Questões de Concurso
Sobre regência em português
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Leia atentamente o texto abaixo para responder à questão.
Dor nas costas e má postura podem causar depressão
Sentar inadequadamente na cadeira do trabalho, dirigir por horas e horas, e dormir em diversas posições são atos que, além de problemas físicos, podem desencadear outras doenças.
Segundo pesquisadores da San Francisco State University, nos Estados Unidos, a má postura corporal piora o humor e pode até causar depressão.
Para melhorar a qualidade de vida, Artur Hashimoto, treinador máster do CORE 360°, explica que exercícios básicos do treinamento funcional são capazes de fortalecer os músculos e ainda melhorar a qualidade de vida dos praticantes. E tudo isso em 30 minutos diários de atividades feitas de maneira bem simples.
Um alongamento já é capaz de acordar o corpo e mantê-lo fortalecido para aguentar a rotina diária.
“Além de ser uma forma de corrigir a postura e fortalecer os músculos de forma equilibrada, o alongamento é um ótimo estimulador do cérebro, e o faz liberar hormônios de bem-estar, como a serotonina”, diz, acrescentando que “o alongamento melhora a flexibilidade muscular, proporcionando maior elasticidade e redução de lesões”. Além disso, alguns exercícios específicos de treinamento funcional são ótimos para uma postura melhor. No caso, apostar nas atividades de estabilização no chão, como ponte e prancha, pode ser uma ótima opção. Tanto a ponte quanto a prancha (em decúbito dorsal, ventral e lateral) fazem parte dos exercícios isométricos, posições que ajudam a ganhar força e diminuir a sobrecarga nas articulações. “Tudo é uma combinação de um trabalho de fortalecimento com alongamento”, afirma Artur. Outra recomendação do profissional é apostar na liberação miofascial, que funciona como uma massagem, com o objetivo de acabar com os encurtamentos musculares que causam problemas na postura e na qualidade dos movimentos. Essa terapia corporal é de fácil aplicação, e o melhor, consiste em um resultado imediato e pode ser feita com bolas e rolos de espuma.
http://www.educacaofisica.com.br/index.php/ciencia-ef/canaiscienciaef/fisiologia/24925-dor-nas-costas-e-ma-postura-podemcausar-depressao.
Adaptado.
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical na transcrição do texto.
Desde que(1) foi criado, em 2004, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) teve inegável efeito moralizador. Foi pelo combate às(2) práticas escusas e os(3) desvios éticos que o órgão se(4) tornou conhecido, mais que pela tentativa de racionalizar procedimentos administrativos e aumentar a eficiência da Justiça.
A Corregedoria do Conselho assumiu papel central, sobretudo a partir(5) de 2008, quando iniciou a rotina de inspecionar tribunais com indícios de problemas.
(Folha de S. Paulo, 6/9/2012)
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical inserido na transcrição do texto.
A existência de um grande número de candidaturas pendentes de julgamento às(1) vésperas da eleição gera(2) insegurança nos dois lados em que o voto está em questão. Da parte dos candidatos, obedecidos(3) o princípio da presunção de inocência até que a Justiça se pronuncie, criam-se(4) dificuldades de campanha; no que diz respeito aos eleitores, fica o receio de desperdiçar o voto sufragando(5) alguém que, vitorioso nas urnas, venha a ter sua eleição indeferida após o pleito.
(Adaptado de O Globo, Editorial, 7/9/2012)
São os meios de comunicação, em especial a
televisão, que divulgam, em escala mundial,
informações (fragmentadas) hoje tomadas como
conhecimento, construindo, desse modo, o mundo
que conhecemos. Trata-se, na verdade, de processo
metonímico – a parte escolhida para ser divulgada,
para ser conhecida, vale pelo todo. É como se “o
mundo todo” fosse constituído apenas por aqueles
fatos/notícias que chegam até nós.
Informação, porém, não é conhecimento, podendo até ser um passo importante. O conhecimento implica crítica. Ele se baseia na inter-relação e não na fragmentação. Todos temos observado que essa troca do conhecimento pela informação tem resultado na diminuição da criticidade.
O conhecimento é um processo que prevê a condição de reelaborar o que vem como um “dado”, possibilitando que não sejamos meros reprodutores; inclui a capacidade de elaborações novas, permitindo reconhecer, trazer à superfície o que ainda é virtual, o que, na sociedade, está ainda mal desenhado, com contornos borrados. Para tanto, o conhecimento prevê a construção de uma visão que totalize os fatos, inter-relacionando todas as esferas da sociedade, percebendo que o que está acontecendo em cada uma delas é resultado da dinâmica que faz com que todas interajam, de acordo com as possibilidades daquela formação social, naquele momento histórico; permite perceber, enfim, que os diversos fenômenos da vida social estabelecem suas relações tendo como referência a sociedade como um todo. Para tanto, podemos perceber, as informações – fragmentadas – não são suficientes.
Os meios de comunicação, sobretudo a televisão, ao produzirem essas informações, transformam em verdadeiros espetáculos os acontecimentos selecionados para se tornar notícias. Já na década de 1960, Guy Debord percebia “na vida contemporânea uma ‘sociedade de espetáculo’, em que a forma mais desenvolvida de mercadoria era antes a imagem que o produto material concreto”, e que “na segunda metade do século XX, a imagem substituiria a estrada de ferro e o automóvel como força motriz da economia”.
Por sua condição de “espetáculo”, parece que o mais importante na informação passa a ser aquilo que ela tem de atração, de entretenimento. Não podemos nos esquecer, porém, de que as coisas se passam desse modo exatamente para que o conhecimento – e, portanto, a crítica – da realidade fique bastante embaçada ou simplesmente não se dê.
O conhecimento continua a ser condição indispensável para a crítica. A informação, que parece ocupar o lugar desse conhecimento, tornou-se, ela própria, a base para a reprodução do sistema, uma mercadoria a mais em circulação nessa totalidade.
A confusão entre conhecimento e informação, entre totalidade e fragmentação, leva à concepção de que a informação veiculada pelos meios é suficiente para a formação do cidadão, de que há um pressuposto de interação entre os meios e os cidadãos e de que todas as vozes circulam igualmente na sociedade.
É a chamada posição liberal, a qual parece esquecer-se de que ideias, para circular, precisam de instrumentos, de suportes – rádio, televisão, jornal etc. – que custam caro e que, por isso, estão nas mãos daqueles que detêm o capital. [...]
BACCEGA. Maria Aparecida. In: A TV aos 50 – Criticando a televisão brasileira no seu cinquentenário. São Paulo: PerseuAbramo, 2000, p. 106-7.
“BERRO AMAZÔNICO”
Falar, já falamos. E não nos ouviram...! Gritar, já gritamos. E não nos ouviram...! Já falamos. Não ouviram...! Já gritamos. Não ouviram...! Então, berramos! Que o nosso berro amazônico possa ser ouvido em todo o Brasil e tenha ressonância pelo mundo para que venhamos a ter o respeito que merecemos e exigimos. Berramos para que a Amazônia conheça, se reconheça e se ame! Berramos para afirmar a nossa luta em defesa dos direitos dos povos e das culturas amazônidas. Berramos para afirmar os valores e as tradições de nossas manifestações artísticas e culturais, que fundam o processo de construção de nossas diversidades e identidades e que constituem o nosso espírito amazônico. Berramos porque somos nós, os amazônidas, os maiores guardiões das nossas riquezas naturais que, historicamente, vem sendo usurpadas por um sistema que tem como meta a destruição do homem e da floresta. Berramos contra a discriminação que nos marginaliza das grandes prioridades nacionais, condenando-nos a receber migalhas orçamentárias ou favores institucionais, notadamente no que se refere às artes e culturas nativas e à preservação de nosso patrimônio histórico e cultural. Berramos contra os meios de comunicação social vinculados às grandes redes que abrem espaço e repercutem informações negativas sobre a Amazônia, ignorando as nossas criação e produção artística e cultural e a nossa capacidade de refletir e propor alternativas eficazes para a Região. Berramos contra todas as formas de discriminação que sofrem as culturas indígenas e negras, bases fundamentais de nossa civilização amazônica, exigindo para elas o mesmo tratamento que queremos para as manifestações de outras etnias. Berramos porque nossa alma transborda a arte, a ciência e a cultura desta região que anseia ser conhecida mundo afora com a expressividade de nossos talentos. Berramos, finalmente, para que o Brasil tome a consciência de que a Amazônia, mais do que sua extensão territorial, possui privilegiada situação na balança comercial brasileira; se não nos querem irmanados, com o devido respeito e igualdade de tratamento, haveremos de construir a nossa própria história.
in O Liberal 16/3/2004
ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. Texto de referência: Obras Completas de
Machado de Assis, vol. I, Nova Aguilar, Rio de Janeiro, 1994. Publicado originalmente
pela Editora Garnier, Rio de Janeiro, 1899.
Disponível em <http://machado.mec.gov.br/images/stories/pdf/romance/marm08.pdf>
Considere a oração abaixo e as afirmações que seguem.
São desnecessário as suas observações maldosas.
I. Há um erro de concordância nominal, pois o correto seria “desnecessárias”.
II. Falta o sinal indicativo de crase em “as”.
Está correto o que se afirma em:
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder à questão.
A rara síndrome que faz homem pensar que está morto
— Bom dia, Martin. Como você está?
— Da mesma forma, eu suponho. Morto.
— O que te faz pensar que está morto?
— E você, doutor? O que te faz pensar que está vivo?
O médico é Paul Broks, neuropsicólogo clínico, que estuda a relação entre a mente, o corpo e o comportamento. O caso de Martin é muito raro, segundo Broks.
— Tenho certeza absoluta que estou vivo, pois estou sentado aqui, conversando com você. Estou respirando, posso ver coisas. Creio que você também faz o mesmo e, por isso, também tenho certeza que você está vivo.
— Não sinto nada. Nada disso é real.
— Você não se sente como antes, ou se sente um pouco deprimido, talvez?
— Nada disso. Não sinto absolutamente nada. Meu cérebro apodreceu, nada mais resta em mim. É hora de me enterrar.
O paciente realmente pensava estar morto ou era uma metáfora? “Ele, literalmente, achava que estava morto”, conta Broks.
— Mas você está pensando nisso. Se está pensando, deve estar vivo. Se não é você, quem estaria pensando?
— Não são pensamentos reais. São somente palavras.
Martin sofria da síndrome de Cotard – também conhecida como delírio de negação ou delírio niilista – uma doença mental que faz a pessoa crer que está morta, que não existe, que está se decompondo ou que perdeu sangue e órgãos internos. A doença mexe com nossa intuição mais básica: a consciência de que existimos.
Todos temos um forte sentido de identidade, uma pequena pessoa que parece viver em algum lugar atrás de nossos olhos e nos faz sentir esse “eu” que cada um de nós somos. O que acontece com Martin, agora que ele não tem esse “homenzinho” na cabeça? Agora que ele pensa que não existe? Há um filósofo que tem a resposta, segundo Broks.
“Descartes dizia que era possível que nosso corpo e nosso cérebro fossem ilusões, mas que não era possível duvidar de que temos uma mente e de que existimos, pois se estamos pensando, existimos”, diz o neuropsicólogo. O paradoxo aqui é que os pacientes de Cotard não conseguem entender o “eu”.
Adam Zeman, da Universidade de Exeter, no Reino Unido, acredita que o “eu” está representado em diversos lugares do cérebro. “Creio que está representado inúmeras vezes. Está em todas as partes e em nenhuma”, explica Zeman à BBC. Zeman esclarece que, entre essas representações, está a do corpo (o “eu” físico), o “eu” como sujeito de experiências, e nosso “eu” como entidade que se move no tempo e no espaço. “Estamos conscientes de nosso passado e podemos projetar nosso futuro. Então, temos o ‘eu’ corporal, o ‘eu’ subjetivo e o ‘eu’ temporal”, diz Zeman. “Isso é a consciência estendida, o ‘eu’ autobiográfico, o que nos leva ao caso de Graham, um outro paciente com síndrome de Cotard”, diz Broks.
“Ele tentou se suicidar ao jogar um aquecedor elétrico ligado, na água da banheira, mas não sofreu nenhum dano físico sério”, lembra Zeman, que tratou do caso. “Mas estava convencido de que seu cérebro já não estava mais vivo. Quando o questionava, dava uma versão muito persuasiva de sua experiência”, acrescenta.
“Dizia que já não tinha mais necessidade de comer e beber. A maioria de nós alguma vez já se sentiu horrível e se expressou dizendo ‘estar morto’. Mas com Graham era como se ele tivesse sido invadido por essa metáfora”. A maneira como Graham descrevia sua experiência era tão intrigante que neurologistas decidiram observar como seu cérebro se comportava. Zeman estudou o caso com seu colega Steve Laureys, da Universidade de Liége, na Bélgica.
“Para nossa surpresa, o teste de ressonância mostrou que Graham estava dando uma descrição apropriada do estado de seu cérebro, pois a atividade era marcadamente baixa em várias áreas associadas com a experiência do ‘eu’”, conta Zeman. “Analisei exames durante 16 anos e nunca tinha visto um resultado tão anormal de alguém que se mantinha de pé e que se relacionava com outras pessoas. A atividade cerebral de Graham se assemelha a de alguém anestesiado ou dormindo. Ver esse padrão em alguém acordado, até onde sei, é algo muito raro”, completa Laureys. “Ele mesmo dizia que se sentia um morto-vivo. E que passava tempo em um cemitério, pois sentia que tinha mais em comum com os que estavam enterrados”, lembra Zeman.
“Se colocamos alguém em uma máquina de ressonância magnética e pedimos que relaxe, esses são os conjuntos de regiões cerebrais que permanecem mais ativos. São essas regiões que estão ligadas a nossa habilidade de recordar o passado e projetarmos o futuro, a pensar em si e nos outros, bem como às decisões morais”, completa. “Todas essas funções estão associadas ao ‘eu’.”
No caso de Graham, essa rede não funcionava apropriadamente.
De certa maneira, ele estava morto.
JENKINS, Jolyon. A rara síndrome que faz homem pensar
que está morto. Jul. 2016. BBC. Disponível em: