Questões de Concurso Comentadas sobre termos essenciais da oração: sujeito e predicado em português

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Q3102340 Português
Leia e interprete o texto a seguir, para responder à questão:

A violência doméstica contra crianças e adolescentes e o abandono infantil estavam restritos ao campo legal e dos serviços sociais até há bem pouco tempo. Mesmo que centenas de crianças e adolescentes passassem todos os anos pelos serviços sociais, não havia uma consciência pública sobre esse tipo de violência, que pode variar de atos de omissão — como não registrar o nascimento ou não garantir acesso a serviços de saúde e educação — a agressões físicas, psicológicas ou sexuais.

Somente nas décadas de 1960 e 1970 começou a despontar no Brasil uma consciência maior sobre o assunto. A maioria dos países discutia o tema como um problema de saúde pública que trazia graves consequências ao desenvolvimento de crianças e adolescentes. No entanto, no Brasil, as crianças e os adolescentes continuavam tendo seus direitos usurpados.

É necessário que se preste a máxima atenção à existência de sinais indicadores de violência em crianças e adolescentes. Por outro lado, e com a mesma ênfase, é necessário cuidado na avaliação desses sinais. É sempre importante verificar a gravidade, a frequência e a adequação da explicação dada para a existência do sinal em questão, evitando diagnósticos precipitados que acabariam também prejudicando a criança ou o adolescente e seus pais ou responsáveis.

(Trecho da publicação "O fim da omissão: a implantação de polos de prevenção à violência doméstica". Fonte: dominiopublico.gov.br) 
No trecho "as crianças e os adolescentes continuavam tendo seus direitos usurpados", qual o tipo de sujeito da oração?
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Q3100378 Português
No trecho “Os alunos concluíram suas tarefas com atenção”, o sujeito da frase é:
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Q3099525 Português
Feliz por nada

        Geralmente, quando uma pessoa exclama Estou tão feliz!, é porque engatou um novo amor, conseguiu uma promoção, ganhou uma bolsa de estudos, perdeu os quilos que precisava ou algo do tipo. Há sempre um porquê. Eu costumo torcer para que essa felicidade dure um bom tempo, mas sei que as novidades envelhecem e que não é seguro se sentir feliz apenas por atingimento de metas. Muito melhor é ser feliz por nada.
        Digamos: feliz porque maio recém começou e temos longos oito meses para fazer de 2010 um ano memorável. Feliz por estar com as dívidas pagas. Feliz porque alguém o elogiou.
        Feliz porque existe uma perspectiva de viagem daqui a alguns meses. Feliz porque você não magoou ninguém hoje. Feliz porque daqui a pouco será hora de dormir e não há lugar no mundo mais acolhedor do que sua cama.
         Esquece. Mesmo sendo motivos prosaicos, isso ainda é ser feliz por muito.
         Feliz por nada, nada mesmo?
       Talvez passe pela total despreocupação com essa busca. Essa tal de felicidade inferniza.
        “Faça isso, faça aquilo”. A troco? Quem garante que todos chegam lá pelo mesmo caminho?
      Particularmente, gosto de quem tem compromisso com a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se concentrar no que importa pra valer, e assim alivia o seu cotidiano e não atormenta o dos outros. Mas não estando alegre, é possível ser feliz também. Não estando “realizado”, também. Estando triste, felicíssimo igual. Porque felicidade é calma.
     Consciência. É ter talento para aturar o inevitável, é tirar algum proveito do imprevisto, é ficar debochadamente assombrado consigo próprio: como é que eu me meti nessa, como é que foi acontecer comigo? Pois é, são os efeitos colaterais de se estar vivo.
        Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem.
        Se é para ser mestre em alguma coisa, então que sejamos mestres em nos libertar da patrulha do pensamento. De querer se adequar à sociedade e ao mesmo tempo ser livre.
        Adequação e liberdade simultaneamente? É uma senhora ambição. Demanda a energia de uma usina. Para que se consumir tanto?
        A vida não é um questionário de Proust. Você não precisa ter que responder ao mundo quais são suas qualidades, sua cor preferida, seu prato favorito, que bicho seria. Que mania de se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Você é o que é, um imperfeito bem-intencionado e que muda de opinião sem a menor culpa.
        Ser feliz por nada talvez seja isso.
(MEDEIROS, Martha. Feliz por nada, 2011. Ediora L&PM., 216 p.)
No trecho “[...] é porque engatou um novo amor, conseguiu uma promoção, ganhou uma bolsa de estudos, perdeu os quilos que precisava ou algo do tipo.” (1º§), é possível afirmar que as palavras em destaque exprimem ideias de: 
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Q3099435 Português

Uma breve história da expectativa de vida


    No início do século 20, quando a expectativa de vida era de 47 anos nos países industrializados e de 33 no nosso, o que mais matava eram as doenças infecciosas: pneumonia, tuberculose, gastroenterite.
A pandemia, ao tirar 5,5 milhões de vidas nos últimos dois anos, trouxe as infecções de volta aos holofotes. O caminho natural, porém, é a ciência vencer essa luta novamente, como fez antes. O desenvolvimento de vacinas e antibióticos, além de condições mais humanas de saneamento básico, foi diminuindo as doenças infecciosas ao longo do século passado. E em 1960 a expectativa de vida tinha saltado para 52 anos por aqui (e 69 anos nos países ricos).
    Foi aí que as doenças cardiovasculares e os vários tipos de câncer passaram a ser os grandes desafios de longo prazo da medicina. Mas essa é outra guerra que está sendo vencida.
    Nos EUA, que mantêm dados históricos precisos, o número de mortes por doenças cardiovasculares caiu de 800 para cada 100 mil habitantes na década de 1960 para 200 hoje.
    As batalhas contra o câncer são mais complexas, contudo, não faltam vitórias. Uma das principais é o sucesso das imunoterapias no combate ao melanoma (o mais agressivo dos cânceres de pele). Desde o boom na criação de novos medicamentos, a mortalidade por melanoma passou a cair 5% ao ano.
    Tudo isso levou a mais avanços na expectativa de vida. Hoje ela está próxima dos 80 anos, seja no Brasil, seja nos países do topo da pirâmide. Por aqui, sempre vale lembrar, boa parte disso se deve a um fato central: sermos o único país com mais de 200 milhões de habitantes a contar com um sistema universal de assistência médica gratuita, o SUS.
    E hoje há 22 milhões de pessoas com 65 anos ou mais no país. Uma vitória. Mas o aumento na longevidade traz outro desafio para a medicina: as enfermidades mentais que surgem nas fases mais avançadas da vida – principalmente o Alzheimer, que atinge 1,2 milhão de brasileiros.

(Disponível em: uper.abril.com.br/coluna/. Acesso em: 10/07/2024. Adaptado.) 

Sobre o sujeito do verbo “fazer” no excerto “O caminho natural, porém, é a ciência vencer essa luta novamente, como fez antes.” (2º§), é correto afirmar que é: 
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Q3096829 Português
Leia o texto a seguir:


MP do Rio vai usar IA para analisar registros de
candidaturas



O Ministério Público do Rio de Janeiro começou a utilizar nesta semana uma nova ferramenta de inteligência artificial, para auxiliar nas eleições deste ano. O robô vai trabalhar na análise de registros de candidaturas.


"Essa ferramenta pretende, a partir de dados que são inseridos dos órgãos públicos, levar à mesa do promotor de justiça, informações sobre os candidatos que tenham sido condenados ou apresentem outras questões que não permitam a sua candidatura ou o registro. Inclusive, por exemplo, os requisitos da Lei da Ficha Limpa", explicou o procurador-Geral de Justiça do Rio de Janeiro, Luciano Mattos.


O principal objetivo é dar celeridade ao processo de avaliação e eventual impugnação de candidaturas pelos promotores de Justiça. Essa tarefa era feita por um membro do Ministério Público, que pesquisava manualmente o nome de cada candidato em diferentes sistemas de informações. Agora a verificação deixa de ser apenas manual, e o robô faz um primeiro filtro dos dados, capaz de apontar de forma rápida os possíveis inelegíveis.


Na avaliação do procurador Luciano Mattos, a ferramenta é um primeiro passo para melhorar a transparência das eleições.


"É um primeiro trabalho, que estamos desenvolvendo para as eleições municipais, buscando cada vez mais a lisura e regularidade do pleito desse ano".


Com o uso da nova ferramenta, o MP solicitou, por exemplo, a impugnação do registro de candidatura de Maria Aparecida Panisset ao cargo de vice-prefeita do município de São Gonçalo. O robô detectou condenações da candidata, em trânsito em julgado (definitiva), por improbidade administrativa e a suspensão de seus direitos políticos, além de estar inelegível até 2031. Maria Panisset foi eleita prefeita da cidade em 2004 e 2008. A reportagem tenta contato com Maria Panisset.



Fonte: https://www.jb.com.br/brasil/politica/2024/08/1051511-mp-do-rio-vai-usar-iapara-analisar-registros-de-candidaturas.html. Acesso em: 19 ago. 2024.
 “Agora a verificação deixa de ser apenas manual, e o robô faz um primeiro filtro dos dados” (3º parágrafo). Nesse trecho, o emprego da vírgula justifica-se pelo fato de haver:
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Q3096185 Português
Crises climática, social e da biodiversidade


O Brasil está vivendo o desenrolar de um processo grave desencadeado pelas mudanças climáticas globais, amplamente previstas por painéis internacionais e especialistas. Eventos extremos, como a histórica seca de 2023-2024 na Amazônia e as chuvas torrenciais no Rio Grande do Sul em abril, são sinais de uma emergência climática que já deixou de ser uma previsão futura: é a realidade concreta e urgente do país.

Apesar do Acordo de Paris, vigente desde 2016, o mundo não conseguiu frear o aumento das emissões de gases de efeito estufa, que hoje somam 62 bilhões de toneladas por ano. Com isso, tornou-se impossível limitar o aquecimento global a 1,5ºC, conforme pretendido pelo tratado. Estamos agora diante de um cenário de aumento médio de até 3ºC.

De acordo com os modelos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), um aquecimento dessa magnitude pode resultar, no Brasil, em dias até 4ºC mais quentes, além de mudanças no regime de chuvas, que levariam a estiagens no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, enquanto o Sudeste e o Sul sofreriam com tempestades mais intensas. Como já vimos nos últimos meses, o prolongamento de estações secas, somado a ondas de calor, cria situação propícia para incêndios de grandes proporções.

Contudo, a crise climática está profundamente interligada com outras questões. Enfrentá-la significa também conter a perda de habitats e a redução da biodiversidade, que são essenciais para a manutenção dos serviços ecossistêmicos, como a absorção de carbono. Além disso, a redução da pobreza e das desigualdades sociais é crucial para evitar que os efeitos das mudanças climáticas afetem de forma desproporcional as populações mais vulneráveis.

Essas três crises — climática, da biodiversidade e social —, embora interconectadas, são tratadas de maneira isolada. Entretanto, ecossistemas conservados, eficientes na captura de carbono, não só mitigam o aquecimento global, como também garantem a saúde humana e a manutenção de suas atividades econômicas. Portanto, as estratégias para enfrentar essa nova realidade precisam integrar ações nessas três frentes.

A tarefa adiante é árdua e longa. No entanto, o conhecimento necessário para agir já está disponível. Especialmente no caso brasileiro, há oportunidades que podem ser aproveitadas imediatamente, tanto para evitar cenários climáticos mais catastróficos quanto para preparar o país para eventos extremos que, a essa altura, são inevitáveis.

Segundo o relatório de 2023 do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o Brasil é o sétimo maior emissor de gases de efeito estufa (o quarto em emissões per capita). Quase metade dessas emissões (48%) está relacionada ao desmatamento. [...]

Nossa legislação ambiental deverá ser revista. O Código Florestal, de 2012, é a principal política pública nacional de conservação da vegetação nativa, mas foi promulgada sem compreender a devida urgência da crise climática, da biodiversidade, seus impactos sociais e efeitos secundários. Um esforço é necessário no sentido de fortalecer as áreas de Reserva Legal, estabelecidas pela legislação, e de proteção de áreas úmidas. Com isso, é possível advogar por avanços nesse sentido nos âmbitos municipal e estadual.

No entanto, os paradigmas atuais de conservação não são apenas restritivos. Eles também consideram como as comunidades humanas usam e dependem dos ecossistemas. Especialistas debatem o conceito de "paisagens multidimensionais interconectadas" como um caminho para a conservação no século XXI.

Por "multidimensional", entende-se a capacidade de integrar diferentes paisagens e viabilizar seus diversos usos de maneira sustentável. Esse conceito possibilita a criação de estratégias que vão desde a proteção de áreas altamente preservadas, como as florestas amazônicas, até a otimização de zonas urbanas e agrícolas, promovendo a biodiversidade em todos os contextos. A abordagem multidimensional busca, assim, equilibrar conservação e desenvolvimento, permitindo que ecossistemas naturais e áreas produtivas coexistam de forma benéfica e resiliente. [...]


(Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/crises-climatica-social-e-da-biodiversi dade-estao-interligadas-e-devem-ser-atacadas-em-conjunto,a4ba759a 72b2f58cc2487dc95e91758e2ol6jpyt.html?utm_source=clipboard. Acesso em: 16 out 2024. Adaptado.)
Leio o trecho que segue:
"Eventos extremos, como a histórica seca de 2023-2024 na Amazônia e as chuvas torrenciais no Rio Grande do Sul em abril, são sinais de uma emergência climática que já deixou de ser uma previsão futura: é a realidade concreta e urgente do país".
Assinale a alternativa que apresenta corretamente a análise sintática da oração "são sinais de uma emergência climática":
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Q3090881 Português

A um ausente 


Tenho razão de sentir saudade,

tenho razão de te acusar.

Houve um pacto implícito que rompeste

e sem te despedires foste embora.

Detonaste o pacto.

Detonaste a vida geral, a comum aquiescência

de viver e explorar os rumos de obscuridade

sem prazo sem consulta sem provocação

até o limite das folhas caídas na hora de cair.


Antecipaste a hora.

Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.

Que poderias ter feito de mais grave

do que o ato sem continuação, o ato em si,

o ato que não ousamos nem sabemos ousar,

porque depois dele não há nada?


Tenho razão para sentir saudade de ti,

de nossa convivência em falas camaradas,

simples apertar de mãos, nem isso, voz

modulando sílabas conhecidas e banais

que eram sempre certeza e segurança.


Sim, tenho saudades.

Sim, acuso-te porque fizeste

o não previsto nas leis da amizade e da natureza,

nem nos deixaste sequer o direito de indagar

por que o fizeste, por que te foste.


ANDRADE, Carlos Drummond. Farewell. 6ª Ed. Rio de Janeiro: Record, 1998. 

Como as pessoas do discurso são articuladas na produção de efeitos de sentido?
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Q3086693 Português

A palavra alegria vem do latim alacer,alecris, que significa animado, vivaz, alegre, jovial ou risonho. Então, o estado de alegria é uma emoção boa, cheia de satisfação, plenitude e confiança. Quando estamos alegres, temos a sensação de que devemos seguir em frente. Sentimos vontade de realizar coisas, enfim, de viver.


A alegria é uma atitude, por isso, não devemos esperar que os outros nos alegrem. Aliás, é muito ruim quando a gente depende das ações dos outros. Afinal, achamos que eles é que tem a obrigação de trazer ânimo e satisfação para as nossas vidas. Entenda que você é o único responsável pelas suas emoções!


https://blog.eurekka.me/alegria/?ist_privacy_policy=accepted

Em "A alegria é uma atitude, por isso, não devemos esperar que os outros nos alegrem" temos uma oração subordinada objetiva direta em "que os outros nos alegrem" e um exemplo de predicado nominal na oração "A alegria é uma atitude".
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Q3086188 Português
Das opções a seguir, assinale aquela que apresenta sujeito expresso na oração.
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Q3082056 Português


(Disponível em: gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/matheus-schuch/noticia/2024/09/governo-federal-e-bancocentral-irao-monitorar-endividamento-dos-brasileiros-com-apostas-cm1av7g8a00yo0133fly0xdud.html – texto adaptado especialmente para esta prova).

Considerando o fragmento adaptado do texto “Até o ano passado, não havia qualquer regulamentação”, assinale a alternativa que apresenta a correta classificação do sujeito.
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Q3081423 Português

Com base na propaganda que se segue, marque a alternativa CORRETA.


Imagem associada para resolução da questão


Disponível em: <https://www.politize.com.br/propaganda-institucional-tse/>. Acesso em: 04 mai. 2024.

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Q3080617 Português
Assinale a alternativa que completa corretamente as frases abaixo.

Finalmente ela irá emprestar o livro para .............. ler!
Entre ............ e você não deveria haver segredos!
Este presente é para ............. ?
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Ano: 2024 Banca: Gama Consult Órgão: Prefeitura de Inocência - MS Provas: Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Advogado | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Engenheiro Civil | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Analista Administrativo | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Analista de Sistemas | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Arquiteto e Urbanista | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Assistente Social | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Auditor Fiscal | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Bibliotecário | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Biomédico | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Bioquímico | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Contador | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Enfermeiro | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Engenheiro Agrônomo | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Cirurgião Dentista | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Psicólogo | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Farmacêutico | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Fiscal Sanitário | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Fisioterapeuta | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Fonoaudiólogo | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Nutricionista | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Profissional de Educação Física | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Professor / Educação Física | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Professor/Artes | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Professor - Letras/Inglês | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Professor/Pedagogo | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Médico Cardiologista | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Médico Cirurgião Geral | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Médico Clínico Geral: (20H) | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Médico Clínico Geral: (40H) | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Médico Ortopedista | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Médico Pediatra | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Médico Ginecologista | Gama Consult - 2024 - Prefeitura de Inocência - MS - Médico Oftalmologista |
Q3074335 Português
Violência nas escolas tem aumento de 50% em 2023

De janeiro a setembro, Disque 100 recebeu 9,5 mil denúncias


Publicado em 03/11/2023 – 14:18 Por Léo Rodrigues – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro



As denúncias de casos envolvendo violência nas escolas subiram cerca de 50% em 2023, informou o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). De janeiro e setembro, foram registrados 9.530 chamados por meio do Disque 100. No mesmo período do ano passado, o total de ocorrências informadas foi pouco superior a 6,3 mil.

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (3) e marcam o encerramento da campanha digital pela valorização dos educadores e professores do Brasil, iniciada no início de mês passado. A iniciativa foi planejada levando em conta que em 15 de outubro é celebrado o Dia Mundial do Professor.

Foram consideradas no levantamento denúncias envolvendo berçário, creche e instituições de ensino. Cada denúncia pode conter uma ou mais violações de direitos. Segundo o ministério, por meio dos 9.530 chamados, foram identificadas 50.186 violações, o que representa alta de 143,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Entre janeiro e setembro de 2022, as ocorrências envolveram 20.605 violações.

As regiões com maior número de registros são, respectivamente, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Das 9.530 denúncias, mais de 1,2 mil dizem respeito a casos em que professores foram vítimas. Foram identificadas violações em áreas como direitos civis, políticos e sociais, discriminação, injúria racial e racismo, liberdade, integridade física e psíquica e direito à vida.

Em nota, o ministro Silvio Almeida defendeu o direito e a liberdade de ensino dos docentes. “Professores e professoras são pessoas valiosas para nós. A sala de aula é um espaço para a construção de cidadãs e cidadãos conscientes e responsáveis. Para isso, é necessário denunciar violações de direitos humanos contra os professores. Nenhuma forma de perseguição será tolerada.”

Outro grupo vulnerável é o das crianças e adolescentes. Conforme dados do Disque 100, as denúncias envolvendo violações a esse grupo representaram 74% do total.

Em 14% das ocorrências, as vítimas são pessoas com deficiência. Além disso, 5% das vítimas são mulheres  e foram alvo de violação em função do gênero. O levantamento do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania indica ainda que as principais violências no ambiente educacional são de ordem emocional, envolvendo constrangimento, tortura psíquica, ameaça, bullying e injúria.

O Disque 100 é um canal de denúncias sob responsabilidade da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos do ministério e recebe e analisa relatos sobre denúncias de violações de direitos. O serviço gratuito pode ser acionado por meio de ligação gratuita ou pelos aplicativos WhatsApp – (61) 99611- 0100 – e Telegram – digitar “direitoshumanosbrasil” -, além do próprio site da ouvidoria e do aplicativo Direitos Humanos Brasil. O denunciante não precisa se identificar.



Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2023-
11/violencia-nas-escolas-tem-aumento-de-50-em-2023

O trecho destacado em “Outro grupo vulnerável é o das crianças e adolescentes.”, é classificado como:
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Q3073654 Português
Assinale a alternativa que apresenta uma oração subordinada adjetiva: 
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Q3073291 Português
Considere a crônica a seguir, de autoria de Clarice Lispector, para responder à questão.


Insônia infeliz e feliz 

        De repente os olhos bem abertos. E a escuridão toda escura. Deve ser noite alta. Acendo a luz da cabeceira e para o meu desespero são duas horas da noite. E a cabeça clara e lúcida. Ainda arranjarei alguém igual a quem eu possa telefonar às duas da noite e que não me maldiga. Quem? Quem sofre de insônia? E as horas não passam.
        Saio da cama, tomo café. E ainda por cima com um desses horríveis substitutos do açúcar porque Dr. José Carlos Cabral de Almeida, dietista, acha que preciso perder os quatro quilos que aumentei com a superalimentação depois do incêndio. E o que se passa na luz acesa da sala? Pensa-se uma escuridão clara. Não, não se pensa. Sente-se. Sente-se uma coisa que só tem um nome: solidão.
        Ler? Jamais. Escrever? Jamais. Passa-se um tempo, olha-se o relógio, quem sabe são cinco horas. Nem quatro chegaram. Quem estará acordado agora? E nem posso pedir que me telefonem no meio da noite pois posso estar dormindo e não perdoar. Tomar uma pílula para dormir?
        Mas e o vício que nos espreita? Ninguém me perdoaria o vício. Então fico sentada na sala, sentindo. Sentindo o quê? O nada. E o telefone à mão. Mas quantas vezes a insônia é um dom. De repente acordar no meio da noite e ter essa coisa rara: solidão. Quase nenhum ruído. Só o das ondas do mar batendo na praia. E tomo café com gosto, toda sozinha no mundo. Ninguém me interrompe o nada. É um nada a um tempo vazio e rico. E o telefone mudo, sem aquele toque súbito que sobressalta.
        Depois vai amanhecendo. As nuvens se clareando sob um sol às vezes pálido como uma lua, às vezes de fogo puro. Vou ao terraço e sou talvez a primeira do dia a ver a espuma branca do mar. O mar é meu, o sol é meu, a terra é minha. E sinto-me feliz por nada, por tudo. Até que, como o sol subindo, a casa vai acordando e há o reencontro com meus filhos sonolentos.

(“Insônia infeliz e feliz”, por Clarice Lispector, com adaptações)
Com relação às orações “Saio da cama, tomo café”, pode-se afirmar que ambas:  
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Q3070458 Português
Nas frases a seguir, o processo de construção que está identificado corretamente, é:
Alternativas
Q3069891 Português
Seríamos vítimas da Matrix? As redes sociais e a nossa saúde mental


Ainda que seja muito complicado – e talvez controverso – produzir uma comprovação científica que evidencie a correlação entre a popularização das redes sociais e o aumento do sofrimento psíquico, as observações clínicas que apontam nesse sentido são abundantes e permitem que essa correlação seja presumida. No divã, são cada vez mais frequentes as queixas em relação à autoimagem, às dificuldades de socialização, ou direcionadas à infinita impotência das idealizações (de corpo, de consumo, de estilo de vida…) vendidas nas redes sociais, frente aos acachapantes impactos de uma realidade cada vez mais dura e precária para muita gente.


E não para por aí. Além de sofrimentos como esses, é possível observar outro efeito grave, sutil e profundamente nocivo: o esfacelamento do domínio da linguagem. Enquanto as redes sociais se especializam na comunicação imagética, através do compartilhamento massivo de fotos e vídeos – cada vez mais curtos, diga-se de passagem –, é possível observar o aumento da dificuldade de expressão verbal e nomeação dos fenômenos do nosso mundo interno, sobretudo entre jovens.


A capacidade de nomear o que acontece em nossa vida emocional é uma habilidade na busca por sentido naquilo que acontece em nossa vida. Com o empobrecimento da linguagem e da nossa capacidade de nomeação do que se passa ao nosso redor e em nosso mundo interno, perdemos ferramentas poderosas que nos auxiliam no árduo trabalho de compreensão da realidade, assim como de elaboração e ressignificação dos nossos afetos e sofrimentos.


Matrix, o clássico do cinema lançado no fim da década de 1990, retrata um universo em que não éramos nós, seres humanos, que utilizávamos as máquinas para facilitar a nossa vida, mas o contrário, eram elas que faziam de nós objetos de uso para o desenvolvimento de um mundo onde apenas elas prosperavam. A trama propõe um domínio das máquinas e o aprisionamento das nossas mentes em um simulacro da realidade. Hoje, com a popularização das redes sociais e o surgimento de uma nova geração de inteligência artificial, começam a pulular os temores de que as fronteiras das nossas mentes estariam realmente em risco.


Talvez reine um medo que a ficção científica dos filmes e livros tenham plantado em nosso imaginário. Ou talvez o avanço desses dispositivos e sistemas tenha evidenciado um antigo alerta freudiano: o de que o entendimento do ser humano está sempre atrasado, acontece sempre a posteriori.


Seguindo tal raciocínio, o esquecimento do alerta de Freud pode nos ter levado a negligenciar o devido cuidado com os rumos que damos no uso e à aplicação das novas tecnologias.


Precisamos assumir o protagonismo no debate sobre como queremos que as redes sociais e as inteligências artificiais sejam construídas. Não podemos permitir que o debate sobre o desenvolvimento das tecnologias desconsidere os impactos sobre as novas subjetividades, sobretudo quando já temos o entendimento de que, até aqui, o mundo digital tem contribuído ativamente no surgimento de uma nova humanidade, mais vulnerável e psicologicamente mais sofrida.


Não precisamos seguir nesse rumo. Ao contrário, podemos deixar de lado o terror da Matrix e utilizar uma outra metáfora para pensar sobre o assunto. Uma metáfora onde a tecnologia é bem-vinda: humanidade e as máquinas já são duas espécies distintas que se juntaram e se adaptaram para sobreviver. É importante percebermos que as máquinas já utilizam, há tempos, os seres humanos para a sua evolução. Não que estejam vivas, ou que tenham se tornado conscientes do processo. Longe disso. Nós é que estamos inconscientes demais.


E, quase que sem nos darmos conta, já estamos servindo de apoio para o desenvolvimento das máquinas e algoritmos. Eles evoluem muito mais por tudo o que tem sido negligenciado, por tudo aquilo que fica no campo do não dito, que fica inconsciente em nossa sanha de progresso a todo custo. Mas não temos motivos para crer que os robôs nos substituirão em uma disputa pela dominação global. Há uma mutualidade aí: as máquinas dependem de nós para a sua evolução, e nós dependemos delas para a nossa sobrevivência. O que está em jogo é como cuidaremos dos efeitos dessa nova espécie que surge a partir da união de duas entidades distintas.


(Francisco Nogueira. Disponível em: https://saude.abril.com.br/. Acesso em: julho de 2024. Adaptado.)
Sobre o termo sublinhado em “Talvez reine um medo que a ficção científica dos filmes e livros tenham plantado em nosso imaginário.” (5º§), é correto afirmar que exerce a função de:
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Q3061744 Português
Por que dizer “não” pode ser difícil e como isso pode fazer bem para a saúde mental

Sensação é comum e está associada a diferentes fatores, incluindo o desejo por ser aceito pelo outro, de acordo com especialistas.

         Você certamente já se deparou com uma situação em que gostaria de ter dito “não”, mas evitou dar uma resposta negativa e acabou fazendo algo que não gostaria. A sensação é comum e está associada a diferentes fatores, incluindo o desejo por ser aceito pelo outro, de acordo com especialistas em comportamento e saúde mental.
      O psicólogo Maycon Rodrigo Torres, membro do Laboratório de Psicanálise e Laço Social da Universidade Federal Fluminense (UFF) e professor de psicologia na Faculdade Maria Thereza (Famath), destaca como a recusa pode afetar as relações afetivas. “O dizer não significa, de certa maneira, negar a demanda que uma outra pessoa te faz e isso faz com que a pessoa fique preocupada sobre como ela será vista por essa pessoa. De que maneira essa recusa a fazer alguma atividade ou a responder de alguma maneira pode prejudicar a opinião que a outra pessoa tem dela. Aqui, a gente tem um pouco desse movimento de preocupação excessiva com a forma como o indivíduo é visto pelo outro”, diz.
       A psicóloga Luana Ganzert, especialista em emoções, afirma que ser aceito faz parte das necessidades básicas emocionais dos indivíduos e que recusas podem interferir nesse contexto. “Quando estamos atendendo essa necessidade básica, temos medo de sermos rejeitados, de não sermos amados e aceitos. Algumas pessoas são mais sensíveis e não suportam a possibilidade de não serem aprovadas. Outras preferem evitar conflitos. Esses são os maiores motivos para que as pessoas tenham medo de dizer não”, explica.
      Para o psicólogo e professor de psicanálise Ronaldo Coelho, evitar dizer não também é uma forma encontrada de “proteger o outro”.
     “Mas, quando ‘protegemos’ o outro da frustração, estamos criando condições para que ele fique atrofiado diante da vida. Imaginemos que quando nos frustramos é como se caísse um peso sobre a gente. Para que consigamos retirar esse peso, precisamos de musculatura. Se somos protegidos da frustração, nós não desenvolvemos essa musculatura, ficamos atrofiados, e quando o peso cai sobre nós ficamos arrebatados, não conseguimos lidar”, detalha.
     Agir o tempo todo com objetivo de agradar ao outro, sem se refletir sobre o que realmente se quer pode levar a um “apagamento” sobre os próprios limites e desejos, explica Coelho. “É comum a pessoa não saber do que ela gosta e o que ela não gosta, do que faz bem e o que faz mal a ela, do que é bom e o que não é, ela perde a capacidade de realizar julgamentos importantes para sua vida. É como se ela sempre precisasse do olhar do outro, do julgamento do outro, para decidir sobre a própria vida, as próprias vontades e desejos”, afirma.
      A avaliação é compartilhada por Torres. “O grande problema de não conseguir dizer não é que, em geral, a pessoa abre mão do que ela gostaria de fazer em nome do desejo do outro. Esse processo pode levar a uma sobrecarga. A pessoa acumula tarefas ou coisas pra fazer e essa sobrecarga tende a aumentar ainda mais a ansiedade que, a longo prazo, pode criar problemas mais crônicos.” Entre as consequências, estão o desenvolvimento de problemas para dormir, impactos para o desempenho no trabalho ou estudo e limitações relacionadas à ansiedade.
    A psicóloga Luana Ganzert afirma que pessoas que não sabem dizer não tendem a ser mais inseguras ou preferem evitar a fadiga e discussões sobre ter uma opinião contrária. “Quando você fala ‘sim’ para tudo, dificilmente você vai cuidar de você. Aceitar tudo significa sofrer emocionalmente em silêncio. Ao dizer ‘sim’, quando queriam dizer o contrário, as pessoas se sujeitam a situações que lhes causam prejuízos emocionais e, em alguns casos, até financeiro. Compram coisas que não desejam por dificuldade de se impor à insistência do vendedor, arrumam compromissos indesejáveis, arrumam relacionamentos tóxicos e muitas vezes abusivos”, acrescenta.
     A psicóloga Gislene Erbs reparou que seus pacientes tinham uma grande dificuldade em dizer “não” quando precisavam e que isso os deixava frustrados e infelizes. Ao buscar fortalecê-los emocionalmente para que pudessem estabelecer-se como prioridades para si mesmos, sentindo-se seguros para negar aquilo que não lhes interessava, Gislene entrou em contato mais profundamente com suas próprias fraquezas.
    A autora afirma que não é saudável e nem lógico sacrificar o próprio bem-estar para agradar aos outros, mas que, infelizmente, em grande parte das vezes, as pessoas fazem isso, porque não sabem dizer “não”. Além disso, segundo ela, escolher a si mesmo em primeiro lugar auxilia no sentido de aumentar a autoestima, assim como a ter clareza dos motivos do seu “não”.
    Para superar a dificuldade de dizer “não”, o indivíduo precisa trazer à consciência os fatores que influenciam sua tomada de decisão para que o indivíduo se sinta mais confortável com as escolhas que precisa fazer.
    Entre eles estão: a falta de autoconhecimento; a impulsividade; a falta de habilidade social; a ansiedade; a baixa autoestima; o sentimento de pena; a falta de inteligência emocional; o medo da rejeição; a necessidade de autoafirmação; e a realidade de querer honrar pai e mãe.
   “Um não sonoro e adequado é, na verdade, um grito de liberdade – para você e, acredite, para quem o recebe”, diz a psicóloga. Conforme a autora, para negar corretamente, não é preciso ser agressivo, mas assertivo e determinado.

(Lucas Rocha. Disponível em: https:www.cnnbrasil.com.br/saude/. Acesso em: 25/01/2023. Fragmento.)
[...] essa sobrecarga tende a aumentar ainda mais a ansiedade que, a longo prazo, pode criar problemas mais crônicos.” (7º§) De acordo com o contexto, é correto afirmar que o pronome relativo “que” exerce a função de:
Alternativas
Q3060843 Português
TEXTO PARA A QUESTÃO.

      Nossos pais retornaram da roça e encontraram minha avó desorientada, com nossas cabeças mergulhadas numa tina de água, gritando: «Ela perdeu a língua, ela cortou a língua.» Repetia tanto que, certamente, naqueles primeiros momentos, Zeca Chapéu Grande e Salustiana Nicolau acharam que as duas filhas haviam se mutilado num ritual misterioso que, nas suas crenças, precisaria de muita imaginação para explicar. A tina era uma poça vermelha e nós duas chorávamos. Quanto mais chorávamos abraçadas, querendo pedir desculpas, mais ficava difícil saber quem tinha perdido a língua, quem teria que ir para o hospital a léguas de Água Negra. O gerente da fazenda chegou numa Ford Rural branca e verde para nos conduzir ao hospital. Essa Rural, como chamávamos, servia aos proprietários quando estavam na fazenda, servia a Sutério para os trabalhos como gerente, se deslocando entre a cidade e Água Negra, ou percorrendo as distâncias na própria fazenda, quando não queria fazer a cavalo.
      Minha mãe se muniu de colchas e toalhas que recobriam as camas e a mesa, para tentar estancar o sangue. Ela gritava para meu pai, que colhia com as mãos trêmulas ervas nos canteiros próximos à casa, impaciente, transmitindo seu desespero na voz, que se tornou mais aguda, além do olhar espantado. As ervas eram para ser usadas no caminho até o hospital, em rezas e encantos. Os olhos de Belonísia estavam vermelhos de tanto choro, os meus eu não conseguia sequer sentir, e minha mãe perguntava perplexa o que havia acontecido, com o que brincávamos, mas nossas respostas eram longos gemidos difíceis de interpretar. Meu pai segurava a língua envolta numa de suas poucas camisas. Mesmo naquelas horas, meu medo era que o órgão em arrebatamento se dispusesse a falar sozinho no colo dele sobre o que havíamos feito. Que falasse sobre nossa curiosidade, nossa teimosia, nossa transgressão, nossa falta de zelo e respeito por Donana e por suas coisas. Mais ainda, sobre a nossa irresponsabilidade de colocar uma faca na boca, sabendo que facas sangram caças, sangram as crias do quintal e matam homens.

Excerto extraído da obra Torto Arado, de Itamar Vieira Júnior.
No trecho "A tina era uma poça vermelha e nós duas chorávamos", o termo "uma poça vermelha" exerce uma função sintática específica em relação a "tina". Qual é a função sintática de "uma poça vermelha" na frase?
Alternativas
Q3059780 Português
A falta que ela me faz


     Como bom patrão, resolvi, num momento de insensatez, dar um mês de férias à empregada. No princípio achei até bom ficar completamente sozinho dentro de casa o dia inteiro.

      Aos poucos, porém, passei a desejar ardentemente essa volta. O apartamento, ao fim de alguns dias, ganhava um aspecto lúgubre de navio abandonado. A geladeira começou a fazer gelo por todos os lados – só não tinha água gelada, pois não me lembrara de encher as garrafas [...].

       A um canto do quarto um monte de roupas crescia.

     Eu poderia enfrentar tudo [...]. Até que um dia, comecei a sentir no ar um vago mau cheiro. Intrigado, olhei as solas dos sapatos, para ver se havia pisado em alguma coisa lá na rua. Depois saí farejando o ar aqui e ali como um perdigueiro, e acabei sendo conduzido à cozinha, onde ultimamente já não ousava entrar.

      Na panela, a carne assada, que a empregada gentilmente deixara preparada para mim antes de partir, se decompunha num asqueroso caldo putrefato, onde pequenas formas brancas se agitavam.

      Mudei-me no mesmo dia para um hotel.



(Fernando Sabino. Disponível em: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/. Acesso em: agosto de 2024. Fragmento.)

  Imagem associada para resolução da questão


O sujeito no título “A falta que ela me faz” se trata de: 

Alternativas
Respostas
81: A
82: A
83: C
84: D
85: B
86: B
87: A
88: C
89: C
90: D
91: D
92: A
93: C
94: C
95: B
96: E
97: A
98: A
99: B
100: C