Avancemos um pouco mais no tempo e tomemos como objeto a
produção dos historiadores relativa ao que se convencionou
chamar de transição política rumo a um regime democrático no
país. Como é costume acontecer, há várias propostas que buscam
situar no tempo esse processo. Para alguns, a transição política
deu-se na passagem da ditadura militar para um regime civil, ou
seja, mais ou menos entre 1974 e 1985 – quando José Sarney
tomou posse. Para outros, estes mais preocupados com a
institucionalidade e a clássica questão da legitimidade, sugerem
que a transição se completa com a promulgação da constituição
de 1988 e a eleição pelo voto popular do Presidente da república,
no caso, Fernando Collor. Por fim, há os que colocam em xeque
tanto o modus operandi da transição, como o processo de
institucionalização democrática, considerando o regime civil, daí
resultando em uma experiência política marcadamente
conservadora e limitada, e, portanto, distante do que se poderia
chamar de democracia.
(FREIRE, Américo. Democracia brasileira em foco: historiografia, atores e
proposições. Salvador: Saga, 2019. p. 14).
Apesar de existir diferenças na produção historiográfica sobre o
período pós-ditadura, é possível identificar algumas proximidades
entre elas.
Para analisar o elemento comum dessa produção devemos
considerar