Questões de Pedagogia - Função Social da Escola e Compromisso Social do Educador para Concurso
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O pedagogo, como articulador de ações educativas, deve auxiliar à comunidade escolar a redefinir a sua prática, no sentido de desmistificar as relações que se configuram no seu interior, buscando compreendê-las a partir dos pressupostos teóricos que apontem para a democratização do espaço escolar.
Pensar alternativas, criar espaços e tempos de reflexão implica corresponsabilizar-se na efetiva aprendizagem dos alunos. E não perder de vista a perspectiva de que o trabalho pedagógico requer uma capacidade contínua de análise, reflexão e ação contextualizadas. (adaptado: Lucia Cavichioli Pereira e Eliane Cleide da Silva Czernisz)
É fundamental que este profissional supere práticas cotidianas isoladas, sem reflexão e planejamento, que muitas vezes ficam circunscritas a atividades de reorganização de horários, atendimento de salas que estão sem professores etc., deixando em último plano o que seria o foco principal do seu trabalho, que é ser:
“Segundo Amorim Neto e Rosito (2009) o educador, além de sua formação acadêmica, deve trazer em si sinais de amadurecimento moral, afetivo e emocional para que ele possa conhecer-se e encontrar-se em si mesmo para depois dedicar-se verdadeiramente aos educandos. Segundo os autores a questão crucial para uma sociedade mais humana e fraterna é a valorização do convívio solidário entre os seres humanos. Sem isso a sociedade e as relações humanas serão caracterizadas pela indiferença e pela anulação do outro.
Desta forma, verificamos que as relações interpessoais que desenvolvemos ao longo de nossas vidas têm implicações decisivas em nossa maneira de agir e pensar. No ambiente escolar, especificamente, essa relação assume proporções muito significativas e repercute no processo ensino-aprendizagem, uma vez que educadores e educandos precisam estar sintonizados e voltados para um mesmo objetivo, ou seja, a construção e transformação do conhecimento. E esse objetivo só será alcançado de forma eficaz se a relação estabelecida entre os envolvidos no processo for positiva.” (Eliana Garcia)
Assim, vínculos positivos poderão despertar no aluno um interesse especial sobre determinado assunto ou conteúdo, por outro lado, vínculos negativos poderão trazer desinteresse e até mesmo aversão ao tema tratado ou disciplina.
Para a autora, o educador é o:
A Educação Integral é uma concepção de ensino apoiada em um tripé: ampliação do tempo, reflexão sobre as aprendizagens oferecidas e extensão dos espaços onde elas acontecem.
Marta Scarpato, professora (PUC-SP), destaca que, desde o século 18, já se acreditava e defendia que o ser humano deveria ser formado integralmente. "Nessa perspectiva, a escola teria o papel de propiciar um processo de ensino e aprendizagem visando não apenas o desenvolvimento cognitivo, mas também o social, o físico e o afetivo do aluno e de todos os envolvidos na Educação".
Na prática, conceber uma instituição de ensino integral é ir além da ideia de que os estudantes podem aprender e desenvolver, durante mais tempo, habilidades e competências em disciplinas como Língua Portuguesa, História, Ciências etc.
Esse tipo de escola vem para aumentar as diferentes possibilidades de aprendizagens, reafirmar o direito de todas as crianças e todos os adolescentes à Educação e ao acesso aos diversos conhecimentos.
Nesse sentido, podemos afirmar que a Educação Integral contribui para:
Mais do que os discursos, são a prática, o exemplo, a convivência e a reflexão sobre eles mesmos, em situações reais, que farão com que os alunos e as alunas desenvolvam atitudes coerentes com os valores que queremos que aprendam.
Por isso, o convívio escolar é um elemento-chave na formação ética dos estudantes e, ao mesmo tempo, é o instrumento mais poderoso que a escola tem para cumprir sua tarefa educativa nesse aspecto.
Os educadores devem sempre estar atentos à coerência entre o discurso e a ação: respeitar para ser respeitado, assumir e cumprir suas responsabilidades como forma de compartilhar com os estudantes a importância dessas atitudes.
Daí a necessidade de os adultos reverem o ambiente escolar e o convívio social que ali se expressa, a partir das relações que estabelecem entre si e com os estudantes, buscando a construção de ambientes mais:
“Conforme Mantoan, uma escola de qualidade desenvolve um projeto pedagógico centrado no aluno como estratégia de permanência e sucesso na escola assegurando aprendizagem a todos os alunos. Este deve ser o objetivo primordial de uma instituição escolar: garantir a aprendizagem a todos os alunos. Entretanto, sabe-se que este é um direito que não vem sendo garantido.
A escola tem se tornado, cada vez mais, produtora do fracasso escolar e pior, atribuindo aos próprios alunos a culpa pelo seu fracasso. Ceccon explica que “na verdade, a escola produz muito mais fracassos do que sucessos, trata alguns alunos melhor do que outros, e convence os que fracassam de que fracassam, porque são inferiores”.
Não se pode atribuir a culpa do fracasso escolar ao aluno ou às condições adversas que porventura ele enfrente. É preciso ter em mente que os alunos são diferentes, que não se pode esperar o mesmo desempenho de todos os alunos, nem tampouco que se interessem pelas mesmas coisas ou que aprendam no mesmo ritmo.”
(www.imprensaoficial.com.br )
Quando for superado o desejo de uniformidade, reconhecendo não só a existência, mas o valor da diversidade, será possível garantir:
Aprender a ser cidadão e a ser cidadã é, entre outras coisas, aprender a agir com respeito, solidariedade, responsabilidade, justiça, não-violência; aprender a usar o diálogo nas mais diferentes situações e comprometer-se com o que acontece na vida coletiva da comunidade e do País.
Esses valores e essas atitudes precisam ser aprendidos e desenvolvidos pelos estudantes e, portanto, podem e devem ser ensinados na escola. Para que os estudantes possam assumir os princípios éticos, são necessários pelo menos dois fatores: - que os princípios se expressem em situações reais, nas quais os estudantes possam ter experiências e conviver com a sua prática; - e que haja um desenvolvimento da sua capacidade de autonomia moral, isto é, da capacidade de analisar e eleger valores para si, conscientemente e livremente.
Uma educação em valores deve partir de temáticas significativas do ponto de vista ético e propiciar condições para que os alunos e as alunas desenvolvam sua capacidade dialógica, tomem consciência de seus sentimentos e emoções (e das demais pessoas) e desenvolvam a capacidade autônoma de tomar decisões em situações conflitantes do ponto de vista ético/moral.
A melhor forma de ensiná-los, portanto, é fazer com que: