Questões de Concurso Sobre significação contextual de palavras e expressões. sinônimos e antônimos. em português

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Q1158799 Português

Sobre a felicidade


      Dizem os sábios que a felicidade integral que vivemos ao submetermo-nos aos padrões de uma cultura autoritária não é felicidade e sim ilusão e máscara.

       Realmente o verdadeiro sentimento de liberdade é sentido quando não precisamos estar presos ao que outras pessoas querem nos impor ou determinar para nossa vida.

        Todas as culturas possuem normas e regras, mas permitem que as pessoas as vivam de acordo com suas escolhas. Viver numa sociedade em que não temos a possibilidade de sermos livres é muito ruim. Sentir a liberdade de poder escolher entre o que determinam que façamos e o que temos consciência de que seria o melhor é o que, de fato, nos aproxima da verdadeira felicidade.


(Disponível em: http://rakelpossi.com. Acesso em: 06.10.2019. Adaptado)

Na frase do 1º parágrafo – Dizem os sábios que a felicidade integral que vivemos… –, a palavra destacada tem sentido contrário de
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Q1158790 Português
A ilusão da felicidade

            Do alto de seus mais de 80 anos e sempre com um sorriso calmo e uma dose de ironia, a tia de Leila, Dona Darcy, costuma dizer aos que gostam de se queixar da vida: “Aqui ainda não é o céu, não, gente. Aqui é a Terra. O céu vem depois”.
          Leila se lembra, às vezes, das palavras da tia quando vê pessoas buscando uma felicidade ideal: elas também estão procurando o céu na Terra. Achar que a vida pode ser um mar de rosas é correr o risco de se frustrar a cada meia hora.
          O problema é que essa corrida pela felicidade é estimulada de todas as formas pela cultura consumista em que estamos mergulhados até a cabeça. No mundo onde tudo se compra, a felicidade também virou produto, e passamos a acreditar na possibilidade absurda de adquiri-la ou de nos apossarmos dela como se fosse uma mercadoria qualquer. Não é: felicidade não se compra, não se encomenda, não se empresta. Somos felizes quando conseguimos, quando a vida permite. E sentir-se infeliz não é nenhum sinal de incompetência ou de baixo poder aquisitivo. Basta existir para estar sujeito à infelicidade. Ou basta não estar anestesiado.
       As pessoas se esquecem da natureza da felicidade e da precariedade da nossa própria natureza. Muitos querem ser felizes a qualquer preço. Esperam que os filhos sejam felizes, que o trabalho os faça muito felizes, que os romances e casamentos sejam eternamente felizes.
      Melhor seria encolher as expectativas. Se os filhos tiverem momentos felizes, pode-se levantar as mãos para o céu. Se os empregos proporcionarem alguma realização e trouxerem eventuais alegrias, já estarão de bom tamanho. E se os romances e casamentos permitirem que as pessoas vivam instantes prazerosos, se as fizerem rir de vez em quando, se permitirem o crescimento do outro sem opressão, as pessoas podem se dar por satisfeitas.
       Considerar que a felicidade é céu sem nuvens e que somos obrigados a encontrar a felicidade plena porque tudo hoje prega o direito, ou o dever, de ser feliz é afastar cada vez mais a felicidade possível. A obrigação de ser feliz é uma bobagem. A de ser muito feliz, uma loucura. Mas na cultura do muito, as pessoas acabam caindo nessa cilada.


(Leila Ferreira. Viver não dói. São Paulo: Globo, 2013. Adaptado) 
Na frase do 4º parágrafo – As pessoas se esquecem da natureza da felicidade e da precariedade da nossa própria natureza. –, a palavra destacada pode ser substituída, sem alteração de sentido, por
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Q1158529 Português

Texto 1


      Antes que elas cresçam


    Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.

    É que as crianças crescem. Independentes de nós, como árvores, tagarelas e pássaros estabanados, elas crescem sem pedir licença. Crescem como a inflação, independente do governo e da vontade popular. Entre os estupros dos preços, os disparos dos discursos e o assalto das estações, elas crescem com uma estridência alegre e, às vezes, com alardeada arrogância.

    Mas não crescem todos os dias, de igual maneira; crescem, de repente.

    Um dia se assentam perto de você no terraço e dizem uma frase de tal maturidade que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.

    Onde e como andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu? Cadê aquele cheirinho de leite sobre a pele? Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços, amiguinhos e o primeiro uniforme do maternal?

   Ela está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça. Ali estão muitos pais, ao volante, esperando que saiam esfuziantes sobre patins, cabelos soltos sobre as ancas. Essas são as nossas filhas, em pleno cio, lindas potrancas.

   Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão elas, com o uniforme de sua geração: incômodas mochilas da moda nos ombros ou, então com a suéter amarrada na cintura. Está quente, a gente diz que vão estragar a suéter, mas não tem jeito, é o emblema da geração.

    Pois ali estamos, depois do primeiro e do segundo casamento, com essa barba de jovem executivo ou intelectual em ascensão, as mães, às vezes, já com a primeira plástica e o casamento recomposto. Essas são as filhas que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias e da ditadura das horas. E elas crescem meio amestradas, vendo como redigimos nossas teses e nos doutoramos nos nossos erros.

    Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos. Longe já vai o momento em que o primeiro mênstruo foi recebido como um impacto de rosas vermelhas. Não mais as colheremos nas portas das discotecas e festas, quando surgiam entre gírias e canções. Passou o tempo do balé, da cultura francesa e inglesa. Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas. Só nos resta dizer “bonne route, bonne route”, como naquela canção francesa narrando a emoção do pai quando a filha oferece o primeiro jantar no apartamento dela.

    Deveríamos ter ido mais vezes à cama delas ao anoitecer para ouvir sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de colagens, pôsteres e agendas coloridas de Pilot. Não, não as levamos suficientemente ao maldito “drive-in”, ao Tablado para ver “Pluft”, não lhes demos suficientes hambúrgueres e cocas, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas merecidas.

     Elas cresceram sem que esgotássemos nelas todo o nosso afeto.

     No princípio subiam a serra ou iam à casa de praia entre embrulhos, comidas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscinas e amiguinhas. Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de sorvetes e sanduíches infantis. Depois chegou a idade em que subir para a casa de campo com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma aqui na praia e os primeiros namorados. Esse exílio dos pais, esse divórcio dos filhos, vai durar sete anos bíblicos. Agora é hora de os pais na montanha terem a solidão que queriam, mas, de repente, exalarem contagiosa saudade daquelas pestes.

    O jeito é esperar. Qualquer hora podem nos dar netos. O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco.

     Por isso, os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável afeição. Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto. Por isso, é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que elas cresçam.



Affonso Romano de Sant´ Anna (Fonte: http://www.releituras.com/arsant_antes.asp, acesso em janeiro de 2020.) 




Texto 2


POEMA ENJOADINHO


Filhos... Filhos?

Melhor não tê-los!

Mas se não os temos

Como sabê-lo?

Se não os temos

Que de consulta

Quanto silêncio

Como o queremos!

Banho de mar

Diz que é um porrete...

Cônjuge voa

Transpõe o espaço

Engole água

Fica salgada

Se iodifica

Depois, que boa

Que morenaço

Que a esposa fica!

Resultado: filho,

E então começa

A aporrinhação:

Cocô está branco

Cocô está preto

Bebe amoníaco

Comeu botão. F

ilhos? Filhos.

Melhor não tê-los

Noite de insônia

Cãs prematuros

Prantos convulsos

Meu Deus, salvai-o!

Filhos são o demo

Melhor não tê-los...

Mas se não os temos

Como sabê-los?

Como saber

Que macieza

Nos seus cabelos

Que cheiro morno

Na sua carne

Que gosto doce

Na sua boca!

Chupam gilete

Bebem xampu

Ateiam fogo

No quarteirão

Porém, que coisa

Que coisa louca

Que coisa linda

Que os filhos são!


(Fonte: Vinícius de Moraes. Poesia completa & prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1987. p. 261-2.)

A partir do contexto expresso no fragmento: “E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça. Ali estão muitos pais, ao volante, esperando que saiam esfuziantes sobre patins, cabelos soltos sobre as ancas.”, assinale a alternativa que funciona sinonimicamente substituindo a palavra destacada.
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Q1158435 Português
Semântica é o estudo dos significados das palavras, das frases, dos sinais, dos símbolos e das relações entre estes significados. Sobre semântica, assinale a alternativa em que tanto as informações quanto os exemplos apresentados estão corretos e condizentes entre si:
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Q1158270 Português

Rodrigo Lara Mesquita (https://pt.scribd.com/document/247868/A-Economia-na-era-das-redes3).

O verbo ter equivale a fazer na oração
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Q1158262 Português

SALES, Herberto. O automóvel. In: Os melhores contos de Herberto Sales.

Seleção de Judith Grossmann. 2. ed. São Paulo: Global, 1999. p. 23.

A alternativa cuja frase em negrito mantém o mesmo significado da original é
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Q1158163 Português



(Fonte: https://br.pinterest.com/pin/804525920905262076/?lp=true,

acesso em fevereiro de 2020.)


No fragmento: “Pode tentar, mas acho meio difícil”, o conectivo destacado expressa valor semântico de:
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Q1158159 Português
Texto 1


A urgência da responsabilidade afetiva em tempos digitais


Desenvolver empatia com os sentimentos nossos e dos outros é imprescindível

Há uma piadinha sendo compartilhada na internet que resume bem o conceito de empatia e reciprocidade no relacionamento. “Essa boquinha aí só beija ou também tem responsabilidade afetiva, deixa tudo claro desde o início e não dá corda só para alimentar o ego?”, diz o meme, que mostra como esse termo vem se popularizando. Ele é recorrente também em textos e vídeos e está relacionado ao modo como nossas palavras, ações e omissões afetam as pessoas.

Ter responsabilidade afetiva é ser sincero sobre o que você sente pela pessoa com quem está se relacionando e o que espera dessa troca. Trata-se daquela velha máxima do clássico O Pequeno Príncipe, do francês Antoine de SaintExupéry, em que a raposa diz ao personagem-título: “És responsável por aquilo que cativas”. Trazendo o que foi escrito pelo autor lá em 1945 para os dias de hoje, seria como contar para a pessoa que você conheceu em um aplicativo de relacionamento, por exemplo, que está à procura de relações casuais. Ou não fazer promessas (como viagens, encontros, conhecer a família) que sabe que não vão acontecer.

“Essa é uma situação de colapso da responsabilidade afetiva, a de se colocar em um número maior de relações do que você pode conduzir. Inevitavelmente, alguém vai se machucar nessa história”, afirma Christian Dunker, autor do livro A Reinvenção da Intimidade: Políticas do Sofrimento Cotidiano (Ubu Editora). Se alguém está saindo com duas (ou mais) pessoas ao mesmo tempo, existe a chance de desenvolver um sentimento mais profundo, uma intimidade maior, por alguém. Por esse motivo, todos os envolvidos em uma relação precisam estar cientes dos riscos para escolher se querem corrê-los ou não.


(Fonte:https://claudia.abril.com.br/sua-vida/a-urgencia-deresponsabilidade-afetiva-em-tempos-digitais/, acesso em janeiro de 2020,
por Bárbara dos Anjos Lima e Fernanda Colavitti)
Leia atentamente o trecho a seguir: “esse termo vem se popularizando. Ele é recorrente também em textos e vídeos e está relacionado ao modo como nossas palavras, ações e omissões afetam as pessoas.” e assinale a alternativa que apresente substituta para o vocábulo destacado sem prejudicar o entendimento do texto:
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Q1158079 Português

TEXTO IV


    No início dos anos 80, a humanidade teve que se adequar às novas posturas em nome de um mercado globalizado. Agora, acomoda-se aos critérios do mundo digitalizado para não se excluir da dança orquestrada pelos artífices da vida virtual. São regras e comportamentos assentados sem plebiscitos ou referendos. [...]

    Deste modo, as pessoas adentram no universo da informática, em cujo seguimento, de forma instigadora, vende-se a ideia de facilitação, de encurtamento de distâncias, e de inclusão social […]. No caminho desses trilhos virtuais se estabelecem dependências, e as pessoas, apesar dos inúmeros amigos em suas redes sociais, estão sozinhas ao final de cada acesso e bate-papos. Essas certificam pesarosas, enfim, que as telas de computadores ou de celulares não lhes proporcionam aquilo que apenas outro humano poderia ceder-lhes, a exemplo do calor e afeição.

    No modus vivendi da pressa e do estresse, enquanto marco da nova era, abre-se o leque para temáticas que vão desde os meandros da informática até a implantação de chips em humanos, sem embargo das nuvens que acondicionam informações digitais.

    O diálogo, agora, se esvazia na perspectiva de humanos. Há um monólogo estabelecido com robôs ou inteligências artificiais, que vicejam superar homens, antes de servi-los, apesar da evidente colisão com o princípio da automação que recomenda que a máquina jamais supere humanos. Constata-se, todavia, que o contrário dessa premissa vai se assentando, na medida em que pais de família, superados por computadores, estão expostos na vala do desemprego. Nesse sentido, atesta-se a estruturação de uma sociedade de excluídos numa época que tanto se propugna por ações inclusivas. […]

FILHO, Zilmar Wolney Aires. Fragmentos. Disponível em: <https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/10633/Rastros-de-uma-nova-era-inteligencias-artificiais-reproducoes-assistidas-vidas-virtuais-chips-na-pele-e-fisica-quantica>. Acesso em: 18 jun. 2019.

No trecho “Nesse sentido, atesta-se a estruturação de uma sociedade de excluídos numa época que tanto se propugna por ações inclusivas.”, o verbo “propugna” pode ser substituído, sem alterações de sentido e de construção, por
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Q1158074 Português

TEXTO IV


    No início dos anos 80, a humanidade teve que se adequar às novas posturas em nome de um mercado globalizado. Agora, acomoda-se aos critérios do mundo digitalizado para não se excluir da dança orquestrada pelos artífices da vida virtual. São regras e comportamentos assentados sem plebiscitos ou referendos. [...]

    Deste modo, as pessoas adentram no universo da informática, em cujo seguimento, de forma instigadora, vende-se a ideia de facilitação, de encurtamento de distâncias, e de inclusão social […]. No caminho desses trilhos virtuais se estabelecem dependências, e as pessoas, apesar dos inúmeros amigos em suas redes sociais, estão sozinhas ao final de cada acesso e bate-papos. Essas certificam pesarosas, enfim, que as telas de computadores ou de celulares não lhes proporcionam aquilo que apenas outro humano poderia ceder-lhes, a exemplo do calor e afeição.

    No modus vivendi da pressa e do estresse, enquanto marco da nova era, abre-se o leque para temáticas que vão desde os meandros da informática até a implantação de chips em humanos, sem embargo das nuvens que acondicionam informações digitais.

    O diálogo, agora, se esvazia na perspectiva de humanos. Há um monólogo estabelecido com robôs ou inteligências artificiais, que vicejam superar homens, antes de servi-los, apesar da evidente colisão com o princípio da automação que recomenda que a máquina jamais supere humanos. Constata-se, todavia, que o contrário dessa premissa vai se assentando, na medida em que pais de família, superados por computadores, estão expostos na vala do desemprego. Nesse sentido, atesta-se a estruturação de uma sociedade de excluídos numa época que tanto se propugna por ações inclusivas. […]

FILHO, Zilmar Wolney Aires. Fragmentos. Disponível em: <https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/10633/Rastros-de-uma-nova-era-inteligencias-artificiais-reproducoes-assistidas-vidas-virtuais-chips-na-pele-e-fisica-quantica>. Acesso em: 18 jun. 2019.

Assinale a alternativa que reescreve adequadamente, de forma mais objetiva, sem linguagem figurada e mantendo o sentido original, o excerto a seguir:
“Agora, acomoda-se aos critérios do mundo digitalizado para não se excluir da dança orquestrada pelos artífices da vida virtual.”. 
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Q1158058 Português

TEXTO III


1943 – Região do Jalapão


    A primeira campanha do Programa Goiás Bahia teve como objetivos o reconhecimento geográfico da região onde se encontra a Lagoa do Veredão; a determinação do divisor de águas entre as Bacias dos Rios São Francisco e Tocantins; o estudo da Bacia Hidrográfica do Rio Preto; o levantamento de coordenadas geográficas, topográfico e de altitudes; e os estudos de Geomorfologia e de Geografia. No artigo publicado na Revista Brasileira de Geografia, v. 5, n. 4, p. 574-622, out./dez. 1943, o chefe da expedição, Gilvandro Simas Pereira, expõe como foi projetada, organizada e conduzida a expedição ao Jalapão, região do Brasil Central ainda pouco conhecida. Ao descrever tudo que observou, o autor revela também as dificuldades encontradas e os sacrifícios dos expedicionários no cumprimento do programa que foi feito no curto prazo de cinco meses, atravessando sempre zonas semidesertas, onde todos os recursos eram difíceis ou impossíveis de se obter.

Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101574.pdf>. Acesso em: 25 jun. 2019.

Em “[...] o chefe da expedição, Gilvandro Simas Pereira, expõe como foi projetada, organizada e conduzida a expedição ao Jalapão [...]”, o verbo em destaque, mantendo a regência e o sentido do texto, pode ser substituído por

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Q1158057 Português

TEXTO II

[4 de novembro de 1855]

Desejava dirigir uma pergunta aos meus leitores.

Mas uma pergunta é uma coisa que não se pode fazer sem um ponto de interrogação.

Ora, eu tenho uma birra muito séria a esta figurinha de ortografia, a esta espécie de corcundinha que parece estar sempre chasqueando e zombando da gente.

Com efeito, o que é um ponto de interrogação?

Se fizerdes esta pergunta a um gramático, ele vos atordoará os ouvidos durante uma hora com uma dissertação de arrepiar os cabelos.

Entretanto, não há coisa mais simples de definir do que um ponto de interrogação; basta olhar-lhe para a cara.

Vede: ?

É um pequeno anzol.

Ora, para que serve o anzol?

Para pescar.

Portanto, bem definido, o ponto de interrogação é uma parte da oração que serve para pescar.

Exemplo:

1º Quereis pescar um segredo que o vosso amigo vos oculta, e que desejais saber; deitais o anzol disfarçadamente com a ponta da língua:

– Meu amigo, será verdade o que me disseram, que andas apaixonado?

2º Quereis pescar na algibeira de algum sujeito uma centena de mil réis; preparais o cordel e lançais o anzol de repente:

– O Sr. pode emprestar-me uns duzentos mil réis aí?

3º Quereis pescar algum peixe ou peixãozinho: requebrais os olhos, adoçai a voz, e, por fim, deitais o anzol:

– Uma só palavra: tu me amas?

É preciso, porém, que se advirta numa coisa. O ponto de interrogação é um anzol, e por conseguinte serve para pescar; mas tudo depende da isca que se lhe deita.

Nenhum pescador atira à água o seu anzol sem isca; ninguém portanto diz pura e simplesmente:

– Empresta-me trezentos mil réis?

Não; é preciso que o anzol leve isca e que esta isca seja daquelas que o peixe que se quer pescar goste de engolir. 

Alguns pescadores costumam deitar um pouco de mel, e outros seguem o sistema dos índios que metiam dentro d’água certa erva que embebedava os peixes.

Assim, ou dizem:

– Meu amigo, o senhor, que é o pai dos pobres, (isca) empresta-me trezentos mil réis? (anzol).

Ou então empregam o segundo meio:

– Será possível que o benfeitor da humanidade, o homem que todos apregoam como a generosidade personificada, que o cidadão mais popular e mais estimado desta terra, que o negociante que revolve todos os dias um aluvião de bilhetes do banco, me recuse a miserável quantia de trezentos mil réis?

No meio do discurso, já o homem está tonto de tanto elogio, de maneira que, quando o outro lhe lança o anzol, é, com certeza, de trazer o peixe.

Ainda tinha muita coisa a dizer sobre esta arte de pescar na sociedade, arte que tem chegado a um aperfeiçoamento miraculoso. Fica para outra ocasião.

Por ora basta que saibam os meus leitores que o ponto de interrogação é um verdadeiro anzol.

O caniço desta espécie de anzol é a língua, e o fio ou cordel a palavra; fio elástico como não há outro no mundo. […]

Adaptado de: ALENCAR, José de. Ao correr da pena. Edição preparada por João Roberto Faria. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

Assinale a alternativa correta acerca da palavra em destaque em “No meio do discurso, já o homem está tonto de tanto elogio [...]”.
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Q1158053 Português

TEXTO II

[4 de novembro de 1855]

Desejava dirigir uma pergunta aos meus leitores.

Mas uma pergunta é uma coisa que não se pode fazer sem um ponto de interrogação.

Ora, eu tenho uma birra muito séria a esta figurinha de ortografia, a esta espécie de corcundinha que parece estar sempre chasqueando e zombando da gente.

Com efeito, o que é um ponto de interrogação?

Se fizerdes esta pergunta a um gramático, ele vos atordoará os ouvidos durante uma hora com uma dissertação de arrepiar os cabelos.

Entretanto, não há coisa mais simples de definir do que um ponto de interrogação; basta olhar-lhe para a cara.

Vede: ?

É um pequeno anzol.

Ora, para que serve o anzol?

Para pescar.

Portanto, bem definido, o ponto de interrogação é uma parte da oração que serve para pescar.

Exemplo:

1º Quereis pescar um segredo que o vosso amigo vos oculta, e que desejais saber; deitais o anzol disfarçadamente com a ponta da língua:

– Meu amigo, será verdade o que me disseram, que andas apaixonado?

2º Quereis pescar na algibeira de algum sujeito uma centena de mil réis; preparais o cordel e lançais o anzol de repente:

– O Sr. pode emprestar-me uns duzentos mil réis aí?

3º Quereis pescar algum peixe ou peixãozinho: requebrais os olhos, adoçai a voz, e, por fim, deitais o anzol:

– Uma só palavra: tu me amas?

É preciso, porém, que se advirta numa coisa. O ponto de interrogação é um anzol, e por conseguinte serve para pescar; mas tudo depende da isca que se lhe deita.

Nenhum pescador atira à água o seu anzol sem isca; ninguém portanto diz pura e simplesmente:

– Empresta-me trezentos mil réis?

Não; é preciso que o anzol leve isca e que esta isca seja daquelas que o peixe que se quer pescar goste de engolir. 

Alguns pescadores costumam deitar um pouco de mel, e outros seguem o sistema dos índios que metiam dentro d’água certa erva que embebedava os peixes.

Assim, ou dizem:

– Meu amigo, o senhor, que é o pai dos pobres, (isca) empresta-me trezentos mil réis? (anzol).

Ou então empregam o segundo meio:

– Será possível que o benfeitor da humanidade, o homem que todos apregoam como a generosidade personificada, que o cidadão mais popular e mais estimado desta terra, que o negociante que revolve todos os dias um aluvião de bilhetes do banco, me recuse a miserável quantia de trezentos mil réis?

No meio do discurso, já o homem está tonto de tanto elogio, de maneira que, quando o outro lhe lança o anzol, é, com certeza, de trazer o peixe.

Ainda tinha muita coisa a dizer sobre esta arte de pescar na sociedade, arte que tem chegado a um aperfeiçoamento miraculoso. Fica para outra ocasião.

Por ora basta que saibam os meus leitores que o ponto de interrogação é um verdadeiro anzol.

O caniço desta espécie de anzol é a língua, e o fio ou cordel a palavra; fio elástico como não há outro no mundo. […]

Adaptado de: ALENCAR, José de. Ao correr da pena. Edição preparada por João Roberto Faria. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

No Texto II, ao comparar as estratégias de pesca às habilidades retóricas, o cronista utiliza uma linguagem figurada. Nesse contexto, relacione a primeira coluna com a segunda, de modo a equiparar a linguagem figurada e o tipo de discurso utilizado, e assinale a alternativa com a sequência correta.


1. Isca com mel.

2. Isca com erva para embebedar os peixes.

3. Anzol sem isca.


( ) – O Sr. pode emprestar-me uns duzentos mil réis aí?

( ) – Meu amigo, o senhor, que é o pai dos pobres, empresta-me trezentos mil réis?

( ) – Será possível que o benfeitor da humanidade, o homem que todos apregoam como a generosidade personificada, que o cidadão mais popular e mais estimado desta terra, que o negociante que revolve todos os dias um aluvião de bilhetes do banco, me recuse a miserável quantia de trezentos mil réis?

Alternativas
Q1158039 Português
TEXTO I
Os buracos do espelho
 Arnaldo Antunes
o buraco do espelho está fechado
agora eu tenho que ficar aqui
com um olho aberto, outro acordado
no lado de lá onde eu caí

pro lado de cá não tem acesso
mesmo que me chamem pelo nome
mesmo que admitam meu regresso
toda vez que eu vou a porta some

a janela some na parede
a palavra de água se dissolve
na palavra sede, a boca cede
antes de falar, e não se ouve

já tentei dormir a noite inteira
quatro, cinco, seis da madrugada
vou ficar ali nessa cadeira
uma orelha alerta, outra ligada

o buraco do espelho está fechado
agora eu tenho que ficar agora
fui pelo abandono abandonado
aqui dentro do lado de fora

Disponível em: <http://www.arnaldoantunes.com.br/new/sec_discografia_sel.php?id=69>. Acesso em: 25 jun. 2019.
Assinale a alternativa correta quanto ao uso dos verbos no Texto I.
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Q1157879 Português

Texto para responder a questão

O CAU 

1 O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil –

CAU/BR e os Conselhos de Arquitetura e Urbanismo dos

Estados e do Distrito Federal – CAU/UF foram criados

4 com a Lei no

 12.378, de 31 de dezembro de 2010, que

regulamenta o exercício da arquitetura e do urbanismo no

País. Uma conquista histórica para a categoria, que significa

7 maior autonomia e representatividade para a profissão. 

Disponível em: <https://www.caumt.gov.br>. Acesso em: 21 jun. 2019, com adaptações.


O vocábulo “autonomia” (linha 7), no contexto, significa
Alternativas
Ano: 2020 Banca: VUNESP Órgão: SEMAE Prova: VUNESP - 2020 - SeMAE - Engenharia Civil |
Q1157825 Português

Leia um trecho do romance “A Madona de Cedro”, de Antonio Callado, para responder à questão.


      No primeiro dia no Rio de Janeiro, Delfino Montiel quase se afogou. Ele tinha aprendido a nadar menino ainda no rio das Velhas, na fazenda de seu tio Dilermando. Mas a corrente dos rios é honesta e determinada, vai reta e sempre se disciplina pelas margens. O mar... Ora, quem vai entender o mar? Delfino largou-se para o mar no mesmo dia em que chegara ao Rio. Atravessou a areia e foi entrando no mar numa espécie de exaltação. Queria chorar com aquela frescura de água azul, queria abraçar e beijar o mar. A primeira onda que lhe veio ao encontro, Delfino a recebeu de braços abertos. Ela o derrubou numa cascata de areia e espuma. Ele bebeu água, muita, mas estava embriagado de mar.

      Só quando já se achava sentado na areia, arquejante, entre uma súcia de curiosos, é que Delfino compreendeu que quase tinha morrido afogado. Um dos que o havia salvo era um rapagão simpático que lhe perguntou:

      – Você donde é que veio, patrício, de Cabrobó1 ou Caixa Prego2?

      – De Congonhas do Campo, respondeu Delfino ingenuamente.

      Muita gente riu em torno dele.

      – Pois, se você ainda quer rever Congonhas, trate o mar com mais desconfiança.

      Enquanto o rapaz se afastava, Delfino notou principalmente o riso de uma menina de cabelos cor de mel. Ele a notou porque a menina não queria exatamente rir, com pena dele que estava, mas sua companheira ria tão à vontade que ela não podia deixar de acompanhá-la.

      Com os olhos fitos nela, Delfino a foi acompanhando com a vista enquanto a menina entrava no mar. Viu logo que era uma amiga íntima do mar. Viu-a furar uma primeira onda, ligeira e exata como uma agulha mergulhando na dobra azul de um pano. Quando ela se levantou do mergulho, o cabelo cor de mel estava preto e grudado ao pescoço, preto-esverdeado, como se ela tivesse voltado mais marinha do fundo do mar.

(Record/Altaya. Adaptado)

1Cabrobó é uma cidade pernambucana no sertão do São Francisco.

2Caixa Prego significa lugar muito distante, longínquo.

Considere os trechos do texto.


•  Atravessou a areia e foi entrando no mar numa espécie de exaltação. (1° parágrafo)

•  Um dos que o havia salvo era um rapagão simpático que lhe perguntou... (2° parágrafo)


Assinale a alternativa que apresenta, correta e respectivamente, termos de sentido oposto aos termos destacados nos trechos do texto.

Alternativas
Ano: 2020 Banca: VUNESP Órgão: SEMAE Prova: VUNESP - 2020 - SeMAE - Engenharia Civil |
Q1157819 Português

Leia o texto para responder à questão.


Quando o efêmero dura


      Uma das mais fabulosas tecnologias humanas é a escrita. Ela nos permitiu ampliar a memória para horizontes inimagináveis. Não fosse por ela, jamais teríamos atingido os níveis de acúmulo, transmissão e integração de conhecimento que logramos obter e, provavelmente, não diferiríamos muito de nossos ancestrais do Neolítico.

      Uma tecnologia tão poderosa não poderia passar sem deixar marcas. De início, poucos dominavam as letras, de modo que saber ler e escrever se tornou uma distinção de classe social. À medida que surgiram tecnologias mais eficientes de reprodução (prensa) e o ensino público se popularizou, o alfabetismo se tornou quase universal.

      No nível comportamental, havia uma divisão bastante clara entre a comunicação formal, calculada, destinada a durar (escrita), e aquela mais íntima, vaga (oral), que, justamente por não deixar traços, podia operar como uma sonda da sociabilidade, testando relacionamentos, fofocando, às vezes até zombando e insultando. O ex-presidente Temer apropriadamente matou a charada ao proclamar: “verba volant, scripta manent” (as palavras faladas voam, as palavras escritas permanecem).

      O problema é que as tecnologias não pararam de evoluir, dando lugar a computadores, celulares, aplicativos de mensagem, redes sociais etc. As pessoas vêm cada vez mais usando a escrita para comunicar-se no registro informal, que contava com o caráter efêmero da fala. Pior, a reprodutibilidade e transmissão de diálogos privados se tornaram potencialmente infinitas, sem falar do hackeamento.

      O resultado é uma explosão de curtos-circuitos sociais, nos quais mensagens concebidas para circular entre poucos ganham ampla difusão. Às vezes a divulgação é de interesse público, mas, em outros casos, ela só azeda amizades, compromete namoros ou intoxica o ambiente de trabalho. Vejo com certa preocupação a redução dos espaços de experimentação social, onde é lícito falar bobagem.

(Hélio Schwartsman. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/2019 /11/quando-o-efemero-dura.shtml Adaptado.)

Assinale a alternativa correta a respeito do termo destacado no trecho do texto.
Alternativas
Q1157764 Português

Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados na questão.


De onde veio o futebol?

Fonte: https://super.abril.com.br/sociedade/13-mentiras-em-que-todo-mundo-acredita/ Texto adaptado

especialmente para esta prova.

– Assinale a alternativa que apresenta o sentido correto da seguinte frase retirada do texto: “Dizer quem realmente criou esse esporte é tarefa quase impossível”.
Alternativas
Q1157762 Português

Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados na questão.


De onde veio o futebol?

Fonte: https://super.abril.com.br/sociedade/13-mentiras-em-que-todo-mundo-acredita/ Texto adaptado

especialmente para esta prova.

Assinale a alternativa em que a segunda palavra é o ANTÔNIMO correto da primeira.
Alternativas
Q1157759 Português

Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados na questão.


De onde veio o futebol?

Fonte: https://super.abril.com.br/sociedade/13-mentiras-em-que-todo-mundo-acredita/ Texto adaptado

especialmente para esta prova.

No texto, a palavra entretenimento, na linha 16, pode ser substituída por:
Alternativas
Respostas
7461: E
7462: B
7463: C
7464: D
7465: B
7466: D
7467: E
7468: A
7469: C
7470: E
7471: E
7472: D
7473: A
7474: A
7475: C
7476: A
7477: E
7478: E
7479: E
7480: E