Questões de Português - Uso das aspas para Concurso
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Solidão Coletiva – uma crônica sobre o vazio de uma cidade grande
Se pararmos para pensar, a solidão nos persegue. Sempre estamos tão juntos e, ao mesmo tempo, tão sozinhos.
O simples fato de estarmos rodeados por dezenas, centenas ou milhares de pessoas, não nos garante que pertençamos ao grupo.
A cidade é um dos maiores exemplos. Trem, metrô, ônibus em horário de pico. Homens ou mulheres. Jovens ou velhos. Gordos ou magros. Trabalho ou estudo. Cada um do seu jeito, indo cuidar da sua própria vida. Não há conversa ou um sorriso amigável. Rostos sérios e cansados sem ao menos se preocupar em lhe desejar um bom dia. Parece que ninguém está tendo um bom dia.
Na rua, todos têm pressa. Mochila à frente do corpo, senão você é roubado. Olhar no chão para manter o ritmo do passo, ou logo à frente, como quem quer chegar logo sem ser importunado.
Um braço estendido me tira do devaneio. É alguém sentado no chão, com um cobertor fino, pedindo algumas moedas. Como boa integrante de uma multidão fria e apressada, ignoro e continuo meu caminho. Essa é uma visão tão rotineira que se torna banal e, assim como eu, ninguém ali observou aquele cidadão com olhos sinceros. Não me julgue, eu sei que você faz o mesmo. O calor humano não parece suficiente para aquecer corações.
É um mar de gente. Mas não me sinto como mais uma onda, que compõe a beleza do oceano. Sinto-me em um pequeno barco à vela, perdida em alto mar. Parada no meio da multidão, sinto sua tensão constante, como se a qualquer momento fosse chegar um tsunami. Sinto-me naufragando.
Você já pegou a estrada à noite? É ali que percebemos que a cidade nunca dorme por completo. Carros a perder de vista em qualquer horário, com luzes que compõem uma beleza única. Porém, esquecemos que em cada carro não existe somente uma pessoa ou outra, mas sim histórias.
Para onde cada um está indo é um mistério. Neste momento, percebo que, assim como eu enxergava alguns minutos atrás, ninguém ali me vê como ser humano. Veem-me como mais um carro, mais uma máquina que atrapalha o trânsito de um local tão movimentado. Só eu sei meu próprio caminho e para onde vou. Estou sozinha entre centenas de pessoas.
Mesmo assim, muitas dizem preferir a cidade ao campo. Morar no interior não é uma opção para a maior parte das multidões – elas dizem que lá não há nada de interessante acontecendo e o silêncio da natureza as faz sentir muito distantes do mundo.
Por Beatriz Gimenez Disponível em: https://falauniversidades.com.br/cronica-solidao-cidade-grande/
Sobre o uso de pontuação no segundo parágrafo do texto, avalie as afirmações que seguem, assinalando V, se verdadeiro, ou F, se falso.
( ) As duas vírgulas da linha 05 separam um aposto.
( ) As aspas (l. 07 e 09) têm a função de marcar uma citação textual.
( ) A vírgula utilizada na linha 09 poderia ser suprimida em virtude da ocorrência das aspas.
( ) Visando a correção gramatical do período, deveria ser inserida uma vírgula imediatamente após o vocábulo ‘operação’ (l. 07) em virtude da ocorrência de uma oração coordenada.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que segue.
Nos trechos ‘Não me deixes’ (l.25) e ‘seca encarrilhada’ (l.27),
as aspas foram empregadas com a mesma finalidade.
LEIA o artigo de opinião para responder à questão.
Liberdade de imprensa X proteção à imagem
Por Bernardo Annes Dias, advogado, em 23/10/2017 na edição 963
Leia o trecho e analise as afirmativas a seguir:
Quando se descobre que a “fake news” foi produzida propositalmente e muitas vezes profissionalmente para “plantar” e “viralizar” uma mentira, com a intenção de manipular a opinião pública e favorecer defensores de determinado ponto de vista em detrimento de seus opositores, a constituição prevê, que comprovada a máfé da informação inverídica, pode-se pedir uma tutela jurisdicional para a retirada da mesma da internet ou mídia que a tenha divulgado. [P8].
I. As aspas em “fake news” foram utilizadas por se tratar de expressão em língua estrangeira.
II. As aspas em “plantar” indicam uso de sentido conotativo da palavra.
III. As aspas em “viralizar” indicam o uso de um estrangeirismo.
O uso das aspas está CORRETO nas afirmativas.