Questões de Português - Uso dos conectivos para Concurso

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Q1118713 Português

A partir da década de 70, tendo como marco histórico a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e diante dos problemas oriundos da degradação ambiental, iniciou‐se no mundo uma crescente consciência de que seria necessária uma forma diferenciada do ser humano se relacionar com a natureza, e de gerar e distribuir riquezas.
Por outro lado, em paralelo a este movimento chamado “verde”, a desigualdade social foi nas últimas décadas expandindo numa velocidade vertiginosa e com ela crescendo a exclusão social e a violência. Em decorrência destes dois fatores deparamo‐nos, na década de 90, com um novo fenômeno social, qual seja a proliferação do 3º setor: a esfera pública não‐estatal. Somado a isto, ganharam força os movimentos da qualidade empresarial e dos consumidores. De agente passivo de consumo, o consumidor passa a ser agente de transformação social, por meio do exercício do seu poder de compra, uso e descarte de produtos, de sua capacidade de poder privilegiar empresas que tinham valores outros que não somente o lucro na sua visão de negócios. Assim, sociedade civil e empresas passam a estabelecer parcerias na busca de soluções, diante da convicção de que o Estado sozinho não é capaz de solucionar a todos os problemas e a responder a tantas demandas.
É diante desta conjuntura que nasce o movimento da responsabilidade social. Movimento este que vem crescendo e ganhando apoio em todo o mundo, e que propõe uma aliança estratégica entre 1º, 2º e 3º setores na busca da inclusão social, da promoção da cidadania, da preservação ambiental e da sustentabilidade planetária, na qual todos os setores têm responsabilidades compartilhadas e cada um é convidado a exercer aquilo que lhe é mais peculiar, mais característico. E, para que essa aliança seja possível, a ética e a transparência são princípios fundamentais no modo de fazer negócios e de relacionar‐se com todas as partes interessadas.
À sociedade civil organizada cabe papel fundamental pelo seu poder ideológico – valores, conhecimento, inventividade e capacidades de mobilização e transformação.
A responsabilidade social conclama todos os setores da sociedade a assumirem a responsabilidade pelos impactos que suas decisões geram na sociedade e meio ambiente. Nesse sentido, os setores produtivos e empresariais ganham um papel particularmente importante, pelo impacto que geram na sociedade e seu poder econômico e sua capacidade de formular estratégias e concretizar ações.
Essa nova postura, de compartilhamento de responsabilidades, não implica, entretanto, em menor responsabilidade dos governos, ao contrário, fortalece o papel inerente ao governo de grande formulador de políticas públicas de grande alcance, visando o bem comum e a equidade social, aumentando sua responsabilidade em bem gerenciar a sua máquina, os recursos públicos e naturais na sua prestação de contas à sociedade. Além disso, pode e deve ser o grande fomentador, articulador e facilitador desse novo modelo que se configura de fazer negócios.

(Disponível em: http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/c ontextualizacao.asp. Acesso em agosto de 2019.)
Em “Além disso, pode e deve ser o grande fomentador, articulador e facilitador desse novo modelo que se configura de fazer negócios” (7º§), a expressão destacada pode ser substituída, sem alteração de sentido, por:
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Q1118670 Português

Assinale a alternativa que completa corretamente a frase a seguir, segundo a norma-padrão da língua portuguesa e as ideias presentes no texto.


No último quadro__________a garota_______do que Calvin propunha, ela___________, irritada.

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Q1118668 Português
Considere a seguinte passagem do texto:

“A primeira rede social via internet nos moldes atuais,
a Classmates, surgiu em 1995, nos Estados Unidos e Canadá. Era voltada para a troca de informações entre es-tudantes universitários. Desde então, as redes se multiplicaram e acabaram por se transformar nos principais polos de disseminação de informação do planeta.” (5o parágrafo)

Nesse trecho, o vocábulo que expressa sentido de
meio é:
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Q1118580 Português

                     

Assinale a alternativa que completa corretamente a frase a seguir, segundo a norma-padrão da língua portuguesa e as ideias presentes no texto.


No último quadro, ___________ a garota _________do que Calvin propunha, ela ________, irritada.

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Q1118530 Português

Uma comparação que ajuda a entender o ponto de vista de quem critica a meritocracia como sistema de seleção e também por que ela tem relação com a desigualdade é que o mercado de trabalho funciona como uma competição para a qual o participante começa a se preparar desde a infância. As pessoas acumulam capital humano, termo usado por economistas para denominar o conjunto de capacidades, competências e atributos de personalidade que favorecem a produção de trabalho. Para isso, contam com três recursos: os privados, os públicos e seus próprios talentos – daí a importância da educação. Como os recursos públicos e, principalmente, os privados não são os mesmos para todos, ao observar somente o final da corrida, vê-se que o sistema privilegia poucos.

(Marília Marasciulo, “Como a meritocracia contribui para a desigualdade”. Galileu. https://revistagalileu.globo.com. Adaptado)

Em conformidade com a norma-padrão e o sentido do texto, a passagem final “Como os recursos públicos e, principalmente, os privados não são os mesmos para todos, ao observar somente o final da corrida, vê-se que o sistema privilegia poucos.” está adequadamente reescrita em:
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Q1117728 Português
Leia o texto, para responder às questões de números 11 a 17.

    Subi ao avião com indiferença, e como o dia não estava bonito, lancei apenas um olhar distraído a essa cidade do Rio de Janeiro e mergulhei na leitura de um jornal. Depois fiquei a olhar pela janela e não via mais que nuvens, e feias. Na verdade, não estava no céu; pensava coisas da terra, minhas pobres, pequenas coisas, uma aborrecida sonolência foi me dominando, até que uma senhora nervosa ao meu lado disse que “nós não podemos descer!” O avião já havia chegado a São Paulo, mas estava fazendo sua ronda dentro de um nevoeiro fechado, à espera de ordem para pousar. Procurei acalmar a senhora.
    Ela estava tão aflita que embora fizesse frio se abanava com uma revista. Tentei convencê-la de que não devia se abanar, mas acabei achando que era melhor que o fizesse. Ela precisava fazer alguma coisa, e a única providência que aparentemente poderia tomar naquele momento de medo era se abanar. Ofereci-lhe meu jornal dobrado, no lugar da revista, e ficou muito grata, como se acreditasse que, produzindo mais vento, adquirisse maior eficiência na sua luta contra a morte.
    Gastei cerca de meia hora com a aflição daquela senhora. Notando que uma sua amiga estava em outra poltrona, ofereci- -me para trocar de lugar, e ela aceitou. Mas esperei inutilmente que recolhesse as pernas para que eu pudesse sair de meu lugar junto à janela; acabou confessando que assim mesmo estava bem, e preferia ter um homem – “o senhor” – ao lado. Isto lisonjeou meu orgulho de cavalheiro: senti-me útil e responsável. Era por estar ali eu, um homem, que aquele avião não ousava cair. (Rubem Braga, Um braço de mulher. Os cem melhores contos brasileiros do século.)
Assinale a alternativa que substitui o trecho destacado e expressa a relação de sentido que a conjunção “embora” estabelece na passagem – Ela estava tão aflita que embora fizesse frio se abanava com uma revista.
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Q1117641 Português

Considerando a norma-padrão da língua portuguesa, assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do texto a seguir.

É muito ruim quando os casais ficam habituados_________ brigas. É importante que as pessoas ____________conscientizem ___________ é preciso viver em harmonia.

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Q1117514 Português
Até quando deixaremos milhões de brasileiros sem água e saneamento?

    O Brasil viveu um “apagão” no setor sanitário de pelo menos duas décadas; a falta dessa infraestrutura se tornou ainda pior nas megalópoles como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, entre outras onde esgotos foram sistematicamente lançados em rios e no mar tomando-se ícones do despreparo. Bairros famosos foram construídos sem redes de coleta de esgoto, consequentemente também sem as estações de tratamento. Regiões muito importantes para o turismo, como o Norte e Nordeste, atualmente são as que possuem os maiores desafios. Menos de 10% da população do Norte têm coleta de esgoto. Já no Nordeste, um pouco mais de 25% da população têm coleta de esgoto.
    A falta de serviços regulares de saneamento básico, portanto, está por toda parte, dos bairros mais nobres às favelas mais carentes. Mas é certo que a maior indefinição esteja nas áreas mais pobres e nas milhares de áreas irregulares espalhadas pelas cidades do país. Apesar do crescimento econômico e da transferência de renda que vivemos nos últimos anos, os dados do Censo 2010 do IBGE mostram que no Brasil ainda temos mais de 11 milhões de pessoas morando somente nestas áreas irregulares, sendo que os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Bahia e Pernambuco concentram as maiores populações nessa situação. Somente esses 5 estados respondem por quase 8 milhões dos brasileiros vivendo em aglomerados subnormais (cerca de 70% do total).
    Se olharmos a perda de água potável nos sistemas de distribuição, por motivo de fraudes no sistema, erros de leitura dos hidrômetros ou vazamentos, veremos que no Brasil está na média de 37%, então é bom ver cidades como Limeira e Campinas, em São Paulo, que sistematicamente desenvolvem ações de combate às perdas, tais como a redução da pressão nas redes, investimentos na troca de redes, automatização na detecção de vazamentos, educação da população para o uso racional.
    A realidade ainda é mais assustadora quando vemos que no Brasil há mais escolas conectadas à internet do que dotadas de sistema de coleta de esgoto. A cobertura das escolas com rede de esgoto, entre 2010 e 2014, cresceu meros 5 pontos percentuais, de 42% para 47%, enquanto o de escolas com internet saltou de 47% para 61 %. Os dados são do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e mostram como o saneamento está atrasado no País.
    A boa notícia é que nos últimos anos o Brasil viveu um momento mais favorável ao saneamento, especialmente após a Lei nº 11.445 de 2007, o lançamento do PAC Saneamento, a criação do Ministério das Cidades e consequentemente a Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. O país voltou a ter investimentos regulares, de 2007 a 2014, e entre os 100 maiores municípios, o Brasil tem umas 20 cidades que ostentam indicadores invejáveis de saneamento e que não ficam a dever aos países do primeiro mundo. Essas cidades, em contraste com a maioria dos municípios brasileiros, inclusive capitais, estão mais próximas da universalização dos serviços.
     Os recursos do PAC Saneamento ajudaram no avanço, mas infelizmente não conseguiram gerar todo o potencial de progresso que se esperava. Levantamentos do Instituto Trata Brasil feitos de 2009 a dezembro de 2014, envolvendo 330 obras de água e esgotos em cidades acima de 500 mil habitantes, mostram que mais de 40% das obras não cumprem o cronograma por estarem atrasadas, paralisadas ou não iniciadas.
    O cenário do saneamento básico mostra que independentemente do país contar com recursos públicos ou parcerias público-privadas, é essencial que exista vontade política e planejamento para resolver o problema. Como as crises geram oportunidades, talvez esse momento de escassez hídrica, que traz sofrimento à sociedade, desperte o desafio de usar melhor a água disponível e resolver definitivamente o problema dos esgotos. O fato da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 tratar do saneamento básico mostra que os esforços da sociedade começam a se congregar em busca de soluções mais realistas; cabe agora às autoridades entrarem na mesma sintonia.

(Por Édison Carlos – Presidente do Instituto Trata Brasil (Extraído da Revista O Ouro do Terceiro Milênio – Água, Guia Mundo em Foco Extra, Capítulo 3, Riscos e Ameaças – Análise, págs. 36 e 37, OnLine Editora, Março/2016.)
Apesar do crescimento econômico e da transferência de renda que vivemos nos últimos anos, os dados do Censo 2010 do IBGE mostram que no Brasil ainda temos mais de 11 milhões de pessoas morando somente nestas áreas irregulares, sendo que os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Bahia e Pernambuco concentram as maiores populações nessa situação.” (2º§) Os conectivos são de grande importância na construção textual, mantendo a coerência de ideias. No excerto anterior, o conectivo em destaque possui valor semântico de
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Q1117308 Português

Considere os quadrinhos para responder à questão.

                       

Na fala do General Dureza no 2° quadrinho, o vocábulo então exprime ideia de
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Q1117093 Português

                        O conflito do racismo durante a infância

      Segundo a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), o Brasil tem feito avanços expressivos no desenvolvimento da vida de suas crianças. Diminuiu os índices da mortalidade infantil, o número de famílias que vivem com renda inferior a um dólar; melhorou e intensificou as políticas de ensino e de assistência às famílias. Apesar disso, ainda não está ocorrendo para todas as crianças que vivem no País, principalmente quando notamos a condição de meninas e meninos indígenas e negros. Dentro de uma perspectiva de direitos humanos, essa igualdade é fundamental para que todos se beneficiem igualmente dos progressos alcançados.

      Essas crianças e adolescentes ainda vivem em contextos de desigualdades. São vítimas do racismo nas escolas, nas ruas, nos hospitais ou aldeias e, às vezes, dentro de suas famílias. Deparam-se constantemente com situações de discriminação, de preconceito ou segregação. Uma simples palavra, um gesto ou um olhar menos atencioso pode gerar um sentimento de inferioridade, em que a criança tende, de forma inconsciente ou não, a desvalorizar e negar suas tradições, sua identidade e costumes.

      O racismo se manifesta em diferentes formas simbólicas como, por exemplo, nos valores e crenças que se revelam nas ações interações sociais entre pessoas de diversas faixas etárias, que marcam relações histórica e contextualmente situadas.

      O preconceito contra o negro, apesar de algumas vezes parecer invisível, atua e é construído e reconstruído no processo de aprendizagem das convenções culturais e nas formas de relacionamento humano desde a infância. O discurso do opressor pode ser incorporado por algumas crianças de modo profundo, as quais passam então a se reconhecer como “feia, preta, fedorenta, cabelo duro”, iniciando o processo de desvalorização de seus atributos individuais que interfere na construção da identidade da criança.

(Poirier; M.P. Por uma infância sem racismo. UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância, Brasil. Disponível em: http://www.uff.br/psienf /preconceito2.pdf. Acesso em: 13/10/2016. Adaptado.)

Em “Segundo a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), o Brasil tem feito avanços expressivos no desenvolvimento da vida de suas crianças.” (1º§), o termo “segundo” explicita ideia de
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Q1117091 Português

                        O conflito do racismo durante a infância

      Segundo a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), o Brasil tem feito avanços expressivos no desenvolvimento da vida de suas crianças. Diminuiu os índices da mortalidade infantil, o número de famílias que vivem com renda inferior a um dólar; melhorou e intensificou as políticas de ensino e de assistência às famílias. Apesar disso, ainda não está ocorrendo para todas as crianças que vivem no País, principalmente quando notamos a condição de meninas e meninos indígenas e negros. Dentro de uma perspectiva de direitos humanos, essa igualdade é fundamental para que todos se beneficiem igualmente dos progressos alcançados.

      Essas crianças e adolescentes ainda vivem em contextos de desigualdades. São vítimas do racismo nas escolas, nas ruas, nos hospitais ou aldeias e, às vezes, dentro de suas famílias. Deparam-se constantemente com situações de discriminação, de preconceito ou segregação. Uma simples palavra, um gesto ou um olhar menos atencioso pode gerar um sentimento de inferioridade, em que a criança tende, de forma inconsciente ou não, a desvalorizar e negar suas tradições, sua identidade e costumes.

      O racismo se manifesta em diferentes formas simbólicas como, por exemplo, nos valores e crenças que se revelam nas ações interações sociais entre pessoas de diversas faixas etárias, que marcam relações histórica e contextualmente situadas.

      O preconceito contra o negro, apesar de algumas vezes parecer invisível, atua e é construído e reconstruído no processo de aprendizagem das convenções culturais e nas formas de relacionamento humano desde a infância. O discurso do opressor pode ser incorporado por algumas crianças de modo profundo, as quais passam então a se reconhecer como “feia, preta, fedorenta, cabelo duro”, iniciando o processo de desvalorização de seus atributos individuais que interfere na construção da identidade da criança.

(Poirier; M.P. Por uma infância sem racismo. UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância, Brasil. Disponível em: http://www.uff.br/psienf /preconceito2.pdf. Acesso em: 13/10/2016. Adaptado.)

No trecho “Apesar disso, ainda não está ocorrendo para todas as crianças que vivem no País, principalmente quando notamos a condição de meninas e meninos indígenas e negros.” (1º§), a expressão “apesar disso” pode ser substituída, sem alteração de sentido, por
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Q1116575 Português

A mãe ideal (só que não)

     Basta uma mulher contar que está grávida para que apareça um exército de palpiteiros. Conselhos e dicas a respeito da gravidez, do parto e dos cuidados com o bebê pipocam de todos os cantos.

      O parto deve ser natural, de preferência em casa; a amamentação, exclusiva até pelo menos o sexto mês, em livre demanda (o bebê mama quando desejar). Os conselhos ainda tratam da maneira correta de carregar a criança, como fazê-la dormir a noite toda e alimentá-la sem agrotóxicos e alimentos industrializados.

    A maioria está bem-intencionada, acredita que se sua receita funcionou para si, será, portanto, útil a todas as outras mães. E os conselhos vêm de todo o lado: da mãe, das irmãs, das amigas, da vizinha. A mulher, despreparada e ainda sem dominar o universo que acabou de adentrar, ouve tudo com atenção, como se seguisse uma receita em que a perda de um único ingrediente pudesse estragar completamente o resultado final.

     Então chega a hora tão aguardada. E aí a mulher se depara com a realidade que cedo ou tarde cai como um meteoro na cabeça de qualquer mãe: nem tudo sai como o esperado.

    O parto não foi bem como ela imaginou, a amamentação não corre às mil maravilhas, a criança não para de chorar, nenhuma receita para acabar com a cólica do bebê funciona, e a mãe se vê, muitas vezes, impelida a pedir ajuda, a ir em busca de informações. Porque, com a internet e todos os mil movimentos existentes, receitas não faltam.

      A pressão pela perfeição atinge as mulheres em outras fases da vida, mas em nenhuma outra é tão cruel quanto no início da maternidade. É nesse momento em que a mulher está desprotegida, em que se sente responsável por outro ser que a cobrança pode ser mais implacável.

      A intenção inicial pode não ter sido essa, mas cada vez que uma regra é adotada como geral, aquelas que não a seguem se sentem, no mínimo, incompetentes. Afinal, que mãe não quer acertar e fazer tudo o que pode pelo bem-estar e saúde do filho?

        Acontece que regras e dogmas podem ser bastante aprisionadores e opressivos, tornando a mulher insatisfeita e insegura. Desnorteada, ela deixa de ouvir a pessoa mais importante nesse momento: ela mesma.

        A verdade é que não existe uma receita a ser seguida. A maternidade é uma busca quase solitária, que envolve a mãe e o bebê. Cada mulher precisa buscar e encontrar seu caminho. Dicas podem ser bem-vindas, desde que dadas com sensibilidade e não com a intenção de ensinar.

      Dá para ser boa mãe sem ser perfeita. Não é fácil, mas é possível. Mesmo para quem, como eu, não segue a cartilha da mãe ideal.

(Mariana Fusco Varella. Publicado em 29/01/2015. Disponível em: http://drauziovarella.com.br/para-as-mulheres/a-mae-ideal-so-quenao/#content. Acesso em: 19/05/2016.)


No trecho “Então chega a hora tão aguardada.” (4º§), a expressão “então” pode ser substituída, sem alteração de sentido, por
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Q1116045 Português

                                  Música para todos


      Após tantos anos ouvindo, apreciando e lendo sobre música, cheguei à conclusão de que a música clássica é a suprema arte do gênero humano.

      Diferentemente das outras artes, como literatura, pintura, escultura, e independentemente de qualquer época, estilo ou escola, ela pode ser apreciada, admirada, curtida o tempo todo. Ao contrário de outros gêneros musicais, a suavidade dos clássicos, permite a leitura, o trabalho, o passeio. Na companhia de tão maravilhoso som, é possível arrumar a casa, cuidar dos filhos e, sobretudo, desenvolver as mais nobres das atividades: pensar, meditar e contemplar. É muito difícil, ou quase impossível, fazer tantas atividades sob os acordes de um samba, de um jazz ou de um rock. A música clássica é o caminho mais curto para o firmamento.

      O genial Mário Henrique Simonsen (1935-1997) disse que a tecnologia permite ao ouvinte, mesmo àquele não necessariamente versado em leitura musical da ópera ou apenas da música erudita, ter a perfeita compreensão da obra.

      “O perigo, aí, é se apaixonar e querer ouvi-la todo dia, ou quase. A paixão pela música, de fato, cria uma forma de dependência psicológica. Só que essa dependência leva à felicidade, e não à autodestruição.” Como de hábito, sábias palavras de Simonsen.

      Aprecio a generosidade da música. Ela se dá ao pobre, ao rico, ao culto ou ao iletrado. É universalmente acessível. Só é necessária alguma sensibilidade, e se abrirá um mundo maravilhoso que muitos jamais pensaram existir, dentro e fora de si mesmos.

      Como explicou Simonsen, não é necessário ser um conhecedor ou um especialista em iniciação à música. Bastam a delicadeza e a capacidade de se apreciar tons suaves e melódicos.

      As mais elementares músicas clássicas vão brincar com seu coração. Mozart dizia a respeito de Haydn: “Ele sozinho tem o segredo de me fazer sorrir e tocar no fundo a minha alma”.

      Os clássicos nos ensinam: é um lindo aprendizado, desde os instrumentos que compõem uma orquestra, os compositores, suas vidas, suas obras, as épocas, os locais e as circunstâncias que viveram. Sem falar dos maestros, dos músicos e dos cantores. Que homens! Que gênios!

      Após se acostumar com a sonoridade, com a melodia, com a harmonia dos instrumentos, surge algo de uma beleza extraordinária. A voz humana. Seja ela masculina, seja ela feminina, alta ou baixa, grave ou aguda, superará qualquer instrumento musical. É fato que existe uma presença masculina maior entre os compositores, músicos e maestros, embora na voz as mulheres sejam insuperáveis.

      Sabemos que a produção dos clássicos é finita, assim como o foi a escola holandesa de pintura clássica. Os tempos são outros, e há espaço para a convivência, não de dezenas, mas de centenas de gêneros musicais diferentes, alguns de gosto duvidoso. Por isso, afirmo que não se faz, nem se fará, mais música clássica; mas é compreensível diante dos novos tempos, da velocidade da vida e dos valores atuais. Ainda que não consigamos a produção de um século XVII ou XVIII ou XIX, resta-nos um consolo: os compositores do passado fizeram um imenso repertório. Temos um enorme acervo de clássicos para serem ouvidos por toda a vida. Vale a pena ficar dependente, como propôs Simonsen, de uma arte que leva à felicidade suprema.

(Nelson Tanure, empresário, foi vice-presidente da Fundação Orquestra Sinfônica do Brasil –OSB – Jornal do Brasil – 10 de janeiro de 2015.)

Pode-se sinalizar o vínculo semântico entre o segundo e terceiro períodos do 10º parágrafo do texto, introduzindo este último por
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Ano: 2018 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: Prefeitura de Pará de Minas - MG Provas: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG - Advogado | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG - Professor - Matemática | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG - Professor - Educação Infantil | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG - Professor - 1º ao 5º Ano | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG - Professor - Português | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG - Psicólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG - Terapeuta Ocupacional | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG - Nutricionista | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG - Arquiteto | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG - Bioquímico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG - Assistente Social | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG - Bibliotecário | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG - Enfermeiro | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG - Biomédico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG - Engenheiro Civil | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG - Engenheiro de Trânsito | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG - Engenheiro do Trabalho | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG - Especialista em Educação | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG - Fisioterapeuta | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG - Farmacêutico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG - Fonoaudiólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG - Médico Radiologista | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG - Médico Psiquiatra Pediátrico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG - Médico Clínico Geral | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG - Professor - Educação Física | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG - Professor - Ciências | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG - Professor - Ensino Religioso | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG - Professor - Geografia | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG - Professor - História | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG - Professor - Inglês | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de Pará de Minas - MG - Analista de Sistemas |
Q1115777 Português

INSTRUÇÃO: Leia o trecho a seguir para responder à questão.


“O livro tem um tom autobiográfico, mas não se assume como tal, então a orelha tinha de transparecer a mesma coisa”

A palavra destacada confere ao trecho um valor:
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Q1115776 Português

INSTRUÇÃO: Leia o trecho a seguir para responder à questão.


“O livro tem um tom autobiográfico, mas não se assume como tal, então a orelha tinha de transparecer a mesma coisa”

O livro tem um tom autobiográfico, mas não se assume como tal, então a orelha tinha de transparecer a mesma coisa”


Esse trecho, sem alteração de seu sentido original, não pode ser reescrito da seguinte forma:

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Q1115580 Português
Os fumantes e o trabalho
Fica mais difícil conseguir trabalho. Mas discriminar o fumante é socialmente injusto.

  Justificativas para deixar de contratar fumantes não faltam: em média, eles elevam os custos dos contratos com os planos de saúde, apresentam índices mais altos de absenteísmo e produtividade mais baixa.
    Em 2008, a Organização Mundial da Saúde (OMS) introduziu a recomendação de contratar apenas não fumantes, como estratégia de constrangimento para abandonar o cigarro.
   Grandes organizações de saúde americanas, como Cleveland Clinic e a Universidade da Pensilvânia, adotaram essa política com o argumento de que seus empregados devem servir de exemplo para a comunidade. Veladamente, resoluções semelhantes têm sido implantadas em outras companhias.
  De início justificadas para proteger contra o fumo passivo, medidas como essas estigmatizaram o fumante. Embora haja desacordo sobre o emprego de estigmas em nome de “boas causas”, eles contribuíram de fato para reduzir a prevalência do fumo.
  Na Cleveland Clinic, a proibição de fumar no campus foi adotada em 2005 e a da contratação de fumantes em 2007. A prevalência de fumantes em Cuyahoga (onde a clínica está situada) caiu de 20,7%, em 2005, para 15%, em 2009, enquanto no restante do estado de Ohio a diminuição foi de 22,4% para 20,3%. A questão fundamental é se políticas desse tipo são elaboradas com o objetivo de reduzir o número de dependentes ou para estigmatizar e excluir os fumantes dos empregos, por razões puramente econômicas?
    Parece paradoxal que instituições dedicadas ao tratamento de doenças para as quais o comportamento certamente contribui (diabetes, hipertensão arterial, Aids etc.) discriminem dependentes de nicotina.
    Regras para alijar os fumantes do mercado de trabalho não levam em consideração o fato de que 88% deles se tornam dependentes antes dos 18 anos; de que a nicotina causa a dependência mais escravizadora que a medicina conhece; e que embora mais de 80% dos fumantes digam que pretendem largar, apenas 2% a 3% dos que tentam conseguem passar um ano longe do cigarro. Políticas discriminatórias agravam desigualdades sociais. Como outras epidemias, a do fumo deslocou-se para os estratos mais pobres da população. Negar trabalho ao fumante perpetuará injustiças que a sociedade brasileira tem procurado corrigir.
   Avançamos muito na educação e nas medidas de combate ao cigarro. Na década de 1960, mais de 60% dos brasileiros com mais de 15 anos fumavam. Hoje, somos de 15% a 17%, conforme as estatísticas. Fumamos menos do que os norte-americanos, e também menos do que na Noruega, França, Alemanha, Itália e demais países europeus, com exceção da Suécia (12%).
  Esses resultados foram obtidos por meio de estratégias educativas divulgadas pelos meios de comunicação e da legislação antifumo, que infelizmente ainda padece de timidez acovardada.
  Empregadores que escolhem apenas funcionários não fumantes prejudicam as populações mais vulneráveis, colaboram para aprofundar desigualdades e se comportam de forma pouco ética.
(Por Drauzio Varella. Publicado em 21/09/2014. Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/revista/818/os-fumantes-e-o-trabalho324.html. Acesso em: 17/10/2016. Adaptado.)
Embora haja desacordo sobre o emprego de estigmas em nome de ‘boas causas’, eles contribuíram de fato para reduzir a prevalência do fumo.” (4º§) No trecho, o termo “embora” expressa ideia de
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Q1115554 Português
Violência no ambiente escolar

    Toda semana são noticiados casos de violência nas escolas brasileiras. Infelizmente, o problema não é um exagero criado pela mídia, mas sim uma realidade enfrentada diariamente por milhares de professores das redes pública e privada.
    Dentre os casos mais comuns de violência, podemos citar as ameaças feitas por alunos a professores, sobretudo a respeito de baixo rendimento escolar. Uma nota abaixo da média nem sempre é entendida como um alerta para que o aluno melhore e estude com mais afinco: para muitos estudantes, a nota é compreendida como ofensa pessoal. Alguns ficam no enfrentamento verbal, enquanto outros partem para agressão física ou danos a bens do professor, sobretudo carros (pneus furados são os relatos mais comuns). Depredações a patrimônios da escola e arrombamentos de salas também integram o vasto rol de atitudes violentas no ambiente escolar. O tipo de violência mais comum, entretanto, se dá entre os próprios estudantes.
    Apesar de a violência física estampar um número muito maior de manchetes, é a violência moral que mais assusta aos professores de todos os níveis de ensino, desde o Infantil ao Superior. Xingamentos, gestos obscenos, perturbações, indisciplina. Problemas que atrapalham o andamento das atividades pedagógicas e os relacionamentos dentro da escola. Os casos de bullying – a violência moral entre os próprios alunos – também chocam educadores e familiares, inclusive ultrapassando os muros da escola e chegando ao ambiente virtual, onde situações vexatórias de alunos podem ser acessadas por qualquer pessoa.
    Apontar as causas para a violência no ambiente escolar é uma tarefa árdua, que demanda uma grande quantidade de informações, estatísticas, pesquisas e, até mesmo, suposições. Problemas familiares, de relacionamento, baixa autoestima, falta de segurança, drogas, pouca participação dos familiares, exclusão social, entre outras, são algumas das possíveis origens para a violência. Na realidade, situações violentas no âmbito escolar espelham os problemas sociais e o clima violento presentes no País e no mundo.
   Contudo, sabe-se que a solução para a violência não está unicamente na repressão, mas sim num Projeto Político-Pedagógico que contemple outras instâncias além do ensino-aprendizado. É preciso envolver os familiares, a comunidade e o poder público para que o problema seja discutido e novas ações sejam planejadas para minimizar o problema. Afinal, não é somente na escola que aprendemos novos valores e perspectivas.
    Uma das soluções encontradas pelas escolas é envolver, cada vez mais, os alunos em projetos fora da sala de aula, que tornem a experiência acadêmica muito mais ampla e prazerosa do que o ensino tradicional. É preciso que o professor esteja ciente de que, por vezes, se a classe vive situações conflituosas, vale mais a pena estimular uma conversa do que ministrar uma aula que não será bem aproveitada. Se o aprendizado do conteúdo é importante, fundamental mesmo é promover a criação de laços de solidariedade entre a comunidade acadêmica, fornecer subsídios para o exercício pleno da cidadania e preparar os estudantes para uma vivência ética em sociedade.
(Por Lideli Crepaldi. Revista do professor. Disponível em: http://www.revistaoprofessor.com.br/wordpress/?p=102. Acesso em: 14/10/2016. Adaptado.)
Em “Afinal, não é somente na escola que aprendemos novos valores e perspectivas.” (5º§), o termo “afinal” pode ser substituído, sem perda semântica, por:
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Q1115550 Português
Violência no ambiente escolar

    Toda semana são noticiados casos de violência nas escolas brasileiras. Infelizmente, o problema não é um exagero criado pela mídia, mas sim uma realidade enfrentada diariamente por milhares de professores das redes pública e privada.
    Dentre os casos mais comuns de violência, podemos citar as ameaças feitas por alunos a professores, sobretudo a respeito de baixo rendimento escolar. Uma nota abaixo da média nem sempre é entendida como um alerta para que o aluno melhore e estude com mais afinco: para muitos estudantes, a nota é compreendida como ofensa pessoal. Alguns ficam no enfrentamento verbal, enquanto outros partem para agressão física ou danos a bens do professor, sobretudo carros (pneus furados são os relatos mais comuns). Depredações a patrimônios da escola e arrombamentos de salas também integram o vasto rol de atitudes violentas no ambiente escolar. O tipo de violência mais comum, entretanto, se dá entre os próprios estudantes.
    Apesar de a violência física estampar um número muito maior de manchetes, é a violência moral que mais assusta aos professores de todos os níveis de ensino, desde o Infantil ao Superior. Xingamentos, gestos obscenos, perturbações, indisciplina. Problemas que atrapalham o andamento das atividades pedagógicas e os relacionamentos dentro da escola. Os casos de bullying – a violência moral entre os próprios alunos – também chocam educadores e familiares, inclusive ultrapassando os muros da escola e chegando ao ambiente virtual, onde situações vexatórias de alunos podem ser acessadas por qualquer pessoa.
    Apontar as causas para a violência no ambiente escolar é uma tarefa árdua, que demanda uma grande quantidade de informações, estatísticas, pesquisas e, até mesmo, suposições. Problemas familiares, de relacionamento, baixa autoestima, falta de segurança, drogas, pouca participação dos familiares, exclusão social, entre outras, são algumas das possíveis origens para a violência. Na realidade, situações violentas no âmbito escolar espelham os problemas sociais e o clima violento presentes no País e no mundo.
   Contudo, sabe-se que a solução para a violência não está unicamente na repressão, mas sim num Projeto Político-Pedagógico que contemple outras instâncias além do ensino-aprendizado. É preciso envolver os familiares, a comunidade e o poder público para que o problema seja discutido e novas ações sejam planejadas para minimizar o problema. Afinal, não é somente na escola que aprendemos novos valores e perspectivas.
    Uma das soluções encontradas pelas escolas é envolver, cada vez mais, os alunos em projetos fora da sala de aula, que tornem a experiência acadêmica muito mais ampla e prazerosa do que o ensino tradicional. É preciso que o professor esteja ciente de que, por vezes, se a classe vive situações conflituosas, vale mais a pena estimular uma conversa do que ministrar uma aula que não será bem aproveitada. Se o aprendizado do conteúdo é importante, fundamental mesmo é promover a criação de laços de solidariedade entre a comunidade acadêmica, fornecer subsídios para o exercício pleno da cidadania e preparar os estudantes para uma vivência ética em sociedade.
(Por Lideli Crepaldi. Revista do professor. Disponível em: http://www.revistaoprofessor.com.br/wordpress/?p=102. Acesso em: 14/10/2016. Adaptado.)
No trecho “Dentre os casos mais comuns de violência, podemos citar as ameaças feitas por alunos a professores, sobretudo a respeito de baixo rendimento escolar.” (2º§), o termo “sobretudo” pode ser substituído, sem alteração de sentido, por
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Q1115146 Português

                                A bomba atômica e os jogos olímpicos


      No exato momento em que no dia 6 de agosto de 2016 às 20 horas se inaugurarão os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, há 71 anos, no mesmo dia 6 de agosto de 1945 e na mesma hora correspondendo às 8h15 da manhã, será recordada, em Hiroshima no Japão, a nefasta data do lançamento da bomba atômica sobre a cidade. Vitimou 242.437 pessoas entre as que morreram na hora e as que posteriormente vieram a falecer em consequência da radiação nuclear.

      O imperador Hirohito reconheceu, no texto de rendição no dia 14 de agosto, que se “tratava de uma arma que levaria à total extinção da civilização humana”. Dias após, ao aduzir, numa declaração ao povo, as razões da rendição, a principal delas era que a bomba atômica “provocaria a morte de todo o povo japonês”. Em sua sabedoria ancestral tinha razão.

      A humanidade estremeceu. De repente deu-se conta de que, segundo o cosmólogo Carl Sagan, criamos para nós próprios o princípio de autodestruição. Não disse outra coisa Jean-Paul Sartre: “os seres humanos se apropriaram dos instrumentos de sua própria exterminação”. O grande historiador inglês, Arnold Toynbee, o último a escrever 12 tomos sobre a história das civilizações, aterrado, deixou escrito em suas memórias (Experiências 1969): “Vivi para ver o fim da história humana tornar-se uma possibilidade intra-histórica, capaz de ser traduzida em fato, não por um ato de Deus mas do homem”. O grande naturalista francês Thódore Monod disse enfaticamente: “somos capazes de uma conduta insensata e demente; pode-se a partir de agora temer tudo, tudo mesmo, inclusive a aniquilação da raça humana” (E se a aventura humana vier a falhar, 2000).

      Com efeito, de pouco valeu o estarrecimento, pois continuaram a desenvolver armas nucleares mais potentes ainda, capazes de erradicar toda a vida do planeta e pôr um fim à espécie humana.

      Atualmente há nove países detentores de armas nucleares que, conjuntamente, somam mais ou menos 17.000. E sabemos que nenhuma segurança é total. Os desastres de Tree Islands nos USA, de Chernobyl na Ucrânia e de Fukushima no Japão nos dão uma amostra convincente.

      Pela primeira vez um Presidente norte-americano, Obama, visitou há dias, Hiroshima. Apenas lamentou o fato e disse: “a morte caiu do céu e o mundo mudou... começou o nosso despertar moral”. Mas não teve a coragem de pedir perdão ao povo japonês pelas cenas apocalípticas que lá ocorreram.

      Vigora uma vasta discussão mundial sobre como avaliar tal gesto bélico. Muitos pragmaticamente afirmam que foi a forma encontrada de levar o Japão à rendição e poupar milhares de vidas de ambos os lados. Outros consideram o uso desta arma letal, na versão oficial japonesa, como “um ato ilegal de hostilidade consoante as regras do direito internacional”. Outros vão mais longe e afirmam tratar-se de um “crime de guerra” e até de “um terrorismo de Estado”.

      Hoje estamos inclinados a dizer que foi um ato criminoso anti-vida, de nenhuma forma justificável, pois, pensando em termos ecológicos, a bomba matou muito mais do que pessoas, mas todas as formas de vida vegetal, animal e orgânica, além da destruição total dos bens culturais. Geralmente as guerras são feitas de exércitos contra exércitos, de aviões contra aviões, de navios contra navios. Aqui não. Tratou-se de uma “totaler Krieg” (guerra total) no estilo nazista de matar tudo o que se move, envenenar águas, poluir os ares e dizimar as bases físico-químicas que sustentam a vida. Porque Albert Einstein tinha consciência desta barbaridade se negou a participar no projeto da bomba atômica e a condenou, veementemente, junto com Bertrand Russel.

      Ao lado de outras ameaças letais que pesam sobre o sistema-vida e o sistema-Terra, este nuclear continua sendo uma dos mais amedrontadores, verdadeira espada de Dâmocles colocada sobre a cabeça da humanidade. Quem poderá conter a irracionalidade da Coréia do Norte de deslanchar um ataque nuclear avassaladora?

      Há uma proposta profundamente humanitária que nos vem de São Paulo, da Associação dos Sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki (chamados de hibakusha, presume-se que haja uns 118 no Brasil), animada pelo militante contra a energia nuclear Chico Whitaker que no dia 6 de agosto, no momento da abertura dos Jogos Olímpicos, faça-se um minuto de silêncio pensando nas vítimas de Hiroshima. Mas não só. Também voltando nossas mentes para a violência contra as mulheres, os refugiados, os negros e pobres que são sistematicamente dizimados (só no Brasil em 2015 60 mil jovens negros), os indígenas, os quilombolas e os sem-terra e sem-teto, em fim, todas as vítimas da voracidade de nosso sistema de acumulação.

      O prefeito de Hiroshima, nesse sentido, já encaminhou carta ao Comité Organizador dos Jogos no Rio de Janeiro. Esperamos que ele se sensibilize e promova esse grito silencioso contra as guerras de todo tipo e pela paz entre todos os povos.

(Leonardo Boff. Disponível em: http://www.jb.com.br/leonardo-boff/noticias/2016/ 06/11/a-bomba-atomica-e-os-jogos-olimpicos/.)

Em “Hoje estamos inclinados a dizer que foi um ato criminoso anti-vida, de nenhuma forma justificável, pois, pensando em termos ecológicos, a bomba matou muito mais do que pessoas, mas todas as formas de vida vegetal, animal e orgânica, além da destruição total dos bens culturais.” (8º§) É correto afirmar que os trechos sublinhados trazem ao fragmento a ideia de:
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Q1115061 Português

Texto I

Linguagem diferente

      Qual o jovem que não passa horas na frente do computador? A internet ajuda a aproximar os amigos, facilita a paquera e a pesquisa escolar.

      De tanto conversar, a moçada acabou criando uma linguagem própria para o computador. Um jeito, digamos, bem diferente de escrever, que já criou polêmica e motivou uma tese de mestrado.

      Teclar e digitar são a mesma coisa para a maioria das pessoas. Para os jovens não. Nessa geração, trabalho de escola é digitado, conversa em site é teclada.

       Como são diferentes, elas têm até linguagens próprias. Para os trabalhos, vale a boa e velha língua portuguesa. Já para o bate-papo, ganha cada vez mais espaço o “internetês”, dialeto próprio da internet, baseado principalmente na velocidade. Pra escrever mais rápido, as palavras perdem letras e acentos. Outras vezes, ganham a pronúncia por escrito.

        “Pra tentar atingir a velocidade da fala, pra se comunicar mais fácil”, disse um jovem. “Se você for certinho pra todas elas, aí você atrasa todas as conversas”, disse Ana Carolina Pucharelli, de 16 anos.

       O problema é que, às vezes, uma linguagem invade o espaço da outra. A professora de línguas Cássia Batista resolveu pesquisar o assunto quando encontrou um bilhete jogado na sala de aula.

      Conversando com as autoras do bilhete, a professora percebeu que a mistura das línguas ia mais além. “Existe uma preocupação de que essa influência já esteja também passando pra fala. A questão do ‘beleza’, que virou ‘belê’, então isso é da internet.

      A pesquisa virou uma tese de mestrado. “Nós não podemos fechar os olhos e dizer que está errado, que não vamos deixar entrar isso na escola. Já entrou, não adianta, não tem jeito. O meio eletrônico está pedindo esse tipo de linguagem. Existe, é fato.”

     No democrático mundo globalizado, também há internautas que são contra o internetês e que estão usando as armas da própria rede numa campanha em favor da língua portuguesa. A Júlia, de São Paulo, vai experimentar essa novidade. Ela entra no site criado lá no Rio de Janeiro pelo empresário Paulo Couto. Nas conversas, o programa traduz automaticamente o internetês.

      Para o empresário, muitas vezes, o internetês dificulta a comunicação. “É um grande dicionário, onde eu pego palavras que são conhecidas no internetês e aplico uma correção para o português formal nosso”, disse Paulo Couto.

       Às vezes, precisa mesmo de tradução. Exemplo: blz quer dizer beleza, fmz significa firmeza. Os próprios jovens acham que tem que tomar cuidado com o uso do internetês. Proibir é pura perda de tempo. O melhor é tentar manter o bom senso. “Toda linguagem sofre transformações. Isso é inevitável. Nós já tivemos várias influências. Antigamente, vós mercê, depois, você e agora cê. Vai saber o que daqui a pouco vir. A influência é inevitável”, disse a professora Soraia Carvalho. 

“Linguagem de internet na internet e em escola outra linguagem, do português certo mesmo”, disse um aluno.

(Disponível em: http://www.soportugues.com.br/secoes/artigo.php?indice=42. Acesso em: 03/10/2016.)


Texto II

Uma ameaça à Língua Portuguesa?

Professores e linguistas defendem que escolas tenham abertura

para acatar as novas modalidades da linguagem virtual.

    A professora de Língua Portuguesa Juzelly Fernandes Barreto Moreira concorda que há influência da linguagem virtual no ambiente externo à rede, porém, não enxerga isso como uma questão preocupante.

     De acordo com ela, os alunos que mais se deixam influenciar são aqueles que normalmente já demonstrariam uma falta de comprometimento natural em relação ao aprendizado da língua escrita.

   “Hoje, o whatsApp tira a atenção deles, mas ontem, poderia ser o futebol. É um mal da contemporaneidade. Os alunos mais comprometidos sabem separar a forma como escrevem na Internet e tendem a ser mais atenciosos com as redações na escola.”

     Juzelly Barreto afirma que, sob orientação do professor, os estudantes tendem a se corrigir e passam a se policiar mais com o tempo.

    “Apesar de eles saberem que a Gramática não autoriza essa linguagem, acabam esquecendo de selecionar os ambientes corretos para utilizá-la porque estão mais ligados à rede do que a outros ‘lugares’”, explica.

    Ela orienta que não adianta pais e professores taxarem a Internet de culpada ou “malvada”. “Seria como lutar contra o inevitável”, diz.

   O que responsáveis pela educação dos jovens devem fazer é tentar ir se adaptando às necessidades, conforme elas vão aparecendo.

     O que deve ficar bem claro é que aquela linguagem deve ser restrita ao ambiente para o qual foi criada e que transferi-la para outros pode acarretar prejuízos de sociabilidade a longo prazo, principalmente, para se adaptar ao ambiente acadêmico e ao mercado de trabalho.

    Doutora em Linguística Aplicada e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Maria Bernadete Fernandes destaca que esse fator coloca novos desafios para a escola e para os professores.

   “De meu ponto de vista, que é o de uma tendência da Linguística Aplicada, considero que a escola deve estar atenta a essas novas modalidades, pois não podemos ignorar os impactos das inovações tecnológicas na vida dos seres humanos em sociedade”, pontua.

    Assim como a professora Juzelly Barreto, ela defende que a escola tenha abertura para acatar essas novas modalidades da língua escrita desde que adequadas às condições e situações de produções textuais escritas referentes.

    Para ela, as novas modalidades de escrita virtual devem ser aceitas, por exemplo, quando a escola solicita aos alunos a redação de um bilhete para um amigo.

     Ou ainda, algo que não ultrapasse o limite do plano da comunicação pessoal/informal, como a reprodução de um diálogo entre amigos pelo whatsApp, Facebook ou qualquer desses sistemas similares.

    “Por outro lado, a escola tem de ter a clareza e devida competência para explicar aos alunos que, em outras situações, podem e devem ser exigidas outras maneiras de dizer/escrever.” 

(Disponível em: http://www.soportugues.com.br/secoes/artigo.php?indice=6. Acesso em: 03/10/2016. Adaptado.)




No excerto “Apesar de eles saberem que a Gramática não autoriza essa linguagem, acabam esquecendo de selecionar os ambientes corretos para utilizá-la porque estão mais ligados à rede do que a outros ‘lugares...’” (5º§), os elementos destacados podem ser substituídos, sem alteração de sentido, respectivamente, pelos termos:
Alternativas
Respostas
2241: C
2242: C
2243: E
2244: B
2245: B
2246: B
2247: D
2248: C
2249: C
2250: D
2251: C
2252: A
2253: A
2254: B
2255: B
2256: B
2257: B
2258: C
2259: C
2260: A