Questões de Concurso Público Colégio Pedro II 2018 para Professor - Educação Física
Foram encontradas 25 questões
A Lei nº 8.069/1990 dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e dá outras providências. No que se refere aos dispositivos desta Lei, analise as assertivas:
(I) Considera-se criança a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
(II) O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, de natureza jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.
(III) Excepcionalmente, nos casos expressos em lei, aplica-se o Estatuto da Criança e do Adolescente às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.
(IV) Os profissionais que atuam no cuidado diário de crianças na primeira infância receberão formação específica para a detecção de sinais de risco para o desenvolvimento psíquico.
Estão corretas
Oliveira (in DAÓLIO, 2010) relata ser comum que estudantes usem a expressão ‘não levo jeito’ quando julgam que não irão obter sucesso na atividade pretendida pelo professor, constituindo-se muitas vezes em espectadores da Educação Física escolar. O autor sugere o princípio da alteridade como imprescindível para a busca da igualdade de acesso ao conhecimento na disciplina.
DAÓ LIO, Jocimar (Coord.). Educação Física escolar: olhares a partir da cultura. GEPEFIC-Grupo de Estudo e Pesquisa Educação Física e Cultura. Campinas: Autores Associados, 2010.
Com base nos argumentos do autor, assinale a alternativa que mostra como os docentes de
Educação Física podem, por meio de sua prática pedagógica, possibilitar que a aprendizagem da
disciplina esteja disponível também para os autoproclamados “sem jeito”.
A busca pela prática do futebol por estudantes é algo recorrente nas aulas de Educação Física. Não distante desse fato, é fácil constatar a existência de um perfil de gênero que fomenta, em prioridade, que essa prática corporal esteja presente nas aulas. A ação docente, por vezes, legitima o tempo e o espaço da aula como exclusivo da prática do futebol, na medida que não existam propostas de conteúdos diversificadas, orientação didática e um método de trabalho que problematize as diversidades presentes nos jogos, o que faria do futebol, nesse caso, uma temática fértil sob o ponto de vista pedagógico. Para Oliveira e Daólio (2014), a aula – como um espaço de livre convivência – contribui para construção de estereótipos, preconceitos e desigualdades de oportunidades entre os gêneros, gerando o fenômeno que denominaram como a ‘periferia da quadra’, ou seja, espaços físicos de participação e apropriação das aulas de Educação Física, ocupados ou não pelos estudantes, os quais os autores chamaram de “pedacinhos”.
No que tange ao jogo de futebol, os autores puderam observar uma falta de participação de algumas meninas por conta da repetição do conteúdo, por desinteresse e por entenderem que não têm habilidades, meninos que jogavam com regras bem rígidas e em número inferior de meninas que jogavam com meninos completando sem compartilhar das mesmas ideias e meninos que jogavam sem se importar com as regras, por diversão e por vezes demostravam desinteresse.
OLIVEIRA, Rogério Cruz de; DAOLIO, Jocimar. “Na ‘periferia’ da quadra: Educação Física, cultura e sociabilidade na escola”. Pró-posições, v. 25; n. 2 (74); p. 237-254, maio/ago. 2014.
De acordo com os autores, assinale a alternativa que nomeia os três “pedacinhos” ocupados por
esses estudantes nas aulas de Educação Física.
O professor Rui trabalhou com os estudantes do 6º ano do ensino fundamental a temática “circo”. Em um trimestre letivo, destacaram-se três atividades avaliativas:
1) o professor solicitou que os estudantes escrevessem em uma cartolina todos os conhecimentos que tinham a respeito da temática e, a seguir, propôs uma roda de conversa sobre o cartaz elaborado;
2) o professor pediu que elaborassem, em grupos, uma atividade circense para apresentar ao grupo;
3) o professor orientou os estudantes para que anotassem, em outra cartolina, todos os conhecimentos trabalhados em aula; a seguir, propôs uma roda de conversa, em que colocou os dois cartazes e lado a lado e pediu que os estudantes refletissem sobre o que aprenderam.
Assinale a alternativa que, segundo Darido, no artigo A avaliação da Educação Física na escola (2012), caracteriza o processo de avaliação utilizado pelo professor.
Assinale a alternativa que, segundo Darido, no artigo A avaliação da Educação Física na escola
(2012), caracteriza o processo de avaliação utilizado pelo professor.
Ao apresentar a definição de Marcel Mauss de técnica corporal como “sendo as maneiras como os homens, sociedade por sociedade e de maneira tradicional, sabem servir-se de seus corpos”. Daólio (2005) entende que a Educação Física atua diretamente sobre os corpos e consequentemente está envolvida com aspectos das técnicas corporais.
DAÓ LIO, Jocimar. Da cultura do corpo. 9 ed. Campinas: Papirus, 2005, p. 48-49.
Nesse sentido, Daólio defende que
Cunha, em Brincadeiras africanas para educação cultural (2016), afirma que as brincadeiras populares africanas apresentam algumas características e particularidades.
Assinale a alternativa que, segundo a autora, apresenta uma dessas características.
O professor Paulo trabalhou a temática dança nas turmas de 9o ano do ensino fundamental e perguntou aos estudantes o que eles sabiam sobre o assunto, sobre a história e o que assistiam na mídia. Nas aulas seguintes, foram apresentadas diversas reportagens, textos e vídeos relacionados às questões de moda, política, gênero e padrão corporal. Foi realizada uma parceria com professores das disciplinas História e Sociologia para aprofundar as questões. No decorrer do trimestre, foram feitas muitas discussões, gerando belos trabalhos sobre os assuntos refletidos nas aulas.
Assinale a alternativa que, com base nos estudos culturais, corresponde ao princípio no qual o trabalho foi realizado.
Para Fonseca (2017), todos os estudantes têm direito às aulas e devem ser ensinados; não é dever do professor decidir quem aprende e quem não aprende. A autora trata da dialética inclusão/exclusão e abre um campo de reflexão para se pensar a diferença não como um entrave, e sim como um desafio ao docente. Na Educação Física escolar, o processo de ensino e aprendizagem “abre uma brecha para a possibilidade de adotarmos estratégias onde as diferenças culturais possam coexistir democraticamente, mas não de forma ingênua”. A exclusão não precisa ser definitiva; mas é ingênuo pensar que ações inclusivas garantam que a inclusão aconteça para todos.
FONSECA, Michele Pereira de Souza da; RAMOS, Maitê Mello Russo. “Inclusão em movimento: discutindo a diversidade nas aulas de educação física escolar”. In: PONTES JR, José Airton de Freitas (Org.). Conhecimentos do professor de educação física escolar [livro eletrônico]. Fortaleza: EdUECE, 2017, p. 186.
Assinale a alternativa em que a autora aponta caminhos possíveis para práticas mais inclusivas nas
aulas de Educação Física.
De acordo com Castellani Filho e colaboradores, em Metodologia do ensino da educação física (2009), a abordagem de ensino denominada como crítico-superadora é entendida como “um espaço intencionalmente organizado para possibilitar a direção da apreensão, pelo aluno, do conhecimento específico da Educação Física e dos diversos aspectos das suas práticas na realidade social” (p. 86).
Nesse sentido, os autores afirmam que a aula de Educação Física na perspectiva crítico-superadora deve
Para avaliar seus alunos e alunas do 3º ano do ensino médio com o conteúdo handebol, a professora Sofia utilizou uma ficha de verificação das ações dos jogadores nas situações de ataque e defesa. Ela organizou os estudantes em quatro equipes, de forma que o grupo que estava jogando era avaliado pelo grupo que estava na espera do próximo jogo. Cada estudante avaliou apenas um estudante em jogo, formando pares avaliativos. No jogo seguinte, os papéis se inverteram, e ao final dos dois jogos houve uma roda de conversa sobre as fichas e as anotações.
De acordo com González e Bracht, em Metodologia do ensino dos esportes coletivos (2012), essa avaliação é denominada
Cunha, em Brincadeiras africanas para educação cultural (2016), afirma que existem elementos racistas em alguns jogos que por vezes são citados como de origem afro-brasileira, e que a utilização dessas brincadeiras em aula, sem uma reflexão sobre seu significado e sua construção histórica, termina por contradizer as orientações legais acerca de uma pedagogia antirracista.
Um exemplo de jogo ligado ao contexto da escravidão cuja construção histórica o(a) docente deve problematizar é
A professora Rafaela trabalha com o 4º ano do ensino fundamental e, neste ano de 2018, notou em uma de suas turmas a presença de um estudante de origem indígena. Com a intenção de ressignificar seu currículo e de valorizar outras culturas, resolveu incluir no seu planejamento uma gincana com brincadeiras e jogos dos povos indígenas, próximo ao Dia do Índio. Para separar os estudantes em grupo, fez uma parceria com a professora de Artes e confeccionou cocares e braceletes com penas de cores distintas. Na semana da gincana, os adornos foram distribuídos e as brincadeiras foram realizadas, a saber: corrida do saci (pular em apenas uma das pernas), vida (semelhante ao jogo queimada, em que a criança queimada sai do jogo) e o gavião e os passarinhos (semelhante ao jogo polícia e ladrão, no qual ganha quem aprisionar todos os passarinhos primeiro). Embora tivesse pontuação por equipes, no final todos levaram uma peteca para casa pela participação.
De forma a responder à diversidade étnica de sua turma, podemos afirmar que a professora trabalhou com a perspectiva denominada Multiculturalismo
Oliveira e Votre, em Bullying nas aulas de Educação Física (2006), afirmam que o bullying é um comportamento cruel, eticamente condenável, que tortura, humilha e intimida as vítimas, e que a aula de Educação Física não é um espaço livre de tal atitude.
Sobre o bullying, é correto afirmar que
Para Knijnik e Zuzzi, em Meninas e meninos na Educação Física: gênero e corporeidade no século XX (2010), a corporeidade culturalizada em matrizes de gênero normativas deve ser alvo de debate na escola.
Assinale a alternativa em que as matrizes de gênero normativas estão presentes.
Formar um grande time, plenamente cooperativo, no qual todos tentam superar um desafio comum e jogar pelo prazer de jogar.
Essas características estão presentes nos jogos cooperativos
A professora Judite sentou-se com os alunos do 3º ano do ensino fundamental para conversar sobre o jogo queimado e os estimulou a falarem sobre o assunto. Durante a vivência, o jogo era interrompido para dialogarem sobre diferentes possibilidades de jogar e sugerirem variações. No final da aula, voltaram a conversar sobre todo o processo.
Essa metodologia, de acordo com Freire e Scaglia, no livro Educação como prática corporal (2009), tem por objetivo desenvolver a