Questões de Concurso Público Prefeitura de São Paulo - SP 2011 para Professor - Português - Ensino Fundamental II e Médio

Foram encontradas 21 questões

Q605170 Português
 Considere o texto abaixo para responder a questão.
Em um site dedicado ao esclarecimento de dúvidas diversas entre internautas, foram encontrados uma pergunta e um conjunto de respostas sobre o significado da expressão ‘gato e sapato’. Abaixo, estão reproduzidos alguns desses textos, com adaptações e sem identificação dos autores.
I. Qual o significado da expressão ‘gato e sapato’? Sempre dizem, por exemplo: ‘Separe-se deste cara, ele faz gato e sapato de você!’. Bom, eu sei q quer dizer ‘fazer o que quiser com alguém’, mas o q eu quero saber é por que é gato e sapato... Afinal, o que tem a ver gato com sapato???
II. Gato é o cara, sapato é você; aí sim, ele faz o que quer de você. Se você é o Gato, ele é o sapato e sofre na sua mão. Imagine um gato brincando com um sapato. [...] Além de tudo, tem a rima que ajuda na memorização e dá força ao dito popular.
III. Gato é o mesmo que dizer: tratar você como animal (como se os animais não merecessem todo nosso carinho) sapato: é uma coisa que a gente pisa nela entendeu?
IV. Tratar você de qualquer maneira, sem um jeito especial. Eu acho que porque o gato e o sapato chuta-se para o lado pra você não tropeçar. O gato tem mania de parar na sua frente de repente, ele não sai e você acaba chutando ele para o lado, e com o sapato é a mesma coisa, quando alguém deixa o sapato no meio do caminho você não chuta? Eu penso que seja isso!
V. Eu acho que o certo é: fazer do gato um sapato! Quer dizer, fazer um sapato do couro do gato! [...] 
GATO-SAPATO ‘FAZER ALGUÉM GATO-SAPATO’ é maltratar, tratar alguém com desprezo. A expressão teria surgido por associação com o mais vil dos ultrajes felinos: ser subjugado por um cão e assim ficar um ‘gato sob pata’. Aí, ‘sob pata’ se teria transformado em sopata (tal como ‘sob o papo’ virou sopapo e ‘sob pé’ virou sopé). Mas a palavra nem chegou a se estabelecer: foi logo substituída por sapato porque (a) ninguém conhecia sopata, (b) sapato todo o mundo conhecia e era a palavra mais parecida com sopata e (c) sapato rimava com gato.
(Reinaldo Pimenta. A Casa da Mãe Joana. Curiosidades nas origens das palavras, frases e marcas. 10 ed. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2010, p.104) 

O confronto desse texto com o conjunto formado por I, II, III, IV e V leva a observar que os falantes não especializados em estudos da linguagem que utilizaram o site
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Q605172 Português
Considere o texto abaixo para responder à questão.

O texto abaixo transcrito constitui a unidade 57 da obra 234: ministórias, do escritor curitibano Dalton Trevisan, publicada em 1997.

– Os dois irmãos eram os piores inimigos. Bem me lembro no enterro da velhinha. Eles seguravam a alça do caixão – e não se olhavam. Pálidos, mas de fúria. Nem a cruz das almas comoveu os dois. Se odiavam tanto que a finadinha bulia sem parar entre as flores.
A análise da materialidade da composição
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Q605173 Português
Considere o texto abaixo para responder à questão.

O texto abaixo transcrito constitui a unidade 57 da obra 234: ministórias, do escritor curitibano Dalton Trevisan, publicada em 1997.

– Os dois irmãos eram os piores inimigos. Bem me lembro no enterro da velhinha. Eles seguravam a alça do caixão – e não se olhavam. Pálidos, mas de fúria. Nem a cruz das almas comoveu os dois. Se odiavam tanto que a finadinha bulia sem parar entre as flores.
Na atividade de leitura e produção de sentido, colocamos em ação várias estratégias sociocognitivas. Essas estratégias por meio das quais se realiza o processamento textual mobilizam vários tipos de conhecimento que temos armazenados na memória... [...] para o processamento textual, recorremos a três grandes sistemas de conhecimento: conhecimento linguístico, conhecimento enciclopédico e conhecimento interacional.
(Koch, Ingedore, Elias, Vanda Maria. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2007, p. 39-40)
Considerando a referência teórica acima em relação ao que, no tocante à expectativa sociocultural, não precisa estar dito, mas apenas pressuposto, examine as seguintes sugestões de compreensão:

I. O texto de Dalton Trevisan pressupõe a expectativa sociocultural de que, no enterro de um familiar, o desmaiado da face expresse a dor da perda.
II. O texto de Dalton Trevisan pressupõe a expectativa sociocultural de que, entre as muitas experiências humanas, a mais intensa, que pode fazer as pessoas perderem a dureza da alma, é a da evidência da morte.
III. O texto de Dalton Trevisan pressupõe a expectativa sociocultural de que, quando irmãos são adversários, cada um deles é o pior inimigo que o outro terá de enfrentar na vida.
IV. O texto de Dalton Trevisan pressupõe a expectativa sociocultural de que situações que envolvem intensos sentimentos, como a de um enterro, são as que mais produzem lembranças fidedignas.

Dentre as propostas acima, as estratégias de sinalização textual legitimam, APENAS,
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Q605174 Português
Considere o texto abaixo para responder à questão.

O texto abaixo transcrito constitui a unidade 57 da obra 234: ministórias, do escritor curitibano Dalton Trevisan, publicada em 1997.

– Os dois irmãos eram os piores inimigos. Bem me lembro no enterro da velhinha. Eles seguravam a alça do caixão – e não se olhavam. Pálidos, mas de fúria. Nem a cruz das almas comoveu os dois. Se odiavam tanto que a finadinha bulia sem parar entre as flores.
O emprego de certas palavras, num texto, pode ativar na memória do leitor um esquema cognitivo (frame), que o levará a interpretar outros elementos do texto dentro desse quadro ativado. Esse ‘enquadramento’ permite, por exemplo, desfazer ambiguidades, avançar perspectivas sobre o que deve vir em sequência no texto, tomar decisões sobre o sentido de uma palavra usada.

No caso da ministória 57, o enquadramento autoriza
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Q605175 Português
Considere o texto abaixo para responder à questão.

O texto abaixo transcrito constitui a unidade 57 da obra 234: ministórias, do escritor curitibano Dalton Trevisan, publicada em 1997.

– Os dois irmãos eram os piores inimigos. Bem me lembro no enterro da velhinha. Eles seguravam a alça do caixão – e não se olhavam. Pálidos, mas de fúria. Nem a cruz das almas comoveu os dois. Se odiavam tanto que a finadinha bulia sem parar entre as flores.
O enunciado em sua plenitude é enformado como tal pelos elementos extralinguísticos (dialógicos), está ligado a outros enunciados. Esses elementos extralinguísticos (dialógicos) penetram o enunciado também por dentro.
(Mikhail Bakhtin, Estética da criação verbal, 4.ed., São Paulo: Martins Fontes, 2003, p. 313)
Considerada a perspectiva teórica acima, é correto afirmar sobre a ministória 57:
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Respostas
11: D
12: D
13: B
14: C
15: A