Questões de Português - Tipos de Discurso: Direto, Indireto e Indireto Livre para Concurso

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Q742815 Português
Leia a crônica “A perigosa aventura de escrever” para responder à questão.

      A PERIGOSA AVENTURA DE ESCREVER

    “Minhas intuições se tornam mais claras ao esforço de transpô-las em palavras”. Isso eu escrevi uma vez. Mas está errado, pois que, ao escrever, grudada e colada, está a intuição. É perigoso porque nunca se sabe o que virá — se se for sincero. Pode vir o aviso de uma destruição, de uma autodestruição por meio de palavras. Podem vir lembranças que jamais se queria vê-las à tona. O clima pode se tornar apocalíptico. O coração tem que estar puro para que a intuição venha. E quando, meu Deus, pode-se dizer que o coração está puro? Porque é difícil apurar a pureza: às vezes no amor ilícito está toda a pureza do corpo e alma, não abençoado por um padre, mas abençoado pelo próprio amor. E tudo isso pode-se chegar a ver — e ter visto é irrevogável. Não se brinca com a intuição, não se brinca com o escrever: a caça pode ferir mortalmente o caçador.
(LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.)
Quanto ao(s) tipo(s) de discurso(s) que estrutura(m) essa crônica, é possível afirmar:
Alternativas
Q735435 Português
De acordo com as normas gramaticais, assinale a alternativa onde temos um discurso indireto.
Alternativas
Q729775 Português
    O coronel, que então morava já na cidade, tinha um compadre sitiante que ele estimava muito. Quando um filho do compadre Zeferino ficava doente, ia para a casa do coronel, ficava morando ali até ficar bom, o coronel é que arranjava médico, remédio, tudo.
    Quase todos os meses o compadre pobre mandava um caixote de ovos para o coronel. Seu sítio era retirado umas duas léguas de uma estaçãozinha da Leopoldina, e compadre Zeferino despachava o caixote de ovos de lá, frete a pagar. Sempre escrevia no caixote: CUIDADO É OVOS – e cada ovo era enrolado em sua palha de milho com todo cuidado para não se quebrar na viagem. Mas, que o quê: a maior parte quebrava com os solavancos do trem.
    Os meninos filhos do coronel morriam de rir abrindo o caixote de presente do compadre Zeferino; a mulher dele abanava a cabeça como quem diz: qual...Os meninos, com as mãos lambuzadas de clara e gema, iam separando os ovos bons. O coronel, na cadeira de balanço, ficava sério; mas, reparando bem, a gente via que ele às vezes sorria das risadas dos meninos e das bobagens que eles diziam: por exemplo, um gritava para o outro – “cuidado, é ovos”!
    Quando os meninos acabavam o serviço, o coronel perguntava:
    – Quantos salvaram?
    Os meninos diziam. Então ele se voltava para a mulher: “Mulher, a quanto está a dúzia de ovos aqui no Cachoeiro?” A mulher dizia. Então ele fazia um cálculo do frete que pagara, mais do carreto da estação até a casa e coçava a cabeça com um ar engraçado:
    – Até que os ovos do compadre Zeferino não estão me saindo muito caros desta vez. [...]
(BRAGA, R. O Compadre Pobre. In. BRAGA, R. 200 crônicas escolhidas. Rio de Janeiro: Record, 2013. Fragmento.)
A expressão do ponto de vista do narrador pode ser identificada através de alguns recursos, sendo um deles o da adjetivação. Tal fato pode ser identificado no fragmento transcrito em:
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Q729698 Português
CONTRA A MERA “TOLERÂNCIA” DAS DIFERENÇAS
Renan Quinalha
“É preciso tolerar a diversidade”. Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem-intencionada, fico indignado. Não, não é preciso tolerar.
“Tolerar”, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta.
“Tolerar” o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir. “Quem tolera” acaba visto, ainda, como generoso e benevolente, por dar uma “permissão” como se fosse um favor ou um ato de bondade extrema.
Esse tipo de discurso, no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente dos padrões construídos socialmente. Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura hegemônica, que traça a tênue linha divisória entre o normal e o anormal.
Tolerar não deve ser celebrado e buscado nem como ideal político e tampouco como virtude individual. Ainda que o argumento liberal enxergue, na tolerância, uma manifestação legítima e até necessária da igualdade moral básica entre os indivíduos, não é esse o seu sentido recorrente nos discursos da política.
Com efeito, ainda que a defesa liberal-igualitária da tolerância, diante de discussões controversas, postule que se trate de um respeito mútuo em um cenário de imparcialidade das instituições frente a concepções morais mais gerais, isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais.
Marcuse identificava dois tipos de tolerância: a passiva e a ativa. No primeiro caso, a tolerância é vista como uma resignação e uma omissão diante de uma sociedade marcadamente injusta em suas diversas dimensões. Por sua vez, no segundo caso, ele trata da tolerância como uma disposição efetiva de construção de uma sociedade igualitária. Não é este, no entanto, o discurso mais recorrente da tolerância em nossos tempos.
Assim, quando alguém lhe disser que é preciso “tolerar” a liberdade das mulheres, os direitos das pessoas LGBT, a busca por melhores condições de vida das pessoas pobres, as reivindicações por igualdade material das pessoas negras, dentre outros segmentos vulneráveis, simplesmente não problematize esse discurso.
Admitir a existência do outro não significa aceitá-lo em sua particularidade como integrante da comunidade política. É preciso, ensina Axel Honneth, valorizar os laços mais profundos de reciprocidade e respeito pelas diferenças, o que só o reconhecimento, estágio superior da tolerância, pode ajudar a promover.
Diversidade é um valor em si mesmo e não depende da concordância dos que ocupam posições de privilégios. Direitos e liberdades não se “toleram”. Devem ser respeitados e promovidos, por serem conquistas jurídicas e políticas antecedidas de muitas lutas.
O que não se pode tolerar é o discurso aparentemente “benevolente” e “generoso” – mas na verdade bem perverso – da tolerância das diferenças. Ninguém precisa da licença de ninguém para existir. 
Disponível em: . Acesso em: 12 abr. 2016. [Adaptado]

Glossário
- Axel Honneth (1949): Filósofo e sociólogo alemão, é diretor do Institut für Sozialforschung, da Universidade de Frankfurt, instituição na qual surgiu a chamada Escola de Frankfurt.
- Herbert Marcuse (1898-1979): Sociólogo e filósofo alemão, naturalizado norte-americano, pertenceu à Escola de Frankfurt. 
Nos sétimo, oitavo e nono parágrafos, há citações do discurso alheio que se apresentam sob forma
Alternativas
Q706261 Português

Leia atentamente o texto abaixo para responder à questão.

Dor nas costas e má postura podem causar depressão

    Sentar inadequadamente na cadeira do trabalho, dirigir por horas e horas, e dormir em diversas posições são atos que, além de problemas físicos, podem desencadear outras doenças.

    Segundo pesquisadores da San Francisco State University, nos Estados Unidos, a má postura corporal piora o humor e pode até causar depressão.

    Para melhorar a qualidade de vida, Artur Hashimoto, treinador máster do CORE 360°, explica que exercícios básicos do treinamento funcional são capazes de fortalecer os músculos e ainda melhorar a qualidade de vida dos praticantes. E tudo isso em 30 minutos diários de atividades feitas de maneira bem simples.

    Um alongamento já é capaz de acordar o corpo e mantê-lo fortalecido para aguentar a rotina diária.

     “Além de ser uma forma de corrigir a postura e fortalecer os músculos de forma equilibrada, o alongamento é um ótimo estimulador do cérebro, e o faz liberar hormônios de bem-estar, como a serotonina”, diz, acrescentando que “o alongamento melhora a flexibilidade muscular, proporcionando maior elasticidade e redução de lesões”. Além disso, alguns exercícios específicos de treinamento funcional são ótimos para uma postura melhor. No caso, apostar nas atividades de estabilização no chão, como ponte e prancha, pode ser uma ótima opção. Tanto a ponte quanto a prancha (em decúbito dorsal, ventral e lateral) fazem parte dos exercícios isométricos, posições que ajudam a ganhar força e diminuir a sobrecarga nas articulações. “Tudo é uma combinação de um trabalho de fortalecimento com alongamento”, afirma Artur. Outra recomendação do profissional é apostar na liberação miofascial, que funciona como uma massagem, com o objetivo de acabar com os encurtamentos musculares que causam problemas na postura e na qualidade dos movimentos. Essa terapia corporal é de fácil aplicação, e o melhor, consiste em um resultado imediato e pode ser feita com bolas e rolos de espuma.

http://www.educacaofisica.com.br/index.php/ciencia-ef/canaiscienciaef/fisiologia/24925-dor-nas-costas-e-ma-postura-podemcausar-depressao. Adaptado.

De acordo com a norma-padrão e obedecendo às regras de passagem do discurso direto para o discurso indireto, assinale a alternativa correta relativa ao trecho abaixo. “Tudo é uma combinação de um trabalho de fortalecimento com alongamento”, afirma Artur.
Alternativas
Respostas
431: B
432: D
433: D
434: A
435: D