastinação. Além disso, pode atrapalhar o sono, gerando cansaço físico.
     Em um mundo altamente conectado, a procura de uma prevenção contra essa fobia é difícil, mas não impossível. Profissionais indicam um consumo mais consciente em relação ao conteúdo, ao tempo e à frequência de acesso à internet.
      Além disso, o vício pode ser desencadeado por questões psicológicas prévias. A sensibilidade dos indivíduos nesses quadros e o aparente apoio que as redes geram agravam a necessidade dessa fuga, característica principal da patologia. O tratamento psicológico é interessante para que esses transtornos mentais não sejam gatilhos para o desenvolvimento da fobia.
     O apoio emocional de amigos e familiares também ajuda no tratamento. A tentativa de criar relacionamentos, sem ser no digital, e investir nos ciclos sociais, em que o indivíduo se sinta bem e seguro, é importante no processo de melhora. “A ressignificação desse símbolo de segurança e a promoção de vínculos saudáveis também em caráter presencial são essenciais para uma vida plena”, ressalta Amanda.

(Iandara Pimentel Santana. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/revista-do-correio/2023/10. Acesso em: junho de 2024.)
“Nesse caso, a utilização da internet pode começar por necessidade real, distração ou para fugir do tédio, mas, com o passar do tempo, se torna um mecanismo de fuga da realidade. Segundo a psicóloga Amanda Medeiros, em quadros mais agravados, há uma perda de sentidos da realidade, então o indivíduo não consegue identificar um cenário fora dessas redes e para além da interação digital.” (3º§) Analise as palavras destacadas anteriormente e assinale a afirmativa correta.
Alternativas
Q3045798 Português
Nomofobia: uso exagerado das redes sociais pode gerar quadro de vício

       A utilização de equipamentos eletrônicos é cada vez mais crescente na sociedade, ajuda em várias atividades do dia a dia e auxilia, inclusive, na comunicação entre as pessoas. Porém, o uso exagerado, principalmente das redes sociais, pode gerar um quadro de vício, que se caracteriza pela angústia e pelo desconforto gerados pela falta de acesso à comunicação via internet. Apesar de ainda não ser uma patologia classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), essa condição é chamada de nomofobia e os comportamentos desencadeados são um alerta para essa imersão da população em um mundo altamente conectado.
     A psicóloga Mirlene Mattos explica que essa patologia pode afetar várias áreas da vida do indivíduo. “Pode atrapalhar o desempenho social, educacional, profissional, convívio com família e amigos, além de interferir cognitivamente”, explica.
     Nesse caso, a utilização da internet pode começar por necessidade real, distração ou para fugir do tédio, mas, com o passar do tempo, se torna um mecanismo de fuga da realidade. Segundo a psicóloga Amanda Medeiros, em quadros mais agravados, há uma perda de sentidos da realidade, então o indivíduo não consegue identificar um cenário fora dessas redes e para além da interação digital.
     Além disso, os estímulos rápidos ocasionam a liberação de dopamina pelo cérebro, conhecida como hormônio do prazer e da satisfação. À primeira vista, pode parecer bom, mas o uso exagerado cria um ciclo que faz o cérebro buscar cada vez mais essa sensação.
     Como na maioria das dependências, a nomofobia também é causada por muitos fatores. O contexto de vinculação excessiva das tecnologias no dia a dia é um dos motores para o aparecimento da condição, uma vez que elas possuem a potência de tirar os sujeitos do presente e direcionar para algo que, muitas vezes, é mais confortável que a realidade. Essa necessidade humana de prazer e de se sentir bem é o ponto que a psicóloga Amanda Medeiros destaca como motivador para o aparecimento da condição.
      A ansiedade e a agonia provocadas por estar separado de dispositivos com acesso a redes sociais, ou apenas de imaginar esse cenário, são os principais indicativos da nomofobia. A verificação constante do celular, a incapacidade de se afastar do aparelho ou o medo de perder contato com internet são outros sinais dessa fobia. “Os sintomas podem ir desde o emocional até o físico, como estresse, irritabilidade, angústia, solidão, dor de cabeça, dor ou pressão no peito, tontura e falta de ar”, enumera a psicóloga Mirlene Mattos.
    Amanda explica que esse estresse causado pelo medo de ficar incomunicável dificulta a manutenção e a criação de novas relações humanas. “Em caráter comportamental, essa pessoa pode evitar estar em ambientes onde seja impossibilitada de usar o celular”, exemplifica a especialista.
      Os indivíduos mergulhados nesse vício acreditam que não podem se desconectar da internet e possuem um medo irracional dessa separação. Isso afeta na conclusão de tarefas do cotidiano e aumenta a procrastinação. Além disso, pode atrapalhar o sono, gerando cansaço físico.
     Em um mundo altamente conectado, a procura de uma prevenção contra essa fobia é difícil, mas não impossível. Profissionais indicam um consumo mais consciente em relação ao conteúdo, ao tempo e à frequência de acesso à internet.
      Além disso, o vício pode ser desencadeado por questões psicológicas prévias. A sensibilidade dos indivíduos nesses quadros e o aparente apoio que as redes geram agravam a necessidade dessa fuga, característica principal da patologia. O tratamento psicológico é interessante para que esses transtornos mentais não sejam gatilhos para o desenvolvimento da fobia.
     O apoio emocional de amigos e familiares também ajuda no tratamento. A tentativa de criar relacionamentos, sem ser no digital, e investir nos ciclos sociais, em que o indivíduo se sinta bem e seguro, é importante no processo de melhora. “A ressignificação desse símbolo de segurança e a promoção de vínculos saudáveis também em caráter presencial são essenciais para uma vida plena”, ressalta Amanda.

(Iandara Pimentel Santana. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/revista-do-correio/2023/10. Acesso em: junho de 2024.)
“Em um mundo altamente conectado, a procura de uma prevenção contra essa fobia é difícil, mas não impossível.” (9º§) Assinale a afirmativa correta quanto ao emprego da vírgula nas duas situações expostas no trecho. 
Alternativas
Q3045797 Português
Nomofobia: uso exagerado das redes sociais pode gerar quadro de vício

       A utilização de equipamentos eletrônicos é cada vez mais crescente na sociedade, ajuda em várias atividades do dia a dia e auxilia, inclusive, na comunicação entre as pessoas. Porém, o uso exagerado, principalmente das redes sociais, pode gerar um quadro de vício, que se caracteriza pela angústia e pelo desconforto gerados pela falta de acesso à comunicação via internet. Apesar de ainda não ser uma patologia classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), essa condição é chamada de nomofobia e os comportamentos desencadeados são um alerta para essa imersão da população em um mundo altamente conectado.
     A psicóloga Mirlene Mattos explica que essa patologia pode afetar várias áreas da vida do indivíduo. “Pode atrapalhar o desempenho social, educacional, profissional, convívio com família e amigos, além de interferir cognitivamente”, explica.
     Nesse caso, a utilização da internet pode começar por necessidade real, distração ou para fugir do tédio, mas, com o passar do tempo, se torna um mecanismo de fuga da realidade. Segundo a psicóloga Amanda Medeiros, em quadros mais agravados, há uma perda de sentidos da realidade, então o indivíduo não consegue identificar um cenário fora dessas redes e para além da interação digital.
     Além disso, os estímulos rápidos ocasionam a liberação de dopamina pelo cérebro, conhecida como hormônio do prazer e da satisfação. À primeira vista, pode parecer bom, mas o uso exagerado cria um ciclo que faz o cérebro buscar cada vez mais essa sensação.
     Como na maioria das dependências, a nomofobia também é causada por muitos fatores. O contexto de vinculação excessiva das tecnologias no dia a dia é um dos motores para o aparecimento da condição, uma vez que elas possuem a potência de tirar os sujeitos do presente e direcionar para algo que, muitas vezes, é mais confortável que a realidade. Essa necessidade humana de prazer e de se sentir bem é o ponto que a psicóloga Amanda Medeiros destaca como motivador para o aparecimento da condição.
      A ansiedade e a agonia provocadas por estar separado de dispositivos com acesso a redes sociais, ou apenas de imaginar esse cenário, são os principais indicativos da nomofobia. A verificação constante do celular, a incapacidade de se afastar do aparelho ou o medo de perder contato com internet são outros sinais dessa fobia. “Os sintomas podem ir desde o emocional até o físico, como estresse, irritabilidade, angústia, solidão, dor de cabeça, dor ou pressão no peito, tontura e falta de ar”, enumera a psicóloga Mirlene Mattos.
    Amanda explica que esse estresse causado pelo medo de ficar incomunicável dificulta a manutenção e a criação de novas relações humanas. “Em caráter comportamental, essa pessoa pode evitar estar em ambientes onde seja impossibilitada de usar o celular”, exemplifica a especialista.
      Os indivíduos mergulhados nesse vício acreditam que não podem se desconectar da internet e possuem um medo irracional dessa separação. Isso afeta na conclusão de tarefas do cotidiano e aumenta a procrastinação. Além disso, pode atrapalhar o sono, gerando cansaço físico.
     Em um mundo altamente conectado, a procura de uma prevenção contra essa fobia é difícil, mas não impossível. Profissionais indicam um consumo mais consciente em relação ao conteúdo, ao tempo e à frequência de acesso à internet.
      Além disso, o vício pode ser desencadeado por questões psicológicas prévias. A sensibilidade dos indivíduos nesses quadros e o aparente apoio que as redes geram agravam a necessidade dessa fuga, característica principal da patologia. O tratamento psicológico é interessante para que esses transtornos mentais não sejam gatilhos para o desenvolvimento da fobia.
     O apoio emocional de amigos e familiares também ajuda no tratamento. A tentativa de criar relacionamentos, sem ser no digital, e investir nos ciclos sociais, em que o indivíduo se sinta bem e seguro, é importante no processo de melhora. “A ressignificação desse símbolo de segurança e a promoção de vínculos saudáveis também em caráter presencial são essenciais para uma vida plena”, ressalta Amanda.

(Iandara Pimentel Santana. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/revista-do-correio/2023/10. Acesso em: junho de 2024.)
A partir da leitura do texto, assinale a afirmativa correta.
Alternativas
Respostas
1901: A
1902: C
1903: C
1904: B
1905: A
1906: A
1907: B
1908: A
1909: A
1910: D
1911: A
1912: D
1913: C
1914: C
1915: D
1916: C
1917: B
1918: C
1919: C
1920: A