Questões de Português - Regência para Concurso

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Q1886750 Português

Leia o texto, para responder à questão. 



      Malandro, preguiçoso, astuto e dado a ser fanfarrão: eis a figura do Arlequim. Sedutor, ele tenta roubar a namorada do Pierrot, a Colombina.


      Ele seduz porque é esperto (mais do que inteligente), ressentido (como quase todos nós), cheio de alegria (como desejamos) e repleto de uma vivacidade que aprendemos a admirar na ficção, ainda que um pouco cansativa na vida real. Como em todas as festas, admiramos o palhaço e, nem por isso, desejamos tê-lo sempre em casa.


      Toda escola tem arlequim entre alunos e professores. Todo escritório tem o grande “clown”. Há, ao menos, um tio arlequinal por família. Pense: virá a sua cabeça aquele homem ou mulher sempre divertido, apto a explorar as contradições do sistema a seu favor e, por fim, repleto de piadas maliciosas e ligeiramente canalhas. São sempre ricos em gestos de mímica, grandes contadores de causos e, a rigor, personagens permanentes. Importante: o divertido encenador de pantomimas necessita do palco compartilhado com algum Pierrot. Sem a figura triste do último, inexiste a alegria do primeiro. Em toda cena doméstica, ocorrem diálogos de personagens polarizadas, isso faz parte da dinâmica da peça mais clássica que você vive toda semana: “almoço em família”. 


      O Arlequim é engraçado porque tem a liberdade que o mal confere a quem não sofre com as algemas do decoro. Aqui vem uma maldade extra: ele nos perdoa dos nossos males por ser, publicamente, pior do que todos nós. Na prática, ele nos autoriza a pensar mal, ironizar, fofocar e a vestir todas as carapuças passivo-agressivas porque o faz sem culpa. O Arlequim é um lugar quentinho para aninhar os ódios e dores que eu carrego, envergonhado. Funciona como uma transferência de culpa que absolve meus pecadilhos por ser um réu confesso da arte de humilhar.


      Você aprendeu na infância que é feio rir dos outros quando caem e que devemos evitar falar dos defeitos alheios. A boa educação dialogou de forma complexa com nossa sedução pela dor alheia. O que explicaria o trânsito lento para contemplar um acidente, o consumo de notícias de escândalos de famosos e os risos com “videocassetadas”? Nossos pequenos monstrinhos interiores, reprimidos duramente pelos bons costumes da aparência social, podem receber ligeira alforria em casos de desgraça alheia e da presença de um “arlequim”. Os seres do mal saem, riem, alegram-se com a dor alheia, acompanham a piada e a humilhação que não seria permitida a eles pelo hospedeiro e, tranquilos, voltam a dormir na alma de cada um até a próxima chamada externa.


      Olhar a perversidade do Arlequim é um desafio. A mirada frontal e direta tem um pouco do poder paralisante de uma Medusa. Ali está quem eu abomino e, ali, estou eu, meu inimigo e meu clone, o que eu temo e aquilo que atrai meu desejo. Ser alguém “do bem” é conseguir lidar com nossos próprios demônios como única chance de mantê-los sob controle. Quando não consigo, há uma chance de eu apoiar todo Arlequim externo para diminuir o peso dos meus.


      O autoconhecimento esvazia o humor agressivo dos outros. Esta é minha esperança.


(Leandro Karnal, A sedução do Arlequim. O Estado de S.Paulo, 26.12.2021. Adaptado)

Assinale a alternativa que reescreve, nos colchetes, o trecho destacado, observando a norma-padrão de regência e emprego do sinal indicativo de crase.
Alternativas
Q1886706 Português
Leia fragmento da reportagem.

      Num mundo ideal, o tamanho e a dieta dos peixes não seriam um problema. Mas, num mundo como o nosso, _________  os oceanos se transformaram em depósito do lixo produzido pelo homem, esses são aspectos _________ não podem ser ignorados.

Assinale a alternativa que apresenta termos que preenchem, correta e respectivamente, as lacunas do texto.
Alternativas
Q1886698 Português

Leia o texto para responder à questão.



Quando amor e amizade são construídos pelo silêncio (Texto I)


Como crianças, que brincam sozinhas uma ao lado da outra, casais ou amigos aprenderam, na pandemia, novos modos de se aproximar.



      “Quer ler em silêncio sentada ao meu lado no Riverside Park?” Mandei essa mensagem para uma amiga numa tarde de domingo, em julho. Eu estava exausta e apavorada com a aproximação das últimas horas do fim de semana – mas não queria ficar sozinha. “Vamos nos encontrar à uma hora?”, escreveu ela de volta. Arrumei a mochila, animada para passar mais uma tarde sozinha e com uma amiga.


      O termo ‘brincadeira paralela’ geralmente é usado quando crianças pequenas brincam de forma independente, lado a lado, mas também pode ser uma maneira valiosa de pensar no relacionamento entre adultos. O envolvimento em uma brincadeira paralela é parte importante de como a criança aprende a interagir com outras e tornar-se um ser social. Pense em crianças construindo silenciosamente cada uma a própria torre com blocos ou correndo pelo playground sem realmente interagir. Não se envolvem, mas não estão brincando totalmente sozinhas.


      Para os adultos, o que diferencia duas pessoas se ignorando na mesma sala e a brincadeira paralela é a base segura que sustenta seu relacionamento, explicou o Dr. Amir Levine, psiquiatra. “A brincadeira paralela é uma das marcas de um relacionamento seguro, mas tem de ser feita da maneira certa. Se você sabe que a outra pessoa está disponível e que, se precisar, ela prestará atenção em você, isso lhe dá segurança”, diz Levine.


      Quando você não tem um relacionamento seguro, tentar agir de forma independente do parceiro, enquanto compartilha o mesmo espaço, pode dar errado. A existência de brincadeiras paralelas em um relacionamento pode ser o termômetro de um relacionamento saudável.


      Sierra Reed, estrategista social e criativa, comentou que seus amigos mais próximos eram aqueles com quem ela podia estar e não fazer nada. Ela pode trabalhar enquanto um amigo cozinha, por exemplo. “São pessoas com quem posso estar, sentir o amor e pensar: ‘Isso é perfeito’.” 


      “Durante a covid, não podíamos nos afastar com frequência das pessoas com quem convivemos. Embora eu não ache que sempre precisamos de um tempo a sós, às vezes precisamos ‘estar juntos, mas sem interação’.”


(Sophie Vershbow, The New York Times. O Estado de S.Paulo, 23 de out.2021. Adaptado)

Com base no texto, a frase reescrita em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa, no que se refere à regência verbal/nominal, é:
Alternativas
Q1886662 Português
De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e quanto à regência, assinale a alternativa correta. 
Alternativas
Q1885057 Português

O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Nesta quinta-feira, dia 9, ____14h, a Secretaria da Família (Pró-família) faz a doação de mais de 50 produtos, entre bonecas de panos e naninhas (travesseirinhos), ____ integrantes do Clube de Mãe da Hermann Barthel, na Associação de Moradores da Rua Hermann Barthel, no bairro Velha Central.

O objetivo é de contemplar as crianças em situação de vulnerabilidade social e que residem na região com os produtos doados. De acordo com a Pró-família, o próprio Clube de Mãe do local fará a entrega ____ população, em um evento programado para ser realizado já no sábado, dia 11, ____ 16h.

A confecção das bonecas de pano contou com a participação de idosas assistidas pela Pró-família, incluindo integrantes de Clubes de Mães e voluntárias da comunidade. Além de ajudar quem precisa de atenção, tem como objetivo também de resgatar ____ tradição cultural da confecção de bonecas de pano, que foram feitas totalmente com materiais recicláveis doados por empresas parceiras. [...]


Disponível em: https://www.blumenau.sc.gov.br/secretarias/fundacao-pro-familia/ pro-familia/secretaria-da-famailia-faz-doaacaao-de-bonecas-de-pano-ao-clubede-maae-da-hermann-barthel17 Acesso em: 07/dez/2021. [adaptado]

No texto, os verbos "residir" e "contar" são, respectivamente:
Alternativas
Respostas
1191: A
1192: C
1193: D
1194: B
1195: E