Questões de Português - Uso das aspas para Concurso

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Q2075983 Português
As aspas – sinal gráfico [" "] – podem ter diferentes funções nos textos. Observe o uso desse sinal de pontuação no seguinte excerto:
Aposto que você já atinou para o problemão pré-histórico que isto representa: as pessoas que os europeus encontraram ao ancorar seus navios em Porto Seguro 517 anos atrás, por mais morenas que fossem, não tinham nada de africanas. Sua aparência – em especial o formato do crânio e os olhos que popularmente descreveríamos como “puxados” – lembra muito mais a de gente do nordeste da Ásia. [LOPES, Reinaldo José. 1499: o Brasil antes de Cabral. Rio de Janeiro: Harper Collins, 2017. P.40]
Na passagem em análise, as aspas têm a seguinte função:
Alternativas
Q2069051 Português
As verdades mais profundas

     As tragédias no Brasil são esquecidas facilmente. A comoção não se sustenta ao fim de 48 horas. E depois tudo volta à “normalidade” em um país como o nosso, que ainda tem uma enorme dívida para com o seu povo negro.
  Crianças negras são mortas por balas perdidas; homens negros são torturados e assassinados por serem negros; mulheres negras são discriminadas pelo olhar e pelas palavras e por gestos sórdidos, que cortam como lâmina afiada a ceiva da dignidade.
     O sangue jorra nas ruas e vielas de comunidades carentes, nas favelas, no asfalto, nas praças e avenidas, no ônibus, no supermercado, na escola, no vil ato de abordar uma pessoa, se utilizando das práticas mais cruéis e desumanas.
   Em um anúncio de emprego nos classificados de um jornal ou nas redes sociais, é solicitado o envio de currículo com foto. Sem se dar conta, o jovem negro da periferia assim o faz. Mas no fundo esse “método” foi para eliminá-lo.
    Esse mesmo jovem, muitas vezes deprimido, sem horizonte, sai a caminhar e se depara em frente a um shopping. As luzes o fascinam, como a todo jovem. Mas, ao adentrar, logo é cercado por seguranças que o encaminham a uma sala e exigem documentos.
    Só quem é negro sabe o quanto dói ser discriminado pela cor da pele, por ter cabelo afro, por cantar e dançar as suas origens. Essa violência e ódio deixam a alma esquartejada, acabam com a autoestima, fazendo nascer o sentimento de culpa.
   Como é possível num país como o nosso, construído por mãos negras ao longo de séculos, toda essa insanidade humana? A escravidão de ontem é o martírio cotidiano de hoje, da humilhação, do prato vazio, da falta de emprego, de saúde.
    A população brasileira é composta por 56,2% de pretos e pardos. A grande maioria é pobre e está exilada em seu “próprio” país. Os direitos da cidadania, garantidos pela Constituição Cidadã, não chegam até eles.
   O analfabetismo para a população negra é de 11,8% – maior que a média de toda população brasileira (8,7%). Dos jovens entre 15 e 29 anos que não estudam nem trabalham, mais de 60% são negros, de acordo com o IBGE.
    O poeta Affonso Romano descreveu muito bem o Brasil: “Uma coisa é um país, outra um fingimento. Uma coisa é um país, outra um monumento. Uma coisa é um país, outra o aviltamento. Há 500 anos estupramos livros e mulheres. Há 500 anos somos pretos de alma branca”.
    As transformações que o Brasil tanto necessita só serão alcançadas por meio da ação política. Não é por acaso que não haja negros nos espaços decisórios do poder. Quantos senadores e senadoras negros existem? Deputados e deputadas? Governadores e governadoras? Vereadores e vereadoras? Prefeitos e prefeitas?
     É evidente que há uma fratura social exposta e ela se personifica no racismo estrutural, institucional e de Estado. A sociedade brasileira é racista. O professor e filósofo Silvio Almeida explica que o racismo é apresentado como decorrência da própria estrutura, ou seja, do modo “normal” com que se constituem as relações políticas, econômicas, jurídicas e até familiares.
   Uma das formas de combatê-lo é por meio da ação legislativa. Precisamos aprovar os seguintes Projetos de Lei: 4.373/2020, que tipifica como crime de racismo a injúria racial; 5.231/2020, que trata da abordagem dos agentes públicos e privados de segurança.
    Da mesma forma, o Congresso precisa aprovar também o 3.434/2020, que reserva vagas para negros nos programas de pós-graduação e o 4.656/2020, que estende a validade da Lei de Cotas (Lei 12.711/2012), que perde a validade em 2022.
   O Brasil é o país das multicores, das diversidades e das diferenças. O racismo e as desigualdades sociais são chagas da nossa sociedade; precisam ser eliminados. Que o grito de resistência de Zumbi dos Palmares, de esperança e de transformação, ecoe em todos os cantos do nosso país.

(PAIM, Paulo. As verdades mais profundas.
Jornal do Brasil, 2021. Disponível em
https://www.jb.com.br/pais/opiniao/artigos/2021/11/1034016-asverdades-mais-profundas.html. Acesso em: 15/11/2021. Adaptado.)

Analise as assertivas a seguir.


I. “O analfabetismo para a população negra é de 11,8% – maior que a média de toda população brasileira (...)” (9º§): o travessão foi utilizado para isolar uma informação de menor relevância no texto.

II. “Precisamos aprovar os seguintes Projetos de Lei: (...)” (13º§): os dois pontos foram usados para indicar uma enumeração.

III. “(...) e o 4.656/2020, que estende a validade da Lei de Cotas (Lei 12.711/2012), (...)” (14º§): os parênteses foram empregados para apresentar uma informação acessória.

IV. “(...) o racismo é apresentado como decorrência da própria estrutura, ou seja, do modo ‘normal’ com que se constituem as relações políticas, (...)” (12º§): no texto, as aspas duplas foram utilizadas, na palavra “normal”, para marcar uma citação direta.


Está correto o que se afirma apenas em

Alternativas
Q2068384 Português
Analise as assertivas a seguir a respeito do emprego dos sinais de pontuação.
   I. Na linha 08, o emprego das aspas demarca um título.  II. As vírgulas hachuradas na linha 34 e 35 separam uma oração que adiciona uma informação que restringe o significado do termo anterior, pois sem ela o seu sentido não estaria completo. III. Na linha 42, o emprego dos dois pontos insere uma explicação de uma ideia exposta anteriormente.

Quais estão corretas? 
Alternativas
Q2061701 Português
Texto CB3A1

    Em 2007, o Brasil recebeu a exposição de anatomia intitulada Bodies revealed: fascinating + real, traduzida como Corpo humano: real e fascinante. Cerca de 670 mil pessoas de diversas cidades brasileiras puderam visitar a exposição na qual os objetos expostos eram nada menos do que 16 cadáveres e 225 órgãos humanos. Adentrar em um salão repleto de cadáveres estripados e mutilados deveria suscitar a mesma sensação de uma câmara dos horrores, já que os mortos são notoriamente objetos de tabu, fontes de mana, considerados impuros, perigosos e, não raramente, repugnantes. Entretanto, os corpos dissecados da exposição, apresentados esfolados ou fatiados, inteiros ou em partes, eviscerados ou não, e tematicamente organizados em sistemas — esquelético, muscular, nervoso, respiratório, digestório, excretor, reprodutor, circulatório — eram tratados como objetos de “arte”. Ao contrário daqueles grandes vidros de formol que distorcem a imagem do seu conteúdo desbotado, largamente usados em laboratórios e museus para conservar restos biológicos, Bodies revealed é um espetáculo cadavérico no qual corpos dissecados e partes corporais — reduzidos a formas, cores e texturas — são espetacularmente exibidos em pedestais, displays e caixas transparentes, distribuídos meticulosamente em espaços organizados e iluminados para realçar suas formas e cores.
     Há um evidente sensacionalismo mórbido nas exposições de corpos humanos, visto que não haveria o mesmo impacto se os corpos expostos fossem sintéticos ou de animais. Isto evidencia o fato de que a relação que se estabelece entre nós, espectadores, e os cadáveres expostos tem uma dimensão social, distinta da que teríamos se fossem apenas modelos de plástico ou cera, ainda que reproduções perfeitas, ou de um cadáver animal, qualquer que seja a técnica de conservação. As exposições de corpos humanos até podem oferecer motivações mais nobres do que o simples entretenimento mórbido, mas sem abrirem mão da morbidez como peça fundamental do espetáculo. Com efeito, o tom geral daqueles que defendem essas exposições apela para a utilidade educativa de se usarem corpos humanos reais, dissecados e modelados, em posições didáticas, pois essa técnica possibilita o acesso a “espécimes” cuja riqueza de detalhes e de informações era antes acessível apenas aos anatomistas.

Internet: <www.scielo.br>  (com adaptações). 

No que se refere aos sentidos do texto CB3A1, julgue o item a seguir.


No quarto período do primeiro parágrafo, as aspas no vocábulo ‘arte’ indicam o questionamento feito pelo autor a respeito de corpos dissecados constituírem objetos de arte.

Alternativas
Q2057945 Português

Astroturismo, uma viagem pela noite estrelada
 
Astroturismo, uma viagem pela noite estrelada O fascínio pelas estrelas encanta a humanidade há milênios. Ao entender o caminho dos astros no céu, começamos a sondar os mistérios da natureza, a nos questionar sobre a imensidão do universo e sobre nós mesmos. A vida moderna tem nos privado da visão monumental das estrelas, mas o astroturismo tem buscado resgatar essa conexão, associando ecoturismo, preservação ambiental, astronomia e outras ciências correlatas.
Mas, afinal, o que é o astroturismo? É uma modalidade relativamente recente que tem como motivação a visitação de destinos adequados à observação e à contemplação dos astros, integrando práticas de ecoturismo, geoturismo, turismo de experiência e turismo científico. As atividades de observação podem ocorrer em locais escuros, longe das luzes das cidades, ou a partir de observatórios astronômicos, planetários, casas e museus de ciência com foco em astronomia, mesmo em centros urbanos.
Esse segmento do turismo envolve práticas sustentáveis e valorização dos aspectos culturais, o que contribui para a difusão do conhecimento, ações de cunho educacional por meio do ensino de ciências e promoção de atividades inovadoras de divulgação científica. O turismo astronômico também busca estimular vínculos mais profundos da interdisciplinaridade entre as ciências.
Pesquisas recentes apontam que o astroturismo proporciona a seus adeptos o hábito de buscar conhecimento, relaxamento e impressões sensoriais significativas, provocadas pelo contato com o ambiente noturno e a noite estrelada. A associação entre o espaço geográfico e o espaço sideral na experiência turística é profundamente impactante e só experienciada no astroturismo.
O fascínio pela noite estrelada tem, no entanto, esbarrado em um problema delicado: a poluição luminosa, que pode ser definida como o excesso de luz artificial. Voltada a atividades humanas, essa iluminação é, muitas vezes, mal direcionada ou aproveitada e se expande para além dos locais onde é utilizada. Seu efeito mais notável é fazer com que o céu adquira tonalidade clara e acinzentada, o que dificulta a observação das estrelas nas grandes cidades. Devido a esse fenômeno, estima-se que 80% da população mundial não consiga mais ver a Via Láctea. A poluição luminosa atua também como relevante fonte de agressão aos ecossistemas, causando alterações nos ciclos biológicos, no equilíbrio ambiental e na saúde humana. Nunca iluminamos tanto o nosso planeta como neste começo de século 21.
O astroturismo é um dos mais importantes aliados na luta contra a poluição luminosa, pois é parte da atividade mapear e preservar locais com condições ideais de observação dos astros para a exploração do turismo astronômico.
Algumas das regiões mais indicadas para a prática do astroturismo são parques, reservas e locais de conservação da natureza por já serem atrativos para o turismo, terem infraestrutura mínima para recepção dos visitantes e pela preservação ambiental estabelecida por lei. Não por acaso a maioria das atividades de turismo astronômico é praticada nesses locais, conhecidos genericamente como Parques de Céu Escuro (do inglês: Dark Sky Parks). As melhores áreas para observação são certificadas pela International Dark Sky Association (IDA) e pela Fundación Starlight (FS), o que proporciona um fluxo de turistas durante todo o ano. Exemplos de conhecidos Dark Sky Parks incluem o Mont-Mégantic (Canadá), o Santuário Gabriela Mistral (Chile) e o famoso Parque Nacional do Grand Canyon (EUA).
Os Parques de Céu Escuro internacionalmente certificados possuem excelentes condições de céu noturno, prezam pela preservação e educação ambiental, executam programas de conscientização e redução da poluição luminosa nas cidades em seus entornos e estimulam o astroturismo como forma de turismo sustentável. Segundo dados mais recentes da IDA, FS e da International Union for Conservation of Nature (IUCN), há quase três centenas de Dark Sky Parks no mundo, e este número vem crescendo nos últimos cinco anos.

Retirado e adaptado de: MELLO, Daniel R. C.; CESAR, Ricardo G.; GOMES, Fabíola A.
B.; BORGO, Igor. Astroturismo, uma viagem pela noite estrelada. Ciência hoje.
Disponível em:https://cienciahoje.org.br/artigo/astroturismo-uma-viagem-pela-noiteestrelada/Acesso em:30 ago.,2022.
Assinale a alternativa na qual houve correção no emprego da pontuação: 
Alternativas
Respostas
96: B
97: C
98: D
99: C
100: D