Questões de Concurso Sobre vocativo e termos acessórios da oração: adjunto adnominal, diferença entre adjunto adnominal e complemento nominal, adjunto adverbial e aposto em português

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Q2320402 Português



Internet: <www.crb15.org.br> (com adaptações).

Com base na leitura do texto e em seus aspectos linguísticos, de forma e de conteúdo, julgue o item a seguir.

As expressões “Após aprovação” (linha 24) e “De tempos em tempos” (linha 30) são exemplos de termos que assumem, no texto, a função sintática de adjunto adverbial.
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Q2315675 Português

Texto para responder à questão. Leia-o atentamente.


      Desde a Constituição Federal de 1988, a língua portuguesa é definida como língua oficial majoritária do Brasil, reconhecidas que foram, ao lado do português, como línguas nacionais, as várias línguas indígenas, minoritárias, que convivem no território brasileiro com a língua oficial, e também materna, majoritária do nosso país.

          Concentrando-se aqui na língua oficial e materna, amplamente majoritária do Brasil, queria, antes de mais, afirmar que, o que se designa de “ensino de língua materna”, recobre uma imprecisão teórica e real, já que, em princípio, não se “ensina” a língua materna, ela se adquire naturalmente no processo de aquisição na primeira infância, tanto que, no caso do português no Brasil, como é do conhecimento geral, muitos sabem o português sem nunca terem tido a possibilidade de o “aprenderem” através do sistema escolar, já que não têm ainda como dele participar.

         A meu ver, então, o objetivo do ensino do português na escola brasileira será a elaboração do já adquirido naturalmente e oralmente, pela maioria dos brasileiros, em diversificados contextos de aquisição, a depender da história individual e social de cada um. O que estou designando de elaboração se refere ao que, no processo de escolarização, no âmbito da disciplina Língua Portuguesa no Brasil, abrange obviamente a aquisição do uso escrito, tanto no processo de produção da escrita como de sua recepção na leitura, e o aperfeiçoamento, não só do escrito como também dos usos orais, tanto na sua produção como recepção, para cumprirem funções sociais diversificadas e adequadas às múltiplas situações comunicativo-expressivas necessárias ao convívio e à situação social.


(Rosa Virgínia Mattos e Silva. Língua portuguesa em debate: conhecimento e ensino. José Carlos de Azeredo: organizador. 4.ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.)

No segmento destacado a seguir, as preposições grifadas constituem expressões que estabelecem diferentes relações sintático-semânticas: “Desde a Constituição Federal de 1988, a língua portuguesa é definida como língua oficial majoritária do Brasil, reconhecidas que foram, ao lado do português, como línguas nacionais, as várias línguas indígenas, minoritárias, que convivem no território brasileiro com a língua oficial, e também materna, majoritária do nosso país.” (1º§) Acerca do emprego destacado pode-se afirmar que: 
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Q2314780 Português
Consumismo e baixa autoestima formam círculo vicioso


         Comprar faz você feliz? Ninguém consegue negar o prazer de entrar em uma loja e comprar um produto ou serviço muito desejado. Mas, será que, passada a euforia momentânea, esta satisfação vai de fato ajudar a sustentar a sua felicidade?
          Numa visão mais panorâmica, consumir não é sinônimo de bem-estar. Apesar de ter aumentado o seu poder de consumo nos últimos 50 anos, a população dos Estados Unidos não sente uma melhora no seu bem-estar, segundo uma pesquisa da American Psychological Association. Em comparação às condições da década de 50, hoje os norte-americanos podem ter o dobro de carros por pessoa e comer fora de casa com uma frequência duas vezes maior – mas esse conforto não veio acompanhado de uma maior felicidade.
        E o que explica esse aparente contrassenso? Cientistas vêm constatando uma relação muito próxima, praticamente de retroalimentação, entre consumismo e baixa autoestima, além de ser relacionado a patologias como depressão e ansiedade.
            A relação entre baixa autoestima e materialismo é relativamente fácil de entender: a autoestima pode ser definida como o apreço que uma pessoa confere a si própria, permitindo-lhe ter confiança nos próprios atos e pensamentos. Uma pessoa com baixa autoestima tende a “externalizar” o seu processo de valorização, ou seja, superestimar fatores externos.
          Isso pode ser ainda mais pronunciado nesta era das redes sociais, quando é comum buscar reconhecimento na aprovação de terceiros, por meio de curtidas e compartilhamentos. Além disso, somos bombardeados com imagens superproduzidas de viagens, eventos e refeições maravilhosas a todos os momentos, que muitas vezes alimentam um sentimento de inferioridade em relação aos “amigos” da rede social.
               Será que só eu sou inadequado na sociedade?
              Somado a isso, propagandas e anúncios trazem essa vida perfeita retratada de maneira muito acessível – basta adquirir o produto que está sendo vendido e tudo está resolvido. Mas, a expectativa é frustrada e a viagem divertida com os amigos não se manifesta magicamente após a compra daqueles óculos de sol, não nos tornamos executivos de sucesso imediatamente após comprar “aquele” carro e não entramos em forma apenas por comprar o tênis mais leve do mercado, insatisfações provocadas pelo discurso da publicidade de que comprar vai nos deixar mais felizes. Mas, neste sonho delirante, a única coisa que se torna realidade são as contas, que nem sempre se fecham no fim do mês. E os sentimentos de inadequação e frustração continuarão, afinal, as pessoas das redes sociais e das propagandas seguem levando as suas vidas aparentemente perfeitas, diminuindo ainda mais a autoestima. Continuaremos navegando pelas redes sociais e estaremos expostos a propagandas. E então, o que podemos fazer?
               Em primeiro lugar, ter consciência de que este é o processo já é um grande passo. Passamos a ter elementos para entender melhor o que se passa, ao menos racionalmente. Depois, vem o mais difícil: apropriarmos, com a mente e o coração, um sentido para a vida que vá muito além do consumo, que responda ao que é realmente importante na vida de cada um.
               Nesse sentido, a pesquisa Rumo à Sociedade do Bem-estar, do Instituto Akatu, perguntou aos entrevistados o que eles consideravam ser felicidade. A resposta, para dois terços dos entrevistados, foi estar saudável e/ou ter sua família saudável.
            Conviver bem com a família e os amigos também foi apontado como fator de felicidade para 60% do público que respondeu à pesquisa. Isso mostra que a maior parte da sociedade brasileira compartilha a noção de que, uma vez satisfeitas as necessidades básicas, a felicidade é encontrada no que temos de mais humano, o bem-estar físico próprio e daqueles de quem gostamos e o afeto em si pelos amigos e pela família. Não inclui o caminho do consumismo.
             Um outro fator a ser trabalhado no dia a dia, de maneira a enfraquecer ou quebrar o círculo vicioso da insatisfação no consumo e da autoestima, é estimular um diálogo aberto sobre a nossa autoimagem, nossos valores e a importância da aceitação da diversidade nos círculos dos quais fazemos parte, abrindo espaço para a autorreflexão e, por meio da troca de sentimentos e experiências, criar espaço para a percepção de que todos vivemos essas mesmas emoções e, com isso, nos valorizarmos a nós mesmos e aos outros.
               Inicia-se outro círculo, dessa vez virtuoso, que tende a ficar mais forte conforme as pessoas se sintam mais à vontade de ser quem elas de fato são. E assim, podendo identificar com mais facilidade o que realmente faz feliz ou pelo menos traz contentamento suficiente, a cada um de nós. E quase que certamente descobriremos que isso está muito longe de ter o último modelo de smartphone.

(Folha de S. Paulo. HÉLIO MATTAR. Acesso em: outubro de 2023.)
Considerando as relações sintáticas estabelecidas, assinale o trecho em que o termo sublinhado foi corretamente classificado: 
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Ano: 2023 Banca: SELECON Órgão: Prefeitura de Primavera do Leste - MT Provas: SELECON - 2023 - Prefeitura de Primavera do Leste - MT - Assistente Social | SELECON - 2023 - Prefeitura de Primavera do Leste - MT - Biólogo | SELECON - 2023 - Prefeitura de Primavera do Leste - MT - Bioquímico | SELECON - 2023 - Prefeitura de Primavera do Leste - MT - Cirurgião Dentista - 20hrs - Buco Maxilo | SELECON - 2023 - Prefeitura de Primavera do Leste - MT - Cirurgião Dentista - 20hrs - Endodontia | SELECON - 2023 - Prefeitura de Primavera do Leste - MT - Cirurgião Dentista - 20hrs - Paciente PNE | SELECON - 2023 - Prefeitura de Primavera do Leste - MT - Cirurgião Dentista - 20hrs - Periodontia | SELECON - 2023 - Prefeitura de Primavera do Leste - MT - Cirurgião Dentista - 20hrs - Prótese Dentária | SELECON - 2023 - Prefeitura de Primavera do Leste - MT - Enfermeiro Intervencionista - SAMU | SELECON - 2023 - Prefeitura de Primavera do Leste - MT - Engenheiro Agrônomo | SELECON - 2023 - Prefeitura de Primavera do Leste - MT - Engenheiro Ambiental | SELECON - 2023 - Prefeitura de Primavera do Leste - MT - Engenheiro Civil | SELECON - 2023 - Prefeitura de Primavera do Leste - MT - Psicólogo | SELECON - 2023 - Prefeitura de Primavera do Leste - MT - Engenheiro Eletricista | SELECON - 2023 - Prefeitura de Primavera do Leste - MT - Farmacêutico | SELECON - 2023 - Prefeitura de Primavera do Leste - MT - Fisioterapeuta | SELECON - 2023 - Prefeitura de Primavera do Leste - MT - Fonoaudiólogo | SELECON - 2023 - Prefeitura de Primavera do Leste - MT - Veterinário | SELECON - 2023 - Prefeitura de Primavera do Leste - MT - Nutricionista | SELECON - 2023 - Prefeitura de Primavera do Leste - MT - Sanitarista |
Q2313492 Português
Leia o texto a seguir:

Galpões logísticos voltam às origens após boom do e-commerce


Setores mais tradicionais do mercado, como farmacêutico e agronegócio, agora conseguem disputar imóveis após revisão de projeções de crescimento do comércio eletrônico



Depois de serem tomados pelas varejistas durante o boom do comércio eletrônico na pandemia, os galpões logísticos voltaram a ser disputados por setores tradicionais da economia, como automobilístico, agronegócio e farmacêutico. O movimento é resultado de uma certa frustração no ritmo de crescimento do e-commerce. Segundo dados da Nielsen|Ebit, o faturamento do setor subiu 41% em 2020; 27% em 2021; e apenas 1,6% em 2022.

Os números menores que o esperado fizeram as varejistas revisar planos de crescimento e reduzir a corrida por galpões logísticos no País. “O que vimos nesse último ano especialmente foi uma redução na demanda das empresas de e-commerce, que eram protagonistas (Mercado Livre, Amazon, Americanas, Via e Magazine Luiza)”, afirma o diretor industrial e logístico da CBRE, Rodrigo Couto.

Segundo ele, a demanda por galpões segue em alta e com baixa vacância, mas agora com uma dependência menor de varejistas do comércio eletrônico. Couto diz que o mercado se reinventou e trouxe outros setores para dividir o protagonismo de forma mais equilibrada junto ao comércio eletrônico. Entre eles estão o setor farmacêutico, automotivo - que recebe incentivos do governo -, cold storage (armazéns para produtos frios), fotovoltaico (painéis solares) e agronegócio, especialmente ligados a fertilizantes. 

Segundo dados do CBRE, os operadores logísticos, que atuam como intermediários entre empresas de diferentes setores e consumidores, tiveram papel fundamental no último ano, correspondendo a 41% das locações totais acumuladas. Nesse período, além das cidades de Cajamar e Guarulhos, Jundiaí teve destaque com um volume superior a 150 mil m² de ocupação.

Barueri, uma das cidades pioneiras no mercado de galpões logísticos, tem atualmente uma vacância de 4,3% nesse tipo de imóvel, o que dificulta ter absorção alta da demanda de novos clientes e elevando preços de aluguéis. “Barueri tem demandas para todos os gostos e os preços estão equiparados entre si por falta de disponibilidade de imóveis. Por isso, Araçariguama tem sido uma opção a Barueri para aluguel de galpões logísticos, assim como Itapevi e Jandira”, diz Couto.

Para Bruno Ackermann, sócio da gestora de recursos independente Cy Capital, as varejistas tendem a continuar como a maioria dos clientes dos galpões logísticos, mas em menor escala do que nos últimos anos. “O comércio eletrônico exige três vezes mais galpões do que o varejo tradicional, baseado em lojas físicas. Esse movimento foi muito positivo para o mercado. A vacância caiu e os aluguéis aumentaram nos últimos três anos”, diz.

Ackermann afirma ainda que o cenário ficou mais favorável para empresas de diferentes setores fecharem contratos de aluguel. “No passado, o e-commerce estava em uma corrida pelo aluguel de galpões para vencer os concorrentes na velocidade de entrega. Os demais setores ficaram mais acuados. Empresas de medicamentos não conseguiram fechar negócio com a facilidade que as varejistas conseguiram. Agora, vemos o atendimento a uma demanda que estava reprimida pelo crescimento do varejo”, diz Ackermann.

Marcelo Guerra, líder de logística na Tellus Investimentos Imobiliários, afirma que os novos empreendimentos que serão entregues nos próximos meses não devem chacoalhar a atual oferta e demanda do mercado de galpões. “Estamos em um patamar saudável e devemos ter manutenção de preços de aluguéis, ainda com ajustes de preço para cima, mas sem picos”, diz Guerra.


Fonte: https://www.estadao.com.br/economia/negocios/galpoes-logisticos-origensboom-e-commerce/. Acesso em 26/08/2023
No trecho “Segundo dados da Nielsen|Ebit, o faturamento do setor subiu 41% em 2020; 27% em 2021; e apenas 1,6% em 2022” (1º parágrafo), o termo destacado funciona sintaticamente como:
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Q2309440 Português
Os Vinicius de Moraes


            Eu confesso a vocês que descobri o segredo do coleguinha jornalista, poeta, diplomata e teleco-tequista Vinicius de Moraes numa tarde em que ambos (não ambos os Vinicius, como ficara provado mais tarde, mas ambos: eu e ele) tomávamos umas e outras no Bar Calypso, num desses crepúsculos vespertinos de Ipanema que já baixam pedindo um chope.
             Estávamos lá “entornando”, quando chegou minha hora de subir para Petrópolis:
            – Poetinha, eu vou me mandar – disse eu.
             Ele suspirou ante a perspectiva de ter de ficar sozinho e desejou boa viagem. Eu entrei no carro e subi para Petrópolis, onde cheguei certo de que nenhum carro passara pelo meu, na estrada. No entanto, parei na avenida Quinze da cidade serrana, manobrei o carro e coloquei na vaga indo tomar mais uma na Confeitaria Copacabana. Quando entrei e olhei para as mesas, vi que um camarada me saudava lá de dentro: era Vinicius de Moraes.
            Foi nessa tarde – repito – que eu descobri que Vinicius era, pelo menos, dois.
       Está claro que pode haver mais de dois. Duvido até que as múltiplas atividades de Vinicius (reparem que seu nome já é no plural para enganar os trouxas) possam ser realizadas só por dois deles. Acredito mesmo que haja uma meia dúzia de Vinicius: um para poesia, um para diplomacia, outro para samba, um quarto para jornalista e o resto para mulher. Desses, os mais assoberbados talvez sejam os últimos. 
            Eu acho, outrossim, que sou o único ao qual Vinicius (não sei qual deles) deu a pala de que eles são uma equipe e não um homem, por isso ficou rindo dos coleguinhas que disputam o privilégio de noticiar o Vinicius certo na hora exata. Os jornais de ontem, por exemplo, estavam muito pitorescos sobre Vinicius (todos os Vinicius). Em Última Hora a confreirinha jornalista Teresa Cesário Alvim, num esforço de reportagem, dizia: “Vinicius de Moraes anda a todo vapor, de uns tempos para cá. Tomou pressão em Petrópolis e desceu a serra carregado de ideias, jorrando inspiração para todos os lados”. (Coitada da Teresa, não sabe que há Vinicius pela aí tudo.)
           Já o coleguinha Jacinto de Thormes, no mesmo dia, na mesma UH e talvez escrevendo à mesma hora, dizia: “O sr. Vinicius de Moraes está fazendo uma temporada de repouso na Clínica São Vicente”. De fato, há um dos Vinicius que está repousando, o que explica as notícias tão desencontradas de dois colunistas, no mesmo jornal, no mesmo dia.
           No mesmo dia, aliás, o Carlos Alberto escrevia na coluna: “O poeta Vinicius de Moraes, ontem de madrugada, conversando no restaurante Fiorentina”. É verdade. Vinicius estava lá no Fiorentina, numa roda batendo papo. Dezenas de testemunhas podem provar o que o Carlos Alberto disse. Estava também tomando oxigênio na Clínica São Vicente, estava em casa com amigos, compondo sambas ao som do violão de Baden Powell, estava no Cine Alvorada, assistindo a Morangos silvestres (o porteiro me disse que o Vinicius já assistiu à fita quatro vezes, mas é mentira. Vários Vinicius ainda não viram).
           Como, minha senhora? A senhora não acredita que Vinicius seja uma porção? Azar o seu, dona. Um dia ainda se fará um programa de televisão com Vinicius ao violão, acompanhando outro Vinicius que canta, junto com um quarteto vocal de Vinicius. Sem videoteipe.
           Quem tem razão é Tia Zulmira, quando diz que, se Vinicius de Moraes fosse um só, não seria Vinicius de Moraes, seria Vinício de Moral.


(Stanislaw Ponte Preta.)
Leia: “Como, minha senhora? A senhora não acredita que Vinicius seja uma porção? Azar o seu, dona. Um dia ainda se fará um programa de televisão com Vinicius ao violão, acompanhando outro Vinicius que canta, junto com um quarteto vocal de Vinicius. Sem videoteipe.” (10º§) As expressões em destaque, sintaticamente, podem ser classificadas como:
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Q2307699 Português
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas da seguinte afirmação:

Na passagem – Tomava um drinque em um bar quando vi um jovem na casa dos 30 usando uma camiseta que dizia “Chega de adultar por hoje”. Depois, entrevistei uma mulher cuja camiseta transmitia uma mensagem simples: “Adultar é cruel!”. – a palavra “que” é um pronome _________na função de___________ -; a palavra “simples” é um ___________na função de________________ .
Alternativas
Q2304667 Português

A questão diz respeito ao Texto. Leia-o atentamente antes de respondê-la.





Analise o período a seguir para responder à questão.


“[...] o estudo mostrou que a menarca que ocorre cedo ou muito tarde; [...]” (linhas 22 e 23).

Analise o trecho abaixo retirado do período em tela.
“que ocorre cedo ou muito tarde;”

É CORRETO afirmar que o trecho exerce função sintática de:
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Q2303499 Português
Dona Leonor

       Começou na mesa de almoço. De repente, a mãe virou-se para um lado, sorriu e disse:
       – Quero o melhor para minha família. Por isto, na nossa mesa, só usamos o arroz integral Rizobom.
      O pai virou-se rapidamente para ver com quem ela estava falando naquele tom tão estranho e não viu ninguém. O filho e a filha se entreolharam.
       – O que foi, Leonor? – perguntou o marido.
       – Ficou doida, mãe?
     Mas dona Leonor não respondeu. Parecia perdida em pensamento. Mais tarde o pai entrou na cozinha e encontrou dona Leonor segurando uma lata de óleo à altura do rosto e falando para uma parede:
       – Leonor...
      Sem deixar de fitar o mesmo ponto na parede e sem parar de sorrir, dona Leonor indicou o marido com a cabeça e disse:
      – Eles vão gostar.
     O marido achou melhor não dizer nada. Nunca vira dona Leonor assim. Talvez fosse melhor chamar um médico. Abriu a geladeira à procura de uma cerveja. Dona Leonor postou-se ao lado da geladeira e abriu ainda mais a porta. Parecia estar se dirigindo a uma plateia invisível.
      – Minha família não para de vir aqui. É o ponto de encontro de nossa casa. E todos encontram tudo o que procuram na nova Supergel Espacial, agora com prateleiras superdimensionadas e gavetas em vidro-glass. Supergel Espacial, a cabetudo.
       Pai e filhos reuniram-se para uma conferência secreta. O que estava acontecendo com dona Leonor?
      Decidiram não fazer nada. Ela estava nervosa, era isto. Mas não parecia nervosa. Ao contrário. Nunca estivera tão sorridente. Não passava pelos filhos ou pelo marido sem fazer um comentário alegre e afetuoso para o lado:
       – Ele passou a usar desodorante Silvester. E agora todos aqui em casa respiram aliviados.
     O filho estava escovando os dentes e levou um susto. Dona Leonor entrou no banheiro, de repente, pegou o tubo de pasta de dentes e começou a falar para o espelho.
       – O Jorginho tinha horror de escovar os dentes. Eu não sabia o que fazer até que o dentista me disse a palavra mágica: Zaz. E a mágica funcionou! Não é, Jorginho?
       – Mamãe, eu...
       – Diga você também a palavra mágica. Zaz! Com H30.
   Deitado na cama, o marido assistiu com alguma inquietação enquanto dona Leonor, sentada em frente ao espelho do seu toucador, passava creme no rosto e falava para sua plateia imaginária:
       – “Forever” não é apenas um creme hidratante. “Forever” devolve à sua pele aquele frescor que o tempo levou e que parecia perdido para sempre. Recupere o tempo perdido com “Forever”.
     Dona Leonor dirigiu-se para a cama, deixando cair seu robe de chambre no caminho. Deslizou para dentro dos lençóis e beijou o marido na boca. Depois, apoiando-se num braço, dirigiu-se para a câmera invisível.
    – Ele não sabe, mas os lençóis são da nova linha passional da Santex. Bons lençóis para maus pensamentos. Passional da Santex. Agora, tudo pode acontecer...
       Dona Leonor abraçou o marido. Ele recebeu os carinhos da mulher com apreensão e surpresa.
       No dia seguinte certamente a levaria a um médico. Mas, por enquanto, resolveu aproveitar. Fazia tempo. Também abraçou a mulher. Não sem antes olhar, preocupado, para o ponto da suposta câmera e apagar a luz. Prudentemente.
     (VERISSIMO, Luis Fernando. Novas comédias da vida privada. Porto Alegre: L&PM, 1996. p. 231-233.)
Assinale a alternativa em que o termo em destaque não exerce função sintática de vocativo. 
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Ano: 2023 Banca: CONSULPAM Órgão: CISCOPAR Provas: CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Assessor Jurídico | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Analista em Administração e Planejamento | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Analista em Informática | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Assistente Social | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Enfermeiro | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Farmacêutico Bioquímico | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Fonoaudiólogo | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Odontólogo | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Psicólogo | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Contador | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Cirurgião Vascular | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Alergista e Imunologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Cardiologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Cirurgião do Aparelho Digestivo | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Pneumologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Proctologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Psiquiatra | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Radiologista/Ultrassonografista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Reumatologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Urologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Nutricionista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Fisioterapeuta | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Terapeuta Ocupacional | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Cirurgião Geral | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Cirurgião Pediátrico | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Oftalmologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Dermatologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Endocrinologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Endocrinologista Infantil | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Endoscopista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Gastroenterologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Geriatra | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Ginecologista Obstetra | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Infectologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Nefrologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Neurologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Ortopedista e Traumatologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Otorrinolaringologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Pediatra |
Q2299138 Português
Texto 1


MULTILINGUISMO

      Os povos indígenas sempre conviveram com situações de multilinguismo. Isso quer dizer que o número de línguas usadas por um indivíduo pode ser bastante variado. Há aqueles que falam e entendem mais de uma língua ou que entendem muitas línguas, mas só falam uma ou algumas delas.

      Assim, não é raro encontrar sociedades ou indivíduos indígenas em situação de bilinguismo, trilinguismo ou mesmo multilinguismo.

          É possível nos depararmos, numa mesma aldeia, com indivíduos que só falam a língua indígena, com outros que só falam a língua portuguesa e outros ainda que são bilíngues ou multilíngues. A diferença linguística não é, geralmente, impedimento para que os povos indígenas se relacionem e casem entre si, troquem coisas, façam festas ou tenham aulas juntos. Um bom exemplo disso se encontra entre os índios da família linguística tukano, localizados em grande parte ao longo do rio Uaupés, um dos grandes formadores do rio Negro, numa extensão que vai da Colômbia ao Brasil.

          Entre esses povos habitantes do rio Negro, os homens costumam falar de três a cinco línguas, ou mesmo mais, havendo poliglotas que dominam de oito a dez idiomas. Além disso, as línguas representam, para eles, elementos para a constituição da identidade pessoal. Um homem, por exemplo, deve falar a mesma língua que seu pai, ou seja, partilhar com ele o mesmo grupo linguístico. No entanto, deve se casar com uma mulher que fale uma língua diferente, ou seja, que pertença a um outro grupo linguístico.

          Os povos tukano são, assim, tipicamente multilíngues. Eles demonstram como o ser humano tem capacidade para aprender em diferentes idades e dominar com perfeição numerosas línguas, independente do grau de diferença entre elas, e mantê-las conscientemente bem distintas, apenas com uma boa motivação social para fazê-lo.

       O multilinguismo dos índios do Uaupés não inclui somente línguas da família tukano. Envolve também, em muitos casos, idiomas das famílias aruak e maku, assim como a língua geral amazônica ou nheengatu, o português e o espanhol.

          Às vezes, nesses contextos, uma das línguas torna-se o meio de comunicação mais usado (o que os especialistas chamam de língua-franca), passando a ser utilizada por todos, quando estão juntos, para superar as barreiras da compreensão. Por exemplo, a língua tukano, que pertence à família tukano, tem uma posição social privilegiada entre as demais línguas orientais dessa família, visto que se converteu em língua geral ou língua franca da área do Uaupés, servindo de veículo de comunicação entre falantes de línguas diferentes. Ela suplantou algumas outras línguas (completamente, no caso arapaço, ou quase completamente, no caso tariana).

      Há casos em que é o português que funciona como língua franca. Em algumas regiões da Amazônia, por exemplo, há situações em que diferentes povos indígenas e a população ribeirinha falam o nheengatu, língua geral amazônica, quando conversam entre si.

          Nos primeiros tempos da colonização portuguesa no Brasil, a língua dos índios tupinambá (tronco tupi) era falada em uma enorme extensão ao longo da costa atlântica. Já no século XVI, ela passou a ser aprendida pelos portugueses, que de início eram minoria diante da população indígena. Aos poucos, o uso dessa língua, chamada de brasílica, intensificou-se e generalizou-se de tal forma que passou a ser falada por quase toda a população que integrava o sistema colonial brasileiro.

          Grande parte dos colonos vinha da Europa sem mulheres e acabavam tendo filhos com índias, de modo que essa era a língua materna dos seus filhos. Além disso, as missões jesuítas incorporaram essa língua como instrumento de catequização indígena. O padre José de Anchieta publicou uma gramática, em 1595, intitulada Arte de Gramática da Língua mais usada na Costa do Brasil. Em 1618, publicou-se o primeiro catecismo na língua brasílica. Um manuscrito de 1621 contém o dicionário dos jesuítas, Vocabulário na Língua Brasílica.

           A partir da segunda metade do século XVII, essa língua, já bastante modificada pelo uso corrente de índios missionados e não-índios, passou a ser conhecida pelo nome língua geral. Mas é preciso distinguir duas línguas gerais no Brasil-Colônia: a paulista e a amazônica. Foi a primeira delas que deixou fortes marcas no vocabulário popular brasileiro ainda hoje usado (nomes de coisas, lugares, animais, alimentos etc.) e que leva muita gente a imaginar que “a língua dos índios é (apenas) o tupi”.

         A língua geral paulista teve sua origem na língua dos índios tupi de São Vicente e do alto rio Tietê, a qual diferia um pouco da dos tupinambá. No século XVII, era falada pelos exploradores dos sertões conhecidos como bandeirantes. Por intermédio deles, a língua geral paulista penetrou em áreas jamais alcançadas pelos índios tupi-guarani, influenciando a linguagem corriqueira de brasileiros.

     Essa segunda língua geral desenvolveu-se inicialmente no Maranhão e no Pará, a partir do tupinambá, nos séculos XVII e XVIII. Até o século XIX, ela foi veículo da catequese e da ação social e política portuguesa e luso-brasileira. Desde o final do século XIX, a língua geral amazônica passou a ser conhecida, também, pelo nome nheengatu (ie’engatú = língua boa).

      Apesar de suas muitas transformações, o nheengatu continua sendo falado nos dias de hoje, especialmente na bacia do rio Negro (rios Uaupés e Içana). Além de ser a língua materna da população cabocla, mantém o caráter de língua de comunicação entre índios e não-índios, ou entre índios de diferentes línguas. Constitui, ainda, um instrumento de afirmação étnica dos povos que perderam suas línguas, como os baré, os arapaço e outros.


Fonte: https://pib.socioambiental.org/pt/L%C3%ADnguas. Adaptado conforme o acordo ortográfico vigente. Acesso em:
Aos poucos, o uso dessa língua, chamada de brasílica, intensificou-se e generalizou-se de tal forma que passou a ser falada por quase toda a população que integrava o sistema colonial brasileiro.

O trecho sublinhado no período acima se classifica como:
Alternativas
Q2298489 Português




(Disponível em: uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2023/06/26/os-desafios-de-descobrir-uma-doencacronica.htm – texto adaptado especialmente para esta prova). 

Assinale a alternativa que apresenta o número do termo sublinhado (inserido imediatamente depois dele) que tem a função de adjunto adverbial no período a seguir:

O auxílio psicológico (1) tem uma função importante (2) nesse processo (3), pois a linguagem organiza o pensamento (4) e as emoções (5). 
Alternativas
Q2298011 Português
Sobre a estruturação do pensamento abaixo, assinalar a alternativa INCORRETA:


Na árvore do silêncio está o fruto da segurança. (Provérbio árabe)
Alternativas
Q2297772 Português
    Ao estudar uma nova linguagem de sinais desenvolvida por crianças surdas da Nicarágua, linguistas afirmam ter confirmado a existência de mecanismos universais que facilitam a aquisição de uma língua, seja ela falada ou não. Os resultados somam-se a várias outras evidências de que crianças possuem habilidades inatas capazes de dar à linguagem sua estrutura fundamental. O artigo foi publicado na revista Science em 17 de setembro de 2004.

    Como falariam crianças naufragadas em uma ilha deserta que cresceram sem pais que lhes pudessem ensinar uma língua? Considerando-se a linguagem como uma invenção cultural passada de geração em geração, a resposta seria que essas crianças infortunadas não falariam língua alguma. As tábulas rasas de suas mentes não poderiam ser preenchidas com uma língua. Talvez, conseguissem comunicar-se com berros e grunhidos, mas nunca chegariam a utilizar algo tão sofisticado como uma língua natural, correto? Resposta: não. E vejamos por quê.

    Primeiramente, vale perguntar: como saberíamos que nossas crianças não se degradariam ao nível de babuínos? Mesmo não podendo, por óbvias razões éticas, fazer um experimento desse gênero em alguma ilha do Pacífico, temos bastante certeza de que elas estariam aptas a inventar uma língua tão expressiva como qualquer outra existente hoje. Uma forte evidência nesse sentido vem de uma comunidade que, em circunstâncias semelhantes, sem ouvir palavras, elaborou uma língua natural própria, começando do nada.

    Surgiu na Nicarágua uma língua completa, o Idioma Nicaraguense de Sinais – ou ISN, do espanhol, Idioma de Signos Nicaraguense –, inventado por crianças surdas daquele país. Essa invenção foi descrita por Ann Senghas, da Universidade Colúmbia (Estados Unidos), Sotaro Kita, da Universidade de Bristol (Reino Unido), e Asli Özyürek, da Universidade de Nijmegen (Holanda). Esse grupo de linguistas estudou essa comunidade nicaraguense e observou como os surdos exprimiam informações sobre objetos em movimento

    Crianças surdas da Nicarágua mostraram uma habilidade inata quando inventaram uma língua de sinais rica e complexa.

    O ISN é uma língua que apareceu no início da década de 1980, quando surdos nicaraguenses – após longos anos de tentativas fracassadas de ensinar a eles o espanhol utilizando para isso instrutores sem deficiência auditiva – foram finalmente juntados com outros surdos. Uma vez reunidos em grupos, eles começaram a utilizar algo que, no início, se parecia com um sistema pantomímico imperfeito que usamos quando queremos nos comunicar sem palavras. Mas esse sistema cru logo se transformou em uma verdadeira língua: as crianças surdas que chegavam àquelas comunidades aprendiam o sistema e acabavam aperfeiçoando-o com regras linguísticas.

    É preciso enfatizar aqui que é falsa – apesar de disseminada – a noção de que línguas de sinais sejam sistemas primitivos, inferiores às línguas faladas. Os sinais não são meros gestos mímicos que podem ser decifrados por observadores não familiarizados com essas línguas. Embora a versão inicial do ISN utilizasse gestos gráficos que simplesmente imitavam a forma de objetos ou movimentos, as crianças expostas a esse sistema mudaram-no, decompondo os gestos em elementos menores que já não tinham esse valor imitativo. Esses sinais, bem como as regras que os combinam em longas frases, são exatamente tão obscuros para não iniciados como seria, por exemplo, o finlandês para quem nunca o tenha aprendido.

    No estudo de Senghas e colegas, os participantes viam um filme animado cujo enredo eles tinham depois que contar com o uso de sinais. O filme mostrava um gato que engole uma bola de boliche e cai tombando por uma ruela íngreme. Os surdos que utilizavam a primeira versão do sistema mostravam a queda do gato com a mão literalmente traçando um percurso espiral para baixo. Já as crianças que usavam a versão aperfeiçoada do ISN exprimiam a mensagem com dois sinais separados, um com o sentido ‘para baixo’ e outro que significava ‘rolando’.

    Os autores do estudo sugerem que essa divisão da mensagem em modo e direção pode ser uma das características universais da linguagem humana. A maioria das línguas aproveita essa divisão e exprime esses dois fragmentos de mensagem com duas palavras separadas (‘O gato desce rolando’). O interessante é que as crianças, ao aprenderem o ISN, não foram ‘ensinadas’ sobre esse fato. Foram elas mesmas que desenvolveram essa e outras características para o ISN, enriquecendo, assim, o sistema que receberam e que ainda não era uma língua completa.

    Linguistas acreditam que a divisão-direção modo é um dos elementos que compõem o conhecimento inato que facilita a aquisição de uma língua, seja ela falada, seja de sinais. Há quem sugira que, sem esse conhecimento, nem mesmo seria possível adquirir qualquer língua. Segundo o linguista norte-americano Noam Chomsky, essa capacidade inata para a aprendizagem de uma língua reside no chamado dispositivo de aquisição de linguagem, parte do cérebro que se atrofia com a idade. Não podendo contar com o apoio desse dispositivo, pessoas adultas que aprendem línguas estrangeiras têm dificuldades em assimilar os detalhes da gramática. Assim, aprendizes estrangeiros com pouca competência na gramática portuguesa podem não ver muita diferença entre as frases ‘O bispo voltou a se divertir’ e ‘O bispo voltou sem se divertir’.

    Analogamente, os pais que aprendem ISN para poder conversar com seus filhos surdos nunca chegam ao nível de falante materno e, aos olhos dos surdos, cometem erros semelhantes àqueles que estrangeiros costumam cometer ao tentar falar, por exemplo, o português.

    O excelente trabalho de Senghas e colegas não só mostra algo que pode ser um ingrediente básico de nossa linguagem, mas também capta um momento no qual ele é acrescentado à sopa primordial no nascimento espontâneo de uma língua humana. 

SZCZESNIAK, K. Nascimento de uma língua. In: Revista Ciência Hoje [CH 210]. Último acesso: 09 de junho de 2023. Disponível em: <https://cienciahoje.org.br/artigo/nascimento-deuma-lingua//> (Adaptado).

Em “Não podendo contar com o apoio desse dispositivo, pessoas adultas que aprendem línguas estrangeiras têm dificuldades em assimilar os detalhes da gramática”, considerando as relações sintáticas, os termos destacados devem ser classificados, respectivamente, como:
Alternativas
Q2296503 Português

Julgue o item subsequente.


Na frase “Os alunos estudaram muito para a prova,” “muito” é um adjunto adnominal.

Alternativas
Q2296307 Português
Considere o texto que segue para responder à questão.


A incapacidade de ser verdadeiro

    Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões da independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas.
    A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos feito de queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo. Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias.
    Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça:
      – Não há nada a fazer, Dona Colo. Este menino é mesmo um caso de poesia.


(Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. A incapacidade de ser verdadeiro. Em: Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1988).
Na frase “Não há nada a fazer, Dona Colo. Este menino é mesmo um caso de poesia”, o termo grifado exerce a função sintática de:
Alternativas
Q2296176 Português


(Disponível em: biblioo.info/as-bibliotecas-e-suas-diversas-funcoes/ – texto adaptado especialmente para esta prova).

Assinale a alternativa que apresenta o número do termo sublinhado (inserido imediatamente depois dele) que tem função sintática de adjunto adnominal no trecho a seguir: “Com o passar do tempo (1), as bibliotecas (2) receberam novas e amplas (3) demandas, o que naturalmente acarretou (e acarreta) novas funções (4) aos bibliotecários (5)”.
Alternativas
Q2295267 Português
Texto 1

Vidas Secas
Graciliano Ramos

Capítulo III – Cadeia (fragmento)

Fabiano tinha ido à feira da cidade comprar mantimentos. Precisava sal, farinha, feijão e rapaduras. Sinhá Vitória pedira além disso uma garrafa de querosene e um corte de chita vermelha. Mas o querosene de seu Inácio estava misturado com água, e a chita da amostra era cara demais.
Fabiano percorreu as lojas, escolhendo o pano regateando um tostão em côvado, receoso de ser enganado. Andava irresoluto, uma longa desconfiança dava-lhe gestos oblíquos. A tarde puxou o dinheiro, meio tentado, e logo se arrependeu, certo de que todos os caixeiros furtavam no preço e na medida: amarrou as notas na ponta do lenço, meteu-as na algibeira, dirigiu-se à bodega de seu Inácio, onde guardara os picuás.
Aí certificou-se novamente de que o querosene estava batizado e decidiu beber uma pinga, pois sentia calor. Seu Inácio trouxe a garrafa de aguardente. Fabiano virou o copo de um trago, cuspiu, limpou os beiços à manga, contraiu o rosto. Ia jurar que a cachaça tinha água. Por que seria que seu Inácio botava água em tudo? perguntou mentalmente. Animou-se e interrogou o bodegueiro: - Por que é que vossemecê bota água em tudo?
Seu Inácio fingiu não ouvir. E Fabiano foi sentar-se na calçada, resolvido a conversar. O vocabulário dele era pequeno, mas em horas de comunicabilidade enriquecia-se com algumas expressões de seu Tomás da bolandeira. Pobre de seu Tomás. Um homem tão direito sumir-se como cambembe, andar por este mundo de trouxa nas costas. Seu Tomás era pessoa de consideração e votava. Quem diria?
Nesse ponto um soldado amarelo aproximou-se e bateu familiarmente no ombro de Fabiano: - Como é, camarada? Vamos jogar um trinta-e-um lá dentro? Fabiano atentou na farda com respeito e gaguejou, procurando as palavras de seu Tomás da bolandeira: - Isto é. Vamos e não vamos. Quer dizer Enfim, contanto, etc. É conforme.
Levantou-se e caminhou atrás do amarelo, que era autoridade e mandava. Fabiano sempre havia obedecido. Tinha muque e substância, mas pensava pouco, desejava pouco e obedecia. Atravessaram a bodega, a corredor, desembocaram numa sala onde vários tipos jogavam cartas em cima de uma esteira.
(...)
Fabiano, as orelhas ardendo, não se virou. Foi pedir a seu Inácio os troços que ele havia guardado, vestiu o gibão, passou as correias dos alforjes no ombro, ganhou a rua.
Debaixo do jatobá do quadro taramelou com Sinhá Rita louceira, sem se atrever a voltar para casa. Que desculpa iria apresentar a Sinhá Vitória? Forjava uma explicação difícil. Perdera o embrulho da fazenda, pagara na botica uma garrafada para Sinhá Rita louceira. Atrapalhava-se tinha imaginação fraca e não sabia mentir. Nas invenções com que pretendia justificar-se a figura de Sinhá Rita aparecia sempre, e isto o desgostava. Arruinaria uma história sem ela, diria que haviam furtado o cobre da chita. Pois não era? Os parceiros o tinham pelado no trinta-e-um. Mas não devia mencionar o jogo. Contaria simplesmente que o lenço das notas ficara no bolso do gibão e levara sumiço. Falaria assim: - "Comprei os mantimentos. Botei o gibão e os alforjes na bodega de seu Inácio. Encontrei um soldado amarelo" Não, não encontrara ninguém. Atrapalhava-se de novo. Sentia desejo de referir-se ao soldado, um conhecido velho, amigo de infância. A mulher se incharia com a notícia. Talvez não se inchasse. Era atilada, notaria a pabulagem. Pois estava acabado. O dinheiro fugira do bolso do gibão, na venda de seu Inácio. Natural.
(...)
Afinal para que serviam os soldados amarelos? Deu um pontapé na parede, gritou enfurecido. Para que serviam os soldados amarelos? Os outros presos remexeram-se, o carcereiro chegou à grade, e Fabiano acalmou-se: - Bem, bem. Não há nada não.
(...)
Fabiano gritou, assustando o bêbedo, os tipos que abanavam o fogo, o carcereiro e a mulher que se queixava das pulgas. Tinha aqueles cambões pendurados ao pescoço. Deveria continuar a arrastálos? Sinhá Vitória dormia mal na cama de varas. Os meninos eram uns brutos, como o pai. Quando crescessem, guardariam as reses de um patrão invisível, seriam pisados, maltratados, machucados por um soldado amarelo.
- Arreda!

Ramos, G. Vidas Secas. Record. 199ª ed. Edição original de 1938. 
Depois de ler atentamente o fragmento do Capítulo III – Cadeia, e levando em conta as regras gramaticais presentes neste fragmento, assinale a única alternativa correta.
Alternativas
Q2295026 Português
Julho é o mês mais quente registrado nos
últimos 120 mil anos do planeta Terra, diz
relatório


    Enquanto vastas áreas de três continentes assam sob temperaturas escaldantes e os oceanos esquentam a níveis sem precedentes, cientistas de duas autoridades climáticas globais estão relatando antes mesmo do final de julho que este mês será o mais quente já registrado no planeta.

    O calor em julho já foi tão extremo que é “praticamente certo” que este mês baterá recordes “por uma margem significativa”, disseram o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia (UE) e a Organização Meteorológica Mundial (OMM) em um relatório publicado nesta quinta-feira (27). Acabamos de passar pelo período de três semanas mais quente já registrado – e quase certamente em mais de cem mil anos. Normalmente, esses recordes, que rastreiam a temperatura média do ar em todo o mundo, são quebrados por centésimos de grau. Mas a temperatura média nos primeiros 23 dias de julho foi de 16,95 °C, bem acima do recorde anterior de 16,63 °C estabelecido em julho de 2019, segundo o relatório.

    Os dados usados para rastrear esses registros remontam a 1940, mas muitos cientistas – incluindo os da Copernicus – dizem que é quase certo que essas temperaturas são as mais quentes que o planeta já viu em 120.000 anos, dado o que sabemos de milênios de dados climáticos extraídos de anéis de árvores, recifes de coral e núcleos de sedimentos do fundo do mar. “Estas são as temperaturas mais altas da história da humanidade”, disse Samantha Burgess, vice-diretora da Copernicus. Tudo isso resulta em um verão intenso no Hemisfério Norte – potencialmente sem precedentes. “As probabilidades estão certamente a favor de um verão recorde”, disse Carlo Buontempo, diretor da Copernicus, embora tenha alertado que é muito cedo para afirmar isso com confiança.

    O custo humano do calor é gritante. Como as temperaturas subiram acima de 50 °C em partes dos EUA, as mortes relacionadas ao calor aumentaram e as pessoas estão sofrendo queimaduras com risco de vida por cair em solo escaldante. No Mediterrâneo, mais de 40 pessoas morreram devido aos incêndios florestais que se espalham pela região, alimentados por altas temperaturas. Na Ásia, ondas de calor intensas e prolongadas estão ceifando vidas e ameaçando a segurança alimentar.

    A mudança climática causada pelo homem é o principal fator desse calor extraordinário, disse Burgess. “A temperatura global do ar é diretamente proporcional à concentração de gases de efeito estufa na atmosfera.” Um estudo recente descobriu que a mudança climática desempenhou um papel “absolutamente esmagador” nas ondas de calor nos EUA, China e sul da Europa neste verão.

    A chegada do El Niño, uma flutuação natural do clima com impacto no aquecimento, não teve grande impacto nas temperaturas, pois ainda está em fase de desenvolvimento, disse Burgess, mas terá um papel muito mais importante no próximo ano, acrescentou, e provavelmente elevará as temperaturas ainda mais.

    A notícia de que julho será o mês mais quente chega em meio a uma série de recordes alarmantes que já foram quebrados – e depois quebrados novamente – neste verão. O mês passado foi o junho mais quente já registrado por uma “margem substancial”, de acordo com a Copérnico. Então, em julho, o mundo experimentou seu dia mais quente já registrado. Em 6 de julho, a temperatura média global subiu para 17,08 °C, de acordo com dados do Copernicus, superando o recorde anterior de temperatura de 16,8 °C, estabelecido em agosto de 2016. Todos os dias desde 3 de julho foram mais quentes do que o recorde de 2016.


Fonte: Julho é o mês mais quente registrado nos últimos 120 mil anos do planeta Terra, diz relatório (cnnbrasil.com.br)
Assinale a alternativa que apresente a função sintática exercida pelos termos em destaque no período: “Um estudo recente descobriu que a mudança climática desempenhou um papel “absolutamente esmagador” nas ondas de calor nos EUA, China e sul da Europa neste verão”.
Alternativas
Q2294599 Português
Leia o texto a seguir:


Cidade do Canadá ordena fuga de 20 mil habitantes por
incêndios florestais ‘sem precedentes’


Ordem dada na quarta à noite para deixar Yellowknife, uma das
maiores cidades dos Territórios do Noroeste, marcou o último
capítulo de um terrível verão de queimadas no país


Milhares de pessoas que receberam ordens para fugir dos incêndios florestais que avançam no extremo-norte do Canadá se amontoaram nesta quinta-feira em um aeroporto local para embarcar em voos, enquanto uma longa fila de carros se dirigia para o sul na única estrada aberta para a retirada.

A ordem dada na quarta-feira à noite para deixar Yellowknife, uma das maiores cidades dos Territórios do Noroeste, marcou o último capítulo de um terrível verão de incêndios no Canadá, com dezenas de milhares de pessoas obrigadas a abandonar suas casas e vastas áreas queimadas.

— Estamos todos cansados do termo “sem precedentes”, mas não há outra forma de descrever essa situação — disse a primeira-ministra regional, Caroline Cochrane, na rede social X, anteriormente Twitter.

Até a manhã desta quinta-feira, mais de mil incêndios florestais estavam ativos, incluindo cerca de 230 nos Territórios do Noroeste do país.

Os mais de 20 mil moradores de Yellowknife, a capital regional, têm até o meio-dia de sexta-feira (horário local) para partir pela estrada ou em voos comerciais e militares.

A prefeita da cidade, Rebecca Alty, alertou os motoristas que as chamas margeiam as poucas estradas que cruzam esse amplo território e que encontrariam visibilidade limitada pela fumaça.

Imagens compartilhadas nas redes sociais e na televisão canadense mostravam grandes extensões de mata queimada. Nos carros e caminhões que conseguiram sair antes que as vias ficassem intransitáveis, os faróis derreteram, e a pintura se desprendeu dos veículos.

— Minha irmã levou cinco horas [para percorrer 100 km] — contou Maggie Noble no X sobre a lenta fuga de Yellowknife no escuro.

A cidade decretou emergência no início desta semana, que logo se expandiu por todo o território do norte do país, com os bombeiros obrigados a se retirar em algumas áreas.

— Infelizmente, nossa situação de incêndios florestais piorou com fogo no oeste de Yellowknife que agora representa uma ameaça real para a cidade — disse aos jornalistas na quarta à noite o ministro do Meio Ambiente dos Territórios do Noroeste, Shane Thompson. — Sem chuvas, é possível que [o fogo] alcance os arredores da cidade no fim de semana.


Fonte: https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2023/08/17/cidade-do-canadaordena-fuga-de-20-mil-habitantes-por-incendios-florestais-sem-precedentes.
ghtml. Acesso em 17/08/2023
Em “Estamos todos cansados do termo ‘sem precedentes’, mas não há outra forma de descrever essa situação — disse a primeira-ministra regional, Caroline Cochrane, na rede social X, anteriormente Twitter” (3º parágrafo), o trecho destacado é classificado como:
Alternativas
Q2294583 Português

Leia o infográfico a seguir e analise sintaticamente o que se pede.


Imagem associada para resolução da questão


Com relação ao texto, pode-se afirmar corretamente que

Alternativas
Q2293798 Português
Escolas precisam compreender que o letramento é mais amplo que a alfabetização

        No Brasil, tanto as escolas públicas, como as particulares e as políticas públicas ainda partem da alfabetização para o letramento. Em suas pesquisas sobre o diálogo entre educação e linguística, Filomena Elaine Paiva Assolini alerta há alguns anos que o trabalho deveria ser feito de maneira inversa para, assim, considerar os saberes adquiridos fora da escola. Ela é pós-doutora pela Unicamp e docente desde 2005 na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP.
       “Os educadores precisam ter em mente é que o letramento é mais amplo que a alfabetização, sendo ela um dos aspectos do letramento. Quando consideramos o letramento, que é coletivo, entende-se que o sujeito possui saberes sobre a escrita independentemente do contexto escolar e da educação formal, porque ele está inserido em uma sociedade letrada. Então se a escola partisse do letramento, ela conseguiria se aproximar mais dos alunos e teria condições favoráveis para que eles expusessem os seus saberes sobre a escrita e sobre as diferentes linguagens”, explica a professora.
        Elaine complementa que a escola ainda insiste em trabalhar com o método silábico e com o método fonético de maneira descontextualizada. “Ainda há o entendimento de que a psicogênese da língua escrita é o que há de mais novo, mais recente e melhor para o entendimento do processo de alfabetização, mas, com todo respeito às contribuições de Emília Ferreiro, Ana Teberosky e Telma Weisz, já são ultrapassadas, serviram para aquele momento. Hoje entende-se que as fases pelas quais o sujeito passa não são tão lineares, redondinhas. Bom se fossem.”
      O posicionamento de Elaine conversa com as pesquisas e livros da grande Magda Soares, que frisou em vida a importância de olhar para os vários métodos e respeitar o conhecimento que a realidade individual e/ou local do estudante traz. Outro ponto da professora da USP é que as escolas tendem a considerar apenas a fase inicial da alfabetização, com isso, restringindo esse papel a apenas um professor. “Não se considera o que a criança traz: suas experiências e linguagens com as quais ela pode ter convivido antes de entrar na escola.”
        Um caminho que a escola pode adotar é trazer na produção linguística oral ou escrita a subjetividade do educando e assim permitir falar de si, das dores, angústias, desejos e acontecimentos, sugere Elaine, que também é coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas Sobre Alfabetização, Leitura e Letramento, (GEPALLE), regulamentado no CNPq. As atividades lúdicas, indica, também são outra possibilidade para o educador. “Só que elas ainda encontram resistência em algumas escolas sustentadas pelos pilares conteudistas, livrescos e avaliativos.”
        No século 21, com a internet presente cada vez mais no dia a dia, Elaine reforça que a sociedade é multiletrada e isso precisa ser considerado no processo de ensino e aprendizagem.
        “Alfabetizar não é codificar. Crer o contrário é ultrapassado, medieval e não serve mais para a criança de hoje, que vive em uma sociedade multissemiótica. Qualquer videozinho do TikTok de 10 segundos mostra isso: tem a linguagem escrita da legenda, a linguagem musical, a linguagem icônica. Então ser alfabetizado envolve sim conhecer o código escrito, mas envolve também saber compreender e saber interpretar. E um dos graves problemas é que o brasileiro não sabe interpretar. As crianças brasileiras têm muita dificuldade em lidar com poesia, com metáforas, basta você ver as análises, as provas. Seria um grande salto promover a compreensão textual, mas ir além e interpretar também.”
        Com as fake news a todo vapor, essa interpretação se torna ainda mais fundamental para o educando não cair na manipulação e ter a sua tão falada autonomia fortalecida. Elaine Paiva diz observar por meio de suas pesquisas que uma escola quando é boa,seja pública ou particular, o aluno aprende a compreender. Mas é preciso ir além.
        “A sociedade contemporânea exige um sujeito que saiba interpretar. Para isso, ele precisa entender que os acontecimentos e os dizeres das palavras possuem outros modos de interpretação, sendo que alguns predominam e ele também precisa entender o motivo de um e outro predominarem… Eu não posso interpretar desconsiderando que somos sujeitos socio-históricos, que estamos inseridos em uma cultura que tem suas ideologias, preferências e características. Porque falamos a partir desse lugar social que ocupamos. Então eu não posso sair interpretando da maneira como eu quero.”
         As orientações de Elaine Paiva tendem a ser propícias, inclusive, para detectar questões de saúde mental e problema familiar, já que o professor é um interlocutor privilegiado dos seus alunos. “Já dei aula na educação infantil, fundamental e médio. Os alunos me contavam coisas por meio de textos que nunca contaram para o pai, mamãe, irmão.”

(Laura Rachid. Disponível em: https://revistaeducacao.com.br/2023/05/09/letramento-e-alfabetizacao-bett/. Acesso em: 03/07/2023. Fragmento.)
Em “O posicionamento de Elaine conversa com as pesquisas e livros da grande Magda Soares, que frisou em vida a importância de olhar para os vários métodos e respeitar o conhecimento que a realidade individual e/ou local do estudante traz.” (4º§), a expressão “de Elaine”, classifica-se, sintaticamente, como:
Alternativas
Respostas
381: C
382: B
383: B
384: C
385: B
386: B
387: B
388: D
389: A
390: C
391: A
392: D
393: E
394: C
395: C
396: A
397: C
398: B
399: B
400: C