Questões de Concurso
Sobre significação contextual de palavras e expressões. sinônimos e antônimos. em português
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Leia a tira.
(Fernando Gonsales, Níquel Náusea. Folha de S.Paulo, 11.12.2019)
Leia a tira para responder à questão.
(Bob Thaves, Frank & Ernest. https://cultura.estadao.com.br)
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder à questão.
O TEMPO (2019).
Releia o trecho.
"Meus cálculos confirmam: a distância entre pobres e ricos aumentou ainda mais!"
O verbo destacado é sinônimo de
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder à questão.
Bruxas não existem
Quando eu era garoto, acreditava em bruxas, mulheres malvadas que passavam o tempo todo maquinando coisas perversas. Os meus amigos também acreditavam nisso. A prova para nós era uma mulher muito velha, uma solteirona que morava numa casinha caindo aos pedaços no fim de nossa rua.
Seu nome era Ana Custódio, mas nós só a chamávamos de "bruxa".
Era muito feia, ela; gorda, enorme, os cabelos pareciam palha, o nariz era comprido, ela tinha uma enorme verruga no queixo. E estava sempre falando sozinha. Nunca tínhamos entrado na casa, mas tínhamos a certeza de que, se fizéssemos isso, nós a encontraríamos preparando venenos num grande caldeirão.
Nossa diversão predileta era incomodá-la. Volta e meia invadíamos o pequeno pátio para dali roubar frutas e quando, por acaso, a velha saía à rua para fazer compras no pequeno armazém ali perto, corríamos atrás dela gritando "bruxa, bruxa!".
Um dia encontramos, no meio da rua, um bode morto. A quem pertencera esse animal nós não sabíamos, mas logo descobrimos o que fazer com ele: jogá-lo na casa da bruxa. O que seria fácil. Ao contrário do que sempre acontecia, naquela manhã, e talvez por esquecimento, ela deixara aberta a janela da frente. Sob comando do João Pedro, que era o nosso líder, levantamos o bicho, que era grande e pesava bastante, e com muito esforço nós o levamos até a janela. Tentamos empurrá-lo para dentro, mas aí os chifres ficaram presos na cortina.
— Vamos logo – gritava o João Pedro –, antes que a bruxa apareça. E ela apareceu. No momento exato em que, finalmente, conseguíamos introduzir o bode pela janela, a porta se abriu e ali estava ela, a bruxa, empunhando um cabo de vassoura. Rindo, saímos correndo. Eu, gordinho, era o último.
E então aconteceu. De repente, enfiei o pé num buraco e caí. De imediato senti uma dor terrível na perna e não tive dúvida: estava quebrada. Gemendo, tentei me levantar, mas não consegui. E a bruxa, caminhando com dificuldade, mas com o cabo de vassoura na mão, aproximava-se. Àquela altura a turma estava longe, ninguém poderia me ajudar. E a mulher sem dúvida descarregaria em mim sua fúria.
Em um momento, ela estava junto a mim, transtornada de raiva. Mas aí viu a minha perna, e instantaneamente mudou. Agachou-se junto a mim e começou a examiná-la com uma habilidade surpreendente.
— Está quebrada – disse por fim. — Mas podemos dar um jeito. Não se preocupe, sei fazer isso. Fui enfermeira muitos anos, trabalhei em hospital. Confie em mim.
Dividiu o cabo de vassoura em três pedaços e com eles, e com seu cinto de pano, improvisou uma tala, imobilizando-me a perna. A dor diminuiu muito e, amparado nela, fui até minha casa. “Chame uma ambulância”, disse a mulher à minha mãe. Sorriu.
Tudo ficou bem. Levaram-me para o hospital, o médico engessou minha perna e em poucas semanas eu estava recuperado. Desde então, deixei de acreditar em bruxas. E tornei-me grande amigo de uma senhora que morava em minha rua, uma senhora muito boa que se chamava Ana Custódio.
SCLIAR, M. Disponível em: <www.novaescola.org.br/conteudo/7562/bruxas-nao-existem>. Acesso em: 21 nov. 2019.
Releia o seguinte trecho.
"[...] a porta se abriu e ali estava ela, a bruxa, empunhando um cabo de vassoura."
A palavra destacada tem, no trecho, o mesmo sentido de
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder à questão.
Dois velhinhos
Dois pobres inválidos, bem velhinhos, esquecidos numa cela de asilo. Ao lado da janela, retorcendo os aleijões e esticando a cabeça, apenas um podia olhar lá fora. Junto à porta, no fundo da cama, o outro espiava a parede úmida, o crucifixo negro, as moscas no fio de luz. Com inveja, perguntava o que acontecia. Deslumbrado, anunciava o primeiro:
— Um cachorro ergue a perninha no poste.
Mais tarde:
— Uma menina de vestido branco pulando corda.
Ou ainda:
— Agora é um enterro de luxo.
Sem nada ver, o amigo remordia-se no seu canto. O mais velho acabou morrendo, para alegria do segundo, instalado afinal debaixo da janela.
Não dormiu, antegozando a manhã. Bem desconfiava que o outro não revelava tudo. Cochilou um instante. Era dia. Sentou-se na cama, com dores espichou o pescoço: entre os muros em ruína, ali no beco, um monte de lixo.
TREVISAN, Dalton. Mistérios de Curitiba. Rio de Janeiro: Record, 1979, p. 110 (Adaptado).
Releia o seguinte trecho.
“Não dormiu, antegozando a manhã.”
A palavra destacada sugere que o personagem
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder à questão.
Esses dias, a vizinha veio me perguntar por que os bebês andavam chorando tanto. Eu até assustei: “Quando?” Ela disse: “Ah, eles têm chorado algumas vezes ao dia”. Realmente, tiveram virose, dentinhos estavam nascendo. Bebês choram, não é mesmo? Aqui em casa, todo mundo sabe que choro tem que ser acalentado, mas, por mais que a gente tente ao máximo acalmá-los, tem hora que eles vão chorar, e a vizinha vai ter que escutar.
Mas e quando é o primogênito, de quase quatro anos, que chora? Recentemente, João ouviu a tradicional e assustadora frase “Que coisa feia. Você é rapaz, homem não chora”. A reação dele foi mais ou menos igual à minha diante da pergunta da vizinha. Ele fez uma cara de interrogação, mas continuou chorando, ainda bem. Não que eu queria ver meu filho sofrendo, mas aqui em casa ele pode e deve sim pôr pra fora sua mágoa, sua raiva, seus sentimentos. E não tem isso de que só menina pode chorar. Que absurdo!
Eu sempre gostei de chorar para extravasar emoções. Para mim, é uma forma de consolo, de desabafo. E com criança, seja menino ou menina, chorar tem o mesmo sentido. É a forma natural do ser humano de reagir a uma alegria extrema ou à dor, seja ela física ou emocional.
Mas por que, então, menino não pode chorar? Qual é medo dos pais? Do filho se tornar uma pessoa fraca? De parecer menina? De ser ou virar gay? Que coisa mais machista e ultrapassada. Chorar é inerente ao ser humano. É necessário e não define orientação sexual de ninguém.
Quando a gente chora, põe para fora muita coisa que poderia causar ou aumentar sofrimento. E quando se trata de criança, o choro, inclusive, pode ser a forma de ela expressar que algo errado está acontecendo, um abuso sexual, por exemplo. E se a gente sufoca o choro da criança, pode criar uma barreira intransponível entre mãe / pai / responsáveis e filho. Ele pode deixar de contar algo importante porque foi ensinado que chorar é errado e feio.
Pois eu acredito que chorar é para os fortes. Não engula seu choro nem o dos seus filhos!
Disponível em:<www.otempo.com.br/opiniao/criando-juntos/>.
Releia o seguinte trecho.
“Aqui em casa, todo mundo sabe que choro tem que ser acalentado [...]”
No contexto em que aparece, a palavra destacada significa
Leia o texto para responder à questão.
O mundo não é maternal
É bom ter mãe quando se é criança, mas também é bom quando se é adulto. Na adolescência se pensa que seria possível viver melhor sem ela, mas é erro de cálculo. Mãe é bom em qualquer idade. Sem ela, ficamos órfãos de tudo, já que o mundo lá fora não é nem um pouco maternal conosco.
O mundo não se importa se estamos desagasalhados e passando fome. Não liga se virarmos a noite na rua. O mundo quer defender o seu, não o nosso. O mundo quer que fiquemos horas ao telefone, torrando dinheiro. Quer que nos casemos logo para comprar um apartamento que vai nos deixar endividados por vinte anos. O mundo quer que andemos na moda, troquemos de carro, tenhamos boa aparência, nem que para isso tenhamos que estourar o cartão de crédito.
Mãe também quer que os filhos tenham boa aparência, mas está mais preocupada com nosso banho, com os nossos dentes e os nossos ouvidos, com a nossa limpeza interna: não quer que os filhos se droguem nem bebam.
O mundo nos olha superficialmente. Não detecta nossa tristeza, nosso abatimento. O mundo nos quer lindos e vitoriosos. O mundo não se preocupa se estamos com febre, não penteia nosso cabelo, não nos oferece um pedaço de bolo. Quando não concorda conosco, nos pune, nos rotula, nos exclui. O mundo não tem doçura, não tem paciência, não quer nos ouvir. O mundo pergunta quantos eletrodomésticos temos em casa, mas não quer saber dos nossos medos de infância, das nossas notas no colégio, de como foi duro arranjar o primeiro emprego.
Mãe é de outro mundo. Sofre no lugar dos filhos, preocupa-se com detalhes e tenta adivinhar as vontades deles. Enquanto o mundo exige eficiência máxima e cobra caro pelo seu tempo, mãe é de graça.
(Martha Medeiros. Non-stop. Porto Alegre: L&PM, 2012. Adaptado)
Leia o texto para responder à questão.
O mundo não é maternal
É bom ter mãe quando se é criança, mas também é bom quando se é adulto. Na adolescência se pensa que seria possível viver melhor sem ela, mas é erro de cálculo. Mãe é bom em qualquer idade. Sem ela, ficamos órfãos de tudo, já que o mundo lá fora não é nem um pouco maternal conosco.
O mundo não se importa se estamos desagasalhados e passando fome. Não liga se virarmos a noite na rua. O mundo quer defender o seu, não o nosso. O mundo quer que fiquemos horas ao telefone, torrando dinheiro. Quer que nos casemos logo para comprar um apartamento que vai nos deixar endividados por vinte anos. O mundo quer que andemos na moda, troquemos de carro, tenhamos boa aparência, nem que para isso tenhamos que estourar o cartão de crédito.
Mãe também quer que os filhos tenham boa aparência, mas está mais preocupada com nosso banho, com os nossos dentes e os nossos ouvidos, com a nossa limpeza interna: não quer que os filhos se droguem nem bebam.
O mundo nos olha superficialmente. Não detecta nossa tristeza, nosso abatimento. O mundo nos quer lindos e vitoriosos. O mundo não se preocupa se estamos com febre, não penteia nosso cabelo, não nos oferece um pedaço de bolo. Quando não concorda conosco, nos pune, nos rotula, nos exclui. O mundo não tem doçura, não tem paciência, não quer nos ouvir. O mundo pergunta quantos eletrodomésticos temos em casa, mas não quer saber dos nossos medos de infância, das nossas notas no colégio, de como foi duro arranjar o primeiro emprego.
Mãe é de outro mundo. Sofre no lugar dos filhos, preocupa-se com detalhes e tenta adivinhar as vontades deles. Enquanto o mundo exige eficiência máxima e cobra caro pelo seu tempo, mãe é de graça.
(Martha Medeiros. Non-stop. Porto Alegre: L&PM, 2012. Adaptado)
Considere os trechos do texto:
“Não detecta nossa tristeza, nosso abatimento.”
“Sofre no lugar dos filhos, preocupa-se com detalhes e tenta adivinhar...”
As palavras destacadas podem ser substituídas, respectivamente e sem alteração de sentido, por:
Leia o texto para responder à questão.
Emojis estão confundindo juízes sobre intenções
dos réus nos EUA
Enviar um emoji de faca ou arma constitui ameaça? E corações e rostinhos se beijando significam assédio? Mais emoticons* estão aparecendo em processos judiciais e, embora o contexto em que foram utilizados diga muito sobre as intenções (e atos) de quem está por trás das mensagens, a justiça está penando para lidar com a nova forma de comunicação.
Em uma reportagem sobre o assunto, a CNN revelou que juízes dos Estados Unidos têm se confundido com a utilização dos símbolos. O número de casos com mensagens de texto contendo emojis foi de 33 em 2017 para 53 em 2018, e quase 50 casos apenas no primeiro semestre de 2019.
Como conta Eric Goldman, professor de Direito na Universidade de Santa Clara, na Califórnia, não há diretrizes judiciais sobre como abordar o tópico. Às vezes, um juiz pode descrever o emoji em questão para os jurados, em vez de permitir que eles o vejam e interpretem por si mesmos, ou até omiti-los de todas as evidências.
Outra questão relevante é que, embora emojis sejam comumente usados para trazer leveza às conversas (e os tribunais reconheçam o humor das “carinhas”), não é novidade para juízes que acusados tentem disfarçar ameaças dizendo que “estavam apenas brincando”. Por isso, a justiça está se tornando cada vez mais cética sobre essa defesa em casos criminais, já que o destinatário não tem como saber precisamente se o emoticon foi enviado com o intuito de ser engraçado.
“Há muita coisa que poderia se perder na tradução. Foi uma piada? Ou era sério? Ou a pessoa estava apenas usando o emoji para se proteger, para depois argumentar que não era sério?”, questionou Karen S. Elliott, advogada que já trabalhou em casos do tipo. Para a profissional é essencial desenvolver estudos sobre o assunto e exigir que advogados, juízes e juris obtenham a representação exata do que foi enviado e recebido em mensagens trocadas: “As palavras podem não descrever adequadamente o significado preciso dos emojis”.
(Galileu. 12.07.2019. https://revistagalileu.globo.com. Adaptado)
* Emojis e emoticons são imagens usadas na comunicação em redes
sociais e mensagens instantâneas para expressar emoção, atitude ou
estado de espírito.
Leia o texto para responder à questão.
Emojis estão confundindo juízes sobre intenções
dos réus nos EUA
Enviar um emoji de faca ou arma constitui ameaça? E corações e rostinhos se beijando significam assédio? Mais emoticons* estão aparecendo em processos judiciais e, embora o contexto em que foram utilizados diga muito sobre as intenções (e atos) de quem está por trás das mensagens, a justiça está penando para lidar com a nova forma de comunicação.
Em uma reportagem sobre o assunto, a CNN revelou que juízes dos Estados Unidos têm se confundido com a utilização dos símbolos. O número de casos com mensagens de texto contendo emojis foi de 33 em 2017 para 53 em 2018, e quase 50 casos apenas no primeiro semestre de 2019.
Como conta Eric Goldman, professor de Direito na Universidade de Santa Clara, na Califórnia, não há diretrizes judiciais sobre como abordar o tópico. Às vezes, um juiz pode descrever o emoji em questão para os jurados, em vez de permitir que eles o vejam e interpretem por si mesmos, ou até omiti-los de todas as evidências.
Outra questão relevante é que, embora emojis sejam comumente usados para trazer leveza às conversas (e os tribunais reconheçam o humor das “carinhas”), não é novidade para juízes que acusados tentem disfarçar ameaças dizendo que “estavam apenas brincando”. Por isso, a justiça está se tornando cada vez mais cética sobre essa defesa em casos criminais, já que o destinatário não tem como saber precisamente se o emoticon foi enviado com o intuito de ser engraçado.
“Há muita coisa que poderia se perder na tradução. Foi uma piada? Ou era sério? Ou a pessoa estava apenas usando o emoji para se proteger, para depois argumentar que não era sério?”, questionou Karen S. Elliott, advogada que já trabalhou em casos do tipo. Para a profissional é essencial desenvolver estudos sobre o assunto e exigir que advogados, juízes e juris obtenham a representação exata do que foi enviado e recebido em mensagens trocadas: “As palavras podem não descrever adequadamente o significado preciso dos emojis”.
(Galileu. 12.07.2019. https://revistagalileu.globo.com. Adaptado)
* Emojis e emoticons são imagens usadas na comunicação em redes
sociais e mensagens instantâneas para expressar emoção, atitude ou
estado de espírito.
Considere os quadrinhos para responder à questão.
(Mort Walker. Recruta Zero. O Estado de S. Paulo. 28.06.2019.
https://cultura.estadao.com.br)
TEXTO I
Você tira o celular do bolso mais de 200 vezes por dia
E o número de toques diários no aparelho é ainda mais
impressionante: são 2.600, em média.
Fumar era normal. As pessoas acendiam o primeiro cigarro logo ao acordar, e repetiam o gesto dezenas de vezes durante o dia, em absolutamente todos os lugares: lojas, restaurantes, escritórios, consultórios, aviões (tinha gente que fumava até no chuveiro). Ficar sem cigarro, nem pensar - tanto que ir sozinho comprar um maço para o pai ou a mãe, na padaria da esquina, era um rito de passagem para muitas crianças. O cigarro estava na TV, nos filmes, na música, na propaganda (nos EUA, ficou famoso um anúncio que dizia: “Os médicos preferem Camel”). 30% a 40% da população, dependendo do país, fumava.
O cigarro foi, em termos absolutos, a coisa mais viciante que a humanidade já inventou. Hoje ele é execrado, com razão, e cenários assim são difíceis até de imaginar. Olhamos para trás e nos surpreendemos ao perceber como as pessoas se deixavam escravizar, aos bilhões, por algo tão nocivo. Enquanto fazemos isso, porém, vamos sendo dominados por um vício ainda mais onipresente: o smartphone.
Quatro bilhões de pessoas, ou 51,9% da população global, têm um, de acordo com uma estimativa da empresa sueca Ericsson. E o pegam em média 221 vezes por dia, segundo uma pesquisa feita pela consultoria inglesa Tecmark. O número de toques diários no aparelho é ainda mais impressionante: são 2.600, segundo a empresa de pesquisa Dscout Research. O smartphone já vicia mais gente, e de forma mais intensa, do que o cigarro.
Vivemos grudados em nossos smartphones porque eles são úteis e divertidos. Mas o que pouca gente sabe é o seguinte: por trás dos ícones coloridos e apps de nomes engraçadinhos, as gigantes da tecnologia fazem um esforço consciente para nos manipular, usando recursos da psicologia, da neurologia e até dos cassinos. “O smartphone é tão viciante quanto uma máquina caça-níqueis”, diz o americano Tristan Harris. E o caça-níqueis, destaca ele, é o jogo que mais causa dependência: vicia três a quatro vezes mais rápido que outros tipos de aposta.
Harris trabalhou quase cinco anos no Google, primeiro como programador e depois como “especialista em ética de design”: a pessoa encarregada de garantir que os apps e serviços do Google não fossem manipulativos ou viciantes. Em 2016, saiu da empresa para criar uma ONG, que se chama Center for Human Technology e reúne programadores alarmados com o impacto da indústria da tecnologia. “Estamos colocando toda a humanidade no maior experimento psicológico já feito, sem nenhum controle.”
“A internet é a maior máquina de persuasão e vício já construída”, diz o programador Aza Raskin. Você provavelmente nunca ouviu falar dele, mas Raskin é famoso no Vale do Silício. Isso porque, em 2006, ele inventou o que viria a se tornar um dos elementos mais fundamentais (e viciantes) dos smartphones: a “rolagem infinita”. Sabe quando você vai descendo pela tela e o conteúdo nunca termina, pois vai aparecendo mais? Trata-se da rolagem infinita, que torna mais prático o uso do smartphone - mas também mexe com a sua cabeça.
“Se você não dá tempo para o seu cérebro acompanhar os seus impulsos, simplesmente continua rolando para baixo”, diz Raskin. Ele não imaginava o poder viciante de sua criação, e hoje se arrepende dela - tanto que é um dos fundadores do Center for Human Technology. “A pergunta que nós nos fazemos no Vale do Silício é: estamos programando apps ou pessoas?”, diz. “Só Deus sabe o que estamos fazendo com o cérebro das crianças”, afirmou Sean Parker, um dos fundadores e primeiro CEO do Facebook, num debate em 2018. “Nós exploramos uma vulnerabilidade da psicologia humana. Eu, Mark (Zuckerberg), Kevin Systrom (criador do Instagram), todos nós entendemos isso, conscientemente, e fizemos mesmo assim”, afirmou.
Você deve estar pensando: será que não tem um certo exagero nisso? Afinal, você não controla o uso que faz do smartphone, e pode tranquilamente deixá-lo de lado, certo? Mais ou menos. Primeiro, você provavelmente é bem mais dependente dele do que imagina. Segundo, na prática é difícil conter o uso do celular. Foi o que constatou uma pesquisa feita pela consultoria Deloitte com 2 mil brasileiros. 30% das pessoas disseram que têm problemas com o uso excessivo do smartphone, como dificuldade de concentração ou insônia, e 32% já tentaram maneirar - sem sucesso. Uma pesquisa do Hospital Samaritano de São Paulo revelou que oito em cada dez motoristas usam celular enquanto dirigem, embora 93% deles reconheçam que isso é perigoso.
É por isso que boa parte das pessoas está sempre com a cara enterrada na tela, mesmo nos momentos mais impróprios para isso: atravessando a rua, na praia, num show, etc. “Está havendo um sequestro da atenção, da consciência, da perspectiva de você se conectar com o mundo à sua volta. Uma epidemia da distração”, diz o psicólogo Cristiano Nabuco de Abreu, coordenador do Grupo de Dependência Tecnológica do Hospital das Clínicas (USP).
Estudos mostram que o uso excessivo de smartphone está ligado ao aumento das taxas de ansiedade, depressão e déficit de atenção, inclusive com alterações na estrutura do cérebro. Os sintomas começam a se manifestar quando a pessoa gasta mais de três horas por dia no celular, e nós já passamos disso: o brasileiro gasta em média 3h10 diárias nessa atividade.
Disponível em:<encurtador.com.br/jkpvG>
Acesso em: 24 set. 2019
“Quando você larga o celular, é o seu filho que vibra.”
Esse tipo de situação, em que uma palavra pode possuir
mais de um significado, como nesse trecho, é conhecida
como
TEXTO I
Você tira o celular do bolso mais de 200 vezes por dia
E o número de toques diários no aparelho é ainda mais
impressionante: são 2.600, em média.
Fumar era normal. As pessoas acendiam o primeiro cigarro logo ao acordar, e repetiam o gesto dezenas de vezes durante o dia, em absolutamente todos os lugares: lojas, restaurantes, escritórios, consultórios, aviões (tinha gente que fumava até no chuveiro). Ficar sem cigarro, nem pensar - tanto que ir sozinho comprar um maço para o pai ou a mãe, na padaria da esquina, era um rito de passagem para muitas crianças. O cigarro estava na TV, nos filmes, na música, na propaganda (nos EUA, ficou famoso um anúncio que dizia: “Os médicos preferem Camel”). 30% a 40% da população, dependendo do país, fumava.
O cigarro foi, em termos absolutos, a coisa mais viciante que a humanidade já inventou. Hoje ele é execrado, com razão, e cenários assim são difíceis até de imaginar. Olhamos para trás e nos surpreendemos ao perceber como as pessoas se deixavam escravizar, aos bilhões, por algo tão nocivo. Enquanto fazemos isso, porém, vamos sendo dominados por um vício ainda mais onipresente: o smartphone.
Quatro bilhões de pessoas, ou 51,9% da população global, têm um, de acordo com uma estimativa da empresa sueca Ericsson. E o pegam em média 221 vezes por dia, segundo uma pesquisa feita pela consultoria inglesa Tecmark. O número de toques diários no aparelho é ainda mais impressionante: são 2.600, segundo a empresa de pesquisa Dscout Research. O smartphone já vicia mais gente, e de forma mais intensa, do que o cigarro.
Vivemos grudados em nossos smartphones porque eles são úteis e divertidos. Mas o que pouca gente sabe é o seguinte: por trás dos ícones coloridos e apps de nomes engraçadinhos, as gigantes da tecnologia fazem um esforço consciente para nos manipular, usando recursos da psicologia, da neurologia e até dos cassinos. “O smartphone é tão viciante quanto uma máquina caça-níqueis”, diz o americano Tristan Harris. E o caça-níqueis, destaca ele, é o jogo que mais causa dependência: vicia três a quatro vezes mais rápido que outros tipos de aposta.
Harris trabalhou quase cinco anos no Google, primeiro como programador e depois como “especialista em ética de design”: a pessoa encarregada de garantir que os apps e serviços do Google não fossem manipulativos ou viciantes. Em 2016, saiu da empresa para criar uma ONG, que se chama Center for Human Technology e reúne programadores alarmados com o impacto da indústria da tecnologia. “Estamos colocando toda a humanidade no maior experimento psicológico já feito, sem nenhum controle.”
“A internet é a maior máquina de persuasão e vício já construída”, diz o programador Aza Raskin. Você provavelmente nunca ouviu falar dele, mas Raskin é famoso no Vale do Silício. Isso porque, em 2006, ele inventou o que viria a se tornar um dos elementos mais fundamentais (e viciantes) dos smartphones: a “rolagem infinita”. Sabe quando você vai descendo pela tela e o conteúdo nunca termina, pois vai aparecendo mais? Trata-se da rolagem infinita, que torna mais prático o uso do smartphone - mas também mexe com a sua cabeça.
“Se você não dá tempo para o seu cérebro acompanhar os seus impulsos, simplesmente continua rolando para baixo”, diz Raskin. Ele não imaginava o poder viciante de sua criação, e hoje se arrepende dela - tanto que é um dos fundadores do Center for Human Technology. “A pergunta que nós nos fazemos no Vale do Silício é: estamos programando apps ou pessoas?”, diz. “Só Deus sabe o que estamos fazendo com o cérebro das crianças”, afirmou Sean Parker, um dos fundadores e primeiro CEO do Facebook, num debate em 2018. “Nós exploramos uma vulnerabilidade da psicologia humana. Eu, Mark (Zuckerberg), Kevin Systrom (criador do Instagram), todos nós entendemos isso, conscientemente, e fizemos mesmo assim”, afirmou.
Você deve estar pensando: será que não tem um certo exagero nisso? Afinal, você não controla o uso que faz do smartphone, e pode tranquilamente deixá-lo de lado, certo? Mais ou menos. Primeiro, você provavelmente é bem mais dependente dele do que imagina. Segundo, na prática é difícil conter o uso do celular. Foi o que constatou uma pesquisa feita pela consultoria Deloitte com 2 mil brasileiros. 30% das pessoas disseram que têm problemas com o uso excessivo do smartphone, como dificuldade de concentração ou insônia, e 32% já tentaram maneirar - sem sucesso. Uma pesquisa do Hospital Samaritano de São Paulo revelou que oito em cada dez motoristas usam celular enquanto dirigem, embora 93% deles reconheçam que isso é perigoso.
É por isso que boa parte das pessoas está sempre com a cara enterrada na tela, mesmo nos momentos mais impróprios para isso: atravessando a rua, na praia, num show, etc. “Está havendo um sequestro da atenção, da consciência, da perspectiva de você se conectar com o mundo à sua volta. Uma epidemia da distração”, diz o psicólogo Cristiano Nabuco de Abreu, coordenador do Grupo de Dependência Tecnológica do Hospital das Clínicas (USP).
Estudos mostram que o uso excessivo de smartphone está ligado ao aumento das taxas de ansiedade, depressão e déficit de atenção, inclusive com alterações na estrutura do cérebro. Os sintomas começam a se manifestar quando a pessoa gasta mais de três horas por dia no celular, e nós já passamos disso: o brasileiro gasta em média 3h10 diárias nessa atividade.
Disponível em:<encurtador.com.br/jkpvG>
Acesso em: 24 set. 2019
“Quando você larga o celular, é o seu filho que vibra.”
Entre as acepções a seguir, todas registradas no Aulete
Digital como sendo do verbo “vibrar”, a que é adequada
a essa oração, pelo contexto, é
TEXTO III
O cigarro eletrônico
Inalar a fumaça liberada na combustão do cigarro é o mais mortal dos comportamentos de risco no Brasil.
Não é de hoje que os fabricantes procuram uma forma de administrar nicotina, sem causar os malefícios da queima do fumo nem tirar o prazer que o dependente sente ao fumar. E, acima de tudo, sem abrir mão do lucro obtido com a droga que provoca a mais escravizadora das dependências químicas conhecidas pela medicina.
Com essa finalidade, foram lançados no comércio os cigarros eletrônicos, uma coleção heterogênea de dispositivos movidos a bateria que vaporizam nicotina, para ser fumada num tubo que imita o cigarro. Em menos de dez anos, as vendas na Europa atingiram 650 milhões de dólares e 1,7 bilhão nos Estados Unidos.
O sucesso tem sido tão grande, que alguns especialistas ousam predizer que o cigarro convencional estaria com os dias contados.
Na literatura médica, entretanto, as opiniões são divergentes.
1) Os detratores
A demonstração de que fumantes passivos correm mais risco de morrer por ataque cardíaco, derrame cerebral, câncer e doenças respiratórias, deu origem à legislação que proibiu o fumo em lugares fechados, providência que beneficiou fumantes e abstêmios.
Especialistas temem que esse esforço da sociedade seja perdido, quando os cigarros eletrônicos forem anunciados em larga escala pelos meios de comunicação.
Comerciais exibidos recentemente nas TVs americanas justificam a preocupação: “Finalmente, os fumantes têm uma alternativa real” ou “Somos todos adultos, aqui. É tempo de tomarmos nossa liberdade de volta”. Mensagens como essas não seduzirão as crianças, como aconteceu com as campanhas de cigarros anos atrás?
Os Centers for Diseases Control, nos Estados Unidos, revelaram que embora o consumo de cigarros comuns entre adolescentes americanos tenha caído, entre 2011 e 2012, o de eletrônicos duplicou.
Não existe padronização na quantidade de nicotina vaporizada pelas diferentes marcas de eletrônicos; nem controle de qualidade. Os testes mostram que alguns conseguem liberar o dobro ou o triplo de nicotina, em cada tragada.
Ainda não há comprovação científica de que o cigarro eletrônico substitua os convencionais. O uso concomitante pode levar ao consumo de doses exageradas de nicotina, eventualmente próximas de limites perigosos.
Na falta de melhor alternativa, o cigarro eletrônico pode ser uma forma menos maligna de lidar com a dependência de nicotina. Mas, é preciso criar com urgência uma legislação para lidar com ele.
2) Os defensores
Consideram que o cigarro eletrônico se enquadra nas chamadas estratégias de redução de riscos, semelhantes às de distribuição de seringas para usuários de drogas injetáveis, adotadas como medida de prevenção à aids.
Há quem acredite que, ao lado de outras formas de administrar nicotina sem utilizar combustão (chicletes, pastilhas e adesivos), os dispositivos eletrônicos têm potencial para se tornar um dos maiores avanços na história da saúde pública.
Para eles, o vapor de nicotina inalado através do cigarro eletrônico mimetiza as experiências prévias do fumante, sem deixar de estigmatizar o cigarro comum.
Lembram que no mundo ocorrem seis milhões de óbitos por ano, por causa do fumo, e que as previsões para o século 21 não poderiam ser mais sombrias: um bilhão de mortes, predominantemente entre os mais pobres e menos instruídos.
Defendem que a estratégia de reduzir, mesmo sem eliminar, o risco de morte associado ao cigarro, é um imperativo moral.
Difícil não reconhecer que os dois lados apresentam argumentos consistentes.
Minha opinião é de que os cigarros eletrônicos devem obedecer a leis que os obriguem a passar por controle de qualidade, que proíbam fumá-los em bares, restaurantes, escritórios e outros espaços públicos fechados, e que vedem a publicidade pelos meios de comunicação de massa.
Seria fundamental, ainda, proibir que os fabricantes adicionassem mentol, essências de morango, baunilha ou chocolate, para torná-los mais palatáveis às crianças, prática criminosa que a Anvisa não consegue impedir que a indústria do fumo continue utilizando no cigarro comum.
Na falta de melhor alternativa, o cigarro eletrônico pode ser uma forma menos maligna de lidar com a dependência de nicotina. Mas, é preciso criar com urgência uma legislação para lidar com ele.
Disponível em:<https://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/artigos/o-cigarro-eletronico-artigo/>
Leia este trecho.
“[...] o vapor de nicotina inalado através do cigarro eletrônico mimetiza as experiências prévias do fumante [...]”
A correção e as relações de sentido permanecem inalteradas se a palavra destacada desse trecho for substituída por
TEXTO I
Fumante ignora riscos do cigarro eletrônico
Alardeado como uma solução para quem quer parar de fumar, o cigarro eletrônico é cada vez mais procurado em Belo Horizonte, principalmente por jovens. Mesmo proibido, é facilmente encontrado em lojas do hipercentro, shoppings populares e até no Mercado Central. O comércio dos “vapes”, como são conhecidos, é vetado desde 2009 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A restrição se deve à ausência de dados científicos sobre os produtos. Além da falta de informações, o risco de causar doenças respiratórias e cânceres preocupa especialistas. O assunto ganha ainda mais força nesta quinta-feira (29), Dia Nacional de Combate ao Fumo.
“Essas composições têm glicerina, que pode causar irritação nos brônquios, doença pulmonar obstrutiva crônica, crise de asma e outros problemas. Os elementos que dão sabor e odor ao vapor também podem ser irritativos quando esquentados”, aponta o psiquiatra Frederico Garcia, coordenador do Centro de Referência em Drogas da UFMG.
Cânceres de pulmão, fígado e cabeça e pescoço também são enfermidades que podem estar relacionadas ao uso, explica a oncologista clínica do grupo Oncoclínicas, Flávia Amaral Duarte. “O que a indústria divulga é que não existe a combustão no cigarro eletrônico, mas a vaporização. Porém, isso não significa ausência de toxicidade, ou que os produtos não fazem mal”.
Nas alturas
O cigarro eletrônico pode ser encontrado sob diferentes formas: tipo caneta, parecido com uma garrafinha e até do tamanho de um cigarro convencional, mas achatado. O preço varia de R$ 180 a R$ 600. O usuário ainda precisa comprar as essências ou cartuchos vaporizáveis, que podem ter ou não nicotina. Há opções com sabores, como baunilha, chicletes e “cigarro branco”.
Débora (nome fictício), que trabalha em uma tabacaria na Savassi, conta que começou a usar o produto há quatro meses. “Não é fácil, porque a gente tem o vício de estar com algo nas mãos e na boca, mas já reduzi muito a quantidade de nicotina que fumo. Meu objetivo é parar totalmente”, afirma.
Cigarro
O consumo de cigarro afeta o indivíduo em três aspectos: o comportamental, com o ato de fumar, o psicológico, com o prazer causado pela experiência, e causando o vício orgânico. Para freá-los por completo, o psiquiatra e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Dartiu Xavier da Silveira, que trabalha com redução de danos há três décadas, explica que opções como gomas de mascar e adesivos com nicotina costumam ser mais eficazes e seguras.
“Eles até têm a substância, mas o que pega o tabagista é o hábito, que continua com os vaporizadores. Seria bom se a pessoa conseguisse ficar só no uso controlado e esporádico, mas vemos que não é isso que ocorre. Pelo contrário, ela pode até fumar mais e o produto é vendido e estimulado como se fosse inócuo”, critica.
Legislação
A legislação federal proíbe a venda, a importação e a propaganda de vaporizadores, além de acessórios e refis. O descumprimento é punido com advertência, multa, apreensão, interdição parcial ou total da loja e até cancelamento de alvará. A vigilância sanitária de BH foi procurada, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, que diz não fiscalizar a venda dos produtos. [...]
Disponível em:<http://twixar.me/8qM1>
Analise a peça publicitária a seguir.
Disponível em: <https://pt.slideshare.net/MinSaude/campanha-para-populao-em-situao-de-rua>. Acesso em: 31 jul. 2019.
Apesar de algumas palavras dicionarizadas apresentarem, muitas vezes, duas ou mais definições / sinônimos, o contexto em que elas são utilizadas determina o melhor significado delas no caso.
Dessa forma e considerando a peça publicitária em
análise, assinale a alternativa em que se tem o melhor
sinônimo da palavra “equidade” no contexto.
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder a questão.
Um acento pode mudar todo o sentido da frase?
Um acento e tudo muda.
A secretária, na secretaria, disse a Antônio, seu chefe,que estava muito gripada.
— Não me medico! Vou sim ao médico. E já! - exclamou.
Ela, sábia, sabia dos riscos da famosa automedicação.
— Meu bebê, por exemplo, seu Antônio, só bebe o que é prescrito! Só come coco do bom; por isso, nunca tem cocô fedido.
Rapidamente, Raissa (que odiava ser chamada de Raíssa) ganhou a liberação para ir ao médico. Antes da saída, proclamou o chefe:
— Não se acostume! Neste mundo é preciso que se rale para sair da ralé, menina!
— Ah! Vou avisar também seus pais! Sabe como anda a violência neste país, né?
Ao chegar ao consultório, olhou para o forro do estabelecimento e lembrou a origem dos chatos espirros:o forró agarradinho à pele com o Édson (apelidado de Pelé).
— Seu nome? - perguntou o médico.
— Raissa!
— Raíssa, ...
— Ops! É Raissa! Meu nome não tem acento, tem que pronunciar o ditongo ai. É “AI”: Raissa!
— Perdão, dona Raissa! Que houve?
— Ah! Aqui na Bahia (o senhor sabe, né?), em qualquer baia, a gente dança forró, pele com a pele. Pelé me convidou, trocamos umas palavrazinhas. De repente, eu disse que era secretária. Ele disse que eu era mesmo uma babá muito bonita. Troquei baba com ele, por longos minutos.
Para homenagear o momento, pedi à banda um fá maior e ele ficou fã.
A única coisa triste, doutor, é que, nesse ínterim, fiquei inteiramente gripada.
— Dona Raissa, venha cá! Não repare a minha cã:cabelo branco quando nasce é sempre aos montes. Vou lhe mostrar, por meio deste cartaz, nossa garganta.
— Está vendo lá? - questionou.
— Esta garganta? - perguntou a moça.
— Quando se está sob a friagem, sem a roupa de lã, lá fica inflamado, cheio de ira, como os fanáticos do Irã.
— Em meu último congresso em Roma, aprendi que romã é ótimo para tal incômodo laríngeo. Você se incomoda com essa fruta?
— Não me incomodo, doutor!
— Tome também estes comprimidos, duas vezes ao dia, e ficará curada.
Raissa, diante do tempo gasto na consulta, ficara apenas chateada por não conseguir comprar carne, tampouco quitar pontualmente a dívida, impressa no carnê. Um acento e tudo muda.
Um abraço e até a próxima!
Disponível em: <https://exame.abril.com.br/carreira/um-acento-pode-mudar-todo-o-sentido-da-frase/>.
“— Ah! Aqui na Bahia (o senhor sabe, né?), em qualquer baia, a gente dança forró, pele com a pele. Pelé me convidou, trocamos umas palavrazinhas. De repente, eu disse que era secretária. Ele disse que eu era mesmo uma babá muito bonita. Troquei baba com ele, por longos minutos.”
A expressão destacada nesse trecho significa que Raissa
Até meados do século XVII, a região do atual município de Lima Duarte não passava de uma área de mata virgem, quando por volta do ano de 1692, apareceram os primeiros bandeirantes. Este grupo era liderado por padre João Faria Filho, vigário de Taubaté, além de ter sido um dos pioneiros dos descobrimentos de Ouro Preto.
Padre João foi quem encontrou ouro no leito do Rio do Peixe. Desse descobrimento, Bento Corrêa de Souza Coutinho deu a notícia ao Governador-Geral do Brasil na Bahia, Dom João de Lencastre, através de carta enviada a 29 de julho de 1694. A partir daí, iniciou-se o povoamento daquele lugar com a migração de colonizadores vindos dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, além de portugueses.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lima_Duarte_(Minas_Gerais)
Por que todo mundo usava peruca na Europa dos séculos 17 e 18?
Não era todo mundo, apenas os aristocratas. A moda começou com Luís 14 (1638-1715), rei da França. Durante seu governo, o monarca adotou a peruca pelo mesmo motivo que muita gente usa o acessório ainda hoje: esconder a calvície. O resto da nobreza gostou da ideia e o costume pegou. A peruca passou a indicar, então, as diferenças sociais entre as classes, tornando-se sinal de status e prestígio.
Também era comum espalhar talco ou farinha de trigo sobre as cabeleiras falsas para imitar o cabelo branco dos idosos. Mas, por mais elegante que parecesse ao pessoal da época, a moda das perucas também era nojenta. “Proliferava todo tipo de bicho, de baratas a camundongos, nesses cabelos postiços”, afirma o estilista João Braga, professor de História da Moda das Faculdades Senac, em São Paulo.
Em 1789, com a Revolução Francesa, veio a guilhotina, que extirpou a maioria das cabeças com perucas. Símbolo de uma nobreza que se desejava exterminar, elas logo caíram em desuso. Sua origem, porém, era muito mais velha do que a monarquia francesa. No Egito antigo, homens e mulheres de todas as classes sociais já exibiam adornos de fibra de papiro – na verdade, disfarce para as cabeças raspadas por causa de uma epidemia de piolhos. Hoje, as perucas de cachos brancos, típicas da nobreza europeia, sobrevivem apenas nos tribunais ingleses, onde compõem a indumentária oficial dos juízes.
Disponível em:<www.super.abril.com.br/mundo-estranho>