Questões de Concurso Sobre uso dos conectivos em português

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Q1903880 Português

Texto 1A1-I



Internet: <brasil.elpais.com> (com adaptações).

No texto 1A1-I, a expressão “ou seja” (ℓ.14)

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Q1903801 Português

INTOLERÂNCIA NO BRASIL – UM PROBLEMA DE TODOS

O Brasil sempre é citado como uma nação tolerante às diferenças, em relação às variações de raça, gênero, orientação sexual, idade, classe social, aparência, nacionalidade, religião, ideologia política e de ciência física e intelectual. O Brasil, portanto, seria essa sociedade, em que os cidadãos têm direitos iguais, baixo preconceito e pouca discriminação, onde as pessoas conviveriam bem entre si, independentemente de suas características físicas e de seus posicionamentos ideológicos. Que sonho, não? É, mas sabemos que na prática não é bem assim.

No entanto, como podemos medir o quão intolerante o brasileiro realmente é? Uma das formas é a de comparar dados daqui com os do restante do mundo. Pesquisa realizada pelo antropólogo Luiz Mo encontrou um número assustador: 44% dos casos de assassinatos de homossexuais do mundo ocorreram em território brasileiro. O País lidera as estatísticas de mortes da comunidade LGBT.

Já falando sobre racismo, frases como “tão bonita que nem parece negra”, “não fala assim comigo, que não sou suas negas” ou “cabelo ruim” (sobre os cabelos crespos) são comuns nas redes sociais brasileiras, mostrando como a ideia da democracia racial não passa de um mito. Além disso, estatísticas ajudam a comprovar esse racismo velado do País. Enquanto o número bruto de assassinatos de brancos caiu de 19.846 em 2002 para 14.928 em 2012, no mesmo período, o número de negros assassinados subiu de 29.656 para 41.127, quase três vezes mais a quantidade de assassinatos de brancos. Pior: a população negra e parda, segundo o IBGE, dados de 2015, soma 53% dos brasileiros, enquanto a de brancos soma 45,5%. Ou seja: matam-se muito mais negros do que brancos, mesmo.

44% DOS CASOS DE ASSASSINATOS DE HOMOSSEXUAIS DO MUNDO OCORRERAM EM TERRITÓRIO BRASILEIRO.

E esse é só o princípio da discussão sobre a intolerância no Brasil. Somente em 2015, tivemos um aumento de 633% dos casos de xenofobia, sendo que somente 1% destes resultaram em processo judicial. No Congresso Nacional, um deputado deu seu voto sobre o impeachment homenageando um torturador em rede nacional. Até junho de 2016, tivemos mais de 50 casos de linchamentos registrados. Pastores estimulam fiéis em favor da intolerância contra o público LGBT. Quer mais? Negros continuam recebendo salários menores do que os dos brancos. E em um ranking com 83 países, o Brasil aparece em quinto lugar no número de homicídios de mulheres. Também percebemos, já faz tempo, que expressões intolerantes se tornaram mais comuns com a ascensão das redes sociais. E é delas que vamos falar agora. 


TEXTO II – CONTINUAÇÃO...


INTOLERÂNCIAS VISÍVEIS E INVISÍVEIS – NÃO SOU INTOLERANTE, MAS... 


Tolerar o próximo significa conseguir manter uma relação positiva mesmo com pessoas completamente diferentes de você. Aceitar um elemento diferente da sua cultura, moral, ideologias ou padrões estéticos é essencial para o convívio pacífico em sociedade. Dentre as diversas formas de intolerância, destacamos aquelas visíveis, atos facilmente percebidos como preconceituosos ou discriminatórios, e aquelas invisíveis, atos de discriminação velada, implícita em algum comentário ou comportamento, que muitas vezes passa despercebido por aqueles que não sentem na pele esse tipo de preconceito.

Qual a diferença prática entre o preconceito visível e o invisível? Como podemos localizá-lo? Como podemos saber se estamos sendo preconceituosos se muitas vezes nem percebemos que estamos discriminando alguém? Muita calma: a desconstrução de preconceitos velados não é fácil nem rápida, mas é preciso que tenhamos capacidade de perceber que comentários e atitudes podem causar grandes estragos sobre outras pessoas, que têm sentimentos e se ofendem, assim como você. As intolerâncias visíveis são fáceis de serem identificadas, elas têm alvo explícito e direto. A intolerância feita de maneira direta, para alguém em específico ou para uma figura pública, corresponde a 72% dos casos (mesmo número no gráfico anterior), revelando que esse tipo de intolerância, na maioria dos casos, possui um alvo.

Mas e a intolerância invisível? Ela se esconde em casos cotidianos, e, muitas vezes, nem nos damos conta de nosso comportamento ou comentário preconceituoso. Uma professora manda um bilhete para a mãe de uma de suas alunas negras dizendo que a garota ficaria mais bonita se “abaixasse” o cabelo. O jovem diz para uma pessoa mais velha que ela “já não tem mais idade para certas coisas”. O homem que atravessa a rua ao ver mendigos na sua frente. Quem diz que Bolsa Família é esmola. Os pais que não querem que seu filho brinque com uma criança adotada por homossexuais. E por aí vai.

TOLERAR O PRÓXIMO SIGNIFICA CONSEGUIR MANTER UMA RELAÇÃO POSITIVA MESMO COM PESSOAS COMPLETAMENTE DIFERENTES DE VOCÊ.

Sem ofensas diretas, sem frases odiosas e sem grande alarde, comentários e atitudes como esses são reproduzidos incessantemente no nosso dia a dia, passando muitas vezes despercebidos, e contribuindo para a contínua perpetuação de barreiras e distâncias sociais.

A intolerância, visível ou invisível, está presente em nosso cotidiano: em nossas relações de trabalho e consumo, nos estereótipos que a mídia nos empurra goela abaixo, estruturada em um Estado que pune os mais pobres, implícita em discursos de líderes religiosos, explícita em projetos de lei que querem abolir a discussão de gênero na educação (e a lista, infelizmente, só cresce).

Desconstruir intolerâncias e preconceitos não é nada fácil, mas tornar explícita a intolerância daquilo que é cotidiano, daquilo ao qual não damos o devido valor, é o primeiro passo em busca de uma sociedade mais igualitária e menos segregadora.

Em: https://www.comunicaquemuda.com.br/dossie/nao-sou-intolerantemas/ 

No trecho “Enquanto o número bruto de assassinatos de brancos caiu de 19.846 em 2002 para 14.928 em 2012...”, a conjunção, em destaque, apresenta uma polissemia semântica que exerce valor de: 
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Ano: 2022 Banca: FCC Órgão: PGE-AM Prova: FCC - 2022 - PGE-AM - Assistente Procuratorial |
Q1903203 Português

Atenção: Leia a crônica “Cobrança”, de Moacyr Scliar, para responder à questão.


Empresas de cobrança usam técnicas abusivas, como tornar pública a dívida (1º parágrafo).

No trecho acima, o termo sublinhado introduz

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Q1902680 Português
Texto CB1A1-I

    Não é preciso temer as máquinas, à maneira do Exterminador do futuro, para se preocupar com a sobrevivência da democracia em um mundo dominado pela inteligência artificial (IA). No fim das contas, a democracia sempre teve como alicerces os pressupostos de que nosso conhecimento do mundo é imperfeito e incompleto; de que não há resposta definitiva para grande parte das questões políticas; e de que é sobretudo por meio da deliberação e do debate que expressamos nossa aprovação e nosso descontentamento.

Em certo sentido, o sistema democrático tem se mostrado capaz de aproveitar nossas imperfeições da melhor maneira: uma vez que de fato não sabemos tudo, e tampouco podemos testar empiricamente todas as nossas suposições teóricas, estabelecemos certa margem de manobra democrática, uma folga política, em nossas instituições, a fim de evitar sermos arrastados pelos vínculos do fanatismo e do perfeccionismo.

     Agora, novas melhorias na IA, viabilizadas por operações massivas de coleta de dados, aperfeiçoadas ao máximo por grupos digitais, contribuíram para a retomada de uma velha corrente positivista do pensamento político. Extremamente tecnocrata em seu âmago, essa corrente sustenta que a democracia talvez tenha tido sua época, mas que hoje, com tantos dados à nossa disposição, afinal estamos prestes a automatizar e simplificar muitas daquelas imperfeições que teriam sido — deliberadamente — incorporadas ao sistema político.

     Dessa forma, podemos delegar cada vez mais tarefas a algoritmos que, avaliando os resultados de tarefas anteriores e quaisquer alterações nas predileções individuais e nas curvas de indiferença, se reajustariam e revisariam suas regras de funcionamento. Alguns intelectuais proeminentes do Vale do Silício até exaltam o surgimento de uma “regulação algorítmica”, celebrando-a como uma alternativa poderosa à aparentemente ineficaz regulação normal.

Evgeny Morozov. Big Tech. A ascensão dos dados e a morte da política.
São Paulo: Ubu Editora, 2018, p. 138-139 (com adaptações).

Com relação a aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, julgue o seguinte item.


No segundo período do terceiro parágrafo, o vocábulo “afinal” confere sentido conclusivo à oração que introduz.

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Q1901804 Português

Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados na questão.



(Disponível em: https://climainfo.org.br/2022/11/22 – texto especialmente adaptado para esta prova). 

Assinale a alternativa cujos conectores substituem, correta e adequadamente, ‘À medida que’ (l. 11) e ‘mas’ (l. 50), mantendo o sentido que têm no texto.
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Q1901564 Português
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados na questão. 

Como seriam as coisas se a humanidade tratasse
a mudança climática como uma emergência real

Por Jason Hickel




(Disponível em: https://climainfo.org.br/2022/11/22 – texto especialmente adaptado para esta prova).
Assinale a alternativa cujos conectores substituem, correta e adequadamente, ‘À medida que’ (l. 11) e ‘mas’ (l. 50), mantendo o sentido que têm no texto.
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Q1901294 Português

TEXTO 1


Em meio à tragédia da pandemia, que já matou mais de 600 mil brasileiros, provocou a falência de empresas, desempregou milhões de chefes de famílias, mergulhou o país em uma crise econômica sem precedentes e elevou fake news e o culto à ignorância a patamares nunca imaginados, é possível destacar um aspecto alentador e surpreendente: a retomada do prazer da leitura. Com o isolamento social, parte dos brasileiros teve mais tempo disponível e pôde, como havia tempo não acontecia, se reencontrar com o universo ultradimensional dos livros – capazes de abrir portas tanto para as mais diversas formas de entretenimento quanto para o conhecimento sem fronteiras, ilimitado.

O primeiro momento da crise sanitária foi de caos; muitas livrarias físicas tiveram que paralisar as atividades ou simplesmente quebraram. Mas, em uma segunda etapa, os livros passaram a ser comprados pela internet, e as vendas cresceram, contra todas as expectativas pessimistas. Segundo pesquisa divulgada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), entre janeiro e setembro de 2021, foram vendidos 36,1 milhões de exemplares de livros, aumento de 39% em comparação com o mesmo período de 2020.

É preciso considerar que as aquisições foram baixas em 2020, ponto de referência para a comparação. No entanto, mesmo assim, o aumento de 2021 é significativo em relação a 2019, antes da pandemia, com todo o desestímulo e o prejuízo que o culto à ignorância, tão em voga nos tempos atuais, impõem à cultura. O Ministério da Economia chegou a acenar com a possibilidade de considerar o livro um artigo de luxo e eliminar a isenção de impostos. Isso representaria um aumento de cerca de 20% no preço dos livros para o consumidor.

É absurdo considerar o livro um artigo de luxo. Artigos de luxo são iates, jatinhos, helicópteros, casacos de pele, grandes fortunas escondidas em paraísos fiscais para ficarem livres de impostos. Que o luxo inalcançável a 99% dos brasileiros seja taxado, mas deixem o livro em paz. Ser leitor é uma pré-condição imprescindível para a educação e para a cidadania. O mundo do trabalho na era da informação é fundado no conhecimento. Se o Estado dificulta o acesso dos cidadãos ao conhecimento, a consequência é um aumento ainda maior da desigualdade social. 

(...)

Reforçando: a decisão de taxar livros afetaria a educação, a cultura, o trabalho e a economia. Prejudicaria alunos de graduação, de pós-graduação e professores. Facilitar o acesso ao livro é um item essencial de uma agenda para o desenvolvimento sustentável. Parece que o governo quer que os pobres sejam também pobres de espírito. Veja, por exemplo, três obras que se confrontam diretamente com as mazelas políticas da atualidade: 1984, de George Orwell, O rinoceronte, de Eugene Ionesco, e O inimigo do povo, de Henrik Ibsen.

Na ficção distópica 1984, um dos clássicos mais vendidos durante a pandemia, a novilíngua do regime despótico reza: "guerra é paz", "liberdade é escravidão" e "ignorância é força". Parece um pesadelo real. O negacionismo também está no cerne da peça O inimigo do povo, que coloca em cena o drama de um cientista execrado publicamente porque denuncia o envenenamento de um balneário que garante a sobrevivência de uma cidadezinha do interior. Ele se torna um inimigo público. E, finalmente, na peça O rinoceronte, temos cidadãos respeitáveis, fascinados pelo efeito manada, que se transmutam em paquidermes ferozes. Como se vê, a leitura de livros é um dos principais antídotos contra o negacionismo da ciência, a ignorância e a manipulação das fake news, pragas que assolam o país e o planeta.


Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2021/12/4973305-o-livro-liberta.html. Acesso em 03.jan.2022

Releia: “É preciso considerar que as aquisições foram baixas em 2020, ponto de referência para a comparação. No entanto, mesmo assim, o aumento de 2021 é significativo em relação a 2019 (...)”. O sentido desse trecho estará mantido se o conectivo em destaque for substituído por:
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Q1900742 Português
“O médico contempla o homem em toda a sua fraqueza; o advogado, em toda a sua maldade; e o sacerdote, em toda a sua estupidez.” Schopenhauer
Sobre a estruturação e o significado desse pensamento, assinale a observação inadequada.
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Q1900500 Português
Assinale a alternativa cujo termo destacado esteja empregado de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa.
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Q1899538 Português
Observe a seguinte frase:
“O neurótico constrói um castelo no ar. O psicótico mora nele. O psiquiatra cobra o aluguel.”
(Jerome Lawrence) Se trocarmos a pontuação entre as frases por conectivos, a forma adequada será: 
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Q1896588 Português

Leia o texto.

Marcela

Gastei trinta dias para ir do Rocio Grande ao coração de Marcela, não já cavalgando o corcel do cego desejo, mas o asno da paciência, a um tempo manhoso e teimoso. (…)

Teve duas fases a nossa paixão, ou ligação, ou qualquer outro nome, que eu de nomes não curo; teve a fase consular e a fase imperial. Na primeira, que foi curta, regemos o Xavier e eu, sem que ele jamais acreditasse dividir comigo o governo de Roma; mas, quando a credulidade não pôde resistir à evidência, o Xavier depôs as insígnias, e eu concentrei todos os poderes na minha mão: foi a fase cesariana. Era o meu universo; mas, ai triste! não o era de graça. Foi-me preciso coligir dinheiro, multiplicá-lo, inventá-lo. Primeiro explorei as larguezas de meu pai; ele dava-me tudo o que lhe pedia, sem repreensão, sem demora, sem frieza; dizia a todos que eu era rapaz e que ele o fora também. Mas a tal extremo chegou o abuso, que ele restringiu um pouco as franquezas, depois mais, depois mais. Então recorri a minha mãe, e induzi-a a desviar alguma cousa (sic), que me dava às escondidas. Era pouco; lancei mão de um recurso último: entrei a sacar sobre a herança de meu pai, a assinar obrigações, que devia resgatar um dia com usura. Machado de Assis.

Memórias Póstumas de Brás Cubas. Excerto.

Assinale a alternativa correta.
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Q1896139 Português

Leia o texto a seguir para responder à questão.

Canção da América

Amigo é coisa pra se guardar

debaixo de sete chaves,

dentro do coração,

assim falava a canção que na América ouvi,

mas quem cantava chorou ao ver seu amigo partir,

mas quem ficou, no pensamento voou,

com seu canto que o outro lembrou.

E quem voou no pensamento ficou

com a lembrança que o outro cantou.

Amigo é coisa pra se guardar

no lado esquerdo do peito,

mesmo que o tempo e a distância digam não,

mesmo esquecendo a canção.

O que importa é ouvir a voz que vem do coração.

Pois seja o que vier,

venha o que vier,

qualquer dia, amigo, eu volto a te encontrar

qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar.

(Milton Nascimento)

No trecho – Pois, seja o que vier, venha o que vier... – a palavra destacada expressa sentido de
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Q1894641 Português

Em todos os segmentos abaixo, foram suprimidos os conectores lógicos que faziam ligações entre os segmentos.


A opção em que um conector lógico estabelece uma relação lógica adequada ao contexto, independentemente de modificações na construção, é:

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Q1893814 Português

Um comentário crítico sobre um filme dizia: “O filme é bom, MAS um pouco lento e monótono!”.

A frase abaixo em que o termo MAS apresenta idêntico significado ao desse caso é: 

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Ano: 2021 Banca: IBADE Órgão: ISE-AC Prova: IBADE - 2021 - ISE-AC - Agente Socioeducativo |
Q1892909 Português
Leia o texto abaixo e responda ao que se pede.

       Comer bem te faz mais feliz
 
         Já ficou mais feliz depois de comer chocolate ou ainda mais irritado por causa de um desconforto digestivo? Saiba que a conexão entre o seu humor e a sua alimentação pode ser a resposta para isso.
       Estudos mostram uma correlação inversa entre uma dieta rica em açúcares refinados e uma função cerebral prejudicada - até mesmo uma piora dos sintomas de transtornos de humor, como a depressão. Mas o responsável pela sensação de bem-estar não é apenas o cérebro. É no intestino que cerca de 95% da serotonina, conhecida como hormônio da felicidade, é produzida a partir dos alimentos.
     Esse neurotransmissor – que atua no cérebro, estabelecendo comunicação entre as células nervosas, e pode também ser encontrado no sistema digestivo e nas plaquetas do sangue – ajuda a regular o sono e o apetite, a mediar o humor e a inibir a dor. Como a produção da serotonina é no trato gastrointestinal, faz sentido que o funcionamento do sistema digestivo, além de digerir os alimentos, ajude a guiar as emoções.
        Segundo o psiquiatra e professor de pós-graduação da PUC-Rio, Marcus Schwartz, o humor é definido como um estado de espírito, uma sensação generalizada que pode variar normalmente em todos os indivíduos. “No entanto, algumas pessoas apresentam transtornos do humor. Nesses casos, tratam-se de doenças, em que as variações são muito acentuadas, podendo ser uma exaltação ou uma oscilação muito para baixo do humor, o que caracteriza a depressão. Assim, essas doenças requerem tratamentos”, alerta. 
           Em parte, o humor é determinado pelo tipo de flora bacteriana que coloniza o intestino. O órgão é o lar de mais de 500 espécies diferentes desses micro-organismos, que podem afetar o cérebro, processo conhecido como eixo intestino-cérebro. Tais bactérias são necessárias para nos manter saudáveis. Porém, nem todas as espécies são amigáveis. (...)


Fernanda Taveira
No período “Como a produção da serotonina é no trato gastrointestinal, faz sentido que o funcionamento do sistema digestivo, além de digerir os alimentos, ajude a guiar as emoções.”, o conectivo empregado introduz uma oração, cujo valor semântico é o de:
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Q1891540 Português
Leia o texto abaixo para responder à questão.


    Ser escritora no Brasil significa enfrentar desafios simultâneos. O primeiro deles é a entrada no campo literário dominado historicamente por homens brancos, héteros e de classe média. Esse é o obstáculo cultural e social que, ao longo dos anos e de forma lenta, vai sendo superado com o surgimento de mais e mais autoras. Ao mesmo tempo, existe no plano estético o peso da figura de Clarice Lispector, a “poeta forte” na literatura brasileira contemporânea, para usar uma ideia de Harold Bloom.[...]

    Carola Saavedra refletiu recentemente sobre o fantasma clariceano nas letras brasileiras e sobre a existência ou não da “escrita feminina”. É um debate reivindicado por quem está em busca de novos olhares no campo literário, mas que atiça o conservadorismo assustado com as mudanças. Homens temem a perda do lugar de fala, o monopólio da ideia de universal, de escrever para todos.

    “O conceito de escrita feminina parte de uma premissa essencialista ao enxergar na produção de autoras um estilo próprio feminino, isto é, as mulheres escreveriam como mulheres por possuírem um corpo de mulher e terem uma experiência única ligada a esse corpo”, nota a autora “Com armas sonolentas — um romance de formação” (2018). “A teoria da escrita feminina acabou se tornando por muito tempo o grande calcanhar de Aquiles das escritoras, porque, ao se pressupor a existência de uma escrita feminina, dava-se a toda a sua produção um caráter de literatura inferior, de menor qualidade. O outro da norma, o segundo sexo.” [...]

    Como leitor interessado e não especialista em questões femininas, fico pensando se um homem teria condições de enxergar, de absorver e de interpretar o mundo para escrever o romance “Conto da Aia”, de Margaret Atwood, ou a análise histórica “Calibã e a Bruxa: Mulheres, Corpos e Acumulação Primitiva”, de Silvia Federici. Tampouco consigo imaginar um escritor construindo a intricada amizade de Lila e Lenu nos quatros livros da série napolitana de Elena Ferrante, com os jogos de ciúme, de disputas, de solidariedade e de laços que parecem indestrutíveis entre as personagens.


VIEIRA, Enio. Disponível em: https://www.revistabula.com/43439-clarices-carolinas-e-hildas-um-mapa-das-escritoras-brasileirascontemporaneas/. Acesso em: 31 ago. 2021. (Fragmento)
Assinale a alternativa, cuja troca do termo negritado implica necessariamente alteração do sentido, no trecho “Tampouco consigo imaginar um escritor construindo a intricada amizade de Lila e Lenu nos quatros livros da série napolitana de Elena Ferrante [...]”.
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Q1891536 Português
Leia o texto abaixo para responder à questão.


     [...] As sacolas de algodão se tornaram uma forma de marcas, de lojas e de supermercados enviarem a mensagem de que são amigas do planeta ou, pelo menos, mostrarem que as empresas estão conscientes do uso excessivo de plástico nas embalagens. [...]

    A adoção generalizada de sacolas de algodão pode, na verdade, ter criado um novo problema.

    Uma sacola de tecido orgânico precisa ser usada 20 mil vezes para compensar seu impacto geral de produção, segundo um estudo de 2018 do Ministério do Meio Ambiente e Alimentos da Dinamarca. Isso equivale ao uso diário durante 54 anos de apenas uma sacola. [...]

    Descartar uma sacola de uma maneira de baixo impacto ambiental não é tão simples quanto se imagina e apenas 15% dos 30 milhões de toneladas de algodão produzidas por ano realmente chegam a depósitos têxteis.

    Mesmo quando uma sacola chega a uma usina de reciclagem, a maioria das tintas usadas para pintar os logotipos nelas têm base de PVC, portanto não são recicláveis; são "extremamente difíceis de decompor quimicamente", disse Christopher Stanev, fundador da Evrnu, firma de reciclagem têxtil baseada em Seattle (noroeste dos EUA). [...]

    Transformar tecido velho em novo é quase tão intensivo no uso de energia quanto fabricá-lo. "A maior pegada de carbono dos têxteis ocorre na fábrica", disse Bédat.

    O dilema da sacola de algodão, segundo Laura Balmond, gerente de projeto da campanha Make Fashion Circular, da Fundação Ellen MacArthur, é "realmente um bom exemplo das consequências imprevistas de pessoas que tentam fazer escolhas positivas, mas não entendem a paisagem completa". [...]

    Sacolas de algodão existem há muito tempo no comércio de luxo [...]. Artigos que nem precisam de proteção contra poeira, como prendedores elásticos para cabelos, tampões orgânicos e produtos para limpeza facial hoje vêm envoltos em um "sleeping-bag". "É simplesmente embalagem sobre embalagem", disse Bédat.

    Isso não quer dizer que o algodão seja pior que o plástico ou que os dois devam ser comparados. Enquanto o algodão pode usar pesticida (se não for cultivado de forma orgânica) e secar rios pelo consumo de água, os sacos plásticos leves usam combustíveis fósseis que emitem gases, não são biodegradáveis e entopem os oceanos.

     Ao comparar os dois materiais, "acabamos em um 'achismo' ambiental que deixa os consumidores com a ideia de que não há solução", disse Melanie Dupuis, professora de estudos ambientais e ciência na Universidade Pace. [...]

   Afinal, a solução mais simples talvez seja a mais óbvia. "Nem todo produto precisa de uma sacola", disse a designer Rachel Comey.


Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2021/08/dificuldade-no-descarte-torna-sacolas-de-algodao-novo-problema-ambiental.shtml.

Acesso em: 31 ago. 2021. (Fragmento adaptado)
Segundo análise dos termos destacados nas proposições, assinale a alternativa correta. 
Alternativas
Ano: 2021 Banca: UFU-MG Órgão: UFU-MG Prova: UFU-MG - 2021 - UFU-MG - Nutricionista |
Q1891501 Português
      A pandemia obrigou muitas pessoas a transformar a casa em escritório. E quanto mais horas dentro do lar, mais barulho. Isso pode parecer até contraditório em um primeiro momento, mas o barulho que vem dos alto-falantes está afetando você lentamente.
      E se você usa fones de ouvido ou um headset completo por muitas horas, o problema pode começar a se agravar mais rápido do que você imagina.
      “O barulho em excesso, ao longo do tempo, pode causar prejuízos cada vez maiores à audição. Dependendo da intensidade, o ruído pode provocar, inclusive, como primeiro sintoma, o zumbido nas orelhas”, explica a fonoaudióloga Marcella Vidal, da empresa de soluções auditivas Telex.
      As reuniões virtuais e as aulas on-line já surgem como parte do problema, juntamente com ouvir música alto ― considere que muita gente trabalha no home office, ouvindo música em um volume mais intenso. [...] 
SOUSA FILHO, Fernando. Disponível em: https://www.terra.com.br/economia/home-office-e-aula-online-afetam-audicao-sem-voce-saber,53aba6a87547382f9a64eb85b78e568azz7zkpr6.html. Acesso em: 21 set. 2021. (Fragmento)

De acordo com o texto, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Ano: 2021 Banca: UFU-MG Órgão: UFU-MG Prova: UFU-MG - 2021 - UFU-MG - Nutricionista |
Q1891495 Português

Leia o texto abaixo para responder à questão.



      O futuro é uma ideia nova na humanidade. Nós nunca tivemos futuro.[...]


      O tempo é um conceito que se declina de várias formas. Física, biológica — envelhecimento celular —, cosmológica, histórica, mitológica, estética, a duração da autopercepção subjetiva — o tempo existencial —, social, enfim, muitas formas.


      Aqui me interessa apenas uma dessas formas: o tempo sociológico, aquele que nasce das interações sociais e materiais que vão submetendo o cotidiano a esse processo.[...]


      Durante milênios, “nada” aconteceu em termos de tempo sociológico porque o tempo social era parado. Nenhuma grande mudança tirava o homo sapiens da sua condição prioritariamente natural.


      Para o tempo social acontecer, se fazem necessárias transformações relevantes nos âmbitos da técnica e da gestão da vida, da sobrevivência e da reprodução. E isso demorou muito a ocorrer em nossa pré-história e história. Sem o fogo de Prometeu, não teríamos o tempo social de fato. [...]


      Mas, mesmo nossa experiência concreta da natureza hoje é mediada pelo tempo social. O debate sobre sustentabilidade e sofrimento do planeta é um debate sobre nossa natureza social e técnica em interação com a natureza do planeta. Aquilo que os estoicos chamavam de logos.


      Nunca tivemos futuro. Caçávamos, plantávamos, nos reproduzíamos, adorávamos divindades, mas nada disso implica um futuro concreto como pensamos hoje. [...] 


      O tempo social só passa quando se impõe como cotidiano. Na modernidade, esse processo se acelerou. Nos últimos anos, mais ainda.


      Isso nos causa vertigem e abre o mercado para todo tipo de picaretagem: inovação, quebra de paradigmas, dirupção, como se tudo isso ocorresse no plano de um encontro corporativo num resort. 


     Não. A aceleração social da vida, fruto da agressividade crescente da técnica, nos faz sangrar.


      Dito de forma metafórica, o futuro é o resultado da técnica socialmente engajada, como um avião, um celular, uma vacina, um projeto de democracia.


      A clássica divisão de história e pré-história, marcada pelo surgimento da escrita e da possibilidade de ler o que nossos antepassados escreviam, e, portanto, saber como viviam no sentido mais largo da expressão anuncia o nascimento do tempo histórico — porque nos apropriamos do que já foi vivido, ou seja, do passado —, mas isso, por si só, não é suficiente para entendermos de modo mais claro o nascimento do futuro.


      O futuro só nasce quando a ideia de progresso se impõe como mais significativa do que a de passado. E isso é moderno, não é bíblico ou milenarista.


      Não evoluímos num ambiente em que existisse futuro à vista. Quem fazia guerra faria guerra sempre, quem dava à luz daria à luz sempre, quem caçava caçaria sempre. Nesse ambiente, não existe futuro.


      O futuro é uma ideia nova na experiência do sapiens. Tão nova que não temos clareza de que ela só existe quando existe a possibilidade mesma do progresso técnico.


      Ainda que esse progresso não seja o controle absoluto do nosso destino, tampouco da natureza, da contingência, nem do Sistema Solar, nosso tempo contemporâneo é devorado pela crença de que o futuro nos espera no horizonte como um dado da própria natureza das coisas.


      O ser do universo é indiferente ao nosso tempo e para ele não existe o nosso futuro. O futuro da natureza das coisas não é o mesmo que o nosso futuro. O nosso é efêmero como tudo o que criamos ao longo de um tempo maior que, de certa forma, nunca passa porque nos ultrapassa.



PONDÉ, Luiz Felipe. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizfelipeponde/2021/02/o-futuro-e-uma-ideia-nova-e-a-eternidade-e-indiferente-ao-sofrimento-humano.shtml>. Acesso em: 17 maio 2021. (Fragmento)

De acordo com o texto, assinale a alternativa INCORRETA. 
Alternativas
Ano: 2022 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Petrobras Provas: CESPE / CEBRASPE - 2022 - Petrobras - Administração | CESPE / CEBRASPE - 2022 - Petrobras - Análise – Transporte Marítimo | CESPE / CEBRASPE - 2022 - Petrobras - Análise – Comércio e Suprimento | CESPE / CEBRASPE - 2022 - Petrobras - Engenharia de Equipamentos – Mecânica | CESPE / CEBRASPE - 2022 - Petrobras - Geofísica – Física | CESPE / CEBRASPE - 2022 - Petrobras - Engenharia de Processamento | CESPE / CEBRASPE - 2022 - Petrobras - Engenharia de Segurança de Processo | CESPE / CEBRASPE - 2022 - Petrobras - Geologia | CESPE / CEBRASPE - 2022 - Petrobras - Geofísica – Geologia | CESPE / CEBRASPE - 2022 - Petrobras - Engenharia de Produção | CESPE / CEBRASPE - 2022 - Petrobras - Engenharia de Equipamentos – Elétrica | CESPE / CEBRASPE - 2022 - Petrobras - Engenharia de Equipamentos – Terminais e Dutos | CESPE / CEBRASPE - 2022 - Petrobras - Engenharia de Equipamentos – Inspeção | CESPE / CEBRASPE - 2022 - Petrobras - Engenharia de Equipamentos – Eletrônica | CESPE / CEBRASPE - 2022 - Petrobras - Engenharia de Petróleo | CESPE / CEBRASPE - 2022 - Petrobras - Analista de Sistemas – Engenharia de Software | CESPE / CEBRASPE - 2022 - Petrobras - Analista de Sistemas – Infraestrutura | CESPE / CEBRASPE - 2022 - Petrobras - Engenharia Ambiental | CESPE / CEBRASPE - 2022 - Petrobras - Engenharia Civil | CESPE / CEBRASPE - 2022 - Petrobras - Engenharia Naval | CESPE / CEBRASPE - 2022 - Petrobras - Engenharia de Segurança do Trabalho | CESPE / CEBRASPE - 2022 - Petrobras - Economia | CESPE / CEBRASPE - 2022 - Petrobras - Ciência de Dados | CESPE / CEBRASPE - 2022 - Petrobras - Analista de Sistemas – Processos de negócio |
Q1890991 Português
      Alguns linguistas acreditam que o Homo erectus, há mais ou menos 1 milhão e meio de anos, já tinha uma linguagem. Os argumentos que eles dão são que o Homo erectus tinha um cérebro relativamente grande e usava ferramentas de pedra primitivas, porém bastante padronizadas. Essa hipótese pode ser verdadeira, mas pode também estar bem longe do correto.

      O uso de ferramentas certamente não requer linguagem. Chimpanzés usam galhos como ferramentas para caçar cupins, ou pedras para quebrar nozes. Obviamente, mesmo as ferramentas mais primitivas do Homo erectus (pedras lascadas) são muito mais sofisticadas que qualquer coisa usada por chimpanzés, mas ainda assim não há uma razão convincente para crer que essas pedras não pudessem ter sido produzidas sem linguagem. 

      O tamanho do cérebro é igualmente problemático como indicador da presença de linguagem, porque ninguém tem uma boa ideia de quanto cérebro exatamente é necessário para a linguagem. Além disso, a capacidade para a linguagem pode ter permanecido latente no cérebro por milhões de anos, sem ter sido de fato colocada em uso.


Guy Deutscher. O desenrolar da linguagem. Renato Basso e Guilherme Henrique May (Trad.). Campinas: Mercado de Letras, 2014, p. 28-29 (com adaptações). 
A respeito das ideias, dos sentidos e aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se segue.  

A expressão “Além disso” (terceiro parágrafo) introduz o argumento mais forte apresentado pelo autor do texto para comprovar sua tese acerca do surgimento da linguagem humana.
Alternativas
Respostas
701: B
702: B
703: E
704: E
705: C
706: C
707: D
708: C
709: C
710: B
711: A
712: B
713: A
714: A
715: E
716: D
717: A
718: A
719: B
720: E