Questões de Concurso Público Prefeitura de Natal - RN 2025 para Professor de Ensino Religioso
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A raça de lama
Dizem que Nü Gua saiu do céu para viver na terra depois da separação dos céus e da terra e da criação das colinas, rios, animais e plantas. O seguinte mito relata como ela formou a raça humana com lama. Depois de algum tempo na terra, Nü Gua sentiu-se solitária e percebeu que ainda faltava algo no mundo. Certo dia, ela viu seu reflexo em um lago e teve uma ideia. Pegou um punhado de lama e moldou-o como uma cópia diminuta de si mesma: o primeiro humano. Quando a deusa pôs a criatura no chão, esta imediatamente ganhou a vida e começou a gritar e a dançar de alegria. Satisfeita com sua obra, Nü Gua pegou mais lama e fez uma grande quantidade de pessoas. Elas saíram vagando pela região, mas ela sempre podia ouvir suas vozes e nunca mais se sentiu sozinha.
A deusa logo percebeu que para povoar o mundo todo teria de produzir pessoas com mais rapidez e eficiência. Mergulhou uma vinha numa lama aquosa e golpeou-a de leve, de forma que a lama voou em todas as direções. Cada gota de lama se tornou mais um ser humano. Nü Gua logo povoou o mundo e pôde descansar de suas tarefas. Mais tarde, quando algumas pessoas envelheceram e morreram, ela ensinou os humanos a se reproduzir e criar filhos.
WILLIS, Roy. Mitologias . São Paulo: Publifolha, 2007.

Disponível em: https ://content.time.com/time/spec ials /pac kages - /artic le/0,28804,2066721_2066724_2066718,00.html. Aces so em: 12 nov. 2024.
Em relação a esse mito, analise as afirmativas abaixo.
I O papel da serpente neste mito é o mesmo que o da serpente na narrativa de Adão e Eva.
II O mito em questão conta ainda com a presença da solidão divina – outra semelhança que está presente em cosmogonias como a dos mitos indianos.
III Só se pode falar em Mito da Criação a partir do mundo greco-romano, porque toda a construção filosófica ocidental é inspirada nele.
IV Esse mito faz parte de um conjunto de narrativas sobre a criação dos primeiros homens, que utiliza o elemento “barro” como parte da característica física do homem primordial, assim como acontece na Epopeia de Atrahasis.
Das afirmativas, estão corretas
I As catedrais são templos religiosos cristãos surgidos a partir da antiguidade tardia e que podem ser católicas, protestantes ou ortodoxas.
II A Caaba está no centro de uma gigantesca mesquita situada na cidade santa de Medina, para onde se dirigem mais de três milhões de peregrinos anualmente.
III Ambientes naturais podem ser considerados espaços sagrados, como os rios Ganges e Nilo, o Bosque de Oxum e os abrigos rochosos de necrópoles indígenas brasileiras.
IV Estupa ou pagode são estruturas em forma de pirâmide construídas para fins religiosos, geralmente por budistas.
Das afirmativas, estão corretas
I As regras alimentares no candomblé são bastante simples, sendo os devotos impedidos de consumir apenas os alimentos que são ofertados aos seus respectivos orixás.
II A dieta hinduísta é predominantemente baseada no conceito de ahimsa, isto é, a não violência. Por isso, a dieta deles é em grande parte lacto vegetariana.
III O catolicismo é marcado por regras e tabus alimentares que estão presentes em todos os períodos e festas religiosas dessa tradição ao longo do ano.
IV Islâmicos e judeus baseiam suas escolhas alimentares cotidianas nos binômios Halal/Haram (permitido/proibido) e Kasher/Trêfá (puro/impuro).
Das afirmativas, estão corretas
O Ritual Yaokwa é a principal cerimônia dos Enawene Nawe, povo indígena do Mato Grosso, e marca o início de seu calendário anual. Com duração de sete meses, o ritual é centrado na pesca coletiva de barragem, realizada durante a seca, e envolve uma relação de troca com os Yakairiti, espíritos do subterrâneo, que necessitam de alimentos como peixe e sal vegetal. O ritual é organizado por dois grupos: os Haritare, responsáveis pela preparação na aldeia, e os Yaokwa, que realizam a pesca. Iniciado em janeiro, com a coleta de materiais para a construção das armadilhas de pesca, o ritual inclui oferendas aos Yakairiti e uma pesca orientada por mitos e sinais naturais. A pesca ocorre em barragens construídas com cuidado, e os pescadores realizam trocas simbólicas com os espíritos para garantir o sucesso da captura. Ao retornarem, são recebidos pelos anfitriões, e as trocas continuam com a entrega dos peixes e a oferta de alimentos. O ritual culmina em banquetes festivos, que celebram a harmonia entre humanos e espíritos.
Disponível em: https ://bc r.iphan.gov.br/bens -culturais /ritual-yaokwa-do-povo-indigena-enawene-nawe. Aces so em: 20 nov. 2024. [Adaptado]
O texto apresenta
Os Romani – os assim chamados ciganos — são um povo de origem desconhecida. A teoria mais aceita atualmente os identifica como um grupo originário da Índia, membros de uma casta militar. Por volta do ano 1000, iniciou-se uma grande diáspora em razão de uma série de invasões islâmicas ocorridas na Índia que resultou numa suposta rota migratória, inicialmente em direção à Ásia Menor e, posteriormente, para os Bálcãs e Europa Ocidental. No Brasil, existem três grandes grupos que compõem os povos ciganos: os Rom, os Sinti e os Calon. Eles estão distribuídos em todos os estados da Federação e no Distrito Federal, desde os endereços mais sofisticados até as periferias das grandes cidades. Muitos deles ainda estão voltados às atividades itinerantes tradicionais da cultura cigana, mas já se observa um número crescente de profissionais atuantes em outras áreas, como saúde, educação, direito e artes em geral. No Brasil, cerca de 800 mil a um milhão de pessoas se identificam como ciganos, de acordo com IBGE.
Disponível em: https ://www.gov.br/saude/pt-br/compos icao/saps /equidade-em-saude/povos -c iganos - romani. Aces so em: 20 nov. 2024. [Adaptado]
Os principais registros da migração cigana para o Brasil datam do século XIX e, como mostra o texto do Ministério da Saúde, sua presença é diversa, dispersa e numericamente significativa. Como “minoria”, os ciganos seguem invisibilizados e vitimados pelo racismo e pela intolerância em relação à base das suas tradições, que são:
“Ao entrar na casa, fui instruída a permanecer com a roupa do corpo até que a limpeza iniciasse. Na cozinha, os filhos de santo preparavam as comidas e oferenda para o ritual. Dormimos das 5 às 7 horas da manhã, quando saímos em direção à praia para a primeira etapa de limpeza. Logo que chegamos o pai de santo falou que aquele momento representava uma segunda chance para começar de novo, deixar as coisas ruins para trás e desejar coisas boas. Cavou-se um buraco na areia atrás de mim e enquanto eu segurava um pedaço de tecido branco e outro vermelho, o pai passava punhados de grãos e pedia para que Yemanjá me abençoasse.”
(GORSKI, Caroline. Ritual de iniciação no candomblé de Ketú: uma experiência antropológica. Revista Todavia, Ano 3, nº 4, jul. 2012, p.56. Disponível em: https ://www.ufrgs .br/rev is tatodav ia/Ed.%204%20-%20Artigo%204.pdf. Acesso em: 20 nov. 2024. [Adaptado]
No contexto do ritual descrito, são símbolos religiosos