Questões de Concurso
Sobre significação contextual de palavras e expressões. sinônimos e antônimos. em português
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TEXTO I
Isso é muita sabedoria
Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue; outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho... o de mais nada fazer.
Clarice Lispector
Os pesquisadores do meio ambiente, que trabalham com a certeza da Ciência, já propõem providências para que não aconteça uma catástrofe.
TEXTO I
É assim que acontece a bondade
Rubem Alves
(...)
O que pode ser ensinado são as coisas que moram no mundo de fora:
astronomia, física, química, gramática, anatomia, números, letras, palavras.
Mas há coisas que não estão do lado de fora, coisas que moram dentro do corpo.
Estão enterradas na carne, como se fossem sementes à espera…
Sim, sim! Imagine isto: o corpo como um grande canteiro!
Nele se encontram, adormecidas, em estado de latência, as mais variadas sementes.
Elas poderão acordar, como a Bela Adormecida acordou com um beijo.
Mas poderão também não brotar.
Tudo depende…
As sementes não brotarão se sobre elas houver uma pedra.
E também pode acontecer que, depois de brotar, elas sejam arrancadas…
De fato, muitas plantas precisam ser arrancadas, antes que cresçam:
as pragas, tiriricas, picões…
Uma dessas sementes é a “solidariedade”.
A solidariedade não é uma entidade do mundo de fora,
ao lado de estrelas, pedras, mercadorias, dinheiro, contratos.
Se ela fosse uma entidade do mundo de fora poderia ser ensinada e produzida.
A solidariedade é uma entidade do mundo interior.
Solidariedade nem se ensina, nem se ordena, nem se produz.
A solidariedade tem de brotar e crescer como uma semente…
Veja o ipê florido!
Nasceu de uma semente.
Depois de crescer não será necessária nenhuma técnica,
nenhum estímulo, nenhum truque para que ele floresça.
Angelus Silesius, místico antigo, tem um verso que diz:
“A rosa não tem porquês. Ela floresce porque floresce”.
O ipê floresce porque floresce.
Seu florescer é um simples transbordar natural da sua verdade.
A solidariedade é como o ipê:
nasce e floresce.
Mas não em decorrência de mandamentos éticos ou religiosos.
Não se pode ordenar: “Seja solidário!”
A solidariedade acontece como um simples transbordamento:
as fontes transbordam…
Já disse que solidariedade é um sentimento.
É esse o sentimento que nos torna humanos.
A solidariedade me faz sentir sentimentos que não são meus, que são de um outro. Acontece assim: eu vejo uma criança vendendo balas num semáforo.
Ela me pede que eu compre um pacotinho das suas balas.
Eu e a criança – dois corpos separados e distintos.
Mas, ao olhar para ela, estremeço:
algo em mim me faz imaginar aquilo que ela está sentindo.
E então, por uma magia inexplicável, esse sentimento imaginado se aloja junto dos meus próprios sentimentos.
Na verdade, desaloja meus sentimentos, pois eu vinha, no meu carro, com sentimentos leves e alegres,
e agora esse novo sentimento se coloca no lugar deles.
O que sinto não são meus sentimentos.
Foram-se a leveza e a alegria que me faziam cantar.
Agora, são os sentimentos daquele menino que estão dentro de mim.
Meu corpo sofre uma transformação:
ele não é mais limitado pela pele que o cobre.
Expande-se.
Ele está agora ligado a um outro corpo que passa a ser parte dele mesmo.
Isso não acontece nem por decisão racional, nem por convicção religiosa, nem por um mandamento ético.
É o jeito natural de ser do meu próprio corpo, movido pela solidariedade.
Pela magia do sentimento de solidariedade meu corpo passa a ser morada do outro.
É assim que acontece a bondade.
O menino me olhou com olhos suplicantes.
E, de repente, eu era um menino que olhava com olhos suplicantes…
Disponível em https://rubemalvesdois.wordpress.com/2010/09/11/e-assim-que-acontece-a-bondade/
Texto CB1A1-I
Durante um seminário sobre a antropologia do dinheiro ministrado na Escola de Economia e Ciência Política de Londres, Jock Stirratt descreveu em um gráfico os usos a que alguns pescadores do Sri Lanka que prosperaram nos últimos anos submetiam sua riqueza recém-adquirida. A renda desses pescadores, antes muito baixa, deu um grande salto desde que o gelo se tornou disponível, o que possibilitou que seus peixes alcançassem, em boas condições, os mercados distantes da costa, onde atingiram preços altos. No entanto, as aldeias de pescadores ainda permanecem isoladas e, à época do estudo, não tinham eletricidade, estradas nem água encanada. Apesar desses desincentivos aparentes, os pescadores mais ricos gastavam os excedentes de seus lucros na compra de aparelhos de televisão inutilizáveis, na construção de garagens em casas a que automóveis sequer tinham acesso e na instalação de caixas-d’água jamais abastecidas. De acordo com Stirratt, isso tudo ocorre por uma imitação entusiasmada da alta classe média das zonas urbanas do Sri Lanka.
É fácil rir de despesas tão grosseiramente excêntricas, cuja aparente falta de propósito utilitário dá a impressão de que, por comparação, pelo menos parte de nosso próprio consumo tem um caráter racional. Como os objetos adquiridos por esses pescadores parecem não ter função em seu meio, não conseguimos entender por que eles deveriam desejá-los. Por outro lado, se eles colecionassem peças antigas de porcelana chinesa e as enterrassem, como fazem os Ibans, seriam considerados sensatos, senão encantados, tal como os temas antropológicos normais. Não pretendo negar as explicações óbvias para esse tipo de comportamento ― ou seja, busca de status, competição entre vizinhos, e assim por diante. Mas penso que também dever-se-ia reconhecer a presença de uma certa vitalidade cultural nessas atrevidas incursões a campos ainda não inexplorados do consumo: a habilidade de transcender o aspecto meramente utilitário dos bens de consumo, de modo que se tornem mais parecidos com obras de arte, carregados de expressão pessoal.
Alfred Gell. Recém-chegados ao mundo dos bens: o consumo entre os Gonde Muria. In: Arjun Appadurai (org). A vida social das coisas: mercadorias sob uma perspectiva cultural. Niterói: Eduff, 2008, p. 147-48 (com adaptações).
TEXTO 01
O texto abaixo servirá de base para responder a questão.
O VERDADEIRO VALOR DA AMIZADE
Às vezes, um sentimento de solidão se faz perceptível dentro da alma.
Às vezes, esta solidão devagarinho, vagueia mansa, estreita e calma.
(Robinson P. Marques) - (https://www.pensador.com/pequenos_texto_de_amizade/26/) - (Acesso
em14.05.2021)
Marque a alternativa com afirmação CORRETA.
TEXTO 01
O texto abaixo servirá de base para responder a questão.
O VERDADEIRO VALOR DA AMIZADE
Às vezes, um sentimento de solidão se faz perceptível dentro da alma.
Às vezes, esta solidão devagarinho, vagueia mansa, estreita e calma.
(Robinson P. Marques) - (https://www.pensador.com/pequenos_texto_de_amizade/26/) - (Acesso
em14.05.2021)
Marque a alternativa com informação CORRETA.
TEXTO 01
O texto abaixo servirá de base para responder a questão.
O VERDADEIRO VALOR DA AMIZADE
Às vezes, um sentimento de solidão se faz perceptível dentro da alma.
Às vezes, esta solidão devagarinho, vagueia mansa, estreita e calma.
(Robinson P. Marques) - (https://www.pensador.com/pequenos_texto_de_amizade/26/) - (Acesso
em14.05.2021)
Marque a alternativa com a palavra que se relaciona com o sentido de: "Duração que não tem começo nem fim, tempo muito amplo".
TEXTO 01
O texto abaixo servirá de base para responder a questão.
O VERDADEIRO VALOR DA AMIZADE
Às vezes, um sentimento de solidão se faz perceptível dentro da alma.
Às vezes, esta solidão devagarinho, vagueia mansa, estreita e calma.
(Robinson P. Marques) - (https://www.pensador.com/pequenos_texto_de_amizade/26/) - (Acesso
em14.05.2021)
Analise as informações seguintes:
I.O texto deve ser interpretado apenas no sentido da emoção percebida pela audição.
II.Para a voz do texto, "emoção" é antônimo de "coração".
III.O antônimo de "amigo" é "inimigo".
IV.A palavra: "vagueia" tem o mesmo sentido semântico de: "gira", "zanza", "passeia" e "viaja".
Estão CORRETA(S):
TEXTO 01
O texto abaixo servirá de base para responder a questão.
O VERDADEIRO VALOR DA AMIZADE
Às vezes, um sentimento de solidão se faz perceptível dentro da alma.
Às vezes, esta solidão devagarinho, vagueia mansa, estreita e calma.
(Robinson P. Marques) - (https://www.pensador.com/pequenos_texto_de_amizade/26/) - (Acesso
em14.05.2021)
Marque a alternativa com a palavra que identifica o sentido semântico de: "Aquilo que é autêntico, que não tem mistura ou alteração".
De mãos dadas com os pais
Enquanto Fabrício vê as mãos livres de sua mãe gesticulando, lembra que nem sempre foi fácil encaixar seus dedos nos dela. Na infância eram muitos filhos. E na hora de passear tinham que brigar para andar de mãos dadas com os pais. Eram quatro mãos concorridas a tapas pelos irmãos. Um filho circulava solto, esperando sua vez de ser chamado para o contato.
E a mãe oferecia, então, a mão invisível do grito:
− Anda mais rápido!
Ela espichava o olhar para não extraviar uma das crias da ninhada. Fabrício imagina o quanto sofriam os pais quando os levavam para a rua, tendo que controlar as brincadeiras e as frequentes distrações. Os filhos não facilitavam: mexiam em pedrinhas, em flores nos canteiros, paravam para colher frutas.
Os filhos que se mantinham pendurados no cabide dos braços não eram o problema. O medo se voltava para o avulso, o que andava próximo e perigosamente com independência, por absoluta falta de mãos.
Fabrício se sentia o filho menos querido quando terminava sendo o escolhido para perambular sozinho. Nem queria a mãozinha do irmão, o que, para ele, equiparava-se a uma esmola. Não admitia compaixão: desejava tudo ou nada. Os filhos disputavam a atenção dos pais como quem trava um duelo de garfos pelo último bolinho de chuva na bandeja.
Hoje os pais de Fabrício, velhos, já separados e morando cada um em seu apartamento, estão com as mãos disponíveis. Os irmãos esqueceram a concorrência do passado. Talvez tenham que reparar, como Fabrício faz agora, que a dinâmica familiar se inverteu. Eles é que precisam de nós, não mais nós, deles.
Fabrício sabe que é ele quem deve levar os pais para passear. E ele sabe que ninguém ficará de fora, porque possui exatamente um par de mãos para não deixar nenhum deles sozinho neste mundo de fragilidades.
(Fabrício Carpinejar. Cuide de seus pais antes que seja tarde. 5ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand, 2018. Adaptado)
De mãos dadas com os pais
Enquanto Fabrício vê as mãos livres de sua mãe gesticulando, lembra que nem sempre foi fácil encaixar seus dedos nos dela. Na infância eram muitos filhos. E na hora de passear tinham que brigar para andar de mãos dadas com os pais. Eram quatro mãos concorridas a tapas pelos irmãos. Um filho circulava solto, esperando sua vez de ser chamado para o contato.
E a mãe oferecia, então, a mão invisível do grito:
− Anda mais rápido!
Ela espichava o olhar para não extraviar uma das crias da ninhada. Fabrício imagina o quanto sofriam os pais quando os levavam para a rua, tendo que controlar as brincadeiras e as frequentes distrações. Os filhos não facilitavam: mexiam em pedrinhas, em flores nos canteiros, paravam para colher frutas.
Os filhos que se mantinham pendurados no cabide dos braços não eram o problema. O medo se voltava para o avulso, o que andava próximo e perigosamente com independência, por absoluta falta de mãos.
Fabrício se sentia o filho menos querido quando terminava sendo o escolhido para perambular sozinho. Nem queria a mãozinha do irmão, o que, para ele, equiparava-se a uma esmola. Não admitia compaixão: desejava tudo ou nada. Os filhos disputavam a atenção dos pais como quem trava um duelo de garfos pelo último bolinho de chuva na bandeja.
Hoje os pais de Fabrício, velhos, já separados e morando cada um em seu apartamento, estão com as mãos disponíveis. Os irmãos esqueceram a concorrência do passado. Talvez tenham que reparar, como Fabrício faz agora, que a dinâmica familiar se inverteu. Eles é que precisam de nós, não mais nós, deles.
Fabrício sabe que é ele quem deve levar os pais para passear. E ele sabe que ninguém ficará de fora, porque possui exatamente um par de mãos para não deixar nenhum deles sozinho neste mundo de fragilidades.
(Fabrício Carpinejar. Cuide de seus pais antes que seja tarde. 5ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand, 2018. Adaptado)
De mãos dadas com os pais
Enquanto Fabrício vê as mãos livres de sua mãe gesticulando, lembra que nem sempre foi fácil encaixar seus dedos nos dela. Na infância eram muitos filhos. E na hora de passear tinham que brigar para andar de mãos dadas com os pais. Eram quatro mãos concorridas a tapas pelos irmãos. Um filho circulava solto, esperando sua vez de ser chamado para o contato.
E a mãe oferecia, então, a mão invisível do grito:
− Anda mais rápido!
Ela espichava o olhar para não extraviar uma das crias da ninhada. Fabrício imagina o quanto sofriam os pais quando os levavam para a rua, tendo que controlar as brincadeiras e as frequentes distrações. Os filhos não facilitavam: mexiam em pedrinhas, em flores nos canteiros, paravam para colher frutas.
Os filhos que se mantinham pendurados no cabide dos braços não eram o problema. O medo se voltava para o avulso, o que andava próximo e perigosamente com independência, por absoluta falta de mãos.
Fabrício se sentia o filho menos querido quando terminava sendo o escolhido para perambular sozinho. Nem queria a mãozinha do irmão, o que, para ele, equiparava-se a uma esmola. Não admitia compaixão: desejava tudo ou nada. Os filhos disputavam a atenção dos pais como quem trava um duelo de garfos pelo último bolinho de chuva na bandeja.
Hoje os pais de Fabrício, velhos, já separados e morando cada um em seu apartamento, estão com as mãos disponíveis. Os irmãos esqueceram a concorrência do passado. Talvez tenham que reparar, como Fabrício faz agora, que a dinâmica familiar se inverteu. Eles é que precisam de nós, não mais nós, deles.
Fabrício sabe que é ele quem deve levar os pais para passear. E ele sabe que ninguém ficará de fora, porque possui exatamente um par de mãos para não deixar nenhum deles sozinho neste mundo de fragilidades.
(Fabrício Carpinejar. Cuide de seus pais antes que seja tarde. 5ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand, 2018. Adaptado)