Questões de Biomedicina - Análises Clínicas para Concurso
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Caso 1: Sexo feminino, 23 anos, vítima de picada de cobra, chega à unidade básica de saúde com sintomas de rabdomiólise.
Caso 2: Sexo masculino, 62 anos, portador de tumor ósseo, é atendido na unidade básica de saúde com dores intensas que o impossibilitam de andar. Caso 3: Sexo masculino, 39 anos, trabalhador rural, suspeita de envenenamento por inseticida organofosforado. Caso 4: Sexo feminino, 27 anos, chega à unidade básica de saúde com febre, dor abdominal, pele e olhos ictéricos e urina escura.
Hemograma 1 (dia 1): Eritrócitos: 5,52 milhões/uL); Hemoglobina: 17,7 g/dL; VG: 53,2%; VCM: 96,3 fL; HCM: 32,0 pg; CHCM: 33,2%; RDW: 15,1%; Policromatofilia: ++ Leucócitos: 32.000/uL; Monócitos 8%; Eosinófilo: 2%; Basófilos: 2%; Linfócitos 13%; Bastonetes: 22%; Segmentados: 53%; Neutrófilos: 75%. Granulações tóxicas nos neutrófilos: +/+++. (Valores de Referência para bastonetes: até 10%).
Hemograma 2 (dia 3): Eritrócitos: 5,55 milhões/uL); Hemoglobina: 17,9 g/dL; VG: 53,5%; VCM: 96,7 fL; HCM: 32,3 pg; CHCM: 33,3%; RDW: 15,3%; Policromatofilia: ++ Leucócitos: 17.000/uL; Monócitos 2%; Linfócitos 17%; Bastonetes: 33%; Segmentados: 48%; Neutrófilos: 81%. Granulações tóxicas nos neutrófilos: ++/+++; Corpúsculos de Döhle: +/+++; Vacuolizações citoplasmáticas nos neutrofilos: ++/+++. (Valores de Referência para bastonetes: até 10%).
Hemograma 3 (dia 5): Eritrócitos: 5,41 milhões/uL); Hemoglobina: 17,8 g/dL; VG: 53,1%; VCM: 96,0 fL; HCM: 31,9 pg; CHCM: 33,7%; RDW: 15,7%; Policromatofilia: ++
Leucócitos: 9.800/uL; Monócitos 2%; Linfócitos 10%; Metamielócitos: 5%; Bastonetes: 46%; Segmentados: 37%; Neutrófilos: 88%. Granulações tóxicas nos neutrófilos: +++/+++; Corpúsculos de Döhle: ++/+++; Vacuolizações citoplasmáticas nos neutrofilos: +++/+++. (Valores de Referência para bastonetes: até 10%).
Avalie quais as afirmativas são CORRETAS, de acordo com a análise das informações clínicas e laboratoriais citadas anteriormente.
I. Os valores do hematócrito e da hemoglobina estão elevados, considerando os valores de referência para mulheres. A causa provável desse achado é presença de DPOC, em que ocorre um estímulo contínuo de produção de eritropoietina (EPO) pela hipóxia, gerando um aumento no número de eritrócitos (poliglobulia) e na hemoglobina. A poliglobulia também pode ocorrer na Policitemia Vera (PV), sendo esta, porém, uma neoplasia mieloproliferativa, cujo mecanismo de aumento dos eritrócitos é uma expansão clonal maligna na medula óssea, independente da ação da EPO. II. Observando os valores dos hemogramas 1, 2 e 3, pode-se perceber uma melhora clínica e hematológica da paciente, justificada pela diminuição do número de leucócitos, corroborada pelo aumento de precursores mieloides (metamielócitos e bastonetes) no sangue periférico. Sendo assim, não será necessária a realização de um novo hemograma de controle, mas apenas o acompanhamento clínico. A presença de granulações tóxicas, corpúsculos de Döhle e vacuolizações citoplasmáticas nos neutrófilos caracterizam que a origem infecciosa da pneumonia é bacteriana. III. A presença de policromatofilia (também chamada de policromasia) na avaliação da lâmina corada está associada diretamente com a presença de reticulócitos na circulação sanguínea (reticulocitose). Pode aparecer nos casos de anemias hemolíticas, na DPOC e em resposta terapêutica adequada na suplementação de ferro, em pacientes com anemias ferroprivas.
I. A presença de precursores mieloides (pró-mielócitos, mielócitos, metamielócitos) e precursores eritroides (eritroblastos) no sangue periférico (hemograma) é denominada de reação leuco-eritroblástica. Este achado possui associação clínica com algumas doenças, entre as quais, a mielofibrose, principalmente se forem encontrados dacriócitos no esfregaço e a idade do paciente for superior a 60 anos. II. A diminuição (leucopenia) ou elevação (leucocitose) da contagem total de leucócitos no hemograma se deve principalmente à variação do número de neutrófilos, sendo que esta variação pode ocorrer pelas seguintes causas: egresso de neutrófilos da medula óssea para o sangue periférico, egresso de neutrófilos do sangue periférico para os tecidos, movimentação dos neutrófilos entre o compartimento marginal e o circulante. O uso de altas doses e continuo de glicocorticoides, como por exemplo, nas doenças inflamatórias autoimunes, pode provocar uma acentuada leucopenia, pois aumenta a saída dos neutrófilos para o tecido. III. Um hemograma que apresente uma plaquetopenia (contagem de plaquetas inferior a 150.000/uL) e com o índice de Plaquetas Reticuladas (IPR%) elevado, acima de 10%, demonstra que a causa provável da diminuição do número de plaquetas seja a deficiência de produção na medula óssea, como na aplasia de medula e nas mielodisplasias. IV. A presença de blastos no hemograma com contagem maior que 20% caracteriza uma leucemia aguda. Se estiverem presentes Bastontetes de Auer nesses blastos, pode-se dizer que sua origem é mieloide.
Assinale a alternativa CORRETA.
Analise as afirmações a seguir.
I. O Tempo de Protrombina (TP) avalia a via extrínseca e a via comum da cascata da coagulação, bem como os fatores de coagulação vitamina K dependentes (I, II, VII, VIII e X). O fator VII é o principal fator envolvido na via extrínseca. O TP também é utilizado para o monitoramento de anticoagulação com warfarina, por ser este anticoagulante um antagonista da Vitamina K. Para o fim de monitoramento do uso de warfarina, o resultado do TP deve ser expresso pelo RNI / INR. II. Para avaliação da hemostasia primária, é utilizada a contagem de plaquetas e o tempo de sangramento (TS), sendo que este último avalia tanto as situações de deficiência numérica das plaquetas (trombocitopenias), como também a deficiência funcional (trombocitopatias). São exemplos de deficiência numérica a Púrpura Trombocitopênica Imune (PTI) e de deficiência funcional a Doença de Von Willebrand e a Trombastenia de Glazmann. III. O Tempo de Tromboplastina Parcial Ativado (TTPA) avalia a ação dos fatores da coagulação da via intrínseca e da via comum, estando prolongado ou elevado na deficiência desses fatores, como na Hemofilia A, onde a deficiência é do Fator VIII. Antes da liberação de um TTPA prolongado pelo laboratório, é recomendado que se faça a prova da mistura (mix teste) para se excluir a presença da Síndrome de Anticorpos Anti-Fosfolipídeos (SAAF), que também prolonga o TTPA. Se houver a correção do TTPA, a causa provável é SAAF e se não houver correção do TTPA, a causa provável é a deficiência de alguma fator de coagulação das vias analisadas.
Assinale a alternativa CORRETA.
I. A avaliação da linearidade pode ser realizada pela análise de amostras com elevada concentração de determinados parâmetros (ex. eritrócitos, leucócitos e plaquetas) seguida da análise de uma amostra com baixa concentração dos mesmos parâmetros. II. A calibração inicial (primeira calibração) e qualquer outra calibração que seja necessária durante o uso e manutenção do equipamento deve ser realizada obrigatoriamente com um calibrador e nunca com controles comerciais ou amostras conhecidas de pacientes. Isso se deve ao fato dos calibradores possuírem “ranges” (intervalos) mais estreitos. III. Todas as ocorrências e ações devem estar registradas em planilhas eletrônicas ou impressas, para fins de monitoramento, rastreabilidade e fiscalização (vigilância sanitária, por exemplo). IV. O analisador hematológico dever ser recalibrado, quando 2 resultados consecutivos do controle interno das contagens de eritrócitos, leucócitos e plaquetas excederem a média (x) em 2 desvios-padrões (DP), desde que os dois sejam do mesmo lado (x + 2DP ou x-2DP).
Assinale a alternativa CORRETA.