Questões de Português - Uso dos conectivos para Concurso

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Q1087881 Português

Texto 1

Despedida

                 E no meio dessa confusão alguém partiu sem se despedir; foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece em um baile de carnaval — uma pessoa se perde da outra, procuraa por um instante e depois adere a qualquer cordão. É melhor para os amantes pensar que a última vez que se encontraram se amaram muito — depois apenas aconteceu que não se encontraram mais. Eles não se despediram, a vida é que os despediu, cada um para seu lado — sem glória nem humilhação.                    Creio que será permitido guardar uma leve tristeza, e também uma lembrança boa; que não será proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação ao mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego; e um indefinível remorso; e um recôndito despeito.

              E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em nossa vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas que essa solidão ficou menos infeliz: que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho?

           Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, nós os receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras — com flores e cantos. O inverno — te lembras — nos maltratou; não havia flores, não havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro como dois bonecos na mão de um titeriteiro inábil.

          Ah, talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema que não pôde haver; entretanto, é possível que não adiantasse nada. Para que explicações? Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra: adeus. A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo.

BRAGA, Rubem. A Traição das elegantes, Rio de Janeiro: Editora Sabiá, 1967

Analise o fragmento retirado do texto 1.

Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece em um baile de carnaval - uma pessoa se perde da outra, procura a por um instante e depois adere a qualquer cordão” (linhas 1-4).

A alternativa que contém a correta relação de sentido provocada pela presença do conectivo “Se” na oração grifada no fragmento acima é

Alternativas
Q1087878 Português

Texto 1

Despedida

                 E no meio dessa confusão alguém partiu sem se despedir; foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece em um baile de carnaval — uma pessoa se perde da outra, procuraa por um instante e depois adere a qualquer cordão. É melhor para os amantes pensar que a última vez que se encontraram se amaram muito — depois apenas aconteceu que não se encontraram mais. Eles não se despediram, a vida é que os despediu, cada um para seu lado — sem glória nem humilhação.                    Creio que será permitido guardar uma leve tristeza, e também uma lembrança boa; que não será proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação ao mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego; e um indefinível remorso; e um recôndito despeito.

              E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em nossa vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas que essa solidão ficou menos infeliz: que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho?

           Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, nós os receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras — com flores e cantos. O inverno — te lembras — nos maltratou; não havia flores, não havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro como dois bonecos na mão de um titeriteiro inábil.

          Ah, talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema que não pôde haver; entretanto, é possível que não adiantasse nada. Para que explicações? Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra: adeus. A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo.

BRAGA, Rubem. A Traição das elegantes, Rio de Janeiro: Editora Sabiá, 1967

Os conectivos aparecem no texto 1 para estabelecer relações de sentido ou ainda auxiliar nos processos coesivos. Sob essa perspectiva, avalie a oração: “E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em nossa vida [...]” (linhas 12-13).

A alternativa que apresenta, correta e sequencialmente, os sentidos incorporados ao texto pelos conectivos grifados na ordem que eles aparecem no texto é

Alternativas
Q1087353 Português

      Entre os números que contam a grandeza do Município de Cachoeiro do Itapemirim, há este, capaz de espantar o leitor distraído: 25 379 pios de aves, anualmente. Não, a Prefeitura não espalhou pela cidade e distritos equipes de ouvidores municipais, encarregados de tomar nota cada vez que uma avezinha pia. Trata-se de pios feitos para caçadores de pássaros. E quem os faz é uma família de caçadores de ouvido fino – os Coelho, cujas três gerações moram na mesma e linda ilha, onde o rio se precipita naquele encachoeirado, ou cachoeiro, que deu o nome à cidade.

      Trata-se de um artesanato sutil; não lhe basta a perícia técnica de delicados torneiros que faz desses pios bem acabados pequenas obras de arte; exige uma sensibilidade que há de estar sempre aguçada. Direis que é uma arte assassina; e, na verdade, incontáveis milhares de bichos do Brasil e da América do Sul já morreram por acreditar, em algum momento de fome ou de amor, naqueles pios imaginados entre os murmúrios do rio Itapemirim.

      Dizem que os Coelho fazem até, em segredo, pios para caçar mulher. Famosa caçada é essa, em que não raro é o caçador a presa da caça. Não sei. Ainda que eu seja Coelho pela parte de mãe, devo ser de outro ramo, visto que nunca me deram um pio desses. Nem quero.

(Rubem Braga, “Quinca Cigano”.

Elenco de cronistas brasileiros modernos. Adaptado)

As expressões destacadas em “Ainda que eu seja Coelho pela parte de mãe, devo ser de outro ramo, visto que nunca me deram um pio desses” podem ser, correta e respectivamente, substituídas, sem prejuízo de sentido por:
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Q1087114 Português

          Há algum tempo, o software para hospital tinha uma única função principal, a gestão do negócio. O que se via eram módulos de faturamento, contas a pagar e receber, cálculo de folha e tarefas administrativas sendo geridas através dele. O corpo clínico e os computadores, portanto, viviam em mundos diferentes dentro da mesma instituição.

        Como muito da prática médica é sobre coletar e analisar informações, a Tecnologia da Informação passou a ter um papel crítico também na assistência à saúde. O surgimento de softwares especializados para o corpo clínico criou a necessidade de um novo olhar sobre os provedores de saúde no que diz respeito à tecnologia, agora onipresente na organização.

        Os benefícios da informatização na assistência à saúde são inúmeros e o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) é uma ferramenta tecnológica crucial para extrair plenamente esses benefícios. Além de centralizador da informação dos pacientes, ele se tornou um aliado do médico na prática diária. Hoje, esses sistemas geralmente são equipados com ferramentas de apoio a decisão clínica, que indicam possíveis interações medicamentosas e até auxiliam no diagnóstico através de referências de casos similares. Sem contar no acesso fácil a resultados de exames e imagens, evitando, inclusive, solicitações desnecessárias.

          Assim, o que antes estava amontoado no Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME) em pastas e papeis embolorados, agora é largamente disponível de forma informatizada. Essa aproximação do corpo clínico e da TI é irreversível e muito proveitosa para todo o sistema de saúde, o que, no final das contas, significa melhoria nos cuidados dos seres humanos.

(Fonte: Saúde Business)

Sobre o sentido da palavra “assim” no quarto parágrafo, assinale a alternativa correta.
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Q1086143 Português

Leia o texto para responder à questão.


   O físico e matemático inglês Isaac Newton é um dos maiores cientistas da humanidade. Filho de fazendeiros, Newton nasceu em Woolsthorpe, uma pequena aldeia da Inglaterra, em 1643. Desde criança, demonstrava mais interesse por desenvolver inventos do que pelos negócios da família. Aos 18 anos, foi aceito no Trinity College, da Universidade de Cambridge, onde recebeu o grau de Bacharel em Artes.

    Em 1671, assumiu o cargo de professor catedrático de matemática na mesma universidade e, em 1703, foi eleito presidente da Real Sociedade de Londres para o Melhoramento do Conhecimento Natural, uma instituição destinada à promoção do conhecimento científico. Dois anos depois, tornou-se o primeiro cientista a receber o título de “Sir”, sagrado cavaleiro da rainha da Inglaterra. Newton morreu em 1727, aos 84 anos, por complicações decorrentes da idade extremamente elevada para a época.

    No período em que cursava faculdade em Cambridge, a Peste Negra assolou a Inglaterra e matou um décimo da população. Por 18 meses, a universidade ficou fechada, e Newton voltou para casa. Um belo dia, sentado à sombra de uma macieira (cujas descendentes ainda existem!), viu uma maçã cair no chão – ou na sua cabeça, a história vai do gosto do freguês – e formulou a Lei da Gravitação Universal, que explica a força da gravidade. Com essa descoberta, Newton deu início à ciência moderna. Como diria o cientista em um ensinamento que vale para a vida: “nenhuma grande descoberta foi feita jamais sem um palpite ousado”.


(Marilia Marasciulo. O que você pode aprender com as descobertas de Isaac

Newton. 17.01.2018. http://revistagalileu.globo.com. Adaptado)

Em – Por 18 meses, a universidade ficou fechada, e Newton voltou para casa. (3º parágrafo) –, a conjunção destacada pode ser substituída, preservando-se a relação de sentido que estabelece entre as orações, por:
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Q1085145 Português

1       Existe uma enfermidade moderna que afeta dois terços dos adultos. Seus sintomas incluem falta de apetite, dificuldade para controlar o peso, baixa imunidade, flutuações de humor, entre outros. Essa enfermidade é a privação de sono crônica, que vem crescendo na esteira de dispositivos que emitem luz azul.

2       Por milênios, a luz azul existiu apenas durante o dia. Velas e lenha produziam luz amarelo-avermelhada e não havia iluminação artificial à noite. A luz do fogo não é problema porque o cérebro interpreta a luz vermelha como sinal de que chegou a hora de dormir. Com a luz azul é diferente: ela sinaliza a chegada da manhã.

3       Assim, um dos responsáveis pelo declínio da qualidade do sono nas duas últimas décadas é a luz azulada que emana de aparelhos eletrônicos; mas um dano ainda maior acontece quando estamos acordados, fazendo um malabarismo obsessivo com computadores e smartphones.

4       A maioria das pessoas passam de uma a quatro horas diárias em seus dispositivos eletrônicos - e muitos gastam bem mais que isso. Não é problema de uma minoria. Pesquisadores nos aconselham a usar o celular por menos de uma hora diariamente. Mas o uso excessivo do aparelho é tão predominante que os pesquisadores cunharam o termo “nomofobia" (uma abreviatura da expressão inglesa no-mobile-phobiaj para descrever a fobia de ficar sem celular.

5       O cérebro humano exibe diferentes padrões de atividade para diferentes experiências. Um deles retrata reações cerebrais de um viciado em jogos eletrônicos. “Comportamentos viciantes ativam o centro de recompensa do cérebro", afirma Claire Gillan, neurocientista que estuda comportamentos obsessivos. “Contanto que a conduta acarrete recompensa, o cérebro a tratará da mesma maneira que uma droga".

        (Adaptado de: ALTER, Adam. Irresistível. São Paulo: Objetiva, edição digital)

Sem prejuízo para o sentido, o trecho sublinhado em Contanto que a conduta acarrete recompensa (último parágrafo) pode ser substituído por
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Q1083422 Português
"Com um sorriso nos lábios, ainda que disfarçadamente triste.” (4º parágrafo). Altera-se a relação lógica existente e o sentido original da frase no texto, ao reescrevê-la da seguinte forma:
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Q1082846 Português

Onde se encontra a força de um texto?

“De onde vem a força de um texto? Da autoridade de quem faz uso da palavra? Ou será que quem tem força é a própria palavra?”. Eis aqui a reprodução mais literal possível – tanto quanto me permite minha memória – da pergunta que me chamou a atenção, certa vez, em uma aula de língua portuguesa no ensino médio. A pergunta se dirigia a uma aluna que havia feito uma exposição oral sobre tema constante do programa e era formulada em um tom benevolente pelo professor – algo do tipo “sei que esta é uma pergunta difícil, mas não me importarei se você não tiver no momento uma resposta definitiva e preferir continuar pensando nela...”. Contrariamente à expectativa do professor, a aluna optou por responder imediatamente, escolhendo uma das duas opções que lhe eram oferecidas. Talvez houvesse pressentido que, fosse qual fosse sua resposta, esta seria aceita por seu arguidor.

Na verdade, a pergunta soava bastante infantil. “Quem tem a força?” é algo que me faz imediatamente pensar em um personagem de desenho animado da televisão dos anos 1980 que, na hora de deixar sua identidade mundana e transformar-se em super-herói, dizia, empunhando sua espada mágica, em tom destemido: “Eu tenho a força!”. Sim, é ele mesmo: He-Man! Que as novas gerações me perdoem o anacronismo do exemplo, mas, se o mantenho, é porque hoje, em tempos de YouTube, nada está definitivamente fora do alcance dos (mais) jovens! De fato, um rápido passeio pela internet permitirá que se conheçam os efeitos prodigiosos dessa força que se manifesta com o protagonista da série, o príncipe Adam, capaz, dentre outras coisas, de executar todo tipo de acrobacias, destruindo um diamante com apenas uma das mãos ou transformando o tímido Pacato – felino de sua propriedade – no terrível Gato Guerreiro.

Se não me falha a memória, a aluna disse que a força estava na palavra. Bem, tanto faz a resposta dada: quer tenha escolhido uma ou outra opção, na realidade nada ainda terá sido dito que esclareça esse tipo de mistério. Ou, pelo menos, nada de verdadeiramente importante, posto que ambas as respostas são extremamente simplistas e, por isso, inadequadas. Porque a força não pertence nem ao sujeito, nem à palavra. Porque a força não é propriedade de nada, nem de ninguém...

A escolha feita pela aluna na ocasião talvez tenha sido motivada pela ilusão de que a “resposta certa” estaria numa das opções apresentadas, e somente numa delas. Nesse caso, considerando que só mesmo um super-herói como He-Man poderia ter incondicionalmente a força – nós, simples mortais, não seríamos capazes de tanto! –, não lhe restava outra saída senão localizar a força na própria palavra.

A hipótese que faço tenta justificar a resposta dada, mas que ela não convence, isso certamente não! Talvez mais sensato fosse lembrar que a palavra, em situações como as vivenciadas no texto do He-Man, anuncia uma transformação no mundo que certamente não decorre de quaisquer “poderes inerentes” ao enunciado proferido, ou de pretensas “qualidades excepcionais” daquele que o emite, mas da simultaneidade de uma série de fatores: somente aquele personagem, em situações reais de perigo, empunhando aquela exata espada mágica, poderia produzir um novo mundo no qual ele seria o herói capaz de interromper a tempo as ardilosas investidas de um inimigo, etc. Fosse qualquer outro personagem fazer o mesmo e talvez nada acontecesse; ou então, caso o personagem tivesse vontade de proferir o refrão “Eu tenho a força!” na ausência de um perigo iminente, seguramente nada aconteceria. Qualquer criança conhecedora dos mistérios do Castelo de Grayskull – objeto dos cuidados de nosso herói – saberia disso. Saberia que o poder não pertence ao He-Man, uma vez que o próprio He-Man já é um dos efeitos do que se costuma chamar de dimensão performativa da palavra: falo e, por força do que digo, estando reunidas determinadas condições, algo se modifica no mundo à minha volta. E eis que, desse modo, Adam se transforma em He-Man!

Isso que estou chamando de dimensão performativa da palavra pode parecer complicado, mas, na realidade, é até bastante simples: trata-se de ações que se realizam pelo simples fato de serem formuladas verbalmente. Um exemplo: como é que você se desculpa com alguém por alguma falha cometida? Simplesmente dizendo “Me desculpe”. Eis aí um performativo: ao enunciar a ação, você já a está praticando. Ou, se preferir, ao dizer “me desculpe”, você já está se desculpando. É exatamente o mesmo caso das sentenças proferidas pelos juízes, quando dizem “Eu o declaro inocente” ou “Eu o declaro culpado”. Esses enunciados produzem uma verdadeira revolução no mundo daquele que se transformará, dependendo do veredito, em homem livre ou em prisioneiro sentenciado à reclusão.

Décio Rocha

(Disponível em: revista.vestibular.uerj.br Acesso em 31/10/2019)

Bem, tanto faz a resposta dada” (3º parágrafo). Uma expressão que possui valor equivalente à palavra destacada e que está corretamente classificada é apresentada em:
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Q1082619 Português

Por que ler Literatura?

Vamos, primeiramente, adotar como princípio que a Literatura é uma forma de arte, assim como a música, a pintura, a dança, a escultura e a arquitetura.

Há algo, porém, que a diferencia das demais manifestações artísticas. A Literatura nos permite, pela interação com o texto através do qual ela se manifesta, tomar contato com o vasto conjunto de experiências acumuladas pelo ser humano ao longo de sua trajetória. Sem que seja preciso vivê-las novamente.

Toda forma de arte apresenta um determinado conhecimento. Mas esta apresentação é feita de modo particularizado: o artista transpõe para um quadro, para uma música, para um livro, sua visão pessoal sobre determinada experiência ou acontecimento.

Dessa forma, observando as manifestações artísticas, temos condições de recuperar conhecimentos mais abstratos e sutis do que aqueles apresentados pelas ciências. Podemos, por exemplo, experimentar diferentes sensações ou estados de ânimo ou reconhecer que uma determinada obra expressa uma fantasia de seu autor...

Nesse sentido, apreciar a arte significa lidar com aquilo que nos caracteriza como seres humanos: nossos sentimentos e dúvidas, emoções e perplexidades; enfim, todas as particularidades relativas ao fato de estarmos vivos. A arte, inclusivamente a arte literária, pode ser considerada, então, como um espelho muito especial, porque, além de nos mostrar a face do artista, permite-nos vislumbrar o cenário no qual produziu sua obra: a sociedade em que viveu.

Maria Luíza Abaurre et alli. Português, Língua e Literatura. São Paulo: Moderna, 2000. p. 311-312. Adaptado.

Analise o fragmento: “Vamos, primeiramente, adotar como princípio que a Literatura é uma forma de arte, assim como a música, a pintura, a dança, a escultura e a arquitetura. Há algo, porém, que a diferencia das demais manifestações artísticas”. O conectivo 'porém' expressa um sentido:
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Q1082078 Português

Leia a tira para responder à questão.



Organizando as informações do primeiro e do segundo quadrinho, as ideias estão corretamente expressas quanto ao sentido da tira e à norma-padrão, em:
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Q1081820 Português

Mentalidade Self-service e a ilusão de liberdade


Simone Ribeiro Cabral Fuzaro


    Hoje, gostaria de refletir sobre uma ideia que foi entrando em nosso cotidiano, foi se enraizando em nossas vidas e transformando nosso modo de ver o mundo e as coisas: a mentalidade “self-service”. Essa expressão da língua inglesa, traduzida livremente ao Português, significa “serviço próprio” ou “autosserviço”. O self-service é um sistema de atendimento adotado principalmente em restaurantes, pelo qual o cliente tem a possibilidade de servir o seu próprio prato, de acordo com as opções disponibilizadas pelo estabelecimento.

    Apesar de ter tido seu início em restaurantes, esse tipo de serviço foi se expandindo a diversos outros estabelecimentos, em que é possível que o próprio cliente execute integral ou parcialmente o atendimento (lavanderias, postos de combustível, caixas eletrônicos...).

    Apesar dos benefícios e facilidades inegáveis trazidas por esse tipo de serviço, é importante olharmos para os demais efeitos que causa em nosso modo de ver as coisas e, consequentemente, em nossas vidas. Essa possibilidade de autosserviço, no qual se paga por exatamente aquilo que se deseja consumir, foi aos poucos contribuindo na transformação das relações, uma vez que foi fomentando a possibilidade de que cada um atenda efetivamente aos seus próprios desejos e interesses sem restrições relativas ao grupo que o acompanha ou àquele que presta o serviço. Já não há mais a necessidade de se escolher em família (ou em grupo) que prato pedir no restaurante e, com isso, de se negociar desejos, gostos, preferências. Mesmo que não percebamos com muita clareza, está implícito aí um engrandecimento do eu em detrimento do nós.

    Já não se faz mais necessário abrir mão de um gosto, de comer um pouco do que não aprecio tanto para satisfazer alguém com quem me importo. Pouco a pouco, sem percebermos, vamos vivendo cada vez mais um modo autocentrado de ver os serviços que utilizamos, as pessoas que nos rodeiam.... o mundo. Vai ficando forte a ideia de que pago somente pelo que quero consumir, consumo somente aquilo que me interessa do serviço oferecido, ganhando o direito de “recortá-lo” segundo meus interesses e sem considerar os interesses daqueles que prestam o serviço e, às vezes, até mesmo se o serviço prestado será de qualidade se for adaptado ao meu querer.

    Se olharmos a realidade, por exemplo, das escolas infantis, veremos uma quantidade cada vez maior de pais que querem escolher livremente o horário de entrada e saída dos filhos sem levar em conta os períodos escolares que são importantíssimos por vários motivos: contemplam uma rotina necessária para as crianças pequenas, asseguram um mesmo grupo de colegas e professores, o que transmite segurança e conforto afetivo, possibilitam que participem das atividades planejadas à fase escolar em que se encontram etc. O que os pais estão buscando, no entanto, é uma “escola self-service” e não percebem que acabam por prejudicar o próprio filho, que terá um serviço que não garantirá o atendimento às suas necessidades básicas para um desenvolvimento saudável.

    Reina uma ideia de que temos o direito de ser “livres” para escolher segundo nossos desejos e nossas necessidades. Questiono, porém: podemos considerar essa possibilidade de escolha como liberdade? Parece-me haver um equívoco claro nessa ideia, afinal, a liberdade nos leva a escolher o bem. O que há hoje são pessoas absolutamente escravizadas, em primeiro lugar, pelos seus próprios desejos de satisfação, conforto, facilidade. Depois, escravizadas ao ter – é preciso muito para viver nessa gana de satisfações, e, então, escravizamo-nos às rotinas malucas de trabalho que roubam o direito de atendermos às necessidades reais de nossa saúde, de nossa família, de uma vida mais equilibrada.

    Vale refletirmos: em que situações estamos nos deixando levar por essa “mentalidade self-service” exagerada? Vamos olhar de modo crítico as facilidades, afinal, já sabemos: as grandes e fundamentais aprendizagens acontecem quando enfrentamos as dificuldades e não quando nos desviamos delas.


Disponível em: <http://www.osaopaulo.org.br/colunas/mentalidade-self-service-e-a-ilusao-de-liberdade>. Acesso em: 25 jun. 2019.

No excerto “Apesar de ter tido seu início em restaurantes, esse tipo de serviço foi se expandindo a diversos outros estabelecimentos...”, o conectivo destacado indica o sentido de
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Q1081610 Português
Leia o texto, para responder à questão.

    Certo discurso ambientalista tradicional recorrentemente busca indícios de que o problema ambiental seja universal (e de fato é), atemporal (nem tanto) e generalizado (o que é desejável). Alguma ingenuidade conceitual poderia marcar o ambientalismo apologético; haveria dilemas ambientais em todos os lugares, tempos, culturas. É a bambificação(*) da natureza. Necessária, no entanto, como condição de sobrevivência. Há quem tenha encontrado normas ambientais na Bíblia, no Direito grego, e até no Direito romano. São Francisco de Assis, nessa linha, prosaica, seria o santo padroeiro das causas ambientais; falava com plantas e animais.
    A proteção do meio ambiente seria, nesse contexto, instintiva, predeterminando objeto e objetivo. Por outro lado, e este é o meu argumento, quando muito, e agora utilizo uma categoria freudiana, a pretensão de proteção ambiental seria pulsional, dado que resiste a uma pressão contínua, variável na intensidade. Assim, numa dimensão qualitativa, e não quantitativa, é que se deveria enfrentar a questão, que também é cultural. E que culturalmente pode ser abordada.
    O problema, no entanto, é substancialmente econômico. O dilema ambiental só se revela como tal quando o meio ambiente passa a ser limite para o avanço da atividade econômica. É nesse sentido que a chamada internalização da externalidade negativa exige justificativa para uma atuação contra-fática.
    Uma nuvem de problematização supostamente filosófica também rondaria a discussão. Antropocêntricos acreditam que a proteção ambiental seria narcisística, centrada e referenciada no próprio homem. Os geocêntricos piamente entendem que a natureza deva ser protegida por próprios e intrínsecos fundamentos e características. Posições se radicalizam.
    A linha de argumento do ambientalista ingênuo lembra-nos o “salto do tigre” enunciado pelo filósofo da cultura Walter Benjamin, em uma de suas teses sobre a filosofia da história. Qual um tigre mergulhamos no passado, e apenas apreendemos o que interessa para nossa argumentação. É o que se faz, a todo tempo.
(Arnaldo Sampaio de Moraes Godoy. Disponível em:
https://www.conjur.com.br/2011. Acesso em: 10.08.2019. Adaptado)

(*) Referência ao personagem Bambi, filhote de cervo conhecido como “Príncipe da Floresta”, em sua saga pela sobrevivência na natureza. 
A passagem do texto em que a expressão destacada introduz uma contraposição entre concepções acerca da proteção ambiental é:
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Q1081606 Português
Leia o texto, para responder à questão.

    Certo discurso ambientalista tradicional recorrentemente busca indícios de que o problema ambiental seja universal (e de fato é), atemporal (nem tanto) e generalizado (o que é desejável). Alguma ingenuidade conceitual poderia marcar o ambientalismo apologético; haveria dilemas ambientais em todos os lugares, tempos, culturas. É a bambificação(*) da natureza. Necessária, no entanto, como condição de sobrevivência. Há quem tenha encontrado normas ambientais na Bíblia, no Direito grego, e até no Direito romano. São Francisco de Assis, nessa linha, prosaica, seria o santo padroeiro das causas ambientais; falava com plantas e animais.
    A proteção do meio ambiente seria, nesse contexto, instintiva, predeterminando objeto e objetivo. Por outro lado, e este é o meu argumento, quando muito, e agora utilizo uma categoria freudiana, a pretensão de proteção ambiental seria pulsional, dado que resiste a uma pressão contínua, variável na intensidade. Assim, numa dimensão qualitativa, e não quantitativa, é que se deveria enfrentar a questão, que também é cultural. E que culturalmente pode ser abordada.
    O problema, no entanto, é substancialmente econômico. O dilema ambiental só se revela como tal quando o meio ambiente passa a ser limite para o avanço da atividade econômica. É nesse sentido que a chamada internalização da externalidade negativa exige justificativa para uma atuação contra-fática.
    Uma nuvem de problematização supostamente filosófica também rondaria a discussão. Antropocêntricos acreditam que a proteção ambiental seria narcisística, centrada e referenciada no próprio homem. Os geocêntricos piamente entendem que a natureza deva ser protegida por próprios e intrínsecos fundamentos e características. Posições se radicalizam.
    A linha de argumento do ambientalista ingênuo lembra-nos o “salto do tigre” enunciado pelo filósofo da cultura Walter Benjamin, em uma de suas teses sobre a filosofia da história. Qual um tigre mergulhamos no passado, e apenas apreendemos o que interessa para nossa argumentação. É o que se faz, a todo tempo.
(Arnaldo Sampaio de Moraes Godoy. Disponível em:
https://www.conjur.com.br/2011. Acesso em: 10.08.2019. Adaptado)

(*) Referência ao personagem Bambi, filhote de cervo conhecido como “Príncipe da Floresta”, em sua saga pela sobrevivência na natureza. 
Na passagem – São Francisco de Assis, nessa linha, prosaica, seria o santo padroeiro das causas ambientais; falava com plantas e animais. –, a conjunção que estabelece relação de sentido coerente entre as frases separadas por ponto-e-vírgula é:
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Q1081503 Português

                       

A respeito do conector “ou”, que une os textos dos dois primeiros quadrinhos, é correto afirmar que
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Q1081312 Português

Texto I

                      Como uma festa rural virou o fenômeno global do Halloween


      Surgida na Europa, a festividade que deu origem ao Halloween viajou para o continente americano com os peregrinos. Nos últimos anos, empreendeu um novo périplo, que a levou de volta ao Velho Continente e a quase todos os países ocidentalizados, alguns dos quais veem com preocupação que suas tradições sobre os mortos sejam deslocadas por esta festividade importada.

      Além de seu vínculo com a natureza e a religião, o Halloween tem um marcado caráter subversivo. Durante uma noite, os papéis se transtornam, o monstro – o diferente – abandona seu esconderijo, e as crianças atemorizam os adultos com a frase “doce ou travessura”. “O Halloween tem muitas semelhanças com antigas celebrações europeias como a Festa dos Loucos, em que, por um dia, os plebeus se vestiam como reis, e a ordem social se invertia”, afirma David Skal.

      Um receio que, como detalha Skal, em seu livro sobre o tema, esquece que todas as tradições se misturam e evoluem, incluindo Halloween. De fato, elementos que se consideram inerentes a esta festa são relativamente recentes. É o caso das bruxas, sempre representadas como idosas grotescas, vestidas de preto e usando chapéus bicudos. Longe de proceder da Idade Média ou do Barroco, esse imaginário tem sua origem na Bruxa do Oeste interpretada por Margaret Hamilton na versão de O Mágico de Oz de 1939. Até então, as bruxas do Halloween eram espevitadas melindrosas com vestidos coloridos.

      “Há pessoas que se queixam da invasão do Halloween ou da apropriação da cultura mexicana pelos anglo-saxões. Mas eu vivo no sul da Califórnia, onde há muita população hispânica, e a maioria das pessoas parecem gostar que as decorações e ritos do Dia dos Mortos se misturem às do Halloween. No entanto, cada comunidade se relaciona com os mortos de um jeito diferente. Os norte-americanos através de criações como Drácula e Gasparzinho, enquanto a cultura latina honra os defuntos com mais seriedade”, ressaltou Skal.

                                                     Eduardo Bravo (Adaptado de: https://brasil.elpais.com/)

Considere a seguinte frase para responder a questão:


“De fato, elementos que se consideram inerentes a esta festa são relativamente recentes” (3º parágrafo)


O emprego da expressão “de fato” confere ao enunciado um tom de:

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Q1079142 Português

Texto 04

Talvez sendo rigorosa, creio que nas escolhas importantes revelamos o que pensamos merecer. Casamento, trabalho, prazer, estilo de vida, nos cuidados ou nos descuidos - não importa. Mas a família, esse chão sobre o qual caminhamos por toda a vida, seja ele esburacado ou plano, ensolarado ou sombrio, não é uma escolha nossa. Porque lhe atribuo uma importância tão grande, para o bem e para o mal, ela tem sido tema recorrente de meu trabalho, em livros, artigos e palestras.

Pela família, com a qual eventualmente nem gostaríamos de conviver, somos parcialmente moldados, condenados ou salvos. Ela nos lega as memórias ternas, o necessário otimismo, a segurança - ou a baixa autoestima e os processos destrutivos. Esse pequeno território é nosso campo de treinamento como seres humanos. Misto de amor e conflito, ela é que nos dá os verdadeiros amigos e os melhores amores.

Para saber o que seria uma família positiva (não gosto do termo "normal"), deixemos de lado os estereótipos da mãe vitimizada, geradora de culpas e raiva; do pai provedor, destinado a trabalhar pelo sustento da família, sem espaço para ter, ele próprio, carinho e escuta; e dos filhos sempre talentosos e amorosos com seus pais. A boa família, na verdade, é aquela que, até quando não nos compreende, quando desaprova alguma escolha nossa, mesmo ASSIM nos faz sentir aceitos e respeitados. É onde sempre somos queridos e onde sempre temos lugar.

LUFT, Lya. Família: como fazer. Veja, São Paulo, n.44, p.25, 3 nov. 2004. Artigo de Opinião.

Sobre o uso do operador argumentativo MAS, no primeiro parágrafo do texto, é correto afirmar que o conector provoca:
Alternativas
Ano: 2018 Banca: IBADE Órgão: CRMV-ES Prova: IBADE - 2018 - CRMV - ES - Advogado |
Q1078767 Português

Aplicativos: inovação em transporte

      Rio - A inovação é o fator mais importante para o desenvolvimento econômico. A concorrência só existe em razão da inovação, das melhorias realizadas no produto. As empresas não devem basear suas estratégias empresariais de crescimento e maximização dos lucros apenas e tão somente na variável preço, e sim devem se tornar competitivas “através de novas mercadorias, novas tecnologias, novas fontes de oferta, novos tipos de organização (a grande unidade de controle em larga escala)”, concorrência esta que comanda uma vantagem decisiva de custo ou qualidade e que atinge não a fimbria dos lucros e das produções das firmas existentes, mas suas fundações e suas próprias vidas.

       A empresa que não se atualiza, morre asfixiada! O consumidor gosta do novo, do melhor, e do custobenefício que o produto gera a ele.

      Quando falamos de Uber, não é diferente. O Uber é mais uma inovação conjunta de um serviço já prestado, não é concorrência desleal, não se pode limitar uma prestação de serviço por fazer concorrência a outra. A concorrência existe, é real e é benéfica para a sociedade, cuja finalidade é o bem maior.

      O contraposto veio para o taxista, que deverá melhorar sua forma de atender o cliente: carro limpo, carro arrumado, sem cheiro de cigarro, sem mau humor e o mais importante, não poder dizer “não” ao cliente em razão do pequeno trajeto a ser realizado; o que se vê em épocas de grandes eventos aqui na cidade do Rio de Janeiro, como no carnaval e no ano novo.

     Alguns taxistas já aderiram a aplicativos, como o ‘Taxi Rio', no qual a relação de preço e o atendimento são tão bons quanto o Uber. Hoje já podemos notar que a concorrência no setor de transporte privado vem fazendo a diferença, e o beneficiado costumeiramente é o consumidor!

     A concorrência é um dos Princípios da Ordem Econômica, previsto no artigo 170, da Carta Magna, sendo fator essencial para o desenvolvimento econômico e o bem estar do consumidor. No caso Táxi x Uber’, e Táxi x Táxi aplicativo’, o que observamos é a mudança vindo com uma roupagem nova na prestação do serviço já existente, e o fim do monopólio do serviço de transporte individual dos táxis.

     Para concluir, é necessário dar ênfase tanto ao princípio da livre concorrência quanto ao da livre iniciativa, que possuem como objetivo proteger os agentes econômicos, as pessoas físicas e jurídicas e os consumidores de quaisquer atos ou condutas que possam impedir, dificultar, obstruir, falsear ou estringir as atividades econômicas e o mercado em si, mediante o abuso do poder econômico.

Por Fernanda Pereira - Advogada criminalista

Retirado em: https://odia.ig.com.br/opiniao/2018/10/5581463-

aplicativos-inovacao-em-transporte.html#foto=1


“A concorrência existe, é real e é benéfica para a sociedade, CUJA FINALIDADE É O BEM MAIOR.”

O conectivo CUJA exerce qual função sintática na oração em destaque?

Alternativas
Q1076816 Português
Elas _______ , por serem vendedoras de automóveis, orientaram os amigos na troca do carro, ________ eles pouco _______ importância a isso.
Assinale a alternativa que preenche as lacunas do enunciado na ordem em que se apresentam, conforme a norma-padrão da língua portuguesa. 
Alternativas
Q1076187 Português
No Texto I, no período “Essa estratégia da indústria pode ser vista como inimiga do consumidor, uma vez que o incentiva a adquirir mais produtos sem realmente necessitar deles.” (. 8-11), o conector uma vez que poderia ser substituído, sem alteração do sentido, por
Alternativas
Q1074853 Português
Mercado de orgânicos vive boa fase no delivery e internet

À espera de um bebê, pai e mãe passam a se questionar sobre o tipo de alimentação que desejam para o filho que vem por aí e para o seu próprio futuro. Começam a procurar por produtos orgânicos, mas esbarram na questão do preço elevado nos supermercados e na dificuldade de se encontrar frutas, verduras e legumes sem agrotóxico em qualquer canto da cidade. Assim, quase junto com o nascimento das crianças, surgem iniciativas como uma empresa de entregas de cestas de orgânicos, a Orgânicos In Box, e um supermercado on-line praticamente só com produtos desse tipo, o Organomix. Engajados e empreendedores, consumidores vêm ajudando a criar um mercado de orgânicos no Rio para lá de aquecido, com direito a grupos de compras coletivas na internet e agricultores que disponibilizam seus produtos na rede.
Tainá, hoje com 8 meses, ainda estava na barriga da mãe quando o casal Aline Santolia e Eduardo Rodrigues começou a imaginar o que seria a Orgânicos In Box, pequena empresa familiar de entregas de cestas. Eles haviam voltado da Califórnia e queriam trabalhar com alimentação, mas ainda não sabiam em que área. Chegaram à distribuição de orgânicos quase ao mesmo tempo em que Aline engravidou.
— Acho que foi a Tainá que deu o empurrão. A gente nunca quis comer alimento com veneno. Um saco de sementes com agrotóxico tem até desenho de caveira, já viu? — pergunta Eduardo.
No início, há um ano, os pedidos vinham dos amigos e somavam 30 cestas por semana. Hoje são 170. Alguém deu a ideia de montar um grupo no Facebook para organizar a história toda; agora são 6.500 inscritos por lá. O surfista Carlos Burle é um dos clientes:
— Minha mulher descobriu. Já tínhamos costume de comprar orgânicos no supermercado. A cesta acaba dando a possibilidade de consumir produtos mais frescos, colhidos há menos tempo.
Os preços variam entre R$ 55 e R$ 120, e os pedidos são entregues na Zona Sul, em Santa Teresa, na Barra e na Tijuca.
Em outro canto da cidade, na Ilha do Governador, Pedro Sanctos Vettorazzo teve que deixar a bicicleta que usava para fazer entregas, pois ela já não dava conta da grande quantidade de pedidos. Ele é um dos únicos que prestam este tipo de serviço na região. A sua Horto Vitae surgiu em 2013, quando Pedro tentava encontrar "um emprego que respeitasse outros seres humanos e animais". [...]
O que normalmente motiva as pessoas a comprar orgânicos é a busca pela comida saudável. Mas em pouco tempo muitos descobrem que consumir este tipo de alimento envolve outras questões, tão importantes quanto a primeira.
— Quem chega ao orgânico percebe que por trás há uma filosofia de não poluição e que, com a compra, há geração de renda para quem vive no campo. O consumidor se torna um agente político ao fazer esta escolha — analisa Ana Asti, diretora da Sedes.

(Revista O Globo. Outubro de 2015. Fragmento.)
No trecho “Mas em pouco tempo muitos descobrem que consumir este tipo de alimento envolve outras questões, tão importantes quanto a primeira.” (8º§), o termo assinalado evidencia ideia de:
Alternativas
Respostas
2321: A
2322: C
2323: D
2324: D
2325: C
2326: B
2327: C
2328: C
2329: C
2330: B
2331: A
2332: A
2333: E
2334: A
2335: C
2336: B
2337: E
2338: D
2339: D
2340: A