Questões de Concurso Público Prefeitura de São José de Piranhas - PB 2016 para Agente Municipal de Trânsito

Foram encontradas 3 questões

Q2042829 Português
É O DE SEMPRE

Os traficantes que atuam na região carioca do Porto Maravilha, cartão-postal olímpico, agora achacam empresários da área para não incomodá-los. LESLIE LEITÃO

          DEPOIS DE DÉCADAS de abandono, a região portuária carioca ressurgiu como um belo cartão-postal debruçado sobre as águas da Baía de Guanabara. Ganhou inclusive nome novo, Porto Maravilha, uma área concebida para ombrear com outras do gênero, como o revitalizado Puerto Madero, em Bueno Aires. A urbanização daquele pedaço do Centro do Rio faz parte do projeto olímpico. Ali permanecerá fincada, de 5 a 21 de agosto, a pira dos Jogos de 2016. O que não estava previsto nas pranchetas era o recrudescimento do crime a poucos meses do evento que iluminará a cidade em escala global.
       Emoldurado por duas favelas nas quais os traficantes vinham atuando de forma mais discreta, em razão da presença de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), o Porto Maravilha passou a ser cenário de quadrilhas que voltaram a agir como donas do lugar, literalmente. O clima entre os empresários que trabalham na região é de pavor. VEJA apurou que as gangues que dominam o Complexo do Caju e o Morro da Providência, vizinhos ao porto, estão exigindo das empresas uma “semanada” para que seus funcionários possam continuar a ir e vir sem ser incômodos. O achaque da bandidagem sai para cada uma delas até 5000 reais por semana. Ninguém registrou o caso em delegacia pelo motivo de sempre: medo. “Costumamos mandar para essas favelas cestas básicas, chocolate na Páscoa, presente no Dia das Crianças, mas nunca os traficantes tinham cobrado dinheiro para que pudéssemos trabalhar em paz”, disse a VEJA, na condição de anonimato, o diretor de uma das construtoras que operam nos arredores do Porto Maravilha.
[...]
Julgue as proposições abaixo assinalando-as com (V) verdadeiro e (F) falso:
( ) No subtítulo da matéria, o advérbio AGORA funciona como adjunto adverbial de tempo, situando o achaque como uma prática recente, daí a inferência de que tal ação não ocorria antes. ( ) Dentre as três formas verbais: VINHAM ATUANDO (linha 15), ESTÃO EXIGINDO (linha 22) e COSTUMAMOS MANDAR (linha 27), apenas esta última sinaliza a noção de processo contínuo. ( ) O uso do substantivo RECRUDESCIMENTO (linha 11) bem como da forma verbal VOLTARAM AAGIR (linha 18) permite que se depreenda uma informação pressuposta-a de que, durante um determinado período, teria havido uma diminuição da atividade criminosa. ( ) No período “Os traficantes que atuam na região carioca do Porto Maravilha agora achacam empresários”, a oração adjetiva que atuam na região carioca do Porto Maravilha é de natureza EXPLICATIVA; pois só seria restritiva se em vez de os traficantes se apresentasse uns traficantes.
Indique a alternativa que traz a sequência CORRETA.
Alternativas
Q2042830 Português
É O DE SEMPRE

Os traficantes que atuam na região carioca do Porto Maravilha, cartão-postal olímpico, agora achacam empresários da área para não incomodá-los. LESLIE LEITÃO

          DEPOIS DE DÉCADAS de abandono, a região portuária carioca ressurgiu como um belo cartão-postal debruçado sobre as águas da Baía de Guanabara. Ganhou inclusive nome novo, Porto Maravilha, uma área concebida para ombrear com outras do gênero, como o revitalizado Puerto Madero, em Bueno Aires. A urbanização daquele pedaço do Centro do Rio faz parte do projeto olímpico. Ali permanecerá fincada, de 5 a 21 de agosto, a pira dos Jogos de 2016. O que não estava previsto nas pranchetas era o recrudescimento do crime a poucos meses do evento que iluminará a cidade em escala global.
       Emoldurado por duas favelas nas quais os traficantes vinham atuando de forma mais discreta, em razão da presença de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), o Porto Maravilha passou a ser cenário de quadrilhas que voltaram a agir como donas do lugar, literalmente. O clima entre os empresários que trabalham na região é de pavor. VEJA apurou que as gangues que dominam o Complexo do Caju e o Morro da Providência, vizinhos ao porto, estão exigindo das empresas uma “semanada” para que seus funcionários possam continuar a ir e vir sem ser incômodos. O achaque da bandidagem sai para cada uma delas até 5000 reais por semana. Ninguém registrou o caso em delegacia pelo motivo de sempre: medo. “Costumamos mandar para essas favelas cestas básicas, chocolate na Páscoa, presente no Dia das Crianças, mas nunca os traficantes tinham cobrado dinheiro para que pudéssemos trabalhar em paz”, disse a VEJA, na condição de anonimato, o diretor de uma das construtoras que operam nos arredores do Porto Maravilha.
[...]
A respeito das relações semânticas expressas no texto podemos afirmar que:
I - O sentido inferido da relação entre o enunciado que faz menção ao pagamento de uma SEMANADAe o outro, iniciado pela locução conjuntiva PARAQUE, relativo à permissão de trânsito livre por parte de funcionários nos morros é de CAUSA. II - A estrutura “Ninguém registrou o caso em delegacia porque tem medo” substitui “Ninguém registrou o caso em delegacia pelo motivo de sempre: medo”, (linhas 25 e 26) embora provoque alteração no efeito de sentido. III - Há uma relação de coerência entre a expressão que intitula o texto e o tema desenvolvido, porém não é uma escolha adequada para um texto da modalidade escrita formal.
Está(ão) CORRETA(S) apenas: 
Alternativas
Q2042839 Português

Escola sem partido (Eduardo Varandas Araruna)

Só poderia advir do Senador protestante Magno Malta o projeto de lei n. 193/2016 que inclui entre as diretrizes e bases da educação nacional a malsinada “escola sem partido”. Segundo o texto do projeto, a educação deverá atender a neutralidade política, religiosa e ideológica do Estado vedando expressamente qualquer menção, em ambiente escolar, acerca do que se chama “ideologia do gênero”.

Se for vertido em lei, os professores terão sua autonomia didático-pedagógica ceifada e estarão passíveis de serem representados ao Ministério Público por eventual avaliação crítica ou opinativa da disciplina que lecionam. Na justificativa do projeto, perversamente acusam-se os professores de “bullying” político e ideológico, além de violação de regras contidas no Estatuto da Criança e do Adolescente. Ademais, envolto de cinismo sem medidas, o parlamentar proponente invoca a laicidade do estado para falar de elementos como neutralidade religiosa, impessoalidade e respeito, quando tais atributos nem sempre lhe serviram de norte enquanto agente político.

[...]

Outrossim, além de representar inequívoco retrocesso eis que ressuscita a censura, o referido projeto de lei já nasce maculado de notória inconstitucionalidade, eis que fere de morte o artigo 206, da Constituição Federal, o qual consagra liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber.

Quando não se concorda, na condição de pai ou mãe, com o discurso deste ou daquele professor, a melhor solução será sempre o diálogo em casa e, em último caso, a mudança do estabelecimento de ensino. O sufocamento da arte de transmitir o saber um mundo desprovido de seres pensantes. Certamente, este é o objetivo da “escola sem partido”. [...] (Correio da Paraíba, 24/06/16)



O processo de construção do texto envolve uma série de decisões, entre as quais: o gênero textual; o nível de linguagem; as estruturas oracionais, alémdo vocabulário. Da observação dos dois textos, constatamos acerca das estratégias empregadas que:
I - Os dois textos convergem quanto à temática abordada e também quanto à função de linguagem – a função expressiva, embora em (1) a função referencial venha mais marcada, já que na exposição do assunto há mais detalhes informativos.
II - Na charge, que mistura crítica e humor, a presença do termo delírios na fala do médico: “ele começou a ter delírios” reflete a criatividade do chargista, pois ao lado do valor denotativo, em referência à “perturbação mental do paciente” temos o valor conotativo, remetendo a uma avaliação do projeto de lei, que seria um projeto sem sentido, impraticável.
III - O advérbio “Certamente”, usado na última frase do artigo, revela uma avaliação positiva do autor em relação ao papel da escola – transmitir o saber. IV- Nas estruturas oracionais “acusam-se os professores de Bullying político e ideológico” e “Quando não se concorda com o discurso deste ou daquele professor, a solução será o diálogo”, a partícula SE tem a mesma função sintática: índice de indeterminação do sujeito.
V- Dizer “O referido projeto já nasce maculado pela inconstitucionalidade” significa o mesmo que “O referido projeto já nasce acusado de ser inconstitucional”. Ou seja, maculado e acusado são vocábulos semanticamente correspondentes.
Está(ão) CORRETA(S) apenas:
Alternativas
Respostas
1: D
2: D
3: A