Questões de Concurso
Comentadas sobre uso da vírgula em português
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Julgue os itens que se seguem quanto a aspectos gramaticais.
Embora um indivíduo não possa ser tomado
isoladamente, haja vista que é somente um ser, cada
governado deve, em primeiro lugar, controlar a si
mesmo.
Leia o texto a seguir, para responder às questão.
O direito à tristeza
Contardo Calligaris
As crianças têm dois deveres. Um, salutar, é o dever de crescer e parar de ser crianças. O outro, mais complicado, é o de ser felizes, ou melhor, de encenar a felicidade para os adultos. Esses dois deveres são um pouco contraditórios, pois, crescendo e saindo da infância, a gente descobre, por exemplo, que os picolés não são de graça. Portanto, torna-se mais difícil saltitar sorrindo pelos parques à espera de que a máquina fotográfica do papai imortalize o momento. Em suma, se obedeço ao dever de crescer, desobedeço ao dever de ser feliz. A descoberta dessa contradição pode levar uma criança a desistir de crescer. E pode fazer a tristeza (às vezes o desespero) de outra criança, incomodada pela tarefa de ser, para a família inteira, a representante da felicidade que os adultos perderam (por serem adultos, porque a vida é dura, porque doem as costas, porque o casamento é tenso, porque não sabemos direito o que desejamos).
A ideia da infância como um tempo específico, bem distinto da vida adulta, sem as atrapalhações dos desejos sexuais, sem os apertos da necessidade de ganhar a vida, é recente. Tem pouco mais de 200 anos. Idealizar a infância como tempo feliz é uma peça central do sentimento e da ideologia da modernidade. É crucial lembrar-se disso na hora em que somos convidados a espreitar índices e sinais de depressão nas nossas crianças.
O convite é irresistível, pois a criança deprimida contraria nossa vontade de vê-la feliz. Um menino ou uma menina tristes nos privam de um espetáculo ao qual achamos que temos direito: o espetáculo da felicidade à qual aspiramos, da qual somos frustrados e que sobra para as crianças como uma tarefa. “Meu filho, minha filha, seja feliz por mim.” É só escutar os adultos falando de suas crianças tristes para constatar que a vida da criança é sistematicamente desconhecida por aqueles que parecem se preocupar com a felicidade do rebento. “Como pode, com tudo que fazemos e fizemos por ela?” ou “Como pode, ele que não tem preocupação nenhuma, ele que é criança?”. A criança triste é uma espécie de desertor: abandonou seu lugar na peça da vida dos adultos, tirou sua fantasia de palhaço.
Conselho aos adultos (pais, terapeutas etc.): quando uma criança parece estar deprimida, o mais urgente não é reconhecer os “sinais” de uma doença e inventar jeitos de lhe devolver uma caricatura de sorriso. O mais urgente, para seu bem, é reconhecer que uma criança tem o DIREITO de estar triste, porque ela não é apenas um boneco cuja euforia deve nos consolar das perdas e danos de nossa existência; ela tem vida própria.
Mais uma observação para evitar a precipitação. Aparentemente, nas últimas décadas, a depressão se tornou uma doença muito comum. Será que somos mais tristes que nossos pais e antepassados próximos? Acredito que não. As más línguas dizem que a depressão foi promovida como doença pelas indústrias farmacêuticas, quando encontraram um remédio que podiam comercializar para “curá-la”. Mas isso seria o de menos. É mais importante notar que a depressão se tornou uma doença tão relevante (pelo número de doentes e pela gravidade do sofrimento), porque ela é um pecado contra o espírito do tempo. Quem se deprime não pega peixes e ainda menos sobe no bonde andando.
Será que vamos conseguir transformar também a tristeza infantil num pecado? Claro que sim. Aliás, amanhã, quando seu filho voltar da escola, além de verificar se ele não está com frieiras, veja também se ele não pegou uma deprê. E, se for o caso, dê um castigo, pois, afinal, como é que ele ousa fazer cara feia quando acabamos de lhe comprar um gameboy? Ora! E, se o castigo não bastar, pílulas e terapia nele. Qualquer coisa para evitar de admitir que a infância não é nenhum paraíso.
Disponível em: <https://laboratoriodesensibilidades.wordpress.com/2012/08/08/o-direito-a-tristeza-contardo-calligari-2/> Acesso em: 20 nov. 2018.
No que se refere ao emprego da pontuação, considere as afirmativas a seguir:
I. No 1° parágrafo, em “Esses dois deveres são um pouco contraditórios, pois, crescendo...”, as vírgulas foram empregadas para isolar conjunção conclusiva.
II. No 1° parágrafo, em “E pode fazer a tristeza (às vezes o desespero) de outra criança...”, os parênteses foram utilizados para acrescentar informação acessória.
III. No 3° parágrafo, em ”Meu filho, minha filha, seja feliz por mim.“, as vírgulas foram utilizadas para indicar vocativo.
IV. No 4° parágrafo, em “... quando uma criança parece estar deprimida, o mais urgente...”, a vírgula foi empregada para sinalizar deslocamento de oração adverbial.
V. No 5° parágrafo, as aspas empregadas em “curá-la” foram utilizadas para demarcar citação do discurso alheio.
Estão corretas apenas as afirmativas
As frases acima articulam-se num único período, com lógica, correção e clareza, em:
I. ... “variabilidade decadal do Oceano Pacífico”, que impacta o Atlântico.
... “variabilidade decadal do Oceano Pacífico” que impacta o Atlântico.
II. Nos anos 40, 50 e 60 choveu menos na Amazônia. Nas três décadas seguintes, as chuvas aumentaram. Nos anos 40, 50 e 60 choveu menos na Amazônia; nas três décadas seguintes, as chuvas aumentaram.
III. .... têm um sistema de braços flutuantes – inventado pelos ingleses –, que sobem e descem... ... têm um sistema de braços flutuantes (inventado pelos ingleses), que sobem e descem...
Com a alteração dos sinais de pontuação, ocorreu também alteração de sentido SOMENTE em
Após observar a tirinha, aponte a alternativa que contenha uma frase com a pontuação correta.
“Com 1600km de extensão, além de sua importância como eixo principal do ciclo do ouro, a Estrada Real exerceu papel fundamental no desenvolvimento político, cultural e socioeconômico do Brasil.”
A partir da leitura do trecho, é CORRETO afirmar que:
É separado por vírgula o gerúndio
(1) anteposto à oração principal: Confirmando o sucesso de suas promoções, o Centro Social realizará um bingo amanhã.
(2) colocado depois da oração principal, que equivale, na maioria das vezes, a uma oração coordenada iniciada pela conjunção e ou e isso: O mediador tomou seu lugar à mesa, aguardando o momento de iniciar o debate. [= tomou seu lugar à mesa e aguardou] Ganhar a taça é uma questão de honra para a Chapecoense, aumentando a emoção entre os jogadores. [= e isso aumenta]
(3) que tem a função de uma oração adjetiva explicativa: A atriz paulistana Cristiana Reali, morando em Paris desde os sete anos, não aceitou nenhum dos convites para filmar no Brasil. Adaptado de PIACENTINI, Maria Tereza de Queiroz. Só vírgula: método fácil em vinte lições. São Carlos: EdUFSCar, 2003, p. 84-85.
Considere os itens (1), (2) e (3) e assinale a alternativa CORRETA.
É CORRETO afirmar que
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo
[e manifestações de apreço ao sr. diretor
Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Político
Raquítico
Sifilítico
Será contabilidade tabela de cossenos
[secretário do amante exemplar com cem modelos de cartas
[e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc. Quero antes o lirismo dos loucos O lirismo dos bêbados O lirismo difícil e pungente dos bêbados O lirismo dos clowns de Shakespeare
Poeta sórdido:
Aquele em cuja poesia há a marca suja da vida.
Vai um sujeito.
[bem engomada, e na primeira esquina
[passa um caminhão, salpica-lhe o paletó
[ou a calça de uma nódoa de lama:
Fazer o leitor satisfeito de si dar o desespero.
Sei que a poesia é também orvalho.
Mas este fica para as menininhas, as estrelas alfas,
[que envelheceram sem maldade.