Questões de Concurso
Sobre sílaba: monossílabos, dissílabos, trissílabos, polissílabos em português
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“Desse modo, prejudica os demais seres vivos. Ocasionando, muitas vezes, sua total destruição.” (linhas 11 e 12).
Yuval Noah Harari. 21 lições para o século 21. Trad. Paulo Geiger. 1.ª ed.
São Paulo: Companhia das Letras, 2018, p. 138-41 (com adaptações).
Com relação às propriedades gramaticais e à coerência do texto 9A2-I, julgue o item a seguir.
A palavra “ideias” tem quatro sílabas, portanto se classifica
como polissílaba.
Seu coração bate em sincronia com o do seu cachorro
Helô D’Angelo
Dizer que “o cachorro é o melhor amigo do homem” não é novidade, mas não deixa de ser uma verdade boa de se repetir. Vários estudos já comprovaram que os cães sentem amor de verdade pelos seus donos, que eles diminuem a ansiedade de crianças e que, em vários lugares, eles são tratados como gente. Para somar a essa lista de benefícios: em um estudo recente, um grupo de cientistas australianos mostrou que, quando o cachorro e o dono estão juntos, os batimentos cardíacos dos dois entram em sincronia.
O estudo foi assim: três cães foram separados de seus donos por algumas horas, enquanto os cientistas monitoravam os batimentos do coração dos bichos e das pessoas. Depois, os cachorros e seus respectivos humanos foram colocados novamente juntos (ainda com os monitores cardíacos). O resultado foi que em menos de um minuto depois do reencontro, os corações dos donos e de seus cachorros se acalmaram, as frequências cardíacas diminuíram e os batimentos começaram a se espelhar. O mais interessante é que os cientistas que conduziram o experimento também mediram os batimentos enquanto cada humano encontrava outro cão que não era o dele, e perceberam que, aí, os dois corações não entram em sincronia. Apesar de a frequência cardíaca diminuir nessa situação, os batimentos sincronizados dos corações do humano e do animal só parecem acontecer quando há uma ligação especial entre cachorro e dono.
Um estudo como esse não é só adorável: ele é importante para encontrar novas formas de lidar com o stress. Estudos anteriores já mostraram que quem tem um cachorro é menos estressado, menos ansioso e tem uma imunidade muito melhor. Para os cães, a relação também é proveitosa: quando sentem o cheiro do dono, o cérebro deles ativa uma área associada ao prazer, o que combate doenças como depressão e ansiedade dos cãezinhos.
Texto adaptado de: http://super.abril.com.br/comportamento/seu-coracao-bate-em-sincronia-com-o-do-seu-cachorro. Acesso em 23 de maio de 2016.
Rubinstein apoiou fortemente VillaLobos na realização de seu sonho de longa data: ir a Paris para poder, lá, dedicar-se exclusivamente a seu trabalho de composição. Para fundar o projeto em uma base realista, Rubinstein sugeriu estabelecer um plano de financiamento que foi adotado por alguns amigos de Villa-Lobos. A imprensa relatou sobre isso: “Tudo indica que é chegado o momento de encaminhar para a Europa esse formoso talento que ontem foi delirantemente aplaudido”. Para colocar à disposição os meios necessários, o deputado Arthur Lemos apresentou uma proposta na câmara municipal de vereadores em julho de 1922 sob o título: “Para a divulgação de nossa música no exterior”. Foram pedidos 108 contos de réis – segundo a moeda de hoje, aproximadamente, 30 mil reais – para que pudessem ser realizados, ao total, 24 concertos com obras de compositores brasileiros nas capitais musicais da Europa. Já em 1912, Nepomuceno, Oswald, Braga e Nascimento haviam encaminhado uma iniciativa semelhante para o jovem compositor, muito promissor, Glauco Velásquez. O projeto contudo, fracassou, e Velásquez morreu dois anos mais tarde. A fim de propagar seu objetivo, Villa-Lobos realizou uma série de oito concertos – quatro no Rio de Janeiro, quatro em São Paulo –, os quais ele dedicou a algumas personalidades de destacada posição social: ao presidente Epitácio Pessoa, ao vice-presidente Estácio Coimbra, ao senador Marcílio Lacerda e ao milionário Arnaldo Guinle. [...] Apesar de todos os esforços, VillaLobos não conseguiu influenciar o ambiente no sentido intencionado. Não houve número considerável de público nem uma ressonância notável por parte da imprensa, e as personalidades importantes solicitadas também se mantiveram reservadas. O quarto concerto no Rio de Janeiro teve até mesmo de ser cancelado, já que não houve venda suficiente de ingressos. Ronald de Carvalho censurou, por conseguinte, em um artigo de jornal, a “decadência” do público no Rio de Janeiro. [...]
NEGWER, M. Villa-Lobos. O florescimento da música brasileira. São Paulo: Martins Fontes, 2009. p. 141-142. (adaptado)
Considerando as palavras do primeiro parágrafo, assinale alternativa correta.
Assinale a alternativa em que todas as palavras são trissílabas.
(Luciana Allan – Revista Exame – 29/04/2019 – Disponível em:
https://exame.abril.com.br/blog/crescer-em-rede/uma-geracao-distraida-ou-desmotivada/)
Considerando o emprego da palavra “metodologias” (l. 38), analise as assertivas a seguir e assinale V, se verdadeiras, ou F, se falsas.
( ) O vocábulo refere-se a um conjunto organizado de procedimentos, expressão que poderia ser empregada no texto sem alteração de seu sentido original.
( ) Trata-se de substantivo comum de dois gêneros, formado por derivação prefixal, usando o prefixo “-logia”, do latim “logos”, que significa “ciência”.
( ) Trata-se de palavra polissílaba, cujo acento tônico a classifica como oxítona.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
BEM PERTO DE LEO
Christophe Honoré
Capítulo I
Marcelinho. Era assim que eles me chamavam.
Pra mim, se eles me chamassem de Marcelo também tava bom, só que eles têm essa mania, já estou com mais de dez anos mas não adianta. Se acostumaram. Querem ser bonzinhos comigo. Ou rir da minha cara. Sei lá, uma mistura danada de boas intenções que deve me deixar incrivelmente legal aos olhos deles.
Marcelinho. Até que eu gosto. Fico mais diferenciado dos meus três irmãos. Dá pra perceber muito bem que eu sou o irmão mais moço, o caçulinha, o “queridinho da vovó”, como diz a vovó.
Três irmãos.
Grandes, mas grandes pra valer. Tipo caras que saíram do colégio há décadas. Só que os três continuam morando lá em casa.
Tristão: 21.
Leo: 19.
Pedrinho: 17. Não teve erro. Tipo relógio. Um filho de dois em dois anos, sempre em fevereiro. Pinta fevereiro, paf, filho!
Quando pergunto a minha mãe por que razão exatamente eu cheguei com:
(17 - 2)
- 10
5
cinco anos de atraso, ela olha pra mim como se eu estivesse querendo que ela me explicasse a existência do mundo. Em geral ela faz uma festinha na minha bochecha com uma das mãos e me dá um tapinha na testa com a outra e ao mesmo tempo fala baixinho: “Não se preocupe, meu coração, vai passar”.
Eu não me preocupo, mas sei lá, quando me dizem esse tipo de coisa fico todo arrepiado, a impressão que eu tenho é de que estão me escondendo um segredo de Estado.
É por isso que em geral não tenho coragem de insistir. Fico pensando que se eles, os meus pais, resolveram esperar cinco anos, a explicação só pode ser uma coisa bem ruim. Mas deixa pra lá, o que importa é que afinal eles se decidiram. Se não tivessem se decidido eu ia continuar sei lá onde, esperando que alguém se lembrasse de mim pra poder sair. [....]
Adaptado de: HONORÉ, Chistophe. Bem perto de Leo. Tradução de
Heloisa Jahn. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 7-8.
Texto 2 para responder a questão.
Texto
A casa do futuro
Quando explodir, a busca será por florestas, montanhas, até lugares isolados.Estou nessa.
Meu sonho sempre foi trabalhar em casa e acordar tarde. Este último realizei jovenzinho, quando comecei a trabalhar em jornalismo. Minha família teve dificuldade para compreender meu novo estilo de vida – na época, eu morava com meus pais. Trabalhava numa revista semanal e, muitas vezes, ficava até 5, 6 da manhã na redação. Tomava café da manhã na rua e só ia dormir depois. Às 9, minha mãe gritava:
– Acorda, preguiçoso!
Pois é. Nunca entrou em sua cabeça que eu trabalhava mesmo até amanhecer. Certamente, me imaginava na esbórnia. Vivo esse problema até hoje. As pessoas tentam marcar reuniões de manhã, almoços. Se explico que escrevo a novela de madrugada e, portanto, não assumo compromissos antes das 13, 14 horas, me encaram como se eu fosse um inútil.
Outro desejo realizei há alguns anos, quando passei a escrever novelas. Autor trabalha em casa! Hoje, o que era uma exceção tornou‐se tendência. Graças à internet, o número de pessoas que trabalham em casa é crescente. Meu terceiro sonho é morar longe. Por que viver numa cidade poluída, com um trânsito infernal, se poderia morar num sítio, com galinhas, árvores frutíferas, quem sabe uma cascata? Acordar e dormir no silêncio das estrelas? Ou viver numa cidade pequena, bem pequena, onde as pessoas se cumprimentam na rua? Esse é o caminho que a população das cidades grandes deverá tomar, nos próximos anos.
Já andei pesquisando cidades próximas de São Paulo e do Rio. Ou até mais longe, como na região de Bonito, pela qual me apaixonei. Havia casas lindas, com riozinhos próximos e floresta exuberante. Quase fiz negócio. Só desisti ao refletir melhor. Poderia encontrar uma sucuri no riozinho tão lindo. Ou dormir com uma onça rondando a casa. É lindo preservar a vida selvagem, mas os animais caçam! Mesmo assim, seria menos perigoso viver entre sucuris e onças do que em grande parte das cidades pequenas. A violência virou uma loucura.
O estilo de vida na grande cidade subsiste por causa da violência. São Paulo, entre outras cidades brasileiras, ainda permite que alguém viva num certo anonimato que, de certa forma, protege. Mas o futuro é irreversível: as grandes cidades serão lugares onde as pessoas irão para comparecer ao dentista ou assistir à opera. Elas viverão num pequeno círculo, de amigos próximos. E, no enorme círculo das redes sociais, para fazer contatos, encontrar amigos e namorar. Sim, o homem do futuro será paradoxalmente mais sozinho, mas também mais conectado, com relacionamentos duradouros que nunca viu pessoalmente. Pense bem: com uma paisagem tão linda como a deste país, por que passar os dias longe dela?
Viver fora da cidade será mais saudável e mais barato, com hortas domésticas, quem sabe até uma vaca leiteira? Coisas inéditas podem acontecer.
Não acredito em Papai Noel, mas acredito que, um dia, a violência diminuirá. Será possível morar na floresta sem dormir de carabina na mão. A grande cidade também se tornará mais agradável, com menos pessoas no trânsito para ir trabalhar. O voo migratório já começou, mas não é ousado. Temerosas, as pessoas preferem condomínios fechados próximos às grandes cidades. Quando explodir, a busca será por florestas, montanhas, lugares até isolados. Estou nessa. Um dia ainda vou escrever logo depois de tirar o leite da vaca.
(Walcyr Carrasco. Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas‐e‐blogs/walcyr‐carrasco/noticia/2013/07/casa‐do‐bfuturob.html. Adaptado.)