Questões de Concurso
Sobre significação contextual de palavras e expressões. sinônimos e antônimos. em português
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Adiantar o relógio para aproveitara luz natural e economizar energia não é uma ideia recente. Ela foi proposta pela primeira vez em 1748 pelo físico americano Benjamin Franklin (1709-1790), o inventor do para-raios, mas acabou rejeitada. Um século mais tarde, em 1884, houve uma importante articulação mundial para uniformizar os padrões de medição das horas. Foram estabelecidos os fusos horários. A medida foi necessária porque, com a construção de ferrovias extensas unindo regiões muito distantes, ficou evidente a diferença de horários entre um ponto e outro.
Nas décadas seguintes, nenhuma outra proposta de alterar horários teve sucesso. Até que, em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, os alemães usaram o recurso de adiantar os relógios para economizar combustíveis, sendo imediatamente imitados. O mesmo aconteceu durante a segunda Guerra (1939- 1945) e, daí em diante, vários países passaram a adotar a prática nos meses em que os dias são mais longos.
Revista Claudia, nov. 1997.
Leia a frase abaixo retirada do texto.
“(...) ficou evidente a diferença de horários entre um ponto e outro”.
Assinale a alternativa que apresenta um sinônimo para a palavra em destaque.
Operários cruzam os braços por melhores condições de trabalho
Centenas de operários que trabalham na obra de ampliação do aeroporto de Vitória paralisaram as atividades nesta segunda-feira (29). Eles reivindicaram melhores condições de trabalho. Além da troca do restaurante que serve aos trabalhadores, eles pediram o fim da dupla função, auxílio periculosidade para eletricistas e o pagamento da rescisão de contrato por uma empresa que saiu do consórcio. Os operários também pediram reajuste salarial. Todas as reivindicações foram atendidas e a obra não corre risco de novas paralisações.
O estopim para o movimento foi na última semana, quando dezenas de funcionários teriam passado mal com a comida do restaurante. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Estado (Sintracost), Paulo Peres, a principal exigência foi a substituição do fornecedor da alimentação. “Semana passada teve um dia em que 70 operários passaram mal por causa da alimentação e foram hospitalizados. Mas isso não é de hoje, tem seis meses que os trabalhadores reclamam da qualidade da alimentação”, disse.
Na manhã desta terça-feira (30), os operários realizaram uma assembleia. O consórcio da obra atendeu as reivindicações, além de conceder um aumento de 6%, de acordo com o sindicato. Nenhum trabalhador quis comentar o assunto.
O diretor-presidente do consórcio JL, João Luiz Félix, responsável pelas obras no Aeroporto de Vitória, informou que todas as questões foram resolvidas com a ideia de não haver discussões e, consequentemente, atrasos na ampliação da estrutura do terminal aéreo. Ele acrescentou que no total são 1.350 pessoas trabalhando no canteiro de obras, entre operários, engenheiros e funcionários dos setores administrativos. DIAS, Kaique. Operários cruzam os braços por melhores condições de trabalho.
Disponível em:<http://www.gazetaonline.com.br/cbn_ vitoria/reportagens /2017/05/operarios-cruzam-os-bracospor-melhores-condicoes-de-trabalho-1014060665.html>
No que concerne ao texto precedente, julgue o próximo item.
O vocábulo “um” (ℓ.14) refere-se a um indivíduo cujo nome
é idêntico ao do autor do texto.
Leia o texto 1 para responder a questão
“Não haverá paz neste planeta enquanto, algures no mundo, os direitos humanos forem violados.”
Neste Dia Internacional da Paz, as palavras de René Cassin, um dos artesãos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948, relembram-nos que a paz continua a ser um ideal inalcançável enquanto os direitos humanos fundamentais não forem respeitados. São, pois, a condição primordial de uma sociedade pacífica em que a dignidade de todos os indivíduos é respeitada e onde todos podem usufruir de direitos iguais e inalienáveis.
Estas palavras também nos relembram do nosso dever de solidariedade para com os nossos semelhantes; a paz é imperfeita e frágil se não beneficiar a todos e a todas. Os direitos humanos ou são universais ou não são. Esta ligação intrínseca entre paz e respeito pelos direitos fundamentais constitui o tema desta nova edição do Dia Internacional da Paz, no momento em que se celebra o 70º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Os ideais de paz e de direitos universais são, todos os dias, contestados e violados. Existem vários obstáculos para a sua realização. A nossa capacidade em edificarmos um mundo feito de harmonia, de compreensão e de coexistência pacífica é posta à prova pelos mais diversos desafios: desigualdades sociais e econômicas que causam sofrimento e pobreza; alterações climáticas que geram novos conflitos; explosão demográfica que cria novas tensões… Por outro lado, propagam-se também novas formas de populismo e de extremismo em todo o mundo.
Para vencermos estes desafios, temos de agir de forma coletiva e construir, passo a passo, o edifício da paz. Este é o objetivo do Programa da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que apela a uma ação concentrada para alcançarmos os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável do milênio, que contribuem para um mundo mais justo e mais pacífico – luta contra a pobreza, contra a fome, contra as desigualdades de gênero, promoção da educação, defesa da justiça, compromisso em favor de um ambiente saudável…
Todos os dias, a UNESCO, através dos seus programas e das suas ações em campo, reafirma o seu compromisso original, consagrado no seu Ato Constitutivo: erguer os baluartes da paz no espírito das mulheres e dos homens. Líder da Década Internacional para a Aproximação das Culturas (2013-2022), a UNESCO investe-se totalmente no desenvolvimento de uma cultura de prevenção a nível mundial através da educação, da cooperação internacional e do diálogo intercultural.
O caminho para a paz é longo, mas cabe a todos e a cada um de nós influenciar o seu rumo ao comprometermo-nos, diariamente, em prol de uma sociedade mais inclusiva, mais tolerante e mais justa.
(Mensagem de Audrey Azoulay, diretora-geral da UNESCO, por ocasião do Dia Internacional da Paz, 21 de setembro de 2018).
UNESCO. Mensagem da UNESCO para o Dia Internacional da Paz. 19.09.2018 - UNESCO Office in Brasilia. Disponível em:<http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single-view/news/unesco_message_for_the_ international_day_of_peace/> Acesso: 02 nov. 2018
Uma andorinha não faz verão
No domingo de sol anterior ao Dia de Finados, evitei a praia lotada e subi para um refresco nas Paineiras. Morei dez anos em São Conrado e, na época, costumava fazer o trajeto com frequência, mas desisti do programa, depois de dar com dois corpos desovados pelo caminho. Agora só arrisco a visita nos feriados, quando o parque se enche de gente.
A beleza do Rio é comparável à sua barbárie.
No último mirante, depois da terceira queda d'água, o vento soprava forte, anunciando a virada de tempo na Guanabara. Dezenas de andorinhas aproveitavam a corrente de ar ascendente, impulsionando o voo num vertiginoso balé. Eu, conformada com as pernas, invejei a farra dos que nascem com asas. O espetáculo pontuou o fim do passeio.
Uma semana depois, esperando o sinal abrir no cruzamento da Lagoa, ao lado do Clube do Flamengo, fui surpreendida por uma andorinha solitária, que cruzou o para-brisa do carro a toda. Depois de driblar o trânsito, arriscando a vida num rasante pela via expressa, ela se meteu no vão entre o verde e o vermelho do sinal de pedestres do outro lado da rua.
Surpresa, percebi um resto de capim seco saindo da fresta do poste. Era um ninho em plena Avenida Epitácio Pessoa. Com tanta mata, tantas árvores e prédios altos na cidade, por que criar filhos num lugar tão desolado? Neurose urbana? Só pode ser.
Chocar ovos requer um planejamento requintado. É preciso encontrar um parceiro disposto, um endereço seguro e esmerar-se para juntar a palha. Não é algo que pega uma ave de surpresa, como uma contração fora de hora que te obriga a parir na estrada.
Que anomalia era aquela que fazia um casal de andorinhas trocar o êxtase das Paineiras pela tensão do asfalto? A solidão de uma esquina feia?
O delírio da passarinhada do alto da Tijuca não tinha nada de humano. Era um estado natural, como o das plantas e o das pedras, sem consciência ou sentido em si. Mas o ser do sinal de pedestres da esquina na Rodrigo de Freitas era um indivíduo escarrado, um quase parente. Ao vê-lo, eu me reconheci na sofreguidão de seu retorno para casa, no esforço de criar os filhos num ambiente inóspito, no risco e na ansiedade.
A andorinha aculturada sou eu.
Neste mês, o Brasil assassinou um rio e o El aterrorizou Paris. O mundo não anda nada hospitaleiro. Mesmo assim, ainda creio nos ninhos e nas revoadas.
Fernanda Torres. In: [email protected]
A expressão “enxotei” sublinhada no texto é sinônimo de:
[…] dia desses, uma equipe de reportagem de um canal por assinatura veio até minha casa para me entrevistar sobre a Era Vargas. O repórter que conduziria a conversa advertiu-me, antes de o operador ligar a câmera: “Pense que nosso telespectador típico é aquele sujeito esparramado no sofá, com uma lata de cerveja numa mão e o controle remoto na outra, que esbarrou na nossa reportagem por acaso, durante o intervalo de um filme de ação”, detalhou. “É para esse cara que você vai falar; pense nele como alguém com a idade mental de 14 anos.”
Sou cortês, mas tenho meus limites. Quase enxotei o colega porta afora, aos pontapés. Respirei fundo e procurei ser didático, sem me esforçar para parecer que estava falando com o Homer Simpson postado ali do outro lado da lente. Afinal, como pai de duas crianças, acredito que há uma enorme distância entre o didatismo e o discurso toleirão, entre a clareza e a parvoíce.
(“A TV virou um dinossauro”.Folha de S.Paulo, 09.07.2017.)
No texto acima as palavras sublinhadas “toleirão” e “parvoíce” podem ser substituídas, respectivamente, sem alterar o sentido da frase por:
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BOBAGENS
Por: Sírio Possenti. 07 de abril de 2017. Disponível em:
http://www.cienciahoje.org.br/noticia/v/ler/id/4923/n/bobagens Acesso em
07 mai 2017
Sérgio Rodrigues saudou, há algumas semanas, em sua coluna na Folha de S. Paulo (16/3), decisão da Rede Globo de não mais empregar (e exigir que se empregasse) a expressão ‘risco de morte’ no lugar da conhecida ‘risco de vida’. Quando impingiu a novidade – o que fez escola em outras emissoras e afins –, o argumento da empresa foi que não há risco de vida, entendida a expressão como ‘risco de viver’, mas sim risco de morte, isto é, de morrer.
Que asneira!
Mas andam por aí coisas semelhantes. Há poucos dias, até mesmo Carlos Heitor Cony, veterano escritor que sabe latim, andou cravando, também em sua coluna na Folha de S. Paulo (26/3), que ‘cadáver’ é palavra composta das primeiras sílabas de caro data vermibus, que quer dizer ‘carne dada aos vermes’.
Que besteira!
(Acrescente-se que quem pensa que a palavra deriva do sintagma português, como já ouvi – e de um médico! –, deveria alterar a palavra para ‘cardaver’).
Outros ‘sábios’ espalham por aí provérbios modificados, para ‘terem sentido’, como “quem não tem cão caça como gato”, em vez de ‘com gato’, o que, paradoxalmente (mas eles não se dão conta!), tira do provérbio todo o sentido, porque ele quer dizer exatamente que, se não se tem uma arma poderosa (metafórica), tenta-se fazer o serviço com outra, mesmo que seja menos poderosa. A única maneira de ‘anular’ esse provérbio seria mostrar que o cão nunca foi considerado mais eficaz na caça do que o gato.
No caso, ter-se-ia que apelar, talvez, para um muar.
Já ouvi (em diversos lugares, mas também de uma coordenadora de um curso de pós-graduação em educação, por este Brasil afora!!) que ‘aluno’ quer dizer ‘sem luz (e por isso os professores são importantes blábláblá).
É verdade que existe um prefixo a-, com sentido de negação (como em ‘amorfo’ – sem forma). Mas, para que a análise funcione, é preciso que o que sobra seja um morfema, que tenha sentido sistematicamente, como ocorre com ‘morfo’ (morfologia etc). Mas o que é ‘luno’? Não me digam, por favor, que é uma variante de ‘lume’ (ou mesmo de ‘luz’), porque, para que fosse, seria preciso sustentar essa equivalência na língua; por exemplo, mostrar que ‘alumiar’ seja sinônimo de um hipotético ‘alunar’, que significaria tirar a luz, apagar. Ora, ‘alumiar’ quer dizer exatamente o contrário...
Que sandice!
No fundo, naquelas teses sem sentido jaz uma ideologia: as palavras se referem – ou, pelo menos, se referiram, em alguma idade do ouro – diretamente às coisas.
Quem combate bem essa tese e descarta tal ‘bobajório’, com explicações adequadas, devidas à mudança de critérios – a língua tem uma ordem própria, é uma ‘gramática’ que explica esses casos, não uma nomenclatura –, é Oswald Ducrot, num livrinho intitulado Estruturalismo e linguística (São Paulo, Cultrix). [...]
O que se segue, no livro, é ainda melhor. Mas alguém lê textos assim, quando pode fazer sucesso repetindo crendices (e sandices) na TV, em palestras e, agora, no Facebook?
Sírio Possenti
Departamento de Linguística - Universidade Estadual de Campinas
BOBAGENS
Por: Sírio Possenti. 07 de abril de 2017. Disponível em:
http://www.cienciahoje.org.br/noticia/v/ler/id/4923/n/bobagens Acesso em
07 mai 2017
Sérgio Rodrigues saudou, há algumas semanas, em sua coluna na Folha de S. Paulo (16/3), decisão da Rede Globo de não mais empregar (e exigir que se empregasse) a expressão ‘risco de morte’ no lugar da conhecida ‘risco de vida’. Quando impingiu a novidade – o que fez escola em outras emissoras e afins –, o argumento da empresa foi que não há risco de vida, entendida a expressão como ‘risco de viver’, mas sim risco de morte, isto é, de morrer.
Que asneira!
Mas andam por aí coisas semelhantes. Há poucos dias, até mesmo Carlos Heitor Cony, veterano escritor que sabe latim, andou cravando, também em sua coluna na Folha de S. Paulo (26/3), que ‘cadáver’ é palavra composta das primeiras sílabas de caro data vermibus, que quer dizer ‘carne dada aos vermes’.
Que besteira!
(Acrescente-se que quem pensa que a palavra deriva do sintagma português, como já ouvi – e de um médico! –, deveria alterar a palavra para ‘cardaver’).
Outros ‘sábios’ espalham por aí provérbios modificados, para ‘terem sentido’, como “quem não tem cão caça como gato”, em vez de ‘com gato’, o que, paradoxalmente (mas eles não se dão conta!), tira do provérbio todo o sentido, porque ele quer dizer exatamente que, se não se tem uma arma poderosa (metafórica), tenta-se fazer o serviço com outra, mesmo que seja menos poderosa. A única maneira de ‘anular’ esse provérbio seria mostrar que o cão nunca foi considerado mais eficaz na caça do que o gato.
No caso, ter-se-ia que apelar, talvez, para um muar.
Já ouvi (em diversos lugares, mas também de uma coordenadora de um curso de pós-graduação em educação, por este Brasil afora!!) que ‘aluno’ quer dizer ‘sem luz (e por isso os professores são importantes blábláblá).
É verdade que existe um prefixo a-, com sentido de negação (como em ‘amorfo’ – sem forma). Mas, para que a análise funcione, é preciso que o que sobra seja um morfema, que tenha sentido sistematicamente, como ocorre com ‘morfo’ (morfologia etc). Mas o que é ‘luno’? Não me digam, por favor, que é uma variante de ‘lume’ (ou mesmo de ‘luz’), porque, para que fosse, seria preciso sustentar essa equivalência na língua; por exemplo, mostrar que ‘alumiar’ seja sinônimo de um hipotético ‘alunar’, que significaria tirar a luz, apagar. Ora, ‘alumiar’ quer dizer exatamente o contrário...
Que sandice!
No fundo, naquelas teses sem sentido jaz uma ideologia: as palavras se referem – ou, pelo menos, se referiram, em alguma idade do ouro – diretamente às coisas.
Quem combate bem essa tese e descarta tal ‘bobajório’, com explicações adequadas, devidas à mudança de critérios – a língua tem uma ordem própria, é uma ‘gramática’ que explica esses casos, não uma nomenclatura –, é Oswald Ducrot, num livrinho intitulado Estruturalismo e linguística (São Paulo, Cultrix). [...]
O que se segue, no livro, é ainda melhor. Mas alguém lê textos assim, quando pode fazer sucesso repetindo crendices (e sandices) na TV, em palestras e, agora, no Facebook?
Sírio Possenti
Departamento de Linguística - Universidade Estadual de Campinas
UMAS ESCRITAS
Por: Sírio Possenti. Disponível em:
http://www.cienciahoje.org.br/noticia/v/ler/id/4919/n/umas_escritas
Acesso em 29 mai 2017.
O português popular escrito, de Edith Pimentel Pinto (São Paulo: Contexto, 1990), é um volume precioso. Deveria fazer parte da bibliografia dos cursos de letras, pedagogia e jornalismo, pelo menos.
Estudantes de letras teriam à disposição uma bela amostra das principais características da escrita, tanto do ponto de vista textual quanto ortográfico, quando exercida por pessoas não muito escolarizadas. Ao invés de apenas fazer rir (como ocorre com as numerosas ‘placas do meu Brasil’, que podem ser vistas na internet), o livro é um precioso documento de indícios das hipóteses que vão pela cabeça das pessoas quando decidem escrever. Escrever é sempre um pouco solene, e, portanto, nunca se trata de descuido – como muitos poderiam pensar.
Pedagogos teriam nele um mapa das dificuldades pelas quais passa uma criança que aprende a escrever, todas pertinentes, algumas variando de região a região e de classe social a classe social, mas muitas comuns a todas.
Jornalistas, cuja ferramenta é a língua, poderiam aprender a tratar a variação como um fato (que até poderia ser notícia), sem contar que lá estão muitos ‘erros’ que eles mesmos cometem depois de 15 anos de escola e em uma profissão na qual se escreve diariamente...
Quando se encontram grafias como ‘curuja’ ou ‘minino’, a pronúncia dessas vogais e nessas posições explica o fato. É um erro de escrita, evidentemente, mas tem explicação. E está longe da burrice. O mesmo vale para ‘maudade’ (sem contar que a dúvida entre ‘mal’ e ‘mau’ pode continuar pela vida afora).
Esses erros revelam aspectos da língua falada e hipóteses sobre como lidar com casos em que a relação entre fala e escrita é menos transparente (ninguém erra ‘baba’ ou ‘data’).
No entanto, há escritas efetivamente erradas, mesmo que se trate de fatos cuja natureza tem a ver com os acima mencionados, e cuja função é derrisória. São erros produzidos conscientemente, para humilhar. Ocorrem na escrita de gente estudada, que circula pela mídia, e que se vale de certo traço da linguagem de determinados grupos sociais para sugerir que se trata de gente despreparada, inferior, que deveria ficar no seu lugar.
Apesar da evidente função, essa escrita revela a ignorância que caracteriza quem a pratica com a intenção de mostrar que o ignorante é o outro. [...]
Termos rebuscados atrapalham a compreensão de sentenças judiciais e textos do Direito
Em vez de cadeia, “ergástulo público”. No lugar de viúvo, “consorte supérstite”. E cheque não, mas sim “cártula chéquica”. Palavras do nosso idioma estranhas e desconhecidas, entrecortadas por expressões e citações em latim, uma língua morta, tornam incompreensíveis muitas sentenças judiciais e outros textos do Direito. O costume de inviabilizar a comunicação existe não só entre juízes, mas também entre advogados e outros profissionais da área. A orientação pela informação clara e compreensível, porém, cresce bastante entre os próprios magistrados.... A Associação de Magistrados Brasileiros (AMB) já fez uma intensa campanha a favor da simplificação da linguagem jurídica. A partir de 2005, foram feitos concursos para estudantes e magistrados, palestras com o professor Pasquale Cipro Neto e distribuição de uma cartilha com glossário de expressões jurídicas. A iniciativa foi motivada depois que uma pesquisa do Ibope encomendada pela própria AMB revelou que a população brasileira se incomodava não só com a lentidão dos processos na Justiça, mas também com a linguagem hermética, prolixa e pedante. (…)
(Disponível em https://www12.senado.leg.br/.../termos-rebuscados-atrapalham-a-compreensao-de-sentenças judiciais e textos do direito)
Uma boa comunicação pode impulsionar a carreira corporativa
Não se trata apenas de saber se vender no mercado; a capacidade de lidar com colegas e equipes é fundamental para estimular o desempenho e a produtividade.
Que a comunicação é primordial, na vida particular e no mundo corporativo, não há a menor dúvida. A capacidade de expressar ideias e mobilizar outras pessoas é essencial para construir relacionamentos, educar filhos, formar equipes, superar concorrentes. Mas existem alguns mal-entendidos a respeito dessa competência tão importante.
Um dos mais comuns é: comunicar-se bem significa falar bem. Não necessariamente. “Saber ouvir é uma qualidade indispensável e pouco encontrada no mundo corporativo”, afirma Mara Behlau, professora do Insper, especialista em voz e consultora em comunicação humana. “Muitas vezes, as pessoas falam sem parar e têm certeza de que o outro entendeu.”
A professora lembra que, em diversos casos, a fala excessiva surge da necessidade que muitos profissionais sentem de se mostrar ativos. “Um gestor extrovertido parece muito participativo, mas também repetitivo. O introvertido é mais observador, porém parece desinteressado, sem opinião.” O ideal, diz ela, é ser ambivertido: “Há momentos para observar e momentos para se expor, trazer ideias”.
Texto disponível em: https://exame.abril.com.br/geral/uma-boa-comunicacao-pode-impulsionar-a-carreira-corporativa. Acesso em: 08 de novembro de 2018. (Adaptado).