Texto CG2A1-I
Até você terminar de ler este parágrafo, mais um acidente
de trabalho será notificado no Brasil. Em menos de quatro horas,
mais uma pessoa morrerá em decorrência de um desses
acidentes. Segundo dados do Observatório de Segurança e Saúde
no Trabalho (SmartLab), que consideram apenas registros
envolvendo pessoas com carteira assinada, os acidentes e as
mortes, no Brasil, cresceram nos últimos dois anos. Em 2020,
foram 446.881 acidentes de trabalho notificados; em 2021, o
número subiu 37%, alcançando 612.920 notificações. Em 2020,
1.866 pessoas morreram nessas ocorrências; no ano passado,
foram 2.538 mortes, um aumento de 36%.
Na avaliação do ministro Alberto Balazeiro, as situações
de precarização do trabalho tendem a gerar mais acidentes, e
estudos mostram que trabalhadores terceirizados estão mais
suscetíveis a condições de risco e à falta de políticas adequadas
de prevenção. “Além disso, situações de crise levam
empregadores a, inadvertidamente, esquecer ou não investir em
medidas de proteção coletiva e eliminação de riscos”, assinala.
Por ano, os acidentes de trabalho representam perdas
financeiras na média de R$ 13 bilhões. O montante considera
valores pagos pelo INSS em benefícios de natureza acidentária.
Além disso, mais de 46 mil dias de trabalho são perdidos,
contabilizando-se todos aqueles em que as pessoas não
trabalharam em razão de afastamentos previdenciários
acidentários.
Natália Pianegonda. Acidentes de trabalho matam ao menos uma pessoa
a cada 3 h 47 min no Brasil. Justiça do Trabalho/CSJT. 28 abr. 2023 (com adaptações).