Questões de Concurso Sobre variação linguística em português

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Q1693620 Português
Texto
Licença poética
De acordo com o dicionário Houaiss, o termo “Licença Poética” é definido como a “liberdade de o escritor utilizar construções, prosódias, ortografias, sintaxes não conformes às regras, ao uso habitual, para atingir seus objetivos de expressão”. Está presente na literatura, música e também nas propagandas. Por meio da licença poética, o artista ganha liberdade de expressão e se desprende da normatividade das regras gramaticais e/ou métricas, utilizando, entre outros recursos, versos irregulares, erros ortográficos e/ou gramaticais e rimas falsas. Assim, observa-se uma espécie de erro proposital, empregado para destacar determinado ponto da obra. Entre os exemplos de uso de licença poética, podemos destacar o poema Indivisíveis, de Mário Quintana, que apresenta a seguinte frase: “Meu primeiro amor sentávamos…”. Segundo a norma culta da língua portuguesa, observa-se um erro de concordância verbal, uma vez que o verbo (sentar) deve concordar com o sujeito (Meu primeiro amor). Assim, a forma correta da flexão do verbo deveria ser “sentava” em vez de “sentávamos”, no entanto, o poeta optou em utilizar a primeira pessoa do plural para demarcar simbolicamente a fusão entre o casal de amantes. O poeta Manoel de Barros também utiliza o recurso no trecho: “Gostaria agora de escrever um livro. Usaria o idioma das larvas incendiadas […]”. Nesse caso, ele utiliza a licença poética para criticar a forma como as pessoas costumam usar a linguagem, comparando-a às larvas.
Na letra da música Socorro, de Arnaldo Antunes, percebe-se a presença da licença poética no trecho a seguir: “Meu coração já não bate, só apanha…”. Sabe-se que o coração não é capaz de bater ou apanhar, no entanto, com a utilização do recurso, o autor reforça que em sua vida afetiva está mais acostumado a sofrer do que a ter alegrias. Também encontramos a licença poética em romances, roteiros de novela, textos publicitários, jornalísticos, assim como em todas as outras áreas que envolvam um trabalho direto com a língua. Além de ser utilizada como recurso estético, a licença poética pode ser utilizada para objetivos mais práticos. Por exemplo, quando há uma novela ambientada ou com núcleo formado por personagens estrangeiros, como ocorreu em Caminho da Índias (Rede Globo, 2009), de Glória Perez, surpreendentemente, observa-se que os mesmos falam português perfeitamente. Isso ocorre devido ao pacto ficcional estabelecido entre o público e o autor da obra. Pelo fato dos telespectadores serem muito variados, seria difícil que todos conseguissem acompanhar o ritmo da trama, caso a mesma fosse legendada, o que resultaria, consequentemente, em uma perda de público. Uma vez que as telenovelas visam, em primeiro lugar, a obtenção da audiência, não seria um bom negócio em termos econômicos. Sem falar do tempo, esforço e investimento que devem ser aplicados para ensinar uma língua estrangeira aos atores, que, no momento da veiculação da obra, precisariam apresentar fluência na mesma. Assim, pode-se considerar a licença poética como uma manobra linguística válida para diversos gêneros textuais, que permite aos autores expressarem o que desejam do modo que considerem mais adequado.
Fonte: https://www.infoescola.com/literatura/licenca-poetica, acesso em fevereiro de 2020
Após leitura atenta do Texto e seus conceitos sobre variação linguística, infere-se que:
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Q1693269 Português
Sobre a língua e suas variedades, marque (V) verdadeiro ou (F) falso e assinale a alternativa correta.
( ) Linguagem: qualquer código (sistema de sinais convencionais) por meio do qual os seres humanos podem realizar atos de comunicação. Pode ser verbal (palavras faladas, escritas) ou não verbal (sinais de trânsito, desenho, foto, filme, música).
( ) Língua, ou idioma: forma particular de linguagem utilizada por um determinado povo para se comunicar por meio da palavra falada, ou escrita. Exemplo: Língua Portuguesa, Língua Inglesa.
( ) Uma língua oferece a seus usuários diferentes formas de realização, isto é, diferentes “jeitos de falar e escrever”, e segundo a linguística, não existe uma forma melhor (mais certa), ou pior (mais errada) de empregar uma língua.
( ) A variedade padrão (ou língua culta formal) é apenas uma entre as muitas formas de usar a língua. A escolha da norma-padrão como “modelo a ser seguido” é arbitrária e convencional; baseia-se em critérios ideológicos (sociais, culturais, políticos e econômicos).
( ) Não existe uma “língua única”, que coincida com a variedade padrão. A língua é, na verdade, um conjunto de diferentes variedades linguísticas, associadas às diferentes realidades sociais, econômicas, culturais, regionais, etc, dos falantes que utilizam essas variedades.
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Q1689593 Português

Texto para a questão.

Internet: <https:www.google.com>.

No texto verbal da tirinha, um exemplo de uso coloquial da linguagem é a palavra
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Q1688687 Português

TEXTO III


   Na proposta realista, “o significado de uma expressão linguística é a parcela da realidade que ela identifica”. Tal concepção se baseia no modelo da nomenclatura, que coloca, de um lado, os itens verbais e, de outro, os objetos do mundo por eles nomeados. Por sua vez, a linguagem “é um mero duplo do real, que se baseia em uma correspondência biunívoca e óbvia entre os nomes e as coisas”. 


Disponível em

http://www.leffa.pro.br/tela4/Textos/Textos/Anais/ABRALIN_ 2009/PDF/Ros%C3%A2ngela%20Alves%20dos%20Santos

%20BERNARDINO.pdf. Acesso em 13/09/2020. 


Ao longo do século XX, surgiram as principais correntes linguísticas que hoje são estudadas com mais afinco. A explicação do TEXTO III caracteriza uma dessas teorias, que é classificada como
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Q1688682 Português
Assinale a alternativa que apresenta o tipo de exercício que caracteriza uma atividade epilinguística que o professor poderia aplicar com seus alunos.
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Q1682164 Português
TEXTO 

VOCÊ NÃO PODE TER SEMPRE O QUE QUER

A quarentena surpreendeu a todos. Havíamos recém entrado em março, quando 2020 começaria pra valer, mas em vez de dar início ao cumprimento das resoluções de fim de ano, fomos condenados à prisão domiciliar, mesmo não tendo cometido crime algum. Paciência: ser livre se tornou um delito. Parece injusto, mas chegou a hora de entender que não podemos ter sempre o que queremos.
Gostaríamos muito de rever os amigos e parentes, fazer a viagem planejada, torcer pelo nosso time, ir ao pilates, ao cabeleireiro, tomar uma caipirinha com o crush, comparecer à formaturas e casamentos. Gostaríamos de ver as lojas abertas, o comércio aquecido, os índices da bolsa subindo, o dólar baixando.
Gostaríamos de acreditar que todos os líderes do mundo estão errados e só o nosso presidente está certo. Gostaríamos de ter alguém lúcido e responsável no comando do país. Mas, infelizmente, you can´t always get what you want. Não por acaso, foi essa a música escolhida pelos Rolling Stones em sua participação no comovente One World/Together at home, evento transmitido ao vivo em 18 de abril, onde diversos artistas, personalidades e profissionais da saúde uniram-se online, cada um em sua casa, para lembrar que somos todos absolutamente iguais diante de uma ameaça, e que o distanciamento social é a saída, mesmo que não seja o que a gente quer.
Seu desejo é uma ordem? Não mesmo. Frase cancelada, como canceladas foram as peças de teatro, os jogos de futebol, as liquidações, o happy hour depois do expediente – e o próprio expediente. Aposentadoria antes da hora, por tempo indefinido. Qual será o legado, o que aprenderemos desta experiência?
Que consumir por consumir é uma doença também. Que o céu está mais azul, a vegetação mais verde e o ar mais puro: não somos tão imprescindíveis, a natureza agradece nossa reclusão. Que há muitas maneiras de se comemorar um aniversário, mesmo sozinho em casa: vizinhos cantam em janelas próximas, amigos deixam flores na portaria do prédio, organiza-se uma reunião por aplicativo. Emoção genuína, festa inimitável. E pensar que há quem gaste uma fortuna com decoração de ambiente, DJ da moda e champanhe francês para 500 convidados, e ainda assim não consegue se sentir amado.
Já tivemos, poucos anos atrás, uma greve de caminhoneiros que serviu de ensaio do apocalipse. Pois já não é mais ensaio, é apocalipse now. Não desperdicemos a chance de amadurecer, simplificar, mudar de atitude. De valorizar o coletivo em detrimento do individual. De praticar um novo método de convívio: uns pelos outros, sempre, e não só na hora do aperto. De fazer deste imenso país uma nação mais homogênea, em prol de uma existência menos metida a besta.

(O GLOBO, Marta Medeiros, 2020)
Sobre a linguagem do texto:
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Q1677296 Português
FAMÍLIA É TUDO QUE TEMOS

Afinal, é o grupo do qual participamos a vida toda

    (...)
    E, por falar em família, hoje quase todo mundo acredita que entende desse núcleo e que pode analisá-lo. (...)Há quem acredite que a família está ameaçada de ser destruída ou que já se encontra em estado de falência. Os motivos seriam os mais diversos. O aumento do número de divórcios costuma ser muito citado. Ou a presença da mulher no mercado de trabalho, entre tantas outras causas já apontadas.
    Ocorre que, ao mesmo tempo em que os divórcios crescem, há também recasamentos, e as mulheres que muito precisam ou querem se dedicar ao trabalho remunerado vivem se martirizando pela culpa de estar longe da família por tanto tempo. Isso significa que pertencer a uma família, com todos os bônus e ônus impostos, é essencial.
    (...)
    Não há dúvida de que algumas famílias, ou integrantes delas, recusam a convivência com o grupo, afastam-se para sempre, buscam apagar da memória a existência desse laço primordial. Mesmo essas pessoas procuram formar sua família fora dos laços tradicionais, que são os de sangue e os de aliança. Fazem dos amigos próximos sua família, por exemplo. Elas sentem na pele a importância de pertencer a um grupo e buscam criá-lo, já que enfrentaram impedimentos radicais em sua família de origem.
    A família precisa ser cuidada porque sobrevive dos vínculos afetivos entre todos os seus integrantes, e isso dá trabalho. Mas enfrentar os conflitos que surgem no grupo com amorosidade, compaixão, respeito, generosidade e delicadeza, por exemplo, promove uma vida pessoal e familiar de qualidade.
    (...)

(VEJA de 12 de dezembro de 2018,
edição nº 2612, p.89 – Por Rosely Sayão)  
O item no qual o excerto transcrito apresenta, na expressão em destaque, um registro linguístico que é muito comum na modalidade oral da linguagem é:
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Q1676493 Português

Pai não entende nada


A filha de 14 anos chega para o pai e diz:

- Pai, preciso comprar um biquíni novo.

- Mas filha, você comprou um biquíni no ano passado.

- Ah pai, quero um biquíni novo.

- Filha, teu biquíni é novo. E você nem cresceu tanto assim.

- Mas eu quero, pai.

- Tá bom, filha. Pegue esse dinheiro e compre um biquíni maior.

- Maior não, pai. Menor.

Pai não entende nada mesmo!


Luís Fernando Veríssimo.

A linguagem da crônica tenta aproximar-se da linguagem cotidiana, já que aborda situações comuns no dia a dia das pessoas. Essa intencionalidade muitas vezes faz com que esses textos apresentem desvios gramaticais, por muitas vezes sutis, fazendo com que nem todos percebam essas ocorrências. Assinale a alternativa que explique corretamente o desvio apresentado no excerto abaixo:
- Filha, teu biquíni é novo. E você nem cresceu tanto assim.
Alternativas: 
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Q1675796 Português

Analise o texto abaixo para responder a próxima questão:


O Meu Guri


Quando, seu moço, nasceu meu rebento

Não era o momento dele rebentar

Já foi nascendo com cara de fome

E eu não tinha nem nome pra lhe dar

Como fui levando, não sei lhe explicar

Fui assim, levando, ele a me levar

E na sua meninice Ele um dia me disse que chegava lá


Olha aí!

Olha aí!


Olha aí!

Ai, o meu guri, olha aí!

Olha aí!

É o meu guri e ele chega


Chega suado e veloz do batente

Traz sempre um presente pra me encabular

Tanta corrente de ouro, seu moço

Que haja pescoço pra enfiar

Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro

Chave, caderneta, terço e patuá

Um lenço e uma penca de documentos

Pra finalmente eu me identificar, olha aí!


Olha aí!

Ai, o meu guri, olha aí!

Olha aí!

É o meu guri e ele chega

Chega no morro com carregamento

Pulseira, cimento, relógio, pneu, gravador

Rezo até ele chegar cá no alto

Essa onda de assalto está um horror

Eu consolo ele, ele me consola

Boto ele no colo pra ele me ninar

De repente, acordo, olho pro lado

E o danado já foi trabalhar, olha aí!


Olha aí! (Ah, olha aí)

Ai, o meu guri, olha aí! (Ah, olha aí meu guri)

Olha aí! (Ah, meu guri)

É o meu guri e ele chega (olha aí meu guri)


Chega estampado, manchete, retrato

Com venda nos olhos, legenda e as iniciais

Eu não entendo essa gente, seu moço

Fazendo alvoroço demais


O guri no mato, acho que tá rindo

Acho que tá lindo de papo pro ar

Desde o começo, eu não disse, seu moço

Ele disse que chegava lá


Olha aí!

Olha aí!


Olha aí! (Ah, olha aí)

Ai, o meu guri, olha aí! (Ah, olha aí meu guri)

Olha aí! (Ah, meu guri)

É o meu guri (olha aí meu guri)


Chico Buarque

Chico Buarque nessa canção dá voz a uma hipotética mulher de periferia. Em virtude disso, a canção apresenta alguns desvios de norma padrão da língua portuguesa. Assinale a alternativa em que isso ocorre:
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Q1649434 Português
Analise as afirmativas abaixo sobre variação linguística.
1. As variações diafásicas dependem do contexto comunicativo, assim podemos dizer que a linguagem que usamos em uma entrevista de emprego e aquela com que “batemos papo” com nossos amigos devem ser diferentes. Esta pode ser informal e aquela deve ser formal. 2. Nas variações diatópicas, vemos representados os falares das diversas regiões do Brasil. 3. As gírias exemplificam as variações diastráticas. 4. No nível morfológico, também acontecem variações regionais. Por exemplo, uma comida bastante comum em Minas Gerais é conhecida como mandioca, no Rio de Janeiro como aipim e, em Pernambuco, como macaxeira. Temos aí uma variação geográfica. 5. A variação de nossa língua ainda é um fato controverso de acordo com a nova linguística, e a norma culta é a que prevalece para a valorização social do indivíduo.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
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Q1649433 Português
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ) considerando a gramática e o ensino da língua.
( ) O aluno somente interioriza o conhecimento da estrutura gramatical, se ela for contextualizada em situações comunicativas reais. ( ) A gramática normativa não deve ser ensinada no ensino fundamental. ( ) Ensinar gramática é levar o aluno ao conhecimento da instituição linguística; sua forma e sua função. ( ) A gramática deve ser um meio para melhorar a qualidade da produção linguística e, assim, ela forma um conteúdo em si. ( ) Ensinar gramática não se resume a mostrar classificações, por exemplo. É preciso que se apresente como usar as classes gramaticais dentro de um texto, bem como as consequências do uso inadequado.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
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Q1649429 Português
Assinale a alternativa correta.
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Q1649428 Português
Assinale a alternativa correta.
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Q1638842 Português

Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental: Língua Portuguesa, sobre implicações da questão da variação linguística para a prática pedagógica, analisar a sentença abaixo:


No dia a dia, a organização da fala, incluindo a escolha de palavras e a organização sintática do discurso, segue padrões significativamente iguais àqueles que se usam na produção de textos escritos (1ª parte). Há muito preconceito decorrente do valor atribuído às variedades padrão e ao estigma associado às variedades não padrão, consideradas inferiores ou erradas pela gramática (2ª parte).


A sentença está:

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Q1637971 Português
Considera-se que a linguagem possui pelo menos dois níveis de registro: o culto e o coloquial. Embora essa caracterização não seja estanque, pode-se reconhecer a predominância de um dos registros nos diferentes contextos de enunciação, com o que se agrega credibilidade aos enunciados. Verifique quais circunstâncias e registros estão corretamente agrupados, nas alternativas abaixo:
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Q1633750 Português
PAIS, FILHOS E BOAS MANEIRAS
Luiz Caversan

     Dia desses enfrentei um estresse típico de grande cidade, mas que acabou por oferecer bons momentos de reflexão.
    Tarde da noite, estava ao volante subindo uma alça de um dos muitos viadutos de São Paulo, quando, no final da curva, vejo um veículo que, ao tentar desviar de outro, quebrado, empreendia uma manobra arriscada na pista.
    Não deu outra: os freios e a mudança brusca de direção foram insuficientes para evitar o impacto.
    Felizmente, apenas danos materiais, tanto no meu veículo quanto no outro, de onde logo saíram dois jovens na casa dos vinte e tantos anos, um deles, o motorista, bem nervosinho.
    "Está tudo bem aí?", perguntei.
    "Claro que não, seu barbeiro, olha o que você fez no meu carro."
    Ainda bem que, em sua grosseria, o rapaz não me chamou de tio, porque aí soaria mais ofensivo...De qualquer maneira, tentei acalmá-lo, dizendo que ele estava numa manobra arriscada e que eu de fato não consegui parar.
    Foi a conta para que ele quisesse partir pra ignorância. Mas outros carros e motoristas já estavam atulhados na pista, e pessoas mais equilibradas impediram que o rapaz cometesse alguma impropriedade.
    "Ok, vamos chamar a polícia", disse eu, já que o caminho da conversa civilizada estava fatalmente obstruído.
    "Isso mesmo!", gritou o rapaz. "Vamos chamar a polícia, porque você não sabe com quem está falando!"
    Pronto, estava armado o circo.
    O menino tinha as "costas quentes" e estava ali louco para exercer o seu poder.    
    "E porventura com quem eu estou falando?" "Meu pai é coronel da PM e vai resolver rapidinho isso aqui. Você vai se dar mal..."
    Bem, para encurtar a história, logo chegou uma viatura com dois policiais, que educadamente vieram ouvir minha versão e, em seguida, foram conversar com o rapaz, que não titubeou em dar ordens, exigindo que eles me inculpassem e, pelo rádio, localizassem o tal coronel.
    Ficamos nessa lengalenga durante uns 40 minutos, os PMs já pelas tampas com o garoto, até que desce de um automóvel um senhor grisalho, magro e que calmamente olhou os dois carros batidos. Foi logo assediado pelo nervosinho que, gesticulando muito, começou a esbravejar. Mas logo se viu contido por um indiscutível "cala boca" do pai-coronel.
    Em seguida, o senhor sacou sua identificação funcional e foi conversar com os policiais, que bateram continência e relataram a situação e as atitudes do filho. Menos de cinco minutos depois, ele dirigiu-se a mim educadamente e com ar grave e ligeiramente envergonhado, disse: "Eu peço sinceramente que o senhor desculpe as atitudes do meu filho. Em nossa família, não toleramos esse tipo de comportamento e ele vai se haver comigo. Eis meu cartão, o sr. providencie o conserto do seu carro e me mande a conta, por gentileza."
    Imediatamente ele chamou o filho num canto e passou uma descompostura tão grande, mas tão grande no rapaz que deu até pena. Não alterou a voz, não fez gestos bruscos, apenas exerceu, como se deve, o papel, o direito e o dever de pai de um jovem abusado, colocando-o em seu devido lugar.
    Ainda bem que ainda há cidadãos como o coronel da outra noite.

Disponível em: www1.folha.uol.com.br/colunas/luizcaversan/310088-pais-filhos-e-boasmaneiras.shtml (Adaptado) Acesso em: 27 ago. 2016.
    
Há linguagem oral, EXCETO em:
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Q1628286 Português
Leia as afirmativas a seguir:
I. É uma característica linguística mais recentes do português brasileiro o amplo uso de objeto nulo, como em “Comprei um bolo e comi” ao invés de “Comprei um bolo e o comi”. II. A Língua Portuguesa pertence ao grupo das Línguas Românicas, também chamadas de neolatinas, resultado das transformações que aconteceram no latim vulgar levado à Península Ibérica.
Marque a alternativa CORRETA:
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Q1627747 Português
Sabe-se que alguns ditongos em certos ambientes linguísticos são quase categoricamente reduzidos mesmo em estilos formais da língua padrão urbana, não sendo, portanto, variação estigmatizada.
Assinale a alternativa que apresenta exemplos do fenômeno descrito.
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Q1627421 Português
Texto 4

Era uma vez uma menina. Não era uma menina deste tamanhinho. Mas também não era uma menina deste tamanhão. Era uma menina assim mais ou menos do seu tamanho. E muitas vezes ela tinha vontade de saber que tamanho era esse, afinal de contas. Porque tinha dias que a mãe dela dizia assim:
- Helena, você já está muito grande para fazer uma coisa dessas. Onde já se viu uma menina do seu tamanho chegar em casa assim tão suja de ficar brincando na lama?

(MACHADO, Maria Ana. Bem do seu tamanho. Editora
Brasil: América Rio de Janeiro,1982.Fragmento)
Analisando-se o texto de Ana Maria Machado, é lícito afirmar que a linguagem empregada é predominantemente informal. Dos fragmentos abaixo, o único que comprova tal afirmação é o seguinte:
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Q1627410 Português
Texto 1

Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levavam tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. As pessoas, quando corriam, antigamente, era para tirar o pai da forca e não caíam de cavalo magro. Algumas jogavam verde para colher maduro, e sabiam com quantos paus se faz uma canoa. O que não impedia que, nesse entrementes, esse ou aquele embarcasse em canoa furada. [...]

ANDRADE, Carlos Drummond. Quadrante. Rio de Janeiro: José Olympio, 1970.

No texto de Drummond, são exemplificadas algumas gírias que caíram em desuso. A propósito de tais variedades linguísticas, é lícito afirmar que a sua ocorrência:
Alternativas
Respostas
701: D
702: D
703: D
704: B
705: D
706: B
707: E
708: C
709: B
710: B
711: C
712: E
713: D
714: C
715: A
716: A
717: A
718: D
719: A
720: B