Texto 9A3
Como defende Hoffmann, a avaliação mediadora consiste
no acompanhamento permanente, na observação, no contato
direto entre alunos e professores e na real preocupação em mudar
a forma de funcionamento das engrenagens da educação. Porém,
a interpretação errônea que se tem desse tipo de avaliação a torna
descartável logo que citada ou trazida à tona em reuniões,
encontros, formações e outros tipos de eventos acadêmicos ou
institucionais. O argumento utilizado pelos professores que estão
presos às suas práticas conservadoras e positivistas se volta para
a superlotação das salas de aula brasileiras, o que supostamente
tornaria impossível conhecer cada um dos discentes mais
profundamente e mediá-los individualmente durante cada
encontro.
Pelo que é apresentado por Hoffmann, nota-se como é
vago o conhecimento dos discentes sobre a avaliação mediadora.
Quando a prática não é situada, lacunas são observadas, as quais
podem prejudicar, de forma considerável, o andamento e até
mesmo a permanência dos alunos nas salas de aula. Algo que
ilustra bem essa afirmação é o seguinte exemplo: em
determinado ano letivo de quatro bimestres, um aluno consegue
alcançar a nota máxima nos dois primeiros, em que foram
trabalhados os conteúdos, por exemplo, de present simple e
de verbo to be. No entanto, ao chegar ao terceiro e ao quarto
bimestres do ano, o aluno se depara com o simple past e o
past-perfect, e não consegue compreender nem produzir
conhecimentos efetivos sobre esses tempos verbais. Contudo,
conforme a atual lógica matemática das escolas tradicionais, o
aluno somente precisa obter determinada nota média ao final
do ano letivo. Como ele se saiu bem nos primeiros bimestres, ele
é aprovado pela média, porém com certos espaços incompletos,
pois os outros dois conteúdos que não foram bem construídos e
apreendidos pelo estudante não são retomados. Isso pode ser
totalmente danoso, principalmente no que se refere à
aprendizagem de um idioma, que requer prática e construção
progressiva. Assim, a escola foi imprudente e negligenciou o
aprendizado do aluno, simplesmente entendendo que os números
conquistados por ele foram suficientes para sua avaliação, o que
se mostra totalmente inadequado por desconsiderar as
dificuldades que o aluno teve nos últimos bimestres.
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