Questões de Concurso
Comentadas sobre tipologia textual em português
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desenvolver-se em meados da década de 70, tendo tido o seu boom
na década de 80. Esse desenvolvimento está estreitamente ligado à
crise econômica mundial. O narcotráfico determina as economias
dos países produtores de coca e, ao mesmo tempo, favorece
principalmente o sistema financeiro mundial. O dinheiro oriundo da
droga corresponde à lógica do sistema financeiro, que é
eminentemente especulativo. Este necessita, cada vez mais, de
capital “livre” para girar, e o tráfico de drogas promove o
“aparecimento mágico” desse capital que se acumula de modo
rápido e se move velozmente.
A América Latina participa do narcotráfico na qualidade
de maior produtora mundial de cocaína, e um de seus países, a
Colômbia, detém o controle da maior parte do tráfico internacional.
A cocaína gera “dependência” em grupos econômicos e até mesmo
nas economias de alguns países, como nos bancos da Flórida, em
algumas ilhas do Caribe ou nos principais países produtores —
Peru, Bolívia e Colômbia, para citar apenas os casos de maior
destaque. Na Bolívia, os lucros com o narcotráfico chegam a
US$ 1,5 bilhão contra US$ 2,5 bilhões das exportações legais.
Na Colômbia, o narcotráfico gera de US$ 2 a 4 bilhões, enquanto
as exportações oficiais geram US$ 5,25 bilhões. Nesses países, a
corrupção é generalizada. Os narcotraficantes controlam o governo,
as forças armadas, o corpo diplomático e até as unidades
encarregadas do combate ao tráfico. Não há setor da sociedade que
não tenha ligação com os traficantes e até mesmo a Igreja recebe
contribuições destes.
Julgue o próximo item, referente aos sentidos do texto acima.
Julgue o seguinte item, relativo às ideias e às estruturas
linguísticas do texto acima.
Não li o projeto, mas é claro que ele não pode ser discriminatório. Para definir o escritor, tem-se que ser o mais abrangente possível. Escreveu, valeu. Valerão, portanto, não só livros como panfletos, discursos, sermões, cartas, bilhetes, diários, memorandos, relatórios, bulas de remédio e - por que não? - um caprichado cardápio de restaurante. Como dizer a um sujeito que escreveu que ele não é escritor? Acusações de preconceito, incorreção política e discriminação se tornarão inevitáveis, se todo aquele que escrever não for classificável como escritor. Bem verdade que, de acordo também com o que li, caberá aos sindicatos de escritores essa árdua tarefa - e também eles terão o mesmo problema para rejeitar pretendentes.
Conhecemos o Brasil, não conhecemos? Finjamos que conhecemos, pelo menos. Que tramas logo entrevemos no futuro, se o projeto for transformado em lei? Posso logo conceber os casos tristes dos aposentados que escrevem regularmente para os jornais (mais um golpe nessa velharia desagradável que não serve para nada, pau neles) e serão, cedo ou tarde, flagrados no exercício ilegal da profissão. Claro, o projeto atual não deve prever isto, mas outros para complementá- lo advirão , principalmente porque assim se gerarão mais burocracia e mais empregos de favor, e os escrevedores de cartas aos jornais ou se filiam ao sindicato ou arrumam um amigo filiado, para coassinar as cartas, na condição de “escritor responsável” . Infortúnio que, aliás, deverá abater-se sobre diversos outros, como síndicos de prédios ou inspetores de obras, ou quem quer que seja obrigado a escrever relatórios. Talvez até placas, quem sabe?[...]
Sei que vocês pensam que eu brinco, mas não brinco. O Brasil tem leis interessantíssimas, que vieram com as melhores intenções e rendem situações intrigantes. Por exemplo, como se sabe, se o sujeito for pego matando uma tartaruga protegida, vai preso sem fiança. Em contrapartida, se encher a cara, sair de carro e matar umas quatro pessoas, paga fiança e vai para casa. No caso da tartaruga, alguém raciocinará que é mais negócio matar o fiscal do Ibama, mesmo com testemunhas. Principalmente se estiver um pouco bêbado, porque aqui é atenuante. É só escapar do flagrante, mostrar ser réu primário, conseguir responder ao processo em liberdade e, com azar, pegar aí seus dois aninhos de cana efetiva (em regime semiaberto). Portanto, se aqui é mais negócio matar um homem do que uma tartaruga, não brinco. Acredito que nos possam perpetrar qualquer absurdo, inclusive esses de que acabo de falar e outros, que não chegaram a me ocorrer, mas são possíveis. Entretanto, há sempre um lado bom. Por exemplo, se algum dia exigirem carteirinha de escritor para eu escrever, não escrevo mais . Será, quiçá, uma boa notícia para alguns. Ou muitos, talvez, ainda não promulgaram uma Lei de Proteção da Literatura Nacional, obrigando todo mundo a gostar de tudo o que o escritor brasileiro escreve. Embora, é claro, eu alimente fundadas esperanças, pois uma boa lei resolve qualquer coisa.
RIBEIRO, João Ubaldo. O Conselheiro Come.Rio: Nova Fronteira,2000,p.48ss.
I. A expressão ‘Por todo o exposto’ (l.14) retoma o que foi enunciado no parágrafo anterior, estabelecendo uma ideia de comparação.
II. ‘De fato’ (l.24) é usado para dar ênfase a uma declaração, confirmando algo que já foi sugerido.
III. A expressão ‘em suma’ (l.28) é utilizada para inserir o parágrafo de conclusão do texto, indicando que as ideias anteriores serão resumidas.
IV. A palavra ‘Sim’ (l.32) é usada de maneira argumentativa, pois se busca realçar uma ideia apresentada imediatamente antes.
Quais estão corretas?
I. Ao citar que ‘termos como identificação, rastreamento e autenticação de mercadorias eram itens presentes apenas em filmes’, o autor do texto estabelece um argumento histórico, distinguindo os séculos no Rio Grande do Sul.
II. No texto, a opinião do supervisor do Posto Fiscal Virtual sobre a Nota Fiscal Eletrônica, no segundo parágrafo, apresenta um argumento de autoridade.
III. Há argumentos de comparação, no momento em que se cita o caso de outros locais do Brasil em que a fiscalização direta não foi bem-sucedida.
Quais estão corretas?
O texto 2 deve ser incluído, por suas marcas predominantes, entre o seguinte modo de organização discursiva:
A maçã não tem culpa
Pela lenda judaico-cristã, o homem nasceu em inocência. Mas a perdeu quando quis conhecer o bem e o mal. Há uma distorção generalizada considerando que o pecado original foi um ato sexual, e a maçã ficou sendo um símbolo de sexo.
Quando ocorreu o episódio narrado na Bíblia, Adão e Eva já tinham filhos pelos métodos que adotamos até hoje. Não usaram proveta nem recorreram à sapiência técnica e científica do ex-doutor Abdelmassih. Numa palavra, procederam dentro do princípio estabelecido pelo próprio Senhor: “Crescei e multiplicaivos". O pecado foi cometido quando não se submeteram à condição humana e tentaram ser iguais a Deus, conhecendo o bem e o mal. A folha de parreira foi a primeira escamoteação da raça humana.
Criado diretamente por Deus ou evoluído do macaco, como Darwin sugeriu, o homem teria sido feito para viver num paraíso, em permanente estado de graça. Nas religiões orientais, creio eu, mesmo sem ser entendido no assunto (confesso que não sou entendido em nenhum assunto), o homem, criado ou evoluído, ainda vive numa fase anterior ao pecado dito original.
Na medida em que se interioriza pela meditação, deixando a barba crescer ou tomando banho no Ganges, o homem busca a si mesmo dentro do universo físico e espiritual. Quando atinge o nirvana, lendo a obra completa do meu amigo Paulo Coelho, ele vive uma situação de felicidade, num paraíso possível. Adão e Eva, com sua imensa prole, poderiam ter continuado no Éden se não tivessem cometido o pecado. A maçã de Steve Jobs não tem nada a ver com isso.
Repito: o pecado original não foi o sexo, o ato do sexo, prescrito pelo próprio latifundiário, dono de todas as terras e de todos os mares. A responsabilidade pelo pecado foi a soberba do homem em ter uma sabedoria igual à de seu Criador.
(Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo)
É difícil imaginar como pode ser o mundo de um animal considerando que não só sua inteligência, mas também seus sistemas sensoriais são diferentes dos nossos. Todavia, os animais captam estímulos que nós não captamos. O ornitorrinco, por exemplo, percebe com seu bico, parecido com o dos patos, as descargas elétricas produzidas pelos camarões, a um metro de distância. As abelhas percebem as alterações elétricas causadas por uma tempestade distante e voltam para a colmeia; as serpentes detectam o calor de suas vítimas; os morcegos percebem o eco dos sons que lançam.
O biólogo alemão von Uexküll assinalou que cada espécie animal vive em um mundo próprio, ao que chamou Umwelt.
O último parágrafo do texto 2 é típico de um texto:
TEXTO 4 – POR QUE SÃO ASSIM?
Mariana Sgarioni
Provavelmente não. Nesses casos, o que pode existir é o transtorno de conduta – comportamento que viola regras sociais importantes.
O diagnóstico das necessidades de aprendizagem desse aluno indica que ele:
I. transcreve a fala (vendu, muchila);
II. não usa a concordância nominal da variante culta (10 real);
III. não sabe que o mesmo fonema pode ser grafado com diferentes letras (rocha);
IV. não sabe que o gênero anúncio deve conter título e identificação do anunciante.
Estão corretas
(Disponível em: http://ambidestro.com/site/nao-venda-seu-voto/)
I. Possui uma linguagem persuasiva, direta e clara.
II. Os verbos são apresentados no modo imperativo ou no presente do indicativo.
III. Usa como recurso argumentativo o jogo de ideias, considerando imagem e palavra.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)
O texto 4 deve ser classificado como:
Elio Gaspari, Folha de São Paulo, 27/8/2014
Todos os candidatos prometem crescimento e austeridade. Entre os chavões mais batidos vem sempre a reforma tributária, tema complexo, chato mesmo, acaba sempre em parolagem. Promete-se a simplificação das leis que regulam os tributos, e a cada ano eles ficam mais complicados. Uma coletânea da legislação brasileira pesa seis toneladas. Aqui vai uma contribuição, que foi trazida pelo Instituto Endeavor. Relaciona-se com o regime de cobrança de impostos de pequenas empresas, aquelas que faturam até R$ 3,6 milhões por ano (R$ 300 mil por mês). É o Simples – pode-se estimar que ele facilita a vida de algo como 3 milhões de empresas ativas.
O texto 4 deve ser classificado como:
A respeito do texto acima, julgue o próximo item.
A biografia, como a referenciada no enunciado, é caracterizada como
No contexto, esse conector estabelece uma relação de causa e efeito entre um(a)
Muito se tem falado sobre a crescente violência no Brasil e no mundo e cada vez mais se tem assistido à participação de adolescentes nesse contexto de violência. A população mostra-se assustada, com razão, diante dessa realidade e sente-se aprisionada em suas residências, cada vez mais cercadas e supostamente protegidas de pessoas perigosas que se encontram à solta. A cada notícia sensacionalista da mídia, especialmente quando se trata da participação de adolescentes, a sociedade manifesta indignação e exige providências no sentido de tirar de circulação os que ameaçam seu direito de ir e vir, ou - o que está em voga atualmente - cobram a redução da maioridade penal para que o quanto antes estes jovens que cometem atos infracionais sejam “jogados” nas prisões e de lá não saiam tão cedo.
(…)
Nossa Carta Magna de 1988, em seu artigo 227 estabelece que “é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.
Beatriz Prudêncio Soares. Adolescentes infratores e suas relações afetivas. (excerto) in:
1. Em uma primeira exposição, o texto apresenta a ideia de que a redução da maioridade penal é um clamor da sociedade que busca seu direito de ir e vir.
2. O texto apresenta, em um segundo momento, origem legal e mostra que a sociedade também é responsável pela liberdade do adolescente.
3. O segundo parágrafo do texto é complementar ao primeiro, e não estabelece ideias contrárias a este.
4. Considerando-se a regência verbal do verbo “assistir”, na expressão sublinhada na primeira frase do texto, a crase justifica-se pelo sentido desse verbo que é, neste caso, “a sociedade contribuir” para o contexto de violência praticada pelos adolescentes.
5. Na frase “cobram a redução da maioridade penal”, o termo sublinhado é objeto direto e pode ser substituído por “a atenuação”, sem perder o sentido nem alterar a classificação sintática do termo.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.