Questões de Concurso
Sobre regência em português
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Paula foi ___ pé para a faculdade.
As normas ___ quais devemos obedecer são muito rígidas.
O menino caminhava ___ passo firme.
Foi ao colégio disposto ___ falar com o diretor.
Cortei o cabelo ___ Ronaldinho Gaúcho.
O moderno conceito de etnia desenvolveu-se no século XX, em oposição às teorias racistas que evocavam argumentos de ordem biológica para justificar a dominação de um grupo humano sobre outros. A ciência considera incorreto falar em diferentes raças quando se trata de seres humanos. Todos os homens pertencem ao gênero Homo e à espécie Homo sapiens. Eventuais variações genéticas são mínimas e insuficientes para configurar diferenciações raciais.
Os homens agrupam-se socialmente, e as semelhanças e diferenças que estabelecem entre si decorrem de processos históricos, sempre culturais, jamais naturais. Fundamentalmente, um indivíduo pertence a determinada etnia porque acredita nisso, e tal crença é compartilhada pelos demais indivíduos que compõem o mesmo grupo.
A existência de vários grupos étnicos no interior das mesmas fronteiras nacionais é uma situação comum, pois as populações humanas não são homogêneas, em razão das migrações no decorrer da história. Mas as diferenças étnicas, em diversos casos, são manipuladas para acirrar conflitos de fundo político ou econômico. O próprio conceito de raça humana, há muito não admitido pela antropologia moderna, serviu (e por vezes ainda serve) de pretexto para justificar as mais cruéis manifestações de preconceito,violência e barbárie.
Paradoxalmente, rádio e televisão podem oferecer-nos o
mundo inteiro em um instante, mas o fazem de tal maneira que
o mundo real desaparece, restando apenas retalhos fragmenta-
dos de uma realidade desprovida de raiz no espaço e no tempo.
Como, pela atopia das imagens, desconhecemos as determinações
econômico-territoriais (geográficas, geopolíticas etc.) e como, pela
acronia das imagens, ignoramos os antecedentes temporais e as
consequências dos fatos noticiados, não podemos compreender seu
verdadeiro significado. Essa situação se agrava com a TV a cabo,
com emissoras dedicadas exclusivamente a notícias, durante 24
horas, colocando em um mesmo espaço e em um mesmo tempo
(ou seja, na tela) informações de procedência, conteúdo e signifi-
cado completamente diferentes, mas que se tornam homogêneas
pelo modo de sua transmissão. O paradoxo está em que há uma
verdadeira saturação de informação, mas, ao fim, nada sabemos,
depois de termos tido a ilusão de que fomos informados sobre tudo.
Se não dispomos de recursos que nos permitam avaliar a
realidade e a veracidade das imagens transmitidas, somos persua-
didos de que efetivamente vemos o mundo quando vemos a TV.
Entretanto, como o que vemos são as imagens escolhidas, selecio-
nadas, editadas, comentadas e interpretadas pelo transmissor das
notícias, então é preciso reconhecer que a TV é o mundo. É este
o significado profundo da atopia e da acronia, ou da ausência de
referenciais concretos de lugar e tempo – ou seja, das condições
materiais, econômicas, sociais, políticas, históricas dos aconte-
cimentos. Em outras palavras, essa ausência não é uma falha ou
um defeito dos noticiários e sim um procedimento deliberado de
controle social, político e cultural.

Se não (I) dispomos de recursos que nos permitam (II) avaliar a realidade e a veracidade das imagens transmitidas, somos (III) persuadidos de que efetivamente vemos o mundo (IV) quando vemos a TV.
A alternativa que, reescrevendo esse trecho, apresenta-se de acordo com a norma culta é:
Paradoxalmente, rádio e televisão podem oferecer-nos o
mundo inteiro em um instante, mas o fazem de tal maneira que
o mundo real desaparece, restando apenas retalhos fragmenta-
dos de uma realidade desprovida de raiz no espaço e no tempo.
Como, pela atopia das imagens, desconhecemos as determinações
econômico-territoriais (geográficas, geopolíticas etc.) e como, pela
acronia das imagens, ignoramos os antecedentes temporais e as
consequências dos fatos noticiados, não podemos compreender seu
verdadeiro significado. Essa situação se agrava com a TV a cabo,
com emissoras dedicadas exclusivamente a notícias, durante 24
horas, colocando em um mesmo espaço e em um mesmo tempo
(ou seja, na tela) informações de procedência, conteúdo e signifi-
cado completamente diferentes, mas que se tornam homogêneas
pelo modo de sua transmissão. O paradoxo está em que há uma
verdadeira saturação de informação, mas, ao fim, nada sabemos,
depois de termos tido a ilusão de que fomos informados sobre tudo.
Se não dispomos de recursos que nos permitam avaliar a
realidade e a veracidade das imagens transmitidas, somos persua-
didos de que efetivamente vemos o mundo quando vemos a TV.
Entretanto, como o que vemos são as imagens escolhidas, selecio-
nadas, editadas, comentadas e interpretadas pelo transmissor das
notícias, então é preciso reconhecer que a TV é o mundo. É este
o significado profundo da atopia e da acronia, ou da ausência de
referenciais concretos de lugar e tempo – ou seja, das condições
materiais, econômicas, sociais, políticas, históricas dos aconte-
cimentos. Em outras palavras, essa ausência não é uma falha ou
um defeito dos noticiários e sim um procedimento deliberado de
controle social, político e cultural.

O paradoxo está em que __________ , mas, ao fim, __________ , depois __________ a ilusão de que fomos informados sobre tudo.


Com base nas estruturas linguísticas e nas relações
argumentativas do texto acima, julgue os itens de 7 a 13.
Se examinarmos as fábulas populares, verificaremos que elas representam dois tipos de transformação social, sempre com final feliz. Num primeiro tipo, existe um príncipe que, por alguma
circunstância, se vê reduzido a guardador de porcos ou alguma outra condição miserável, para depois reconquistar sua condição real. Num segundo caso, existe um jovem pastor que não possuiu nada desde o nascimento e que, por virtude própria ou graça do destino, consegue se casar com a princesa e tornar-se rei.
Os mesmos esquemas valem para as protagonistas femininas: a donzela nobre é vítima de uma madrasta (Branca de Neve) ou de irmãs invejosas (Cinderela), até que um príncipe se apaixone por ela e a conduza ao vértice da escala social. Ou então uma camponesa pobre supera todas as desvantagens da origem e realiza núpcias principescas.
Poderíamos pensar que as fábulas do segundo tipo são as que exprimem mais diretamente o desejo popular de uma reviravolta dos papéis sociais e dos destinos individuais, ao passo que as do primeiro tipo deixam aparecer tal desejo de forma mais atenuada, como restauração de uma hipotética ordem precedente. Mas, pensando bem, os destinos extraordinários do pastorzinho ou da camponesa representam apenas uma ilusão miraculosa e consoladora, ao passo que os infortúnios do príncipe
ou da jovem nobre associam a imagem da pobreza com a ideia de um direito subtraído, de uma justiça a ser reivindicada, isto é, estabelecem no plano da fantasia um ponto que será fundamental para toda tomada de consciência da época moderna, da Revolução Francesa em diante.
No inconsciente coletivo, o príncipe disfarçado de pobre é a prova de que cada pobre é, na realidade, um príncipe que sofreu uma usurpação de poder e por isso deve reconquistar seu reino. Quando cavaleiros caídos em desgraça triunfarem sobre seus inimigos, hão de restaurar uma sociedade mais justa, na qual será reconhecida sua verdadeira identidade.
(Adaptado de Ítalo Calvino, Por que ler os clássicos)

Considerando os princípios de tipologia textual e de redação
oficial, julgue os itens subseqüentes, relativos ao texto.
Com base nas estruturas lingüísticas do texto, julgue os itens a
seguir.
Assinale a alternativa em que o uso do sinal indicativo de crase também está correto.
A FAVELA NÃO É CULPADA
Bernardete Toneto, Segurança pública
A ocupação dos morros pelas organizações criminosas
levou à criação de um estereótipo: favela é lugar de bandido. Será?
“Barracão de zinco, sem telhado, sem pintura, lá no morro
barracão é bangalô. Lá não existe felicidade de arranha-céu, pois
quem mora lá no morro já vive pertinho do céu.” Os versos do
samba “Ave-Maria no Morro”, composto em 1942 por Herivelto
Martins, revela uma época em que a favela era sinônimo de beleza
e melancolia. Da mesma forma que a visão era errada nas décadas
de 1930 a 1950, hoje também as favelas - em especial as do Rio de
Janeiro - não são reduto do crime organizado, como noticiam os
meios de comunicação social e faz supor a nossa vã filosofia.
Até a primeira metade do século XX, muitas músicas
enalteciam o morro como lugar de amizade e solidariedade. O
romantismo era tão grande que os compositores Cartola e Carlos
Cachaça (ambos moradores do Morro da Magueira, no Rio de Janeiro)
e Hermínio Bello de Carvalho compuseram o samba “Alvorada”, cuja
letra proclama: “Alvorada lá no morro que beleza. Ninguém chora,
não há tristeza, ninguém sente dissabor. O sol colorido é tão lindo, e
a natureza sorrindo, tingindo, tingindo a alvorada”.
A poesia foi uma forma de camuflar a realidade. A primeira
favela carioca foi a do Morro da Providência, antigo Morro da Favela.
A ideia da época era limpar as regiões centrais da cidade, dando um
ar de modernidade à capital da República. Por isso, em 1893, os
pobres que viviam em cortiços, como o da Cabeça de Porco, foram
enviados para os morros sem nenhum tipo de atendimento e de
infraestrutura habitacional. Logo depois chegariam os soldados
que haviam lutado na Guerra de Canudos, no sertão nordestino.
Assim, o Rio de Janeiro passou a ser sinônimo de
favelas, consideradas guetos de pobres e da marginalidade.
Todos os dias, desde ___ oito horas, ele faz o mesmo trajeto ___ pé, tentando convencer ___ pessoas que encontra pelo caminho de que vale ___ pena participar das reuniões do sindicato.
Crime organizado e militarização
Apesar de todos os avanços ocorridos no estado de direito, o crescimento da violência e da criminalidade, ao lado do agravamento das já graves violações de direitos humanos no ano de 1994, conduziu as autoridades a uma militarização crescente do enfrentamento da violência. Os resultados bastante limitados, para dizer o mínimo, atingidos pela ocupação militar da cidade do Rio de Janeiro mostram claramente a ineficiência dessa abordagem. O equívoco não é apenas logístico, mas reside na concepção mesma da abordagem militarizada.
O estereótipo das sociedades modernas, em especial as cidades, como o lugar da violência faz crer que a violência urbana tenha aumentado de forma ininterrupta desde a formação das grandes cidades, mas isso não corresponde à realidade. Na realidade, o crescente monopólio da violência física e o autocontrole que os habitantes da cidade progressivamente se impuseram levaram a uma crescente “pacificação” do espaço urbano. Se os níveis de criminalidade forem tomados como um indicador de violência, fica claro que esta declinou desde meados do século XIX até meados do século XX: somente por volta dos anos 1960 a violência e o crime começam a aumentar, tornando-se o crime mais violento depois dos anos 1980.
Apesar da violência, do crime, das graves violações
de direitos humanos, não está em curso no Brasil uma “guerra
civil” que exige uma crescente militarização, com a
intervenção das forças armadas – como ocorreu na cidade do
Rio de Janeiro. A noção de guerra é equivocada por que os
conflitos ocorrem no interior da sociedade, onde seus
membros e grupos sociais – especialmente em sociedades
com má distribuição de renda – jamais cessam de viver em
situações antagônicas. É a democracia que permite à
sociedade conviver com o conflito, graças ao respeito das
regras do jogo definidas pela constitucionalidade e dos
direitos humanos, tanto direitos civis e políticos como sociais
e econômicos: o enfrentamento militarizado do crime
organizado não é compatível com a organização democrática
da sociedade. Nenhuma pacificação na sociedade é
completa. A matança pela polícia, a violência do crime, as
chacinas, os arrastões, a guerra do tráfico não são episódios
de uma guerra civil nem retorno ao estado de natureza. São
consequências de conflitos e políticas de Estado
permanentemente reproduzidas pelas relações de poder
numa sociedade autoritária ao extremo, por meio das
instituições e das desigualdades sociais.
(...)
Essa crítica às operações militares e ao equívoco, a
nosso ver, do governo federal e do governo do estado do Rio
de Janeiro em prolongar, com pequenas modificações, um
convênio de duvidosa legitimidade constitucional não visa
pregar a inação do governo federal, ou até mesmo das forças
armadas. É intolerável para o estado de direito e para a forma
democrática de governo que largas porções do território
nacional estejam controladas pelo crime organizado como em
várias favelas e bairros ou nas fronteiras dos estados. Mas é
inaceitável, na perspectiva de uma política de segurança sob
a democracia, uma delegação do governo civil às forças
armadas para um enfrentamento do crime que tem contornos
das antigas operações antiguerrilhas. De alguma forma essa
intervenção militar velada no estado do Rio de Janeiro confere
novas formas inquietantes da militarização das questões civis
da segurança pública, agravando a continuidade da influência
das forças armadas já presente na manutenção do
policiamento ostensivo por forças com estatuto de subsidiárias às forças armadas e pelo foro especial das
justiças militares estaduais. Ora, a formalidade estrita da
democracia requer que o governo civil exerça a plenitude de
seu poder na definição e no exercício da política de
segurança.
In: DIMENSTEIN, Gilberto. Democracia em pedaços – direitos humanos no
Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 31-34.
Assinale a alternativa em que o uso do sinal indicativo de crase tambémestá correto.
Julgue os itens a seguir, de acordo com o texto II.
I. Considerando o texto, depreende-se do trecho ‘A "conversa" entre o generalista e o especialista pode muitas vezes não resultar em um diálogo.’ (linhas 24 a 26) que possivelmente generalista e especialista não dominem o mesmo código específico.
II. O uso de aspas em “conversa” (linha 24) denota o uso da linguagem não-padrão.
III. Por ser do gênero informativo, o texto dispensa o uso de objetividade e clareza.
IV. Em “(...) uma área da própria empresa faz um pedido à equipe de TI,” (linhas 7 e 8) a crase torna-se necessária pela regência do verbo fazer.
A quantidade de itens certos é igual a
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada:
I. No primeiro período do texto, as orações “seja ele um supervisor de primeira linha ou o dirigente máximo da organização" (linhas 1 a 3) são orações subordinadas adjetivas explicativas.
II. Foi empregado o acento circunflexo em “têm" (linha 15), pois o verbo ter na terceira pessoal do plural é acentuado.
III. Em “para alcançar seus objetivos com a maior eficiência e economia de ação e de recursos." (linhas 12 a 14), um dos motivos para emprego da segunda preposição de é o paralelismo sintático.
IV. Antes de pronome possessivo feminino a crase é facultativo, entretanto em “Devido as suas limitações físicas" (linha 14) o acento grave não foi empregado, pois há apenas a preposição.
A quantidade de itens certos é igual a
Vários estudos têm alertado que tanto a população da
Terra quanto os níveis de consumo crescem mais rapidamente
do que a capacidade de regeneração dos sistemas naturais. Um
dos mais recentes, o relatório Planeta Vivo elaborado pela ONG
internacional WWF, estima que atualmente três quartos da
população mundial vivem em países que consomem mais
recursos do que conseguem repor.
Só Estados Unidos e China consomem, cada um, 21%
dos recursos naturais do planeta. Até 1960, a maior parte dos
países vivia dentro de seus limites ecológicos. Em poucas
décadas do atual modelo de produção e consumo, a humanida-
de exauriu 60% da água disponível e dizimou um terço das
espécies vivas do planeta.
"O argumento de que o crescimento econômico é a
solução já não basta. Não há recursos naturais para suportar o
crescimento constante. A Terra é finita e a economia clássica
sempre ignorou essa verdade elementar", afirma o ecoecono-
mista Hugo Penteado. Ele não está sozinho. A urgência dos
problemas ambientais e suas implicações para a economia das
nações têm sido terreno fértil para o desenvolvimento da
ecoeconomia, ou economia ecológica, que não é exatamente
nova. Seus principais expoentes começaram a surgir na década
de 1960. Hoje, estão paulatinamente ganhando projeção graças
à visibilidade que o tema sustentabilidade conquistou.
Para essa escola, as novas métricas para medir o cres-
cimento não bastam, embora sejam bem-vindas em um proces-
so de transição. Para a ecoeconomia, é preciso parar de cres-
cer em níveis exponenciais e reproduzir – ou "biomimetizar" – os
ciclos da natureza: para ser sustentável, a economia deve cami-
nhar para ser cada vez mais parecida com os processos
naturais.
"A economia baseada no mecanicismo não oferece mais
respostas. É preciso encontrar um novo modelo, que dê res-
postas a questões como geração de empregos, desenvolvi-
mento com qualidade e até mesmo uma desmaterialização do
sistema. Vender serviços, não apenas produtos, e também pro-
duzir em ciclos fechados, sem desperdício", afirma o professor
Paulo Durval Branco, da Escola Superior de Conservação
Ambiental. De acordo com ele, embora as empresas venham
repetindo a palavra sustentabilidade como um mantra, são pou-
quíssimas as que fizeram mudanças efetivas em seus modelos
de negócio. O desperdício de matérias-primas, o estímulo ao
consumismo e a obsolescência programada (bens fabricados
com data certa para serem substituídos) ainda ditam as re-
gras.
(Texto adaptado do artigo de Andrea Vialli. O Estado de S.
Paulo, H4 Especial, Vida &Sustentabilidade, 15 de maio de 2009)
As lacunas da frase acima estarão corretamente preenchidas, respectivamente, por: