A equipe de serviço social de uma unidade de saúde de alta
complexidade foi procurada pela familiar de uma usuária do sistema
e por duas profissionais da mesma instituição, que buscaram
orientações sobre as seguintes situações.
• Paula, vinte e dois anos de idade, encontra-se
hospitalizada na referida unidade de saúde devido a uma
grave fratura. Sua irmã, Carmem, de vinte anos de idade,
pediu orientações, afirmando que Valter, de vinte e
quatro anos de idade, companheiro de Paula, impede a
irmã de trabalhar, sob o argumento de que tem condições
de sustentá-la. Carmem afirmou que a agressão sofrida
por Paula ocorreu quando ela informou ao marido ter
sido selecionada em uma entrevista de emprego.
O companheiro arrancou a carteira de trabalho e
previdência social (CTPS) que estava nas mãos de Paula,
o que ocasionou a queda dela e a consequente fratura.
Com medo da reação do marido, Paula preferiu informar
aos profissionais que a fratura havia sido fruto de uma
queda no banheiro de sua casa.
• Érica e Carla, respectivamente, enfermeira e médica da
unidade de geriatria da instituição em questão, disseram
que Cláudio, de cinquenta e cinco anos de idade,
acompanhante e único filho do Sr. Ozório, de oitenta e
cinco anos de idade, que se encontra em cuidados
paliativos, deixou de acompanhar o pai, sem avisar e não
atende às ligações telefônicas realizadas pela equipe.
Segundo relatos de acompanhantes de outros usuários
internados na mesma enfermaria, Cláudio costumava dizer
que não via mais sentido em acompanhar o pai e que ia
cuidar de sua vida, retornando a sua cidade — um
município localizado a mais de 1.000 km da cidade onde
o genitor encontra-se hospitalizado.
A respeito dessa situação hipotética, julgue o próximo item, no
que tange às Leis n.º 10.741/2003 e n.º 11.340/2006 e
ao enfrentamento do serviço social quanto às expressões da
questão social.