Questões de Concurso Comentadas sobre regência em português

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Q1368687 Português

O cachorro



    Avenida larga e movimentada. Duas pistas, um canteiro no meio, muitos quilômetros. Eu ia em uma mão, o trânsito fluindo lento, mas andando. Do outro lado, na calçada, observei a chegada de um cachorro pequeno. Desses de apartamento. Não sei o nome, mas uma raça dessas bem amorosas, que adora ficar no colo, em especial de mulheres.

    Ele apontou na esquina, olhou para um lado e para o outro e parecia ansioso em tomar uma decisão. Não sei se alguém o chamou, ou se o barulho da avenida sugeria sentenças gravíssimas. A decisão veio rápida como um raio: o cachorro começou a correr rapidamente. Escolheu a contramão, ou seja, fomos na mesma direção. Eu com os olhos grudados nele, e ele se desviando das pessoas que tentavam detê-lo, na calçada, atendendo a meus apelos silenciosos. Pelo que podia observar, ele não estava se poupando. Imprimia toda a velocidade que seu pequeno porte possibilitava. Não havia razão para poupar o fôlego, mesmo que ele não soubesse para onde estava indo. E certamente ele não sabia. Em determinado momento, resolveu se livrar das pessoas e das ruas transversais que tinha de atravessar e que o obrigavam a diminuir o passo, e escolheu o asfalto. Contra tudo, naquele mar de gente e máquinas barulhentas. Sem rumo, sem lógica, sem sentido e com muita pressa. E corria, corria, corria.

    Nada mais era certo: a vasilha com comida, a hora de dar o passeio, os braços e afagos da dona, as brincadeiras e os latidos. A realidade era outra agora, e ameaçadora. Tudo tinha a incerteza do impulso que não sabe em que vai dar. A vontade sem o ponto. O medo. E o desespero.

(Leo Jaime. Blônicas. São Paulo:Jaboticaba, 2005)

No trecho, – ... e ele se desviando das pessoas que tentavam detê-lo... –, o termo em destaque pode ser substituído, considerando a mesma relação de sentido estabelecida no texto, por:
Alternativas
Q1363737 Português
Leia o texto para responder à questão.

Desista, menino!
    Numa manhã de 1954, aos 19 anos e cheio de esperança, peguei um bonde na Penha e fui parar na redação da Folha da Manhã. Fui ao chefe de arte, expliquei que estava em busca de uma oportunidade e apresentei uma pasta com meus trabalhos. Com ar displicente, ele passou os olhos em apenas dois ou três desenhos. A única coisa que disse, com ar meio professoral, meio zombeteiro, foi isto:
    – Desista, menino. Desenho não dá dinheiro nem futuro para ninguém. Vá fazer outra coisa da vida.
    Desde muito cedo, eu sonhava em ser desenhista de histórias em quadrinhos, mas tudo jogava contra. O Brasil não tinha tradição nessa área, as tiras de sucesso eram basicamente estrangeiras. Além disso, padres e educadores acreditavam que gibis eram uma ameaça para os jovens. Achavam que as crianças, por lerem histórias de crime e suspense, se tornariam psicopatas e assassinas. Se dependesse dos críticos, os gibis seriam riscados do mapa.
    Mas eu nem desconfiava desse cenário. Só queria desenhar. Então como aquele cara podia decretar o fim do meu sonho dizendo que era impossível viver de desenho?!
    A história do mundo está cheia de “nãos” que podiam fazer sentido para quem os disse, mas que depois se revelaram estupendas bolas fora. A gravadora Decca recusou os Beatles por julgar que eles nunca teriam futuro na música. Criadora do bruxo Harry Potter, J. K. Rowling levou mais de 10 nãos antes de encontrar a editora que publicaria seu primeiro livro. Walt Disney foi demitido de um jornal sob a alegação de ter pouca imaginação e nenhuma ideia original.
    Em 1954, meus sonhos eram feitos basicamente de esperança. Aquele “Desista, menino”, que ouvi há mais de 60 anos, se tornou uma espécie de pedra fundamental que usei como base para construir o futuro. Em vez de derrubar o sonho, aquilo o reforçou. Por índole ou formação, a palavra “impossível” não constava do meu dicionário.

(Mauricio de Sousa. Mauricio – a história que não está no gibi – em depoimento a Luis Colombini. Rio de Janeiro: Primeira Pessoa, 2017. Adaptado)
No que respeita à regência segundo a norma-padrão da língua, a expressão acompanhada de um substituto correto, entre colchetes, está destacada em negrito em:
Alternativas
Q1360450 Português
Cirurgia pioneira no cérebro dá sons e voz a menina 100%
surda

     “Ouvimos (dos médicos) que nem se colocássemos uma bomba atrás da orelha dela ela escutaria a detonação”, conta o pai de Leia, Bob, lembrando-se do momento em que descobriu que sua filha bebê tinha um tipo raro de surdez profunda.
     Leia não tinha o nervo auditivo, o que significa que nem mesmo aparelhos auditivos ou implantes cocleares poderiam ajudá-la. Eram poucas as perspectivas de que Leia aprendesse a falar.
    Diante desse quadro, os pais de Leia brigaram para que ela fosse uma das primeiras crianças britânicas a serem submetidas ___ uma cirurgia cerebral - ainda arriscada -, para a colocação de um implante auditivo no tronco encefálico.
    Bob conta que foi muito difícil a decisão de submeter a filha à cirurgia, mas que ele e a mulher Alison queriam “dar à Leia a melhor oportunidade na vida”. O casal esperava que a cirurgia permitisse à menina passar ___ escutar carros buzinando quando ela atravessasse a rua - para que pudesse, enfim, se locomover fora de casa com mais segurança.
    Mas, nos cinco anos passados desde o procedimento, o progresso de Leia superou muito essas expectativas iniciais. Começou devagar, pouco depois da cirurgia, com Leia reagindo a sons como o das portas do metrô. Aos poucos, ela passou a entender o conceito de som ___ medida que seus pais repetiam palavras e pediam que ela os imitasse. Hoje, após anos de fonoaudiologia e outras terapias, ela consegue falar frases completas, cantar músicas e escutar conversas no telefone.
     A cirurgia pela qual Leia passou é pioneira e envolve inserir um aparelho diretamente no cérebro, para estimular os canais auditivos em crianças nascidas sem os nervos específicos.
   Um microfone e um processador de som acoplados ao lado da cabeça transmitem o som ao implante. Esse estímulo elétrico é capaz de prover sensações auditivas, mas nem sempre consegue restaurar uma audição normal.
     No entanto, o otologista Dan Jiang, diretor clínico do Centro de Implantes Auditivos do Guy’s and St Thomas’ NHS Foundation Trust, explica que algumas crianças, como Leia, conseguem desenvolver a fala.
   “Os resultados variam muito. Alguns pacientes se saem melhor do que outros”, diz. “Exige adaptação, e crianças pequenas se adaptam melhor, então gostamos de inserir o implante o mais cedo possível”.
    “Crianças com menos de cinco anos têm mais facilidade em aprender novos conceitos de som e respondem bem a terapias intensivas”, ele agrega.

https://www.bbc.com... - adaptado.
Em “A cirurgia pela qual Leia passou é pioneira” (sexto parágrafo do texto 1), o termo sublinhado poderia ser substituído, sem incorreção ou alteração de sentido, por:
Alternativas
Ano: 2004 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Prefeitura de Boa Vista - RR Provas: CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico - Infectologista | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico - Dermatologia | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico - Ginecologista e Obstetra | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico - Oftalmologia | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico - Urologia | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Administrador | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Administrador Hospitalar | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Analista - Comunicação Social | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Analista de Nível Superior | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Analista de Sistemas | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Analista - Turismo | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Analista Jurídico | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Arquiteto | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Antropólogo | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Bibliotecário Documentalista | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Fisioterapeuta | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Assistente Social | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Biólogo | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico - Gastroenterologia | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico - Nefrologia Pediátrica | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico - Pediatria | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Auditor Fiscal do Município | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Contador | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Psicólogo | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico - Radiologista | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Cirurgião Dentista | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico - Ortopedista | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico - Anestesiologia | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Inspetor Sanitário | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Engenheiro Agrônomo | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Economista | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico - Clínico Geral | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Geólogo | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Enfermeiro | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Biomédico | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Engenheiro Civil | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Engenheiro Eletricista | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico - Cardiologia | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Engenheiro Florestal | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Engenheiro Mecânico | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Farmacêutico | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Fonoaudiólogo | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Secretário Executivo |
Q1356608 Português

Julgue os fragmentos de texto no item subseqüente quanto à grafia, à pontuação, à regência e ao emprego do sinal indicativo de crase.


Às vezes, o significado decorre de fatores sociais sutis, conforme se verifica, por exemplo, no uso da palavra “progresso” no discurso de um executivo e no uso da mesma palavra em uma publicação de um grupo radical de defesa do meio ambiente.

Alternativas
Ano: 2004 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Prefeitura de Boa Vista - RR Provas: CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico - Infectologista | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico - Dermatologia | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico - Ginecologista e Obstetra | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico - Oftalmologia | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico - Urologia | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Administrador | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Administrador Hospitalar | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Analista - Comunicação Social | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Analista de Nível Superior | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Analista de Sistemas | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Analista - Turismo | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Analista Jurídico | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Arquiteto | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Antropólogo | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Bibliotecário Documentalista | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Fisioterapeuta | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Assistente Social | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Biólogo | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico - Gastroenterologia | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico - Nefrologia Pediátrica | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico - Pediatria | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Auditor Fiscal do Município | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Contador | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Psicólogo | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico - Radiologista | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Cirurgião Dentista | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico - Ortopedista | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico - Anestesiologia | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Inspetor Sanitário | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Engenheiro Agrônomo | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Economista | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico - Clínico Geral | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Geólogo | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Enfermeiro | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Biomédico | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Engenheiro Civil | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Engenheiro Eletricista | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico - Cardiologia | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Engenheiro Florestal | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Engenheiro Mecânico | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Farmacêutico | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Fonoaudiólogo | CESPE / CEBRASPE - 2004 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Secretário Executivo |
Q1356607 Português

Julgue os fragmentos de texto no item subseqüente quanto à grafia, à pontuação, à regência e ao emprego do sinal indicativo de crase.


As melhores palavras são as mais eficazes, e não as mais pomposas; há não ser nos discursos prolixos e demagógicos, cujo exagero verbal procura encobrir a pobreza do conteúdo.

Alternativas
Q1356217 Português

Um pouco de gentileza

    Pessoas bem educadas pedem “por favor”. A ideia prática por trás da polidez sempre foi esta: se você pede com bons modos, tem mais chance de conseguir o que quer. Funcionava.

    Em algum momento, que não consigo localizar no tempo exato da minha vivência, mas calculo que tenha sido pela metade dos anos 1960, o desrespeito, e logo a grosseria, e daí a pouco a arrogância, e já, já a truculência, contrabandeados para a vida civil e aprendidos em culturas de fora, instalaram-se nos modos do morador civilizado das nossas cidades, aquele que dava lugar no bonde às senhoras e aos mais velhos, dizia “bom dia” aos que passavam, pedia licença, não economizava o “por favor”, deixava entrar primeiro as damas, abria a porta do carro para a namorada, e tantas gentilezas extintas ou em extinção.

    Noto, circulando pela cidade, que há sinais de amabilidade por aí, uma cordialidade escrita. Pedidos e avisos delicados, dirigidos aos cidadãos passantes. Pode ser uma retomada, por que não?

    Uma placa bem no centro do muro do estacionamento de uma farmácia na Pompeia: “Este estabelecimento cuida da sua saúde, portanto o aspecto de limpeza é muito importante. Por favor, não piche. Contamos com a sua colaboração”. O muro tem estado limpo de rabiscos nestes dois anos em que venho andando por lá a caminho da hidroginástica.

    Há quem junte humor e ironia ao pedido, sem perder a delicadeza. Em uma aréola na Pompeia (Sabem o que é uma aréola? Pois aprendi que o pequeno ajardinado que circula o pé das árvores nas calçadas se chama aréola. Quem terá posto nome tão delicado quanto apropriado ao jardinzinho?), então, eu dizia, em uma aréola na Pompeia, encontro fincada uma plaquinha com os dizeres: “Senhor Cão, favor não fazer suas necessidades neste local”.

    Bem perto dali, em um ajardinado que contorna um poste, fincaram um repique* com nova dose de humor: “Senhor Cão, favor não deixar seu dono fazer xixi aqui”.

    Quem mora perto de boteco, sabe que não é fácil a convivência. Reclamações resultam inúteis. Quando a iniciativa de serenar os alegrados fregueses parte dos donos, e num tom amável, o resultado é melhor. Está dando certo em um boteco de Belo Horizonte, onde se lê: “Pedimos a colaboração dos frequentadores quanto às palmas, à cantoria etc. para não termos problemas com a vizinhança”.

    Em um posto de gasolina no Pari: “Senhor ladrão, favor passar outra hora. Seu colega já levou tudo”. Será que adianta? Até quem tem mais de 100 anos e boa memória se lembra do aviso nas casas do pequeno comércio de bairro: “Fiado, só amanhã”. Achávamos graça nessa habilidade com as palavras.

    Até nas estradas, lugar de bravatas e desafios, encontro pacíficos. Em um automóvel em Itaboraí, no Rio de Janeiro: “Calma... Eu sou 1000 e ando a gás...”.

(http://vejasp.abril.com.br/materia/ivan-angelo-um-pouco-degentileza-cronica. Publicado em 12.02.2016. Adaptado)

*repique: advertência, aviso

Considere as frases elaboradas a partir do texto.

•  O muro, em defesa ___________ qual a farmácia pôs a placa, tem permanecido sem pichações.

•  A agitação e o barulho dos bares, _____________ os quais muitos moradores se indispõem, podem ser minimizados pelos frequentadores.

•  Os clientes ____________ quem os proprietários do boteco em Belo Horizonte solicitaram colaboração têm correspondido.

De acordo com a regência verbal e nominal estabelecida pela norma-padrão, as lacunas das frases devem ser preenchidas, respectivamente, por

Alternativas
Q1355097 Português

Os descaminhos do lixo


    Segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos 2018/2019, produzido pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe), em 2018 foram gerados no Brasil 79 milhões de toneladas de resíduos. Desse total, 92% foram coletados. Isso significa uma pequena melhora em relação ao ano anterior, já que, se a produção de lixo aumentou 1%, a coleta aumentou 1,66%. Essa expansão foi comum a todas as regiões, com exceção do Nordeste. Dos resíduos coletados em 2018, 59,5% receberam destinação adequada nos aterros sanitários, uma melhora de 2,4% em relação a 2017.

    Mas esses relativos avanços não deveriam disfarçar a precariedade crônica do setor. A média nacional é bastante inferior à dos países na mesma faixa de renda, onde 70% do lixo recebe a destinação correta. Em 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos estabeleceu que até agosto de 2014 o País deveria estar livre dos lixões. Mas, hoje, cerca de 8% do lixo produzido no Brasil (6,3 milhões de toneladas) ainda não é sequer coletado e 40% do lixo que é coletado é descarregado em lixões ou aterros que não contam com medidas necessárias para garantir a integridade do meio ambiente e a da população local. Esta é a realidade em cerca de 3000 dos mais de 5500 municípios do País.

(https://opiniao.estadao.com.br. Adaptado)

Assinale a alternativa em que o enunciado atende à norma-padrão de concordância verbal e de regência nominal.
Alternativas
Q1355039 Português

Descanso ensurdecedor

    Uma explicação evolucionista para a qualidade contagiosa dos bocejos reza que eles servem para sincronizar o ciclo de sono e vigília em grupos humanos, desde o tempo das cavernas. Numa cidade de 12 milhões de habitantes, há muito isso se tornou impossível.

    Nessa megamultidão sempre haverá notívagos e madrugadores, os que podem dispor da noite para divertir-se e os que precisam padecer horas a fio em meios de transporte para chegar ao trabalho.

    Sem chance de coordenar suas atividades, resta torná­-las compatíveis por meio de regras de convivência, e compete ao poder público garantir seu cumprimento.

    Dormir bem, afinal, constitui direito do cidadão. O sono é imprescindível para recuperar o corpo de fadigas e até para a mente fixar coisas aprendidas durante o dia, mas quem consegue adormecer e descansar na metrópole barulhenta?

    Poucos saberão, mas vigora em território paulistano uma norma que estipula o máximo de 60-65 decibéis de ruído no período diurno e 50-55 no noturno, a depender da classificação urbana da área.

    O limiar legal para a madrugada fica pouco acima do volume recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), 40 decibéis, o equivalente a uma conversa em voz baixa.

    A iniciativa Mapa do Ruído, por exemplo, já mediu 92 decibéis em ruas do Brás. O munícipe conta com um serviço de denúncias e reclamações da prefeitura, pelo telefone 156, mas as 440 multas aplicadas neste ano pelo programa Psiu não parecem surtir muito efeito.

    Considere-se o bairro de Santa Cecília, primeiro no ranking das queixas. Só em 2019 acumularam-se 595 reclamações. As próximas vítimas do descaso ensurdecedor são os moradores de Pinheiros, que fizeram 511 denúncias neste ano.

    A gastronomia e a vida noturna de São Paulo constituem um patrimônio cultural da metrópole, não se discute. Há que fiscalizar e punir com mais rigor, no entanto, quem as utiliza como álibi para perturbar o sono alheio.

(Editorial. Folha de S.Paulo, 27.11.2019. Adaptado)

Assinale a alternativa que atende à norma-padrão de regência e de emprego de pronome relativo.
Alternativas
Q1355035 Português

Descanso ensurdecedor

    Uma explicação evolucionista para a qualidade contagiosa dos bocejos reza que eles servem para sincronizar o ciclo de sono e vigília em grupos humanos, desde o tempo das cavernas. Numa cidade de 12 milhões de habitantes, há muito isso se tornou impossível.

    Nessa megamultidão sempre haverá notívagos e madrugadores, os que podem dispor da noite para divertir-se e os que precisam padecer horas a fio em meios de transporte para chegar ao trabalho.

    Sem chance de coordenar suas atividades, resta torná­-las compatíveis por meio de regras de convivência, e compete ao poder público garantir seu cumprimento.

    Dormir bem, afinal, constitui direito do cidadão. O sono é imprescindível para recuperar o corpo de fadigas e até para a mente fixar coisas aprendidas durante o dia, mas quem consegue adormecer e descansar na metrópole barulhenta?

    Poucos saberão, mas vigora em território paulistano uma norma que estipula o máximo de 60-65 decibéis de ruído no período diurno e 50-55 no noturno, a depender da classificação urbana da área.

    O limiar legal para a madrugada fica pouco acima do volume recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), 40 decibéis, o equivalente a uma conversa em voz baixa.

    A iniciativa Mapa do Ruído, por exemplo, já mediu 92 decibéis em ruas do Brás. O munícipe conta com um serviço de denúncias e reclamações da prefeitura, pelo telefone 156, mas as 440 multas aplicadas neste ano pelo programa Psiu não parecem surtir muito efeito.

    Considere-se o bairro de Santa Cecília, primeiro no ranking das queixas. Só em 2019 acumularam-se 595 reclamações. As próximas vítimas do descaso ensurdecedor são os moradores de Pinheiros, que fizeram 511 denúncias neste ano.

    A gastronomia e a vida noturna de São Paulo constituem um patrimônio cultural da metrópole, não se discute. Há que fiscalizar e punir com mais rigor, no entanto, quem as utiliza como álibi para perturbar o sono alheio.

(Editorial. Folha de S.Paulo, 27.11.2019. Adaptado)

Em conformidade com os sentidos do texto e com a norma-padrão, o último parágrafo pode ser finalizado com a frase:
Alternativas
Q1353759 Português
Texto para a questão

RITALINA, UMA PERIGOSA "FACILIDADE" PARA OS PAIS
por Ingrid Matuoka

A busca por soluções fáceis, o diagnóstico equivocado e a incompreensão dos pais acerca da agitação natural das crianças elevaram o Brasil ao posto de segundo maior consumidor de Ritalina do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos.
O dado, do Instituto Brasileiro de Defesa dos Usuários de Medicamentos, é alarmante. Ritalina é o nome comercial do metilfenidato, medicação que promete tratar o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, ou TDAH, e os principais consumidores da droga tarja preta são crianças e adolescentes.
Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), de 8% a 12% das crianças no mundo foram diagnosticadas com TDAH, e a suspeita dos pais de que os filhos tenham o transtorno é o principal motivo que os leva aos médicos. Em 2010 foram vendidas 2,1 milhões de caixas de metilfenidato. Em 2013, foram 2,6 milhões.
Para conversar sobre o uso indiscriminado de Ritalina e suas consequências, CartaCapital entrevistou Wagner Ranña, médico psiquiatra com experiência em saúde mental da infância e docente do Sedes Sapietiae, um instituto dedicado à saúde mental, à educação e à filosofia.
CARTACAPITAL: O Brasil é o segundo maior consumidor de Ritalina do mundo. A que se deve isso?
WAGNER RANÑA: No Brasil, a rede voltada para assistência aos problemas de saúde mental da criança e do adolescente é muito precária - o que não é privilégio do Brasil, este problema afeta quase todos os países. As crianças com dificuldades de comportamento, agitadas e irrequietas são vistas como doentes pelos profissionais da psiquiatria biológica e da neurociência, e então eles receitam remédios. Como consequência, temos um número elevadíssimo de crianças recebendo medicação, mas sem se discutir se ela é mesmo necessária ou se é a melhor forma de cuidado.
Na visão do nosso grupo de trabalho no Sedes Sapientiae, que tem um histórico no cuidado com a saúde mental da criança, é preciso tentar entender o sofrimento psíquico e os problemas de comportamento. E não ver isso de pronto como um problema, porque a maioria são só crianças agitadas. E, no mundo da rapidez, ironicamente, elas são colocadas como doentes. Estamos desperdiçando jovens que poderiam ser sujeitos muito ágeis, como atletas e músicos.
CC: Há efeitos colaterais no uso do remédio?
WR: Além de causar dependência, a Ritalina provoca muitos outros efeitos colaterais: as crianças emagrecem, têm insônia, podem ter dor de cabeça e enurese [incontinência urinária]. E, apesar de sua fama, não tenho uma experiência de eficácia da droga, mesmo em casos em que ela deveria ser usada. Percebo que o trabalho de terapia, de orientação e cuidado real com a criança dá muito mais resultado.
Começamos a passar para a criança a cultura de que um comprimido resolve tudo na vida, de que não existe mais solução pelo pensamento, pela conversa, pelo afeto e pela compreensão. O mundo todo é agitado, as pessoas são desatenciosas umas com as outras, e as crianças é que acabam tachadas de hiperativas.
Outra coisa, as crianças falam assim para mim: “eu sou um TDAH” ou “eu sou o da Ritalina”. Elas se colocam nesse lugar de alguém doente, com um déficit. A vida deles vira isso.
Tratar com drogas as crianças agitadas ou com dificuldade de aprendizagem é deixar de questionar o método de ensino, o consenso da escola, e a subjetividade da criança diante do aprendizado. É uma atitude muito imediatista.
CC: E quais são as alternativas ao tratamento com a droga?
WR: Tenho visto muitas crianças que, por trás da agitação, estão submetidas a uma violência, um abuso, ou a uma situação psicopedagógica não adequada. Colocar tudo como sendo um problema do cérebro da criança é muito antiético, é não levar em conta sofrimentos e as necessidades que ela está expressando.
Por exemplo, outro dia atendi uma menina que a mãe dizia ser hiperativa e precisava de Ritalina. Em cinco minutos de conversa descobri que ela tinha vivido uma situação em que o pai tentou matar a mãe. Essa criança estava angustiada, não era hiperatividade.
É claro que cada caso é um caso, há crianças realmente hiperativas e que precisam de um cuidado. Ainda assim existem muitas medicadas de maneira incorreta. E estamos vivendo uma epidemia de transtornos, ou supostos transtornos. Então além dessa medicalização excessiva, há uma falta de projetos terapêuticos para o sofrimento psíquico na infância, que é grande. Isso facilita a medicalização da infância, pois sem equipes treinadas é mais fácil só dar o remédio.
CC: Há quem exagere ou finja sintomas para conseguir a receita?
WR: Sou totalmente contrário o uso de questionários com pontos para o diagnóstico de sofrimento psíquicos [como fazem muitos psiquiatras]. Isso não é ver a criança eticamente. E os adolescentes podem fingir mesmo, porque querem tomar Ritalina para ter um bom desempenho na prova, ter mais energia para estudar.
A Ritalina é uma anfetamina associada a drogas com ação na atividade cerebral. A cocaína e as anfetaminas são consumidas por atletas que querem mais rapidez, pelos executivos que querem ficar acordados para trabalhar mais, pelos motoristas que querem fazer uma viagem e não dormir. É um verdadeiro doping.
In: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/ritalina-uma-perigosa-facilidade-para-pais8006.html
Na passagem “Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), de 8% a 12% das crianças no mundo foram diagnosticadas com TDAH, e a suspeita dos pais de que os filhos tenham o transtorno é o principal motivo que os leva aos médicos”, se os termos em destaque fossem substituídos, respectivamente, por sofram e por consultas com médicos especializados, o fragmento ficaria corretamente reescrito, considerando a gramática padrão, da seguinte forma:
Alternativas
Q1348373 Português
Ainda sobre a regência verbal:
I – Os cargos ____________ aspiro ainda exigem muito mais estudo. II – Alguns alunos não se lembraram ___________ precisavam trazer um litro de leite como ingresso para o aulão solidário. III – Não consigo acreditar _____________ esqueci a data de inscrição para acesso à universidade via Histórico Escolar. IV – O hotel ____________ pretendo me hospedar na virada do ano fica bem no centro de Blumenau.

Para completar as lacunas e as regências dos verbos acima, é correto o que se apresenta na alternativa:
Alternativas
Q1348270 Português

Leia a tirinha e responda à questão.


Leia a tirinha e responda à questão.

Imagem associada para resolução da questão

Assinale a alternativa em que a frase mantém o sentido do texto e está escrita de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa.

Alternativas
Q1345855 Português

Leia o texto a seguir:

A CEBOLA

PEGUE UMA cebola e corte ao meio. Então olhe bem para ela com olhos de criança. Se você não sabe o que é o olhar de uma criança, leia o poeta Alberto Caeiro para aprender...

Uma paciente minha, dos tempos em que eu exercia a psicanálise, olhou com olhos de criança para uma cebola cortada ao meio e ficou tão espantada com o que viu que pensou que estava ficando louca. 

Uma cebola cortada é mesmo um espanto. Pablo Neruda, olhando para uma cebola, escreveu: "Rosa de água com escamas de cristal...".

Agora, figure que uma cebola cortada é um modelo do mundo. Bem no centro, lá onde o primeiro anel é tão pequeno que não chegou a ser anel, ponha uma criança. Imagine que os anéis são os mundos que ela precisa conhecer para viver.

Mas não é possível comer o que está longe. Não é possível pular anéis. Só se pode comer o quarto anel depois que se comeu o primeiro, o segundo e o terceiro anéis.

A cebola cortada me sugeriu a forma como o primeiro currículo deveria ser organizado: como os anéis de uma cebola, na ordem certa. O que estaria contido no primeiro anel? A resposta é fácil: o primeiro anel que abraça a criança é a sua casa.

Não fui ousado ao ponto de sugerir a construção de uma casa de tijolo e cimento. Mas é a imaginação que faz o que não existe existir! Pensei que a casa onde uma criança mora, o primeiro anel da sua cebola, é um universo imenso, cheio de provocações ao conhecimento. Primeiro, a casa como objeto matemático: ângulos, triângulos, linhas horizontais, verticais e paralelas, proporções e simetrias.

Depois, como objeto da física: a composição de forças no travamento do telhado, o prumo, o nível, as caixas de ferramentas, o martelo, o serrote, a pua, a física dos materiais, a madeira, o vidro, a cerâmica, o plástico, a eletricidade que esquenta e que esfria, a eletricidade que faz girar, que ilumina e produz música.

Esse laboratório de química chamado cozinha: o fogo, os alimentos, os temperos.

O mundo das coisas vivas: as baratas, as traças, os tatuzinhos, os piolhos, os pássaros, as aranhas, os cachorros, os gatos, os peixes, os pernilongos, os mosquitos da dengue, os caramujos.

O mundo das doenças e da saúde. Os primeiros-socorros. O lixo, as privadas... Ouse imaginar quantas toneladas de cocô por ano os humanos colocam na nossa Terra...

E, ao tomar o seu branco e puro leitinho, imagine quantas toneladas de bosta de vaca e quantos metros cúbicos de gases fétidos são lançados na atmosfera diariamente pelos bovinos inocentes.

O mundo da cultura: as revistas, os livros, a televisão, o jardim, os quadros.

Gostaria de conhecer a casa em que moro, mas não conheço. Aperto uma infinidade de botões que fazem as coisas acontecerem, mas não sei por que elas acontecem, e, quando não acontecem, fico perdido e tenho de chamar um técnico.

Pensei que as crianças gostariam da ideia assim como eu gostei. Aprendendo sobre a casa aprendemos sobre o mundo todo. Pois o mundo todo é a grande casa em que moramos, o último anel da cebola...


Fonte: ALVES, Rubem, Folha de São Paulo

Disponível em:<http://www.institutorubemalves.org.br/rubem-alves/carpe-diem/cronicas/a-cebola/>  Acesso em:

18 maio 2018

Assinale a opção que completa adequadamente os espaços pontilhados: Duvidar de minhas teorias é um direito que ...... assiste e ......... não se deve abrir mão.
Alternativas
Q1344982 Português

Imagem associada para resolução da questão

Das alternativas abaixo, apenas uma, apresenta a mesma transitividade do verbo mencionado acima.

Alternativas
Q1335568 Português

Texto para responder à questão.


Barbara


        Tinha um medo terrível do mundo lá fora. Meu quarto era o único lugar seguro do mundo - e ainda assim não punha minha mão no fogo quanto ao interior dos armários. Dormir na casa de um amigo, para mim, equivalia a conhecer a Coréia do Norte. Acordava no meio da noite aos prantos e ligava pros meus pais virem me buscar. Durante anos tive pesadelos por causa da capa de um VHS de terror - sim, só vi a capa. Me afastei de um amigo por causa de um adesivo que ele tinha no caderno -um a caveira sangrando. Não podia ver esse amigo que o adesivo me vinha à mente e eu começava a tremer e chorar. Sim, eu tinha problemas sérios. E não vou dizer quantos anos eu tinha. Só vou dizer que era uma idade em que tudo isso já era bastante constrangedor.

        Minha irmã Barbara tinha três anos de idade quando chegou em casa da escola e começou a fazer as malas. "Aonde você pensa que vai?" - minha mãe perguntou. "Vou passar o fim de semana com o Yannick na praça seca". Minha mãe, que nunca tinha ouvido falar no Yannick ou na praça seca, achou que a filha estivesse delirando até que, poucas horas depois, o próprio Yannick, um rapaz mais velho, de quatro anos de idade, toca a campainha, acompanhado dos pais: "Vim buscar a Barbara, a gente combinou de ir à Praça Seca". Lembro de observar a picape indo embora com minha irmã na caçamba como quem se despede para sempre. "O mundo lá fora vai te trucidar!" eu dizia com os olhos, "Ainda dá tempo de desistir!", mas ela nem sequer olhava pra trás. Apostei com a minha mãe: "Não dou meia hora pra ela ligar chorando". Barbara não ligou em meia hora, nem em 24, nem em 48. Só reapareceu no domingo, com a mochila cheia de goiabas que ela mesma tinha catado. Alguns arranhões, nada mais. Se hoje não tenho muito medo de sair de casa - só tenho um pouco - é porque vi a Barbara sobrevivendo.

         Aos 17 anos, Barbara foi morar sozinha em outro continente. Achei que ela fosse ligar chorando na primeira noite. Não ligou. Aos 28, já se formou, escreveu peça, foi à China, fala cinco línguas e acorda às sete pra correr na praia com o namorado.

        Nesse sábado, os dois vão se casar. Isso, casar. Tentei explicar que casar hoje em dia é tão obsoleto quanto abrir uma vídeo locadora. "Barbara, você sabe o que te espera? Você sabia que todo casamento acaba em divórcio ou em morte? Ainda dá tempo de desistir." Na caçamba da picape, ela não olha pra trás. Minha irmã mais nova me ensina diariamente a não ter medo do mundo.

DUVIVIER, Gregório. Barbara. Folha de S. Paulo, Folhapress, 27 jun. 2016.Disponível em http://www1.folha.uol.com.br./colunas/ gregorioduvivier/2016/06/1785988-barbara.shtml 

Sobre os elementos “Minha irmã Barbara tinha três anos de idade quando chegou em casa da escola e começou a fazer as malas”, leia as afirmativas.


1. O autor deveria ter colocado vírgulas antes e depois de “quando chegou em casa da escola”.

2. MINHA é um pronome substantivo possessivo.

3. Há uma impropriedade no uso da sintaxe de regência no segmento CHEGOU EM CASA.


Está correto o que se afirma apenas em:

Alternativas
Q1326567 Português

INSTRUÇÃO: O trecho a seguir traz os dois primeiros parágrafos do artigo de J. R. Guzzo, colunista da revista Veja, intitulado Artigo de imitação. Leia o trecho e responda à questão.


A democracia no Brasil lembra uma dessas fotografias antigas de reis africanos que de vez em quando ilustram livros de história. Muitos deles, ouvindo oficiais do Império Britânico ou outros figurões europeus da época colonial que lhes davam lições de civilização, progresso e bons modos, parecem encantados. Acreditavam, como lhes era dito, que a Europa e as coisas europeias representavam o máximo a ser sonhado por um ser humano – e em geral chegavam à conclusão de que teriam muito a ganhar transformando a si próprios em soberanos civilizados o mais depressa possível. O meio prático de fazer isso, em sua maneira de ver as coisas, era imitar os trajes, jeitos e enfeites dos peixes graúdos que lhes falavam das maravilhas da rainha Vitória ou do imperador Napoleão III. Que atalho melhor para atingir esse estágio superior na evolução das sociedades humanas? O resultado aparece nas fotografias. As mais clássicas mostram uns negros magros, ou gordíssimos, com uma cartola de segunda mão na cabeça, ou um desses capacetes de caçador inglês, calças rasgadas aqui e ali, pés descalços – ou calçados com uma bota só, velha e sem graxa. Uns aparecem com casacas usadas, uma fileira de medalhas no peito e três ou quatro relógios saindo dos bolsos. Outros fazem questão de exibir-se para a câmera segurando um guarda-chuva aberto. É triste. Imaginavam-se nobres, modernos e iguais aos seus pares europeus. Eram apenas uns pobres coitados.

O problema é que nada tinha mudado na vida real. Junto com as novas roupas e os acessórios, as fotos mostram que os retratados conservavam, como sempre, seus colares com ossos, pulseiras de metal e argolas nas orelhas ou no nariz – e a história iria provar com fatos, em seguida, quanto foi inútil todo esse esforço de imitação. Das nações mais evoluídas, suas majestades copiavam os trajes. Não aprenderam as virtudes. Continuaram desgraçando a si e a seu país enquanto eram roubados até o último papagaio pelos que vieram ensiná-los a ter valores cristãos, avançados e democráticos.

(Revista Veja, ed. 2542.) 

Tome o fragmento: Muitos deles, ouvindo oficiais do Império Britânico ou outros figurões europeus da época colonial que lhes davam lições de civilização, progresso e bons modos, parecem encantados. Acreditavam, como lhes era dito, que a Europa e as coisas europeias representavam o máximo a ser sonhado por um ser humano – e em geral chegavam à conclusão de que teriam muito a ganhar transformando a si próprios em soberanos civilizados o mais depressa possível.
Sobre recursos expressivos usados, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) A expressão Muitos deles, formada por pronome indefinido + pronome pessoal preposicionado, retoma o sentido de reis africanos, na primeira linha do texto. ( ) O pronome oblíquo lhes, nas duas ocorrências, funciona como elemento coesivo referencial anafórico. ( ) Em si próprios, o adjetivo funciona como reforço à ação reflexiva expressa pelo pronome. ( ) Em chegavam à conclusão de que teriam muito a ganhar, o uso da preposição de deve-se à regência do verbo chegar. ( ) A forma verbal parecem no presente e a forma verbal acreditavam no pretérito imperfeito, ambas referindo-se a reis africanos, marcam falta de coerência textual por não estarem no mesmo tempo verbal.
Assinale a sequência correta.
Alternativas
Q1318334 Português

Leia o texto para responder à questão.


Apostas contra depressão e fobias


    A realidade virtual, conhecida pelo uso na indústria de games, tem sido cada vez mais utilizada para recriar situações de trauma ou medo e, assim, permitir que o paciente seja exposto a uma situação de risco, de forma controlada e com auxílio profissional. Medo de avião, pavor de aranhas ou insetos e fobia de lugares fechados são alguns dos problemas na mira.

    Para isso, programadores de games têm sido contratados por médicos e psicólogos para criar os cenários para pacientes interagirem com as situações que os aterrorizam.

    Em clínica especializada em realidade virtual, em São Paulo, uma equipe de programadores trabalhou, com detalhamento impressionante, nas versões mais recentes das experiências de imersão. No cenário de fobia de aranha, o paciente não só observa o comportamento do animal como pode interagir usando as próprias mãos, inseridas no cenário por meio de um sensor. No cenário da fobia de avião, a imersão é ainda maior. Além dos óculos de realidade virtual, há duas poltronas de avião posicionadas sobre uma plataforma móvel que simula os vários momentos – decolagem, pouso e turbulências.

    Antes mesmo de “entrar” na aeronave, o paciente em tratamento passa, dentro da experiência de realidade virtual, por check-in, raios X e fila de embarque. Em todas as situações, ele tem os batimentos cardíacos e a respiração monitorados constantemente pela equipe de psicólogos.

    Segundo o psicólogo Cristiano Nabuco, professor do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP) e chefe da clínica, a abordagem é eficaz visto que trabalha três dimensões: pensamento, emoção e comportamento. “Para quem tem medo de avião, não adianta você só trazer estatísticas.”

    O especialista explica que, ainda que o paciente tenha consciência de que aquela é uma simulação, o cérebro acaba “sendo enganado”.

    Já a realidade virtual aliada ao tratamento com choques elétricos tem sido estudada para casos como os de dependência química, manias e compulsões. O tratamento com choques elétricos no cérebro nada tem a ver com as terapias obsoletas praticadas nos antigos manicômios.

    Hoje, a corrente elétrica é usada em baixíssima intensidade, de forma não invasiva, para estimular ou inibir áreas do cérebro afetadas por alguns transtornos. Estudos publicados em renomadas revistas médicas já comprovaram a eficácia do tratamento para pacientes com depressão grave que não demonstravam uma boa resposta aos remédios. Nos últimos anos, a técnica começou a ser estudada também para condições de dependência química, autismo, transtorno obsessivo- -compulsivo e compulsão alimentar.

    Para os especialistas, evidentemente tanto a realidade virtual quanto a estimulação transcraniana são parte do tratamento e precisam ser associadas a psicoterapias e a medicações.

(Fabiana Cambricoli. O Estado de S. Paulo, 08.09.2019. Adaptado)

Os trechos destacados em – os cenários para pacientes interagirem com as situações que os aterrorizam (2o parágrafo) – e – o paciente tenha consciência de que aquela é uma simulação (6o parágrafo) – estão reescritos em conformidade com a regência verbal e nominal estabelecida pela norma-padrão na alternativa:
Alternativas
Ano: 2019 Banca: IF-SC Órgão: IF-SC Prova: IF-SC - 2019 - IF-SC - Nível Médio |
Q1317777 Português

Cientistas também lutam contra as notícias falsas

    Teorias da conspiração: o perigo destas teorias cientificamente invalidadas é que às vezes são aceitas por parte do grande público. A internet contribuiu também para propagar notícias científicas falsas, como dizer que a Terra é plana, que os americanos jamais pisaram na Lua e que o homem não é responsável pelas mudanças climáticas, alertam os cientistas. O perigo destas teorias cientificamente invalidadas é que às vezes são aceitas por parte do grande público, como acontece com as “fake news” em geral.

    Um estudo recente na França mostrou que 79% dos cidadãos acreditam em ao menos uma teoria da conspiração. Por exemplo, 16% pensam que o homem não chegou à Lua e 9% acham “possível” que nosso planeta seja plano. No âmbito climático, “enfrentamos uma vontade deliberada de manipular a opinião pública e os que decidem”, disse a climatologista ValérieMasson-Delmotte, convidada recentemente a participar de um colóquio em Paris. Aqueles que Masson-Delmotte, membro do grupo de especialistas da ONU sobre o clima (IPCC), chama de “comerciantes da dúvida” buscam essencialmente, segundo ela, limitar a regulação ambiental.

    Mas as motivações dos propagadores das notícias falsas não são só econômicas: podem ser religiosas, ideológicas ou às vezes mais pessoais, como a busca de visibilidade. Para o jornalista especializado Nicolas Chevassus-au-Louis, as notícias falsas, científicas ou não, “procedem de uma mesma retórica”: “Se começa suscitando uma dúvida. O método mais eficaz consiste em ressaltar as supostas incoerências da versão oficial, aferrar-se a um detalhe e insistir ao máximo sobre ele”, explica. Por exemplo, uma pergunta recorrente é: “Você não acha estranho que a Antártica não pareça estar derretendo?”. Depois se apresentam “versões alternativas”, como a ideia de que as mudanças climáticas poderíam estar ligadas à atividade solar e não à do homem, como foi estabelecido cientificamente. Com testemunhos de personalidades e publicações apresentadas como científicas, tenta-se convencer finalmente sobre a veracidade da versão alternativa, segundo Chevassus-au-Louis.

Fatos X opinião

    Discernir entre uma informação rigorosa e verificável e uma opinião pode ser, além disso, mais difícil para o público quando se trata de temas científicos. “Todos temos uma responsabilidade, o ensino, os meios, os pesquisadores e os organismos, por não termos conseguido mostrar essa diferença”, explica Masson-Delmotte. Paralelamente, os especialistas ressaltam que a ciência esbarra em outras dificuldades para chegar ao grande público. No ano passado, “33% dos artigos sobre clima na imprensa anglo-saxã mais populares na internet continham informações falsas”, embora não fossem mal intencionadas, afirma o climatologista Emmanuel Vincent. Masson-Delmotte explica que a internet aumentou a discrepância entre os ritmos da atualidade e o conhecimento científico. Por exemplo, quando vários furacões afetaram o Atlântico em setembro passado, os meios se perguntaram se estes fenômenos extremos estavam ligados ao aquecimento global, uma resposta impossível de se dar imediatamente, para os especialistas. Estes resultados científicos estiveram disponíveis vários meses depois, “mas só obtiveram um lugar muito limitado nos meios”, lamenta Masson-Delmotte.

Fonte: https://exame.abril.com.br/ciencia/cientistas-tambem-lutam-contra-as-noticias-falsas/. Acesso em: 23 abr. 2019. (adaptado).

Leia com atenção o excerto a seguir e assinale V para VERDADEIRO e F para FALSO:

Paralelamente, os especialistas ressaltam que a ciência esbarra em outras dificuldades para chegar ao grande público. No ano passado, “33% dos artigos sobre clima na imprensa anglo-saxã mais populares na internet continham informações falsas”, embora não fossem mal intencionadas, afirma o climatologista Emmanuel Vincent.

( ) “anglo-saxã” tem papel de substantivo na frase.

( ) “esbarrar” é um verbo transitivo direto.

( ) O verbo “continham” concorda com “informações falsas” e por isso está no plural.

( ) “Paralelamente” pertence à classe dos advérbios.

( ) “embora” pertence à classe das conjunções.

Assinale a alternativa CORRETA:

Alternativas
Q1317651 Português

Leia o texto para responder à questão.


Esforço integral


    Há consenso de que manter alunos por mais horas no colégio traz ganhos positivos. O tempo extra pode ser empregado para projetos interdisciplinares, aulas de reforço ou atendimento individual daqueles estudantes que se atrasam.

    O Plano Nacional de Educação prevê que pelo menos 25% dos estudantes tenham carga de sete horas diárias até 2024. No estado mais desenvolvido da Federação, a proporção se encontra em 6%.

    Preocupante é o efeito multiplicador da desigualdade em alguns locais. Se a introdução do sistema implica acabar com o período noturno, estudantes que precisam trabalhar se veem forçados a procurar outro estabelecimento, que pode ficar longe da moradia ou do emprego, favorecendo a evasão.

    Há que aprender com os percalços da experiência e, em particular, atentar para a implementação da medida onde ela foi bem-sucedida. Este seria o caso da rede estadual de ensino médio de Pernambuco, que alcançou a terceira posição no ranking de desempenho de alunos em provas padronizadas.

    O estado conta com 57% de matrículas em escolas de período integral no ensino médio. A introdução em larga escala, segundo a Secretaria de Educação, mostrou-se decisiva para evitar o surgimento de ilhas de excelência e privilégio.

    A adoção se fez de maneira paulatina, começando pela primeira série de uma nova turma. Isso evitou que estudantes empregados da segunda e da terceira série precisassem buscar outra escola.

    Cabe ao governo paulista corrigir o rumo do período integral. A resistência não se afigura insuperável, e o benefício esperado justifica o esforço adicional para prosseguir na direção correta.

(Editorial. Folha de S.Paulo, 31.10.2016. Adaptado)

Assinale a alternativa em que o enunciado está em conformidade com a norma-padrão de regência.
Alternativas
Q1317375 Português

Leia a crônica de Ivan Angelo para responder à questão.


Janelas e varandas


    Varandas e janelas podem ser um campo interessante para observação nas metrópoles. Contribuições pessoais de moradores para a decoração da cidade. Espaços de expressão. Vitrines individuais.

    É da sacada do prédio que o morador da metrópole confere a paisagem, o tempo e a vida lá fora. Janelas separam o íntimo e o público, mas algumas pessoas não se importam de botar no espaço público um pouco do que é do íntimo.

    Rede estendida já vi mais de uma vez, em exíguas varandas, uma até com um homem em descuidada sesta. Nostalgia do Nordeste? De algum sítio? De uma minivaranda da Bela Vista1 , moça sentada de toalha nos ombros nus sob um secador de cabelos daqueles de pé e capacete, lendo revista. Casa dela ou salão de beleza improvisado? Em uma janela que dá para o Minhocão2 , uma gaiola com passarinho. Ave presidiária, condenada à feiura e ao barulho humanos. Será que canta?

    Nesses espaços “públicos”, os ricos diferenciam-se principalmente pelas plantas, alguns com verdadeiras florestas. O povão ousa mais no pessoal. Como se fosse um quintal, lá põe rede, casa de cachorro, fogão quebrado, poleiro de papagaio, latão com planta, pendura bicicleta, monta churrasqueira...

    Mas, em certas ocasiões, como Natal e Copa do Mundo, todos se igualam e botam luzes piscantes ou bandeiras.

    É o que basta para pensarmos neles com uma distante camaradagem – oi, oi, estou aqui, sou um ser humano e cuido de um passarinho.


(VEJA SP, 05.10.2005. Adaptado)

1. Bela Vista: bairro paulistano.

2. Minhocão: famoso viaduto na cidade de São Paulo.

Considere as frases.

•  As varandas e janelas, ______ quais o cronista descreve, são vitrines do comportamento humano. •  O passarinho, ______ quem o dono submete ao barulho e à feiura, aparece na janela de um edifício no Minhocão.

Para que as frases elaboradas a partir do texto estejam de acordo com a norma-padrão, as lacunas devem ser preenchidas, respectivamente, por
Alternativas
Respostas
641: A
642: B
643: C
644: C
645: E
646: D
647: B
648: A
649: E
650: C
651: D
652: B
653: A
654: A
655: A
656: A
657: C
658: A
659: E
660: C