Questões de Concurso Público Polícia Federal 2004 para Técnico em Assuntos Culturais
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Longe de ser um fato isolado, a violência que assola a cidade do Rio de Janeiro é ampliada pela ação do narcotráfico, cujas quadrilhas não raro entram em guerra pelo domínio de pontos de venda de drogas ilícitas.
Os números apresentados pelo PNUD mostram que, pelo menos quanto ao volume de armas em circulação no país, a situação está sob controle, o que permite afirmar que, embora ainda não tenha sido aprovado pelo Congresso Nacional, o simples anúncio do projeto do Estatuto do Desarmamento já surtiu efeitos positivos.
Ações criminosas praticadas por jovens das classes média e alta, alguns dos quais com requintes de violência que chocam a opinião pública, demonstram que o problema focalizado nos textos não se explica apenas pela origem social de seus protagonistas e pela histórica desigualdade brasileira.
Apesar dos graves problemas focalizados no segundo texto, sabe-se que o Brasil foi capaz de montar um sistema público de educação que, apontando para a universalização do acesso ao ensino fundamental, cumpre seu objetivo de promover a drástica redução das desigualdades sociais existentes no país, pela via da socialização do conhecimento.
Infere-se da pesquisa citada no segundo texto que, em linhas gerais, uma parcela das escolas brasileiras, em vez de constituir um lugar de inclusão e de convivência de diversidades, transforma-se em ambiente de medo, no qual o aluno sente-se vulnerável e inseguro.
Citados nos textos, PNUD e UNESCO integram a estrutura da Organização das Nações Unidas (ONU) e, ao lado de outros órgãos especializados, como a OMS e o UNICEF, comprovam que a ação da grande instituição multilateral surgida no imediato pós-Segunda Guerra Mundial não se restringe às intrincadas questões políticas do sistema internacional e ao crucial tema da segurança mundial.
Ao cenário focalizado no primeiro texto, agrega-se a ação do denominado crime organizado, fortemente ligado ao narcotráfico e em larga medida responsável pela expressiva dimensão alcançada pelo contrabando de armas.
Do quadro gerador do sentimento coletivo de insegurança advinda da violência a que se referem os textos, nasce o que os especialistas definem como indústria do medo, para a qual são direcionados recursos que, em circunstância diversa, poderiam destinar-se a investimentos sociais.
Nos últimos anos, a acentuada presença de menores no mundo da delinqüência, sobretudo em crimes bárbaros de elevada repercussão na opinião pública, foi a gota d’água que levou o Congresso Nacional a alterar radicalmente o Estatuto da Criança e do Adolescente, praticamente desfigurando-o.
A redução da maioridade penal, de 18 anos para 16 anos de idade, foi decidida em votação dramática do Congresso Nacional. Para os analistas, deputados federais e senadores assim agiram em razão da forte pressão exercida pela sociedade, assustada com a banalização da violência entre os jovens.
Um dos fatores determinantes para o florescimento econômico de várias regiões do interior do Brasil é o agronegócio, marcado pela utilização de expressivas inovações tecnológicas e responsável por crescente parcela das exportações brasileiras.
Infere-se do texto que os investimentos industriais feitos pelo Brasil são extremamente centralizados, o que determina a concentração de pólos industriais nas regiões metropolitanas.
Quando o texto fala em “emprego formal”, está-se referindo à modalidade de trabalho remunerado que segue a legislação relativa ao setor, a começar pelo registro do trabalhador em carteira profissional.
A chamada política neoliberal, muito em voga a partir de meados da penúltima década do século passado, correspondeu, entre diversos outros aspectos, ao enrijecimento da legislação trabalhista, pelo aprofundamento das normas de proteção ao trabalho.
O caso de Blumenau, mencionado no texto, confirma o que as estatísticas oficiais sempre demonstraram: micro e pequenas empresas, justamente por seu reduzido porte, têm dificuldades intransponíveis para a geração de empregos.
O texto confirma o dinamismo da economia de Mato Grosso e, pelo consumo de energia elétrica, vê-se que a opção de desenvolvimento assumida atualmente pelo estado centra-se na indústria de bens duráveis.
Com o desenvolvimento econômico de áreas do interior do país, que o texto exemplifica, é natural que também cresçam outros indicadores, como a arrecadação fiscal, as exportações, as vendas e o consumo de energia.
Enquanto as taxas de desemprego explodem nas regiões metropolitanas, o dinamismo apresentado pela economia no interior do país permite supor que, neste, novos postos de trabalho estejam sendo gerados.
Para os especialistas, o mais grave problema vivenciado pela economia do interior do Brasil é sua excessiva dependência a uma única atividade econômica de expressão, a agropecuária, desconsiderando outras atividades potencialmente dinâmicas, como calçados, móveis e cerâmica, por exemplo.
Entre os efeitos esperados e já detectados no processo de expansão econômica do interior, estão os dados populacionais de seus municípios: ou são ascendentes ou, pelo menos, mostram interrupção no movimento de queda de seus habitantes.