Questões de Concurso Público Banco da Amazônia 2006 para Técnico Científico - Área: Psicologia Clínica
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Com referência à atuação do psicólogo na situação hipotética acima, julgue o item que se segue.
O caso exige a elaboração de um laudo complexo, tendo em
vista tratar-se de uma solicitação da área médica, a qual
invalidará qualquer outra forma de comunicação dos dados
que não inclua o código da classificação internacional de
doenças.
Com referência à atuação do psicólogo na situação hipotética acima, julgue o item que se segue.
Embora o exame possa ser complexo, o objetivo é simples
e único, não havendo razões para elaboração de um laudo
extensivo, podendo o psicólogo responder pela via de um
parecer por escrito, no qual é possível mencionar o código
internacional de doenças.
Julgue o item subseqüente, relativo às teorias de personalidade e suas técnicas psicoterápicas.
Atualmente, nos quase dez tipos diferentes de psicoterapias,
cujos modelos são organizados por sociedades científicas
que estabelecem regras para sua prática, algumas vêm-se
impondo pela comprovação clínica de sua utilidade ou pelo
resultado de pesquisas em variados campos da saúde. Sendo
realizadas por várias profissões, inexiste qualquer tipo de
fiscalização oficial ou de exigência mínima para a sua
prática.
Julgue o item subseqüente, relativo às teorias de personalidade e suas técnicas psicoterápicas.
Na terapia comportamental, cujos princípios e teorias da
aprendizagem são a base de sua técnica, objetiva-se a
eliminação dos sintomas psicopatológicos. Entre estes
princípios destacam-se: o condicionamento operante
(Pavlov), o condicionamento clássico (Skinner), a
aprendizagem social (Bandura), a inibição recíproca, a
dessensibilização sistemática (Volpe) e o controle de
impulsos (Kernberg).
Julgue o item subseqüente, relativo às teorias de personalidade e suas técnicas psicoterápicas.
A terapia cognitiva fundamenta-se em conceitos
provenientes de diversas teorias, exceto da teoria
psicanalítica. Baseia-se na psicologia cognitiva e social, na
teoria dos processos patológicos das informações e na
investigação empírica clínica. Sua premissa básica é a de que
a pessoa é perturbada não pelas coisas em si, mas pelas
concepções que o próprio paciente tem sobre elas, ou seja,
a forma como ele interpreta suas experiências determina
como ele se sente e se comporta.
Julgue o item subseqüente, relativo às teorias de personalidade e suas técnicas psicoterápicas.
O método de intervenção da psicanálise tem como regra
básica a livre associação. Essa psicoterapia exige do paciente
forte motivação, pois terá de envolver-se verdadeiramente no
tratamento, tendo a intenção precisa de mudar algo de seus
próprios sintomas, do desconhecimento de si mesmo, da
forma de lidar com a vida de um modo geral, conhecer mais
sobre si mesmo e isso por um período de tempo impossível
de se determinar.
A teoria da personalidade de Jung dá ênfase aos processos inconscientes, como a teoria da personalidade de Freud, mas difere desta em um notável aspecto: para Jung, o comportamento humano é condicionado não apenas por sua história individual e racial (causalidade), mas também por suas metas e aspirações (teleologia). A teoria Junguiana se distingue também de todas as outras abordagens à personalidade pela forte ênfase nas fundações raciais e filogenéticas da personalidade, as quais são arcaicas, primitivas, inatas, inconscientes e provavelmente universais.
Pelas teorias da personalidade, a psicologia promove instrumentos conceituais para a descrição, a explicação e a predição do comportamento humano. Julgue o item a seguinte acerca de algumas dessas teorias.
Erich Fromm comparou as idéias de Freud e de Marx,
observando suas contradições e tentando uma síntese.
Preferia o rótulo de humanista dialético ao de um teórico
marxista da personalidade. Para ele, o servo conquista
finalmente a sua liberdade apenas para se descobrir à deriva,
em um mundo predominantemente alienígena: “Mais
liberdade, mais solidão”. Ao fazer exigências contrárias à
sua natureza, a sociedade deforma e frustra os seres
humanos. Ela os aliena de sua situação humana e nega-lhes
o cumprimento das condições básicas da existência. Tanto o
capitalismo como o comunismo tentam transformar o
indivíduo em um escravo do salário e, geralmente, levam a
pessoa à insanidade, à conduta anti-social ou a atos
destrutivos.
Pelas teorias da personalidade, a psicologia promove instrumentos conceituais para a descrição, a explicação e a predição do comportamento humano. Julgue o item a seguinte acerca de algumas dessas teorias.
As idéias de Reich e sua clínica eram muito avançadas para
sua época, dando ênfase à livre expressão de sentimentos
sexuais e emocionais dentro de um relacionamento amoroso
e maduro. Acreditava que a meta da terapia deveria ser a
libertação dos bloqueios do corpo e a obtenção de plena
capacidade para a satisfação sexual. As opiniões radicais de
Reich a respeito da sexualidade resultaram em consideráveis
equívocos e distorções de seu trabalho. Pioneiro na área da
psicologia do corpo, defendia uma atividade efetiva com o
próprio corpo a fim de fazê-lo funcionar para eliminar as
tensões desnecessárias.
Pelas teorias da personalidade, a psicologia promove instrumentos conceituais para a descrição, a explicação e a predição do comportamento humano. Julgue o item a seguinte acerca de algumas dessas teorias.
Para Skinner não existe nenhum estímulo controlador ou
provocador para a maioria dos comportamentos, sendo que
o controle reside nas conseqüências do comportamento. As
metas da ciência de Skinner são: o controle, a predição e a
interpretação do comportamento. Ele dizia que, quando a
descrição do relacionamento funcional controlador estivesse
completa, seria obtido o controle e atingida a meta da
ciência. O comportamento não resulta de pensamentos,
sentimentos, intenções, decisões ou escolhas, como na
psicologia cognitiva. Para os comportamentalistas, o
ambiente seleciona o comportamento.
Pelas teorias da personalidade, a psicologia promove instrumentos conceituais para a descrição, a explicação e a predição do comportamento humano. Julgue o item a seguinte acerca de algumas dessas teorias.
A teoria psicanalítica da personalidade concebe a
subjetividade humana como cindida e incompleta, assim,
nem o eu nem o inconsciente representam uma totalidade ou
o centro do psiquismo. Para explicar a experiência imediata,
Freud desenvolve a metapsicologia como uma teoria do
psíquico que vai além do psicológico e do vivido. Neste
projeto, reconhece a importância da experiência tal como o
sujeito a tem e, ao mesmo tempo, a importância de se tentar
fugir ao fascínio dessa experiência, a qual pode se revelar
ilusória, porém, jamais enganadora. A psicanálise é, ao
mesmo tempo, um método de investigação da vida psíquica,
uma teoria da personalidade e um método de tratamento de
seus problemas e transtornos. A psicanálise restaura a idéia
de que o homem é livre por sua fala e de que seu destino não
se restringe a seu ser biológico; seu pensamento não se reduz
a um neurônio e seu desejo não se confunde com uma
substância química.
Pelas teorias da personalidade, a psicologia promove instrumentos conceituais para a descrição, a explicação e a predição do comportamento humano. Julgue o item a seguinte acerca de algumas dessas teorias.
A teoria de Carl Rogers é basicamente fenomenológica,
enfatizando as experiências das pessoas, seus sentimentos e
valores. Como as teorias da personalidade de Freud, Jung,
Adler, a teoria de Rogers vem de uma concepção clínica do
psíquico, no sentido de que ela tem sua origem não no
laboratório experimental (animal) de psicologia ou de
psicometria, mas na prática clínica. Para o Rogers
fenomenólogo, o melhor ponto de vista para compreender o
comportamento é o da referência do próprio indivíduo com
suas percepções consciente e inconsciente. O método de
psicoterapia que ele criou é chamado de terapia diretiva ou
centrada no cliente, em que o terapeuta foi capaz de
estabelecer um relacionamento intensamente pessoal e
subjetivo com o cliente.
Acerca dos instrumentos de avaliação diagnóstica e de classificação das psicopatologias, julgue o seguinte item.
A publicação do DSM-III, em 1980, com sistemas de
diagnóstico baseados em critérios explícitos e
observacionais, surgiu como promessa de solução para um
dos problemas mais desafiadores da história da psiquiatria:
o da “diferença das línguas” entre as diversas abordagens
dos fenômenos psicopatológicos. Mas essa diferença foi
reduzida a sua dimensão de confusão terminológica,
passando-se em geral ao largo de uma investigação mais
radical das implicações éticas e teóricas das diferentes
concepções de linguagens assumidas pelas diferentes
disciplinas interessadas no psicopatológico. A unificação
terminológica não garantiu, pois, por si mesma, a resolução
do problema da “confusão das línguas” no que se refere aos
diferentes recortes do objeto psicopatológico, estabelecidos
pelas várias disciplinas que se ocupam dos transtornos
mentais.
Acerca dos instrumentos de avaliação diagnóstica e de classificação das psicopatologias, julgue o seguinte item.
Após muitas modificações em relação à abordagem e
classificação da psicopatologia, o DSM-IV recapitulou o
conceito de transtornos distintos, propondo uma
classificação nosográfica a partir de um enfoque teórico com
relação às causas, baseando-se também em critérios
operacionais, para compor uma lista de características que
devem estar presentes para que o diagnóstico seja feito.
Acerca dos instrumentos de avaliação diagnóstica e de classificação das psicopatologias, julgue o seguinte item.
O DSM-IV é compatível com a classificação utilizada na
Europa, enquanto a CID-X foi desenvolvida pela
Organização Mundial da Saúde (OMS). Todas as categorias
propostas no DSM-IV são encontradas na CID-X, mas nem
todas as categorias da CID-X estão no DSM-IV, sendo este
específico ao profissional da psicologia.
Acerca dos instrumentos de avaliação diagnóstica e de classificação das psicopatologias, julgue o seguinte item.
As categorias psicopatológicas, quando abordadas sob a
ótica da psicopatologia fundamental, não se resumem aos
quadros típicos objetiváveis, mas sim visam criar, por meio
de um ato de nominação, um campo de emergência de
teorias e textos, ou seja, um lugar vazio, onde os distintos
discursos, metáforas e modelos em torno do pathos se
colocam em relação, no sentido da produção de um saber
novo e também de um saber sobre as fronteiras e os limites
de cada campo.
Acerca dos instrumentos de avaliação diagnóstica e de classificação das psicopatologias, julgue o seguinte item.
Os termos de que fala a psicanálise (histeria, melancolia,
paranóia) já não são mais recortados segundo a tradição
médica. Os empregos desses mesmos termos — e de outros
— na psicanálise ou na psiquiatria remetem a concepções e
a referenciais psicopatológicos radicalmente diferentes em
cada uma dessas disciplinas.
Acerca dos instrumentos de avaliação diagnóstica e de classificação das psicopatologias, julgue o seguinte item.
O reducionismo metodológico exigido na aplicação estrita de
um sistema diagnóstico operacional não deixa de incluir a
sensibilidade, ou o essencial da experiência psicopatológica,
ou seja, as vicissitudes do clínico com sua própria
humanidade, as dimensões eminentemente subjetivas da
experiência do sofrimento psíquico.
Acerca dos instrumentos de avaliação diagnóstica e de classificação das psicopatologias, julgue o seguinte item.
A perspectiva comportamental focaliza os fenômenos
psicopatológicos sob a ótica da subjetividade, da dimensão
simbólico-linguística da experiência humana e da hipótese
do inconsciente, introduzindo uma visada incontornável para
a abordagem desses fatos e, neste sentido, destaca as
diferenças que separam a semiologia médica da psicológica.
Acerca do quadro clínico hipotético acima, julgue o item a seguir, relativo a intervenção psicológica.
No caso de B, em uma consideração psicanalítica, o álcool
não entraria para preencher uma carência afetiva, ou para
anestesiar sentimentos, mas a ingestão dessa substância forja
um aquecimento que cria uma forma interna ilusória de
consistência. É uma impressão alucinatória de integridade
psíquica. A adição — o alcoolismo — ganha contornos de
uma privação inicial, que faz pensar no território do autismo,
nessa capacidade exacerbada de criação de formas de
sensação para garantir uma sobrevivência psíquica. A
possibilidade para B é uma trajetória analítica de construção
de um eu, não por intermédio de uma ressignificação de
experiências já vividas, mas como uma nova experiência,
inaugural.