Questões de Concurso Público Prefeitura de Santa Maria Madalena - RJ 2010 para Enfermeiro
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( ) Em “... enquanto professores recebem salários escrachadamente humilhantes,...” (1º§), a expressão destacada indica tempo.
( ) Em “Dizem que nossa economia floresce,...” (8º§), a autora faz uso da linguagem conotativa.
( ) Em “só terão valor se o aluno souber raciocinar, avaliar, escolher e se comunicar dentro dos limites de sua idade.” (4º§), os termos destacados indicam condição.
( ) A eliminação das vírgulas altera o sentido do trecho: “No segundo grau, que encaminha para a universidade ou para algum curso técnico superior, o leque de conhecimentos deve aumentar.” (5º§)
( ) Em “... mas a cultura, senhores, que inclui a educação...” (8º§), o uso da vírgula é facultativo.
A sequência está correta em:
I. Em “... desde que, muito mais e acima disso, saibamos ensinar aos alunos o mais elementar,...” (3º§), a expressão destacada indica condição.
II. A coerência, o sentido original do texto e a correção gramatical serão mantidos caso se substitua “... portanto incapazes de assimilar e discutir teorias.” (7º§) por “portanto incapazes de assimilar teorias e discuti-las.”
III. A forma verbal “queira” (1º§) foi empregada no presente do indicativo, porque a forma verbal anterior a ela também está no presente.
IV. O trecho “... como se preparam crianças e adolescentes...” (2º§) equivale a “... como crianças e adolescentes são preparados...”
Está(ão) correta(s) apenas a(s) alternativa(s):
I. Os cargos de natureza técnica só poderão ser ocupados pelos profissionais legalmente habilitados e de comprovada atuação na área.
II. Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.
III. Os atos de improbidade administrativa importarão a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):
( ) A convocação do aprovado em concurso far-se-á mediante publicação oficial, e por correspondência pessoal.
( ) A administração fazendária e seus servidores fiscais terão, em suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei.
( ) Somente por lei específica poderão ser criadas empresas públicas, sociedades de economia mista, autarquias ou fundações políticas.
A sequência está correta em:
Dos resíduos apresentados, marque o que demora mais tempo para se decompor na natureza:
A cidade em questão chama-se:
O fato parece se encaixar no perfil de uma prática criminosa que não é novidade na história da humanidade, inclusive na do Brasil, mas que passou a ser combatida internacionalmente de forma mais organizada a partir de 2000, após uma convenção das Nações Unidas sobre o tema em Palermo, na Itália. Trata-se:
( ) A irredutibilidade do salário, garantia de salário nunca inferior ao mínimo aos que recebem remuneração variável, além do décimo terceiro salário integral são benefícios assegurados nesta Lei.
( ) São garantidas remunerações superiores ao diurno para o trabalho noturno, assim como pagamento dobrado para serviços extraordinários.
( ) Atividades penosas, insalubres ou perigosas são exercidas com a mesma carga horária das demais atividades, acrescida apenas de gratificação especial relativa aos riscos.
( ) É facultado ao servidor folga remunerada por ocasião do aniversário natalício, sem prévia comunicação.
( ) Os servidores nomeados em virtude de concurso público tornam-se estáveis após dois anos de efetivo exercício.
A sequência está correta em:
De acordo com os termos destacados anteriormente, assinale a alternativa correta:
A educação benevolente e frouxa que hoje predomina nas casas e escolas é mais nociva do que
uma sala de aula com teto e chão furados e livros aos frangalhos.
Educação é algo bem mais amplo do que escola. Começa em casa, onde precisam ser dadas as primeiras informações
sobre o mundo (com criança também se conversa!), noções de postura e compostura, respeito, limites. Continua na vida
pública, nem sempre um espetáculo muito edificante, na qual vemos políticos concedendo-se um bom aumento em cima
dos seus já polpudos ganhos, enquanto professores recebem salários escrachadamente humilhantes, e artistas fazendo
propaganda de bebida num momento em que médicos, pais e responsáveis lutam com a dependência química de milhares
de jovens. Quem é público, mesmo que não queira, é modelo: artistas, líderes, autoridades. Não precisa ser hipócrita nem
bancar o santarrão, mas precisa ter consciência de que seus atos repercutem, e muito.
Mas vamos à educação nas escolas: o que é educar? Como deveria ser uma boa escola? Como se forma e se mantém
um professor eficiente, como se preparam crianças e adolescentes para este mundo competitivo onde todos têm direito de
construir sua vida e desenvolver sua personalidade?
É bem mais simples do que todas as teorias confusas e projetos inúteis que se nos apresentam. Não sou contra
colocarem um computador em cada sala de aula neste reino das utopias, desde que, muito mais e acima disso, saibamos
ensinar aos alunos o mais elementar, que independe de computadores: nasce dos professores, seus métodos, sua
autoridade, seu entusiasmo e seus objetivos claros. A educação benevolente e frouxa que hoje predomina nas casas e
escolas prejudica mais do que uma sala de aula com teto e chão furados e livros aos frangalhos. Estudar não é brincar, é
trabalho. Para brincar temos o pátio e o bar da escola, a casa.
Sair do primeiro grau tendo alguma consciência de si, dos outros, da comunidade onde se vive, conseguindo contar,
ler, escrever e falar bem (não dá para esquecer isso, gente!) e com naturalidade, para se informar e expor seu pensamento,
é um objetivo fantástico. As outras matérias, incluindo as artísticas, só terão valor se o aluno souber raciocinar, avaliar,
escolher e se comunicar dentro dos limites de sua idade.
No segundo grau, que encaminha para a universidade ou para algum curso técnico superior, o leque de
conhecimentos deve aumentar. Mas não adianta saber história ou geografia americana, africana ou chinesa sem conhecer
bem a nossa, nem falar vários idiomas se nem sequer dominamos o nosso. Quer dizer, não conseguimos nem nos colocar
como indivíduos em nosso grupo nem saber o que acontece, nem argumentar, aceitar ou recusar em nosso próprio
benefício, realizando todas as coisas que constituem o termo tão em voga e tão mal aplicado: “cidadania”.
O chamado terceiro grau, a universidade, incluindo conhecimentos especializados, tem seu fundamento eficaz nos
dois primeiros. Ou tudo acabará no que vemos: universitários que não sabem ler e compreender um texto simples, muito
menos escrever de forma coerente. Universitários, portanto, incapazes de ter um pensamento independente e de aprender
qualquer matéria, sem sequer saber se conduzir. Profissionais competindo por trabalho, inseguros e atordoados, logo,
frustrados.
Sou de uma família de professores universitários. Fui por dez anos titular de linguística em uma faculdade particular.
Meu desgosto pela profissão – que depois abandonei, embora gostasse do contato com os alunos – deveu-se em parte à
minha dificuldade de me enquadrar (ah, as chatíssimas e inócuas reuniões de departamento, o caderno de chamada, o
currículo, as notas...) e em parte ao desalento. Já nos anos 70 recebíamos na universidade jovens que mal conseguiam
articular frases coerentes, muito menos escrevê-las. Jovens que não sabiam raciocinar nem argumentar, portanto
incapazes de assimilar e discutir teorias. Não tinham cultura nem base alguma, e ainda assim faziam a faculdade, alguns
com sacrifício, deixando-me culpada quando os tinha de reprovar.
Em tudo isso, estamos melancolicamente atrasados. Dizem que nossa economia floresce, mas a cultura, senhores, que
inclui a educação (ou vice-versa, como queiram...), anda mirrada e murcha. Mais uma vez, corrigir isso pode ser muito
simples. Basta vontade real. Infelizmente, isso depende dos políticos, depende dos governos. Depende de cada um de nós,
que os escolhemos e sustentamos.
(Lya Luft. Veja. 23 de maio de 2007. Adaptado)
A educação benevolente e frouxa que hoje predomina nas casas e escolas é mais nociva do que
uma sala de aula com teto e chão furados e livros aos frangalhos.
Educação é algo bem mais amplo do que escola. Começa em casa, onde precisam ser dadas as primeiras informações
sobre o mundo (com criança também se conversa!), noções de postura e compostura, respeito, limites. Continua na vida
pública, nem sempre um espetáculo muito edificante, na qual vemos políticos concedendo-se um bom aumento em cima
dos seus já polpudos ganhos, enquanto professores recebem salários escrachadamente humilhantes, e artistas fazendo
propaganda de bebida num momento em que médicos, pais e responsáveis lutam com a dependência química de milhares
de jovens. Quem é público, mesmo que não queira, é modelo: artistas, líderes, autoridades. Não precisa ser hipócrita nem
bancar o santarrão, mas precisa ter consciência de que seus atos repercutem, e muito.
Mas vamos à educação nas escolas: o que é educar? Como deveria ser uma boa escola? Como se forma e se mantém
um professor eficiente, como se preparam crianças e adolescentes para este mundo competitivo onde todos têm direito de
construir sua vida e desenvolver sua personalidade?
É bem mais simples do que todas as teorias confusas e projetos inúteis que se nos apresentam. Não sou contra
colocarem um computador em cada sala de aula neste reino das utopias, desde que, muito mais e acima disso, saibamos
ensinar aos alunos o mais elementar, que independe de computadores: nasce dos professores, seus métodos, sua
autoridade, seu entusiasmo e seus objetivos claros. A educação benevolente e frouxa que hoje predomina nas casas e
escolas prejudica mais do que uma sala de aula com teto e chão furados e livros aos frangalhos. Estudar não é brincar, é
trabalho. Para brincar temos o pátio e o bar da escola, a casa.
Sair do primeiro grau tendo alguma consciência de si, dos outros, da comunidade onde se vive, conseguindo contar,
ler, escrever e falar bem (não dá para esquecer isso, gente!) e com naturalidade, para se informar e expor seu pensamento,
é um objetivo fantástico. As outras matérias, incluindo as artísticas, só terão valor se o aluno souber raciocinar, avaliar,
escolher e se comunicar dentro dos limites de sua idade.
No segundo grau, que encaminha para a universidade ou para algum curso técnico superior, o leque de
conhecimentos deve aumentar. Mas não adianta saber história ou geografia americana, africana ou chinesa sem conhecer
bem a nossa, nem falar vários idiomas se nem sequer dominamos o nosso. Quer dizer, não conseguimos nem nos colocar
como indivíduos em nosso grupo nem saber o que acontece, nem argumentar, aceitar ou recusar em nosso próprio
benefício, realizando todas as coisas que constituem o termo tão em voga e tão mal aplicado: “cidadania”.
O chamado terceiro grau, a universidade, incluindo conhecimentos especializados, tem seu fundamento eficaz nos
dois primeiros. Ou tudo acabará no que vemos: universitários que não sabem ler e compreender um texto simples, muito
menos escrever de forma coerente. Universitários, portanto, incapazes de ter um pensamento independente e de aprender
qualquer matéria, sem sequer saber se conduzir. Profissionais competindo por trabalho, inseguros e atordoados, logo,
frustrados.
Sou de uma família de professores universitários. Fui por dez anos titular de linguística em uma faculdade particular.
Meu desgosto pela profissão – que depois abandonei, embora gostasse do contato com os alunos – deveu-se em parte à
minha dificuldade de me enquadrar (ah, as chatíssimas e inócuas reuniões de departamento, o caderno de chamada, o
currículo, as notas...) e em parte ao desalento. Já nos anos 70 recebíamos na universidade jovens que mal conseguiam
articular frases coerentes, muito menos escrevê-las. Jovens que não sabiam raciocinar nem argumentar, portanto
incapazes de assimilar e discutir teorias. Não tinham cultura nem base alguma, e ainda assim faziam a faculdade, alguns
com sacrifício, deixando-me culpada quando os tinha de reprovar.
Em tudo isso, estamos melancolicamente atrasados. Dizem que nossa economia floresce, mas a cultura, senhores, que
inclui a educação (ou vice-versa, como queiram...), anda mirrada e murcha. Mais uma vez, corrigir isso pode ser muito
simples. Basta vontade real. Infelizmente, isso depende dos políticos, depende dos governos. Depende de cada um de nós,
que os escolhemos e sustentamos.
(Lya Luft. Veja. 23 de maio de 2007. Adaptado)