Questões de Português - Tipos de Discurso: Direto, Indireto e Indireto Livre para Concurso

Foram encontradas 551 questões

Q1099789 Português

TEXTO I


                Enigma matemático indecifrável em prova para crianças viraliza

                                      e gera polêmica na China 


Alunos de uma escola primária na China foram surpreendidos com um problema matemático que os deixou bastante confusos. A perplexidade veio ao se depararem com a seguinte pergunta: “Se um barco transporta 26 ovelhas e 10 cabras, quantos anos tem o capitão?”.

O problema foi apresentado em uma prova para alunos de 11 anos de idade. E a questão, aparentemente impossível de ser respondida, não só virou tema de debate na escola, como também gerou polêmica nas redes sociais.

As diferentes tentativas de respondê-la geraram tanta discussão que autoridades chinesas precisaram explicar por que os educadores escolheram tal pergunta. A justificava foi de que o objetivo era estimular o “pensamento crítico” dos alunos.

A questão gerou muitas respostas curiosas, divertidas e até insólitas.

“O capitão tem que ter pelo menos 18 anos porque, para conduzir um barco, é preciso ser adulto”, respondeu um dos alunos.

Outro estudante fez questão de, ao menos, fazer uma conta: “Tem 36, porque 26+10 é 36 e o capitão queria que o número de animais fosse igual à idade dele”.

Mas houve quem preferiu a sinceridade: “A idade do capitão é... não sei. Não sou capaz de resolver esse problema.”


Críticas


Nas redes sociais, por sua vez, houve muitas críticas.

“Essa pergunta não tem sentido lógico. Por acaso o professor sabe a resposta?”, dizia um comentário na rede social chinesa Weibo.

“Se a escola tem 26 professores, 10 dos quais não estão pensando, que idade tem o diretor?”, comentou outro internauta.

Mas teve quem defendesse o colégio, cujo nome não foi divulgado, dizendo que a pergunta pode estimular o pensamento crítico das crianças.

“A ideia é fazer com que os alunos pensem, e (a questão) foi bem-sucedida nisso”, comentou outra pessoa.

“Essa pergunta faz com que as crianças tenham que explicar sua forma de pensar e deixa espaço para serem criativas. Deveríamos ter mais perguntas como essa”, argumentou um usuário.


Consciência crítica


O Departamento de Educação explicou, por meio de um comunicado, que a prova tinha a intenção de “avaliar consciência crítica e a habilidade para pensar com independência”.

“Algumas respostas mostram que os estudantes em nosso país precisam de pensamento crítico na área de matemática”, diz o comunicado.

O método tradicional chinês de educação enfatiza que alunos anotem e repitam o conteúdo ensinado. Trata-se de um sistema comumente criticado por não estimular o pensamento criativo.

As autoridades educacionais argumentam que as perguntas como a do barco “permitem a todos os alunos a desafiar os próprios limites e a pensar além”.

Nas redes sociais, houve quem tentou resolver o problema de forma elaborada. “

O peso total das 26 ovelhas e das 10 cabras é 7,7 mil quilos, considerando o peso médio de cada animal”, escreveu um internauta antes de completar o raciocínio: “Na China, é preciso ter uma licença que exige cinco anos de experiência (prévia) para se comandar um barco que tem mais de 5 mil quilos de carga. A idade mínima para conseguir essa licença é 23 anos, por isso o capitão tem pelo menos 28 anos”.

Mas as autoridades chinesas confirmaram que não existe uma resposta certa. BBC.

Disponível em:<http://bbc.in/2C8IkxO> . Acesso em: 19 fev. 2018 (Adaptação).

Qual das características a seguir não está presente no texto?
Alternativas
Q1099000 Português

TEXTO II

Quais são as sofisticadas armas cibernéticas da

guerra do século 21?

Eles não sabiam o que estava acontecendo. O equipamento quebrava constantemente, mas a causa era um mistério. Peças eram substituídas, mas o problema ocorria novamente.

Passou-se um ano antes que descobrissem que o problema era um vírus chamado Stuxnet, que havia infectado os sistemas eletrônicos da planta de enriquecimento de urânio em Natanz, no Irã. Esta era a razão por trás dos diversos erros que atrasaram e prejudicaram o programa nuclear do país.

O descobrimento do Stuxnet, em 2010, tornou claro que os crimes cibernéticos podiam ir além da espionagem e do roubo de dados pessoais com fins econômicos: confirmou que era possível causar prejuízos físicos com uma motivação política.

“Foi a exploração bem-sucedida do ciberespaço com o objetivo de controlar uma série de processos industriais para destruí-los remotamente, sem que ocorresse nenhum tipo de confronto militar”, diz Lior Tabansky, especialista em cibersegurança estratégica da Universidade Yuval Ne’eman, em Israel, na publicação Cyber Security Review.

“Isso demonstrou quão sofisticadas e precisas podem ser as armas cibernéticas.”E difícil saber com certeza qual foi a origem desse ataque. Mas, segundo um artigo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, suspeita-se que uma equipe de especialistas israelenses e americanos esteja por trás do incidente.

Essa opinião é compartilhada por diversos especialistas em segurança cibernética.

Ciberterrorismo

Esse tipo de incidente, que afeta o funcionamento de equipamentos e infraestruturas, é uma das modalidades de ciberataques mais perigosa. Nos últimos anos, foram registrados vários ataques.

Suas consequências vão além do plano físico.

“Além do prejuízo concreto, esse tipo de evento tem um efeito secundário muito importante: o psicológico. A isso se referem os termos ciberterrorismo e ciberguerra”, disse à BBC Graham Fairclough, especialista do Centro de Cibersegurança da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

“Eles geram medo e ansiedade. Tem-se a sensação de que alguém pode fazer algo com você e que você não tem a possibilidade de se proteger. O alcance também é importante, já que no ciberespaço a distância física não é relevante. Você pode ser uma vítima mesmo que esteja longe do ponto de origem do ataque.”

Neste contexto, o indivíduo perde confiança no sistema e em sua habilidade para protegê-lo.

“Tudo o que funcione com softwares pode ser utilizado para causar prejuízo, seja algo simples, como uma geladeira, ou muito mais complexo. A chave é o código, que pode ser desenvolvido ou comprado de criminosos na internet. E o equipamento físico, ou hardware, também pode ser comprado com facilidade na rede”, afirma Fairclough.

[...]

VELANDIA, Karenina. BBC Brasil. Disponível em:

<https://bbc.in/2GDLkke>. Acesso em: 5 abr. 2018

(Fragmento adaptado).


São recursos utilizados pela autora nessa notícia, exceto:
Alternativas
Q1085919 Português

1       Nosso cérebro é uma complexa estrutura forjada pela evolução. Por outro lado, é também primitivo. É curioso pensar que o mais erudito dos moradores deste planeta tenha o mesmo hardware que um caçador-coletor que passou a vida errando em uma pequena érea em busca da sobrevivência.

2       Estou sendo injusto em minha descrição. Nosso ancestral era capaz de tecer, realizar pequenas cirurgias, fazer ferramentas de pedra. Tente criar algo assim em casa e você verá que somos menos autônomos do que um coletor do Paleolítico. Mas estou sendo preciso quando comparo nossos cérebros.

3       Desenvolvida para uma chave amigo-inimigo, nossa mente tende a rotular o que vê, julgando a novidade de acordo com seu conhecimento prévio. Isso garantiu nossa vida por muitas gerações: se eu comer algo que me faz mal, toda vez que olhar para algo semelhante, sentirei repulsa. Isso pode ser bom para evitar perigos, porém cria problemas para nossa atualidade.

4       Se eu tivesse que arriscar um esboço do que seria o pensamento médio das pessoas, hoje, ele seria similar ao dos antepassados paleolíticos. Formamos bandos com facilidade. Yuval Harari chama a atenção para como a detração é uma poderosa cola social. Fofocando, crio laços, forjo alianças. Desde sempre, nossa espécie classifica o que vê antes de compreender o que tem na sua frente. O pavor instintivo da novidade me faz rejeitá-la. Classificar, para o cérebro primitivo que se contenta em viver na caverna, é mais importante do que entender.

5       É claro que também somos uma espécie que foge da natureza animal e que cria culturas. Portanto, há um instinto inquisitivo, que gosta de descobrir coisas novas, explorá-las. No entanto, a sensação é que ele anda em baixa em nossos tempos. Encerrar em caixas herméticas dá segurança.

6       Alguns associam a rotulação imediata a um traço humano. A sociedade ficou mais complexa, mas, em nossa essência, somos os mesmos. Por outro lado, há quem afirme que o tempo curto da internet, o imediatismo atual, produz superficialidade, impede o raciocínio profundo, pois este requer o questionamento de bolhas epistêmicas e, mercadoria cada vez mais rara, tempo de ponderação. Não seria uma essência, necessariamente, todavia um feitiço, uma tentação oferecida por algoritmos do universo digital.

7       Resistir à tentação é um desafio. Pensar em aprofundar, dar uma segunda olhada, fugir do rótulo: parecem atitudes que exigem o desafio da vontade férrea. Deixar que sentidos mais amplos invadam sua percepção sem julgar de imediato é um ato de resistência.

   (Adaptado de: KARNAL, Leandro. Disponível em: https://cultura.estadao.com.br)

Estou sendo injusto em minha descrição. (2° parágrafo)

Transposto para o discurso indireto, o trecho transcrito acima assume a seguinte redação:

Leandro Karnal afirmou

Alternativas
Q1084353 Português

Leia abaixo um trecho da canção “Ai que saudades da Amélia” (gravada em 1942) do cantor e compositor Ataulfo Alves e um trecho da canção “Não precisa ser Amélia” (gravada em 2018) da cantora e compositora brasileira Bia Ferreira – respectivamente trechos I e II – para responder às questões 5 a 9.


Trecho I


Ai, Meu Deus, que saudade da Amélia/ Aquilo sim é que era mulher/ Às vezes passava fome ao meu lado/ E achava bonito não ter o que comer/ Quando me via contrariado/ Dizia: "Meu filho, o que se há de fazer!"/ Amélia não tinha a menor vaidade/ Amélia é que era mulher de verdade. (Ataulfo Alves)

(Fonte: Letras.mus)

Trecho II


Me deram um palco e eu vou cantar/ Canto pela tia que é silenciada/ Dizem que só a pia é seu lugar / Pela mina que é de quebrada/ Que é violentada e não pode estudar (...) Dona de casa limpa, lava e passa/ Mas fora do lar não pode trabalhar/ Não precisa ser Amélia pra ser de verdade/ Cê tem a liberdade pra ser quem você quiser/. (Bia Ferreira)

(Fonte: Letras.mus)

De acordo com os trechos I e II e com a Gramática Normativa da Língua Portuguesa, analise as afirmativas abaixo.

I. Comparando os dois trechos, é correto dizer que no primeiro há a utilização do discurso direto e no segundo trecho há a utilização do discurso indireto.

II. No trecho I, as expressões “Meu Deus” e “Meu filho” são vocativos que imitam um diálogo bíblico: “Deus”, como pai e o eulírico como o “filho” de Deus.

III. No trecho II, os versos “Mas fora do lar não pode trabalhar” e “Cê tem a liberdade pra ser quem você quiser” tornam o texto contraditório, pois, enquanto o primeiro afirma que a mulher não pode trabalhar fora de casa, o segundo diz que ela tem liberdade para ser quem ela quiser.

Assinale a alternativa correta. 

Alternativas
Q1072750 Português

Leia com atenção o trecho inicial do conto “O dia em que explodiu Mabata-Bata” do escritor angolano Mia Couto, e responda a questão a seguir.


De repente, o boi explodiu. Rebentou sem um múúú. No capim em volta choveram pedaços e fatias, grão e folhas de boi. A carne eram já borboletas vermelhas. Os ossos eram moedas espalhadas. Os chifres ficaram num qualquer ramo, balouçando a imitar a vida, no invisível do vento.

O espanto não cabia em Azarias, o pequeno pastor. Ainda há um instante ele admirava o grande boi malhado, chamado de Mabata-bata. O bicho pastava mais vagaroso que a preguiça. Era o maior da manada, régulo da chifraria, e estava destinado como prenda de lobolo do tio Raul, dono da criação. Azarias trabalhava para ele desde que era órfão. Despegava antes da luz para que os bois comessem o cacimbo das primeiras horas. Olhou a desgraça: o boi poeirado, eco de silêncio, sombra de nada.

“Deve ser foi um relâmpago”, pensou.

Mas relâmpago não podia. O céu estava liso, azul sem mancha. De onde saíra o raio? Ou foi a terra que relampejou?

                                                                                   Fonte: Ms - Camp, 10/10/2008

Sobre o discurso direto presente no texto, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Respostas
331: C
332: D
333: C
334: A
335: B