Questões de Concurso Comentadas sobre redação oficial
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Por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, os textos oficiais requerem o uso da norma padrão da língua.
A esse respeito, analise as afirmativas a seguir.
I. O uso da norma padrão da língua observa as regras da gramática formal.
II. Ao usar a norma padrão da língua, empregamos um vocabulário comum aos usuários do idioma.
III. A norma padrão da língua não admite expressões simplificadas ou coloquiais.
Está correto o que se afirma em:
Você precisa comunicar a agenda de uma visita a uma autoridade que deve ser tratada como Excelência.
Assinale a opção que apresenta a frase correta.
Nos itens abaixo aparecem: a designação da autoridade, o tratamento utilizado para essa autoridade, em forma abreviada, e o vocativo correspondente em casos de correspondência.
A alternativa em que, segundo o Manual de Redação da Presidência da República, todas as informações estão corretas é:
Para responder à questão, considere o Manual de Redação da Presidência da República.
Em relação à correspondência oficial, julgue o próximo item.
Sendo a flexibilidade um dos atrativos da comunicação
por correio eletrônico, não há necessidade de se evitar a
informalidade da linguagem nesse tipo de documento
oficial, como o uso de gírias e jargões.
Julgue o próximo item, em que são apresentados trechos de correspondências oficiais, no que se refere à adequação da linguagem e à correção gramatical.
Encaminho, anexa, para o conhecimento de V. S.ª, cópia
do relatório dos trabalhos desenvolvidos na oficina
Elaboração de Projetos para Ações Institucionais,
realizada na sede do Conselho Federal de Odontologia,
em Brasília-DF, nos dias 4, 5 e 6 de abril de 2017.
Julgue o próximo item, em que são apresentados trechos de correspondências oficiais, no que se refere à adequação da linguagem e à correção gramatical.
Solicito que Sua Senhoria encaminhes a esse setor, com
a máxima urgência, os materiais odontológicos que
requeri no memorando n.º 067, datado de 30 de março
do corrente ano.
Considere a seguinte introdução de um documento oficial:
Realizou-se, no Salão Nobre do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, a Reunião do Conselho Judiciário Estadual, sob a presidência do Presidente do Tribunal de Justiça, desembargador João Guimarães Rosa, com o propósito de discutir as ações para promover a agilidade na tramitação de processos judiciais. Presentes o Senhor Juiz Titular da comarca de Natal, Joaquim Maria Machado de Assis, e a Senhora Juíza da Comarca de Mossoró, Clarice Lispector. Havendo número regimental, o Senhor Presidente do Tribunal de Justiça declarou abertos os trabalhos [...]
Esse trecho é ilustrativo de um documento denominado
Ao redigir um ofício, o secretário de um órgão público utilizou a seguinte construção:
Aproveitamos o ensejo para reafirmar a V.Sa. nossos protestos de estima e apreço.
Em um ofício, essa construção faz parte
Texto II para responder à questão.
O mundo e os refugiados
[...] Na discussão dos extremos no século 21 cabe um paralelismo com os do século 20. Lembro, assim, a análise de Hannah Arendt a respeito daqueles que na Europa pós-1ª Guerra Mundial se viram, por obra dos totalitarismos, expulsos da trindade Estado-povo-território, tornaram-se indesejáveis não documentados em quase todos os lugares e tidos como descartáveis – ponto de partida dos campos de refugiados, facilitadores dos campos de concentração.
Foi a reação diplomática a essas catástrofes que levou à “ideia a realizar”, que está na origem da ONU, de institucionalizar uma comunidade internacional atenta aos direitos fundamentais e à dignidade do ser humano. Partiu-se conceitualmente do pressuposto kantiano de um direito à hospitalidade universal, lastreado na hipótese de que a violação do direito num ponto da Terra seria efetivamente sentida em todos os demais. É esta, a “ideia a realizar” de uma comunidade internacional tuteladora do direito à hospitalidade universal, que está hoje em questão de maneira dramática.
Na perspectiva do efeito destrutivo atual dos extremos, cabe sublinhar a trágica precariedade que assola a vida de pessoas nas regiões do que pode ser qualificado de o arco da crise. No Oriente Médio e em partes da África há Estados falidos (como o Iraque e a Líbia), Estados em estado pré-falimentar, conflitos e guerras civis que se prolongam com intervenções extrarregionais, como a que desagrega a Síria, a precariedade e artificialidade de fronteiras interestatais, que instigam conflitos étnicos e religiosos. Tudo isso, em conjunto, vem catalisando a existência dessa enorme população de excluídos do mundo comum, refugiados que fogem do arco da crise, sem encontrar destino e acolhida.
O número de pessoas que buscam asilo, estão internamente deslocadas nos seus países ou são refugiadas por obra de guerras e perseguições, se elevou de 59.6 milhões em 2014 para 65.3 milhões de pessoas no final de 2015. Isso significa que uma em cada 113 pessoas da população mundial está fora do mundo comum e não tem acesso ao direito à hospitalidade universal. Cerca de 51% de refugiados do mundo são crianças, muitas separadas dos pais e viajando sozinhas à procura de destino. A situação da Síria, a do Sudão do Sul, a do Iêmen, do Burundi, da República Centro- -Africana são forças alimentadoras desse fluxo de pessoas de países de baixa renda que enfrentam essa dura realidade.
O limbo em que se encontram os excluídos do mundo comum, mais tenebroso que os círculos do inferno de Dante, é, na perspectiva de uma razão abrangente da humanidade, a mais grave tensão difusa que permeia a vida internacional.
(Celso Lafer, 17 Julho 2016. Disponível em: http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,o-mundo-e-os-refugiados,10000063317. Acesso em: janeiro de 2017. Adaptado.)