Questões de Português - Variação Linguística para Concurso

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Q1394606 Português

    A língua portuguesa encontra-se em constante alteração, evolução e atualização, não sendo um sistema estático e fechado. O uso faz a regra e os falantes usam a língua de modo a suprir suas necessidades comunicativas, adaptando-a conforme suas intenções e necessidades.

    Sendo uma sociedade complexa, formada por diferentes grupos sociais, com diferentes hábitos linguísticos e diferentes graus de escolarização, ocorrem variações na língua, principalmente de caráter local, temporal e social.

    Nem todas as variações linguísticas usufruem do mesmo prestígio, sendo algumas consideradas menos cultas. Contudo, todas as variações devem ser encaradas como fator de enriquecimento e cultura e não como erros ou desvios.

    Fonte: http://www.normaculta.com.br/ variacoes-linguisticas/

    

Ao se tratar de variação linguística, é viável falar a respeito do conceito de norma. Castilho (2002) denomina um conceito amplo e um conceito estrito de norma. Esse conceito mais estrito é que seria de maior interesse por entender-se como os usos e as atitudes de uma classe social de prestígio distinguindo-se como norma objetiva, norma subjetiva e norma prescritiva, esta última encarada e difundida pela escola como sendo a representação única e exata da língua.

    O autor denomina norma objetiva, ou padrão real como a linguagem efetivamente praticada pela classe social de prestígio, a qual se define também como a classe que tem os maiores níveis de escolaridade, identificando-se como a classe culta. A variedade da língua utilizada pelas pessoas deste nível social, linguisticamente, não é superior aos outros dialetos, porém é o que tem maior prestígio, pois corresponde à importância que se dá à classe social do falante. A norma subjetiva, ou padrão ideal, segundo Castilho, é a atitude que o falante assume para com a norma objetiva, ou seja, corresponde ao dialeto que as pessoas esperam que os outros falem em determinadas situações de interação, e a norma prescritiva é assumida pelo autor como a combinação entre o que ele chamou de norma objetiva e norma subjetiva, isto é, são os usos linguísticos da classe social de prestígio, identificados como o ideal de perfeição da linguagem.

    (...)

    (...) fica claro que não se pode falar ou querer que as pessoas utilizem apenas uma única norma linguística, já que estas refletem os usos da língua de grupos que se unem em torno de diversos valores: sociais, culturais, religiosos e que é responsável também pela identificação que existe entre os indivíduos que compõem esse grupo, o que, porém, não impede que as pessoas desse grupo entrem em contato e sofram influências das normas utilizadas em outras instâncias da sociedade. 

    (...)

    É importante ressaltar que a norma culta é mais uma variedade da língua e, como tal, é também bastante heterogênea e está longe de cumprir os ideais linguísticos de correção gramatical, além de também ser fortemente influenciada pelas normas populares.

    (...)

    Lucchesi (2002) afirma que a realidade linguística brasileira não é apenas heterogênea, mas é também polarizada, definindo-se dentro desse sistema heterogêneo do português dois outros sistemas também heterogêneos e variáveis que são a norma culta e a norma vernácula ou popular.

Fonte: Texto adaptado: http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:wR-lHnSQ77akJ:www.letramagna.com/artigo19_XII.pdf+&cd=9&hl=p-t-BR&ct=clnk&gl=br&client=firefox-b

A variação linguística é um fenômeno característico de qualquer língua natural. Nenhuma língua é homogênea e uniforme. A língua existe exclusivamente no conjunto das variedades que a constituem. Essa heterogeneidade constituída NÃO está diretamente relacionada com
Alternativas
Q1394605 Português

    A língua portuguesa encontra-se em constante alteração, evolução e atualização, não sendo um sistema estático e fechado. O uso faz a regra e os falantes usam a língua de modo a suprir suas necessidades comunicativas, adaptando-a conforme suas intenções e necessidades.

    Sendo uma sociedade complexa, formada por diferentes grupos sociais, com diferentes hábitos linguísticos e diferentes graus de escolarização, ocorrem variações na língua, principalmente de caráter local, temporal e social.

    Nem todas as variações linguísticas usufruem do mesmo prestígio, sendo algumas consideradas menos cultas. Contudo, todas as variações devem ser encaradas como fator de enriquecimento e cultura e não como erros ou desvios.

    Fonte: http://www.normaculta.com.br/ variacoes-linguisticas/

    

Ao se tratar de variação linguística, é viável falar a respeito do conceito de norma. Castilho (2002) denomina um conceito amplo e um conceito estrito de norma. Esse conceito mais estrito é que seria de maior interesse por entender-se como os usos e as atitudes de uma classe social de prestígio distinguindo-se como norma objetiva, norma subjetiva e norma prescritiva, esta última encarada e difundida pela escola como sendo a representação única e exata da língua.

    O autor denomina norma objetiva, ou padrão real como a linguagem efetivamente praticada pela classe social de prestígio, a qual se define também como a classe que tem os maiores níveis de escolaridade, identificando-se como a classe culta. A variedade da língua utilizada pelas pessoas deste nível social, linguisticamente, não é superior aos outros dialetos, porém é o que tem maior prestígio, pois corresponde à importância que se dá à classe social do falante. A norma subjetiva, ou padrão ideal, segundo Castilho, é a atitude que o falante assume para com a norma objetiva, ou seja, corresponde ao dialeto que as pessoas esperam que os outros falem em determinadas situações de interação, e a norma prescritiva é assumida pelo autor como a combinação entre o que ele chamou de norma objetiva e norma subjetiva, isto é, são os usos linguísticos da classe social de prestígio, identificados como o ideal de perfeição da linguagem.

    (...)

    (...) fica claro que não se pode falar ou querer que as pessoas utilizem apenas uma única norma linguística, já que estas refletem os usos da língua de grupos que se unem em torno de diversos valores: sociais, culturais, religiosos e que é responsável também pela identificação que existe entre os indivíduos que compõem esse grupo, o que, porém, não impede que as pessoas desse grupo entrem em contato e sofram influências das normas utilizadas em outras instâncias da sociedade. 

    (...)

    É importante ressaltar que a norma culta é mais uma variedade da língua e, como tal, é também bastante heterogênea e está longe de cumprir os ideais linguísticos de correção gramatical, além de também ser fortemente influenciada pelas normas populares.

    (...)

    Lucchesi (2002) afirma que a realidade linguística brasileira não é apenas heterogênea, mas é também polarizada, definindo-se dentro desse sistema heterogêneo do português dois outros sistemas também heterogêneos e variáveis que são a norma culta e a norma vernácula ou popular.

Fonte: Texto adaptado: http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:wR-lHnSQ77akJ:www.letramagna.com/artigo19_XII.pdf+&cd=9&hl=p-t-BR&ct=clnk&gl=br&client=firefox-b

De acordo com os textos e com os estudos sociolinguísticos, assinale a alternativa INCORRETA.
Alternativas
Q1390967 Português
NÃO E NÃO
Antônio Prata

    Assistindo a "Nemo" pela quinquagésima nona vez, meu filho enfia o dedo no nariz. "Não, filhote, dedo no nariz não pode", digo – e sou tomado por um desconforto.
   Alguns nãos eu falo com convicção: não pode mamar às três da manhã, não pode regar o aparelho da Net, não pode comer bola de gude, por mais que elas insistam em imitar lindas uvas ou jabuticabas. Essas não são proibições vazias: se meus filhos não tivessem só dois e três anos, eu lhes explicaria direitinho as razões.
    "Não pode mamar às três da manhã, porque se tiver tudo que quiser a hora que bem entender você vai crescer achando que a vida é um Club Med 'allinclusive' e quando o mundo começar a te negar todas as mamadeiras que inevitavelmente te negará você vai ficar deprimidíssima e desorientada e vai terminar viciada em crack, em Negresco com Nutella ou coisa pior, tipo bingo – então abraça esse coelhinho e vamos dormir bem gostoso até amanhã, tá?" 
    "Não pode regar o aparelho da Net, porque ele é elétrico e vai causar um curto circuito e talvez pegue fogo no prédio e embora eu entenda que você queira regar todos os objetos à sua volta com o regador da vovó Tuni pra ver se eles crescem ou florescem, melhor se restringir ao vaso de girassol. (Além do mais, te garanto por experiência própria que os botões do aparelho da Net não são do tipo que se abrem em flores)."
    "Não pode comer bola de gude porque, embora o Homo sapiens seja onívoro, na ampla lista que inclui alface, boi, ouriço, ovo, alga, cogumelo e gafanhoto, não se encontra o vidro."
    Com relação a enfiar o dedo no nariz, contudo... Convenhamos: eu, você, o papa Francisco e o Wesley Safadão enfiamos, só não saímos por aí, tipo, admitindo aos quatro ventos num grande jornal de circulação nacional. Para ser coerente eu deveria dizer: "Filho: dedo no nariz é uma coisa que todo mundo acha nojento nos outros, mas não em si próprio, de modo que só se faz escondido. Esse é um pacto silencioso da nossa espécie. Um segredo guardado pelos 7 bilhões de habitantes do planeta."
     O problema de tal confissão é que ela me obrigaria a dar um segundo passo. "É o que chamamos de hipocrisia. Muito do que ensinamos a vocês é isso: hipocrisia. Quando a gente fala que tem que emprestar as coisas pros outros, por exemplo. Os adultos não agem assim. Veja: 1 bilhão de adultos têm um monte de coisas e 6 bilhões de adultos não têm porcaria nenhuma, mas esse 1 bilhão não empresta as coisas pros descoisados nem a pau. Quando a gente diz que só ganha sobremesa se comer brócolis, por exemplo, é outra tremenda hipocrisia. Ontem o papai e a mamãe saíram pra jantar e racharam um cheesecake do tamanho de um jabuti depois de comerem x-salada e batata frita, bebendo cerveja. Quando a gente diz que tem que falar sempre a verdade, então, é a maior hipocrisia de todas. A gente mente a torto e a direito. Se todos falassem a verdade teríamos que admitir, por exemplo, que 1 bilhão de pessoas têm todos os brinquedos e não deixam os outros 6 bilhões brincarem, que a Gisele Bündchen põe o dedo no nariz ou que a mamãe do Nemo não está no trabalho, como sempre te digo, ela é devorada por um tubarão na primeira cena do filme, por isso toda vez nós começamos pelo minuto sete. Um mundo assim seria impraticável, não?"
   "Ei, Dani. Tira esse dedo do nariz. Isso."

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/antonioprata/2016/12/1840305-naoe-nao.shtml Acesso em: 14 fev. 2018


Vocabulário
Club Med 'all-inclusive'- hotel luxuoso com tudo incluído. 
Há marcas de oralidade, EXCETO em:
Alternativas
Q1390924 Português

ATENÇÃO: Leia o texto abaixo para responder a questão.



Martha Medeiros

Disponível em: http://saiavip.com.br/a-mulher-e-a-patroa/

Acessado em 29/03/2018

Em Língua Portuguesa, a variação linguística é inegável, principalmente ao se levar em consideração as diversas situações de comunicação, o que perpassa a escolha adequada do gênero de texto, do registro linguístico, do vocabulário específico para cada referente, além da adequação ao interlocutor. Visto que no texto as formas “patroa” e “mulher” não possuem o mesmo conteúdo semântico, assinale a opção que demonstra CORRETA interpretação acerca da variação “pra” e “para” nas construções “Vou ligar pra patroa” e “Vou ligar para minha mulher”.
Alternativas
Q1390846 Português

UM EXEMPLO 

Sírio Possenti 

Publicado em 25 de novembro de 2016

Ref.: https://blogdosirioblog.wordpress.com/ [adaptado] 


    Uma amiga mexicana me mandou uma imagem: dois homens de terno (o terno indica uma classe social que não é a popular) conversam. Um diz: – Me corrigieran “Ler”. O outro responde: – No lo puedo “Crer”. 
    Não me dei conta, imediatamente, do que estava em jogo (tratando-se de outra língua, a presteza nunca é muito grande). Perguntei detalhes (não vou me imolar aqui…). Ela me deu o contexto, que é o seguinte: 
    Um Secretário de Instrución Pública falava a um grupo de alunos em uma escola e os incentivava a “ler” (ele disse “ler” mais de uma vez). Ao final, uma menina o chamou de lado e lhe informou que não se diz “ler”, “pero ‘leer’”. Ele achou graça, elogiou a aluna etc.
    Depois disso é que surgiu a piada narrada no primeiro parágrafo, uma montagem. A graça está no fato de que, na resposta (no lo puedo “crer”), ocorre o mesmo fenômeno que ocorre em “ler”. 
    Que é o seguinte: em espanhol “culto”, as formas do infinitivo destes dois verbos são “leer” e “creer”. O fato de o Secretário dizer “ler” indica, evidentemente, que esta pronúncia está desaparecendo: “ler” e “crer”.
    Observe-se que o fenômeno ocorre nos dois casos, o que favorece a tese dos sociolinguistas que defendem que, nos mesmos contextos, ocorrem as mesmas variações (ou mudanças).
    Observe-se, também, que esta mudança em curso no espanhol (do México, pelo menos), como o indica a fala do secretário, e depois, a montagem com “crer”, já ocorreu no português.
    Mesmo quem não conhece linguística histórica ou não tem um manual que descreva as mudanças ocorridas pode ver o registro em dicionários como o Houaiss, que fornece uma etimologia mínima (eu grifo leer e creer): 
    ler: cf. esp. leer, it. lèggere, fr. lire; ver le- e leg- e as remissivas aí citadas; f.hist. 1258-1261 leer, sXIII liia, sXIII leer, sXIV leendo, sXIV lyi, sXV le, sXV leese, sXV lia
    crer: pelo lat. vulg. *credére > port. arc. creer; ver cred-; f.hist. sXIII creer, sXIII creo, sXIV creyo, sXV crer, sXV creio

    O fato histórico pode ser atestado. E a variação no espanhol deve ser bem óbvia, pelo menos para muitos falantes. Se não fosse, a piada não funcionaria (como não funcionou comigo). 
    Observe-se, também, por muito relevante, que uma aluna de uma escola modesta aprendeu que se deve dizer “leer”.
   É um fato conhecido que instituições diversas (a escola, a imprensa, a própria escrita) retardam mudanças linguísticas. Pode-se apostar que, se essas instituições não existissem, ou se sua política fosse outra, ninguém mais saberia que as formas verbais em questão são (?) “leer” e “creer”. Aliás, para os falantes menos letrados, e mesmo para letrados em situação informal, já não são essas. 
    A piada seria impossível.
    O que seria lamentável. 
Tendo em vista o que se diz no texto, pode-se delimitar como seu conteúdo temático:
Alternativas
Respostas
741: D
742: D
743: D
744: C
745: D