Questões de Concurso Público HUB 2010 para Residência Multiprofissional - Psicologia
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A respeito de modelos teóricos de comportamento e saúde, julgue o item a seguir
De acordo com o modelo transteórico, as alterações no
comportamento relacionado à saúde ocorrem por meio de
cinco estágios distintos: pré-contemplação, contemplação,
decisão, ação e manutenção, sendo que cada estágio representa
a dimensão temporal da mudança do comportamento, ou seja,
mostra quando a mudança ocorre e qual é o grau de motivação
para realizá-la.
Na teoria da ação planejada, as atitudes compreendem uma avaliação da probabilidade de terceiros importantes desejarem que o indivíduo pratique, ou não, o comportamento considerado e a motivação para cumprir tal expectativa. As normas sociais também compreendem dois elementos: as crenças relativas ao comportamentos em questão e as valências ligadas a essas crenças.
A adoção da recomendação de não reencapar agulhas é um comportamento preventivo de acidentes com agulhas. De acordo com o modelo de crenças em saúde, a adoção de um comportamento preventivo como esse depende, entre outros aspectos, de o indivíduo se considerar suscetível ao problema, associar o problema de saúde à gravidade de suas consequências, e acreditar que o problema de saúde pode ser prevenido por uma ação.
A teoria da ação planejada é um modelo derivado da psicologia social que analisa processos de decisão comportamental. Esse modelo foi aperfeiçoado na psicologia da saúde, e não é aplicado em outras áreas da psicologia.
O modelo de crenças em saúde é composto, basicamente, pelas seguintes dimensões: suscetibilidade percebida, severidade percebida, benefícios percebidos e barreiras percebidas.
O modelo de hipótese cognitiva da adesão defende que é possível prever a adesão pela combinação da satisfação do paciente em relação à consulta com a compreensão das informações comunicadas pelo profissional de saúde e a capacidade do paciente de recordar essas informações.
A interdisciplinaridade é uma estratégia legítima de trabalho no campo da saúde de classificação epistemológica, em que se admite o esforço conjugado de vários profissionais para alcançar os significados do processo saúde-doença.
Segundo o modelo biopsicossocial, a concessão de poder igualitário aos profissionais de saúde das diferentes áreas pode aumentar os desafios dos serviços de saúde e desorganizar a rotina de trabalho.
No Brasil, o direito do doente e de sua família à informação não é reconhecido formalmente na legislação e o profissional de saúde, por isso, não recebe treinamento adequado sobre a forma de revelar informações ao paciente.
Embora os níveis de estresse estejam relacionados com a capacidade de recuperação de um paciente submetido à cirurgia, pesquisas sobre os efeitos da informação prévia sobre cirurgia não apontaram resultados significativos em relação ao tempo de recuperação pós-cirúrgica, mas apenas à satisfação do paciente com os serviços prestados pela equipe multiprofissional.
A atuação do psicólogo junto ao paciente no pronto-socorro e na emergência é questionável. O foco deve ser a equipe, uma vez que o estresse rotineiro propicia a emergência de conflitos, de situações não elaboradas e sensação da incompetência que podem trazer consequências importantes para o cotidiano do setor.
O trabalho do psicólogo em situação de emergência caracteriza-se pela criatividade e pela disponibilidade, já que a rotina é inesperada e o psicólogo pode atender ao paciente no corredor, em macas, nas salas de observação, dependendo da necessidade do paciente, da família e da equipe do hospital.
O uso de instrumentos de avaliação no contexto hospitalar não é indicado, uma vez que a atuação do psicólogo é focada nas intervenções para alívio do sofrimento causado pelas doenças e na busca da promoção da saúde e qualidade de vida.
A atuação do psicólogo, no contexto hospitalar, deve considerar o paciente, o cuidador/familiar e a equipe. Além disso, sua atuação pode ocorrer em enfermarias, ambulatórios, unidades de terapia intensiva (UTI), pronto-socorro e ainda por meio de interconsultas.
Pacientes em atendimento ambulatorial não têm indicações de acompanhamento psicológico, visto que o trabalho do psicólogo no contexto hospitalar deve ser voltado para as questões da hospitalização e adesão ao tratamento.
No atendimento em pediatria, o psicólogo deve centrar sua atenção no cuidador/familiar, para garantir a qualidade da atenção à criança.
No contexto hospitalar, o psicólogo pode realizar atendimentos individuais, grupais, conjugais e familiares, dependendo da demanda do paciente ou da necessidade identificada pela equipe multiprofissional que trata desse paciente.
As características da UTI, como rotina de trabalho acelerada, constante clima de apreensão, situações de morte iminente, dores, medo e ansiedade, exacerbam o estado de estresse e tensão tanto do paciente quanto da equipe. Cabe ao psicólogo intervir junto a paciente, familiares e equipe para auxiliar a identificação das dificuldades e o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento dessa situação.
A atuação do psicólogo em UTI deve priorizar os familiares, pois esses são importante recurso afetivo que pode e deve ser envolvido no trabalho com o paciente. São eles os representantes principais dos seus vínculos com a vida e uma das fontes de motivação para o paciente enfrentar o sofrimento.
No caso de óbito de um paciente, geralmente, o psicólogo é o profissional responsável por dar a notícia para a família, uma vez que recebeu formação específica para lidar com os sentimentos e as emoções.