Questões de Concurso Público SEE-MG 2018 para Professor de Educação Básica - Filosofia

Foram encontradas 60 questões

Q2013414 Não definido
Leia o texto a seguir: “Hume questiona a realidade objetiva da causalidade. Para ele, o conhecimento dessa relação não se obtém em nenhum caso pelo raciocínio a priori, mas apenas pela experiência, quando descobrimos que objetos particulares estão em conjunção uns com os outros e, por força do hábito, consideramos que diante de um objeto, sempre teremos o outro” (MARCONDES, Danilo. Iniciação à História da Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004, p. 183. Adaptado).
Segundo o texto acima, Hume considera que a causalidade não é um princípio a priori universal e necessário existente nos objetos, mas o resultado de 
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Q2013415 Não definido
Leia o texto a seguir: “Aqui está um livro de boa-fé, leitor. Ele te adverte, desde o início, que não me propus outro fim além do doméstico e privado. Nele não tive nenhuma consideração por servir-te nem por minha glória: minhas forças não são capazes de tal desígnio. Dediquei-o ao uso particular de meus parentes e amigos, a fim de que, tendo-me perdido, possam aqui encontrar alguns traços de minhas atitudes e humores, e que por esse meio nutram, mais completo e mais vivo, o conhecimento que têm de mim. Se fosse para buscar os favores do mundo, teria me enfeitado de belezas emprestadas. Quero que me vejam aqui em meu modo simples, natural e corrente, sem pose nem artifício: pois é a mim que retrato” (MONTAIGNE, Michel de. Ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 37. Adaptado).
Montaigne representa o ceticismo humanista do Renascimento. No trecho acima dos Ensaios, isso fica claro porque ele relata 
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Q2013416 Não definido
Leia o texto a seguir: “Muita gente imaginou repúblicas e principados que nunca se viram nem jamais foram reconhecidos como verdadeiros. Vai tanta diferença entre o como se vive e o modo por que se deveria viver, que quem se preocupar com o que se deveria fazer em vez do que se faz aprende antes a ruína própria, do que o modo de se preservar; e um homem que quiser fazer profissão de bondade é natural que se arruíne entre tantos que são maus” (MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 69. Adaptado).
O trecho acima se refere ao esforço de Maquiavel em conceber a política como autônoma em relação à ética. Ele consegue isso distinguindo entre 
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Q2013417 Não definido
Leia o texto a seguir: “Um aspecto importante da filosofia de Santo Tomás de Aquino são suas provas da existência de Deus. Em seu livro, a Suma teológica, ele propõe as seguintes cinco vias como provas: o primeiro motor, a causa eficiente, a distinção entre ser necessário e ser contingente, os graus de perfeição e a finalidade do ser” (COTRIM, Gilberto. Fundamentos de Filosofia. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 246. Adaptado).
Com exceção da quarta prova, os graus de perfeição, todas as outras provas compartilham de uma mesma ideia básica, que é a seguinte:
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Q2013418 Não definido
Leia o texto a seguir: “Heráclito dizia que tudo flui, nada persiste nem permanece o mesmo. O ser não é mais que o vir a ser. Tu não podes descer duas vezes no mesmo rio. Já Parmênides dizia que seria contraditório buscar a essência naquilo que está sempre mudando. O ser é e o não ser não é” (COTRIM, Gilberto. Fundamentos de Filosofia. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 209-210. Adaptado).
De acordo com o texto acima, Heráclito se contrapõe a Parmênides, porque ele defende
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Q2013419 Não definido
Leia o texto a seguir: “Para não correr o risco de se enganar, Descartes decide considerar falso o que é só verossímil. Começa, pois, por submeter tudo à dúvida: ‘Suponho que todas as coisas que vejo são falsas. Fixome bem que nada existiu de tudo o que minha memória me representa. Penso não ter nenhum órgão de sentidos. Creio que o corpo, a figura, a extensão, o movimento e o lugar são invenções do meu espírito. Então, o que posso considerar verdadeiro?’. Não é uma dúvida psicológica, nem a dúvida dos céticos. Ao contrário. Essa dúvida hiperbólica está a serviço de fortalecer um espírito que busca a certeza. Eis o que resta: ‘Embora eu quisesse pensar que tudo era falso, era preciso necessariamente que eu, que assim pensava, fosse alguma coisa. Observando que essa verdade, 'penso, logo sou', era tão firme e sólida que nenhuma das mais extravagantes hipóteses dos céticos seria capaz de abalá-la, julguei que podia aceitá-la como o princípio primeiro da filosofia que procurava" (BENJAMIN, César. Folha de São Paulo, São Paulo, 18 de setembro de 2011, http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrissima/il1809201105.htm).
Conforme o trecho acima, Descartes, com o argumento do “penso, logo existo”, busca alcançar 
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Q2013420 Não definido
Leia o seguinte diálogo, entre Adso de Melk e Guilherme de Baskerville, personagens do romance "O nome da rosa", de Umberto Eco, cuja história se passa na Itália no final do ano de 1327.
Adso: "Porém, quando vós lestes as pegadas sobre a neve e nos ramos, ainda não conhecíeis (o cavalo) Brunello. De certo modo, os rastros nos falavam de todos os cavalos, ou pelo menos de todos os cavalos daquela espécie. Não devemos então dizer que o livro da natureza nos fala só por meio de essências, como afirmam admiráveis filósofos?" [...] Guilherme: "Só então soube que meu raciocínio anterior me levara para perto da verdade. De modo que as ideias, que eu usava antes para figurar-me um cavalo que ainda não tinha visto, eram puros signos, como eram signos da ideia de cavalo as pegadas (que vimos) sobre a neve: e usam-se signos e signos de signos apenas quando nos fazem falta as coisas". Adso (refletindo sobre o seu mestre Guilherme): "Outras vezes eu o tinha escutado falar com muito ceticismo das ideias universais e com grande respeito das coisas individuais: e depois parece que essa tendência ele a tivesse tanto por ser britânico como por ser franciscano". (ECO, Umberto. O nome da rosa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1983. p. 42-43. Adaptado).
O título do livro, “O nome da rosa”, faz referência a um importante debate filosófico ocorrido na Idade Média acerca do valor e da exatidão dos nomes (palavras), principalmente em relação ao conhecimento científico. O diálogo acima entre Adso e Guilherme retrata bem esse debate filosófico, sendo que Adso representa a corrente filosófica chamada de ________ e Guilherme a chamada de _____________.
As duas lacunas do texto são preenchidas corretamente por: 
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Q2013421 Não definido
O trecho abaixo aborda os temas da natureza e da cultura: “Não são, portanto, a razão, a afetividade, nem mesmo a linguagem que distinguem, em última análise, os seres humanos, mesmo que, à primeira vista, esses diversos elementos possam parecer discriminatórios. Quem tem um cão sabe perfeitamente que o cão é mais sociável e até muito mais inteligente do que alguns seres humanos! Nesses dois aspectos só diferimos dos animais pelo grau, do maior ao menor, mas não de modo radical, qualitativo. O critério de diferenciação entre o homem e o animal reside em outro ponto. Rousseau vai situá-lo na liberdade, ou, como exprime por meio de uma palavra que vamos analisar, na “perfectibilidade”. No animal, a natureza fala o tempo todo e fortemente, tão fortemente que ele não tem a liberdade de fazer nada além de obedecer lhe. No homem, ao contrário, domina certa indeterminação: a natureza está presente de fato, e muito, como nos ensinam todos os biólogos. Contudo, o homem pode afastar se das regras naturais, e até criar uma cultura que se opõe a elas. Por exemplo, a cultura democrática que vai tentar resistir à lógica da seleção natural para garantir a proteção dos mais fracos” (FERRY, L. Aprender a viver. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. p. 130-133. Adaptado).
Segundo o texto de Luc Ferry, seguindo o pensamento de Rousseau, o que diferencia homem do animal é a 
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Q2013422 Não definido
Leia o texto a seguir: “Um dos modos talvez mais simples e menos polêmicos de se caracterizar a filosofia é através de sua história: forma de pensamento que nasce na Grécia antiga, por volta do séc. VI a.C. Os primeiros filósofos Tales, Anaxímenes e Anaximandro surgem nas colônias gregas do Mediterrâneo oriental, no mar Jônico, que eram importantes postos comerciais e onde reinava um certo pluralismo cultural, com a presença de diversas línguas, tradições, cultos e mitos. É possível que a influência de diferentes tradições míticas tenha levado à relativização dos mitos. Por isso, os filósofos da escola jônica buscam uma explicação do mundo baseada essencialmente em causas naturais e através de uma discussão aberta, na qual todos podiam participar com seus argumentos” (MARCONDES, Danilo. Iniciação à História da Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004, p. 19-22. Adaptado).
Segundo Marcondes, uma das condições para o surgimento do pensamento filosófico na Grécia antiga foi a mentalidade 
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Q2013423 Não definido
Leia o texto a seguir: “Até agora se supôs que todo o nosso conhecimento tinha que se regular pelos objetos; porém todas as tentativas de mediante conceitos estabelecer algo a priori sobre os mesmos, através do que ampliaria o nosso conhecimento, fracassaram sob esta pressuposição. Por isso tente-se ver uma vez se não progredimos melhor nas tarefas da metafísica admitindo que os objetos têm que se regular pelo nosso conhecimento” (KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. São Paulo: Abril Cultural, 1980, p. 12. Adaptado).
Nesta passagem, Kant apresenta sua proposta de fazer uma “revolução copernicana” na metafísica, que consistiria em fazer com que o conhecimento do objeto dependesse de
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Q2013424 Não definido
Leia o texto a seguir: “Segundo Koyré, a Revolução científica do século XVII causou a destruição do cosmos como concepção do mundo como um todo finito, fechado e ordenado hierarquicamente e a sua substituição por um universo indefinido e infinito que é mantido coeso pela identidade de seus componentes e leis fundamentais. Isso implicou o abandono, pelo pensamento científico, de todas as considerações baseadas em valores” (KOYRÉ, Alexandre. Do mundo fechado ao universo infinito. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006, p. 6. Adaptado).
De acordo com o texto acima, uma característica do novo pensamento científico, que surge com a Revolução científica, é a 
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Q2013425 Não definido
Leia o texto a seguir: “Os pensamentos da classe dominante são também, em todas as épocas, os pensamentos dominantes, ou seja, a classe que tem o poder material dominante numa dada sociedade é também a potência dominante espiritual. A classe que dispõe dos meios de produção material dispõe igualmente dos meios de produção intelectual, de tal modo que o pensamento daqueles a quem são recusados os meios de produção intelectual está submetido igualmente à classe dominante. Os pensamentos dominantes nada mais são do que a expressão idealizada das relações materiais dominantes, portanto, a expressão das relações que fazem de uma classe a classe dominante; em outras palavras, são as ideias de sua dominação” (MARX, Karl. A ideologia alemã. São Paulo: Martins Fontes, 1998, p. 48. Adaptado).
Marx, no trecho acima, está se referindo à ideologia, cuja função é fazer com que as ideias 
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Q2013426 Não definido
Leia o texto a seguir: “Wittgenstein nas Investigações Filosóficas diz que a significação de uma palavra é o seu uso na linguagem” (WITTGENSTEIN, Ludwig. Investigações filosóficas. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 28. Adaptado). Assim, por exemplo, na frase “o Sr. Branco é branco”, a palavra “branco” tem dois significados diferentes, pois ela é usada como nome próprio no início da frase e como designação de uma cor no final da frase.
A consequência disso é que as palavras, conceitos e nomes
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Q2013427 Não definido
Leia o texto a seguir: “A ética é a reflexão filosófica que visa fazer com que, diante da necessidade de decidir sobre como proceder em determinadas circunstâncias, a pessoa aja de modo correto; bem como servir de parâmetro para avaliar um determinado ato realizado por outro indivíduo como sendo ou não eticamente correto. Porém, a ética não pode ser vista dissociada da realidade sociocultural concreta. Os valores éticos de uma comunidade variam de acordo com o ponto de vista histórico e dependem de circunstâncias determinadas” (MARCONDES, Danilo. Textos básicos de ética. Rio de Janeiro: Zahar, 2007, p. 9-10. Adaptado).
No texto acima, Marcondes afirma que a ética é a reflexão filosófica que avalia as regras de comportamento humano. Isto significa que o comportamento humano NÃO é determinado
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Q2013428 Não definido
Leia o texto a seguir: “Durante o inverno de 1919-1920, essas considerações me levaram a conclusões que posso agora reformular da seguinte maneira: (1) É fácil obter confirmações ou verificações para quase toda teoria – desde que as procuremos. (2) As confirmações só devem ser consideradas se resultarem de predições arriscadas. (3) Toda teoria científica “boa” é uma proibição: ela proíbe certas coisas de acontecer. Quanto mais uma teoria proíbe, melhor ela é. (4) A teoria que não for refutada por qualquer acontecimento concebível não é científica. A irrefutabilidade não é uma virtude, como freqüentemente se pensa, mas um vício” (POPPER, Karl. Conjecturas e Refutações. Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 1982, p. 66. Adaptado).
No trecho acima, Popper critica o princípio de verificabilidade como critério de demarcação entre ciência e não ciência, propondo um novo princípio. Segundo ele, o critério de cientificidade de uma teoria é a refutabilidade, ou seja,
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Q2013429 Não definido
Leia o texto a seguir: “Kant recusa tanto o empirismo como o racionalismo; existem ideias puras da razão – mas meramente como princípios regulativos a serviço da experiência. Demonstrando a existência de certas condições da experiência não empíricas e, portanto, universalmente válidas. Kant mostra que a metafísica é possível, mas em contraposição ao racionalismo, somente como teoria da experiência, e não como uma ciência que transcende o âmbito da experiência; e, à diferença do empirismo, não como teoria empírica, senão como teoria transcendental da experiência” (HÖFFE, Otfried. Immanuel Kant. São Paulo: Martins Fontes, 2005, p. 39-40. Adaptado).
Otfried Höffe afirma que Kant elabora, com a sua teoria do conhecimento, uma nova metafísica fundada em uma “teoria transcendental da experiência”, capaz de superar o racionalismo e o empirismo porque mantém
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Q2013430 Não definido
Leia o texto a seguir: “Onde está a necessidade da filosofia? Está no fato de que ela, por meio da reflexão, permite que o homem tenha mais que uma dimensão, além daquela que é dada pelo agir imediato no qual o “homem prático” se encontra mergulhado. É ela que permite o distanciamento para a avaliação dos fundamentos dos atos humanos e dos fins a que eles se destinam. É ela que reúne o pensamento fragmentado da ciência e o reconstrói na sua unidade. É ela que retoma a ação pulverizada no tempo e procura compreendê-la” (ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofando. São Paulo: Moderna, 1986, p. 48, Adaptado).
Segundo o trecho acima, o pensamento filosófico é necessário aos seres humanos, porque desenvolve as capacidades de 
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Q2013431 Não definido
Leia o texto a seguir: “O reconhecimento dessa dimensão propriamente filosófica da história da filosofia deve incidir diretamente sobre a prática historiográfica, tornando-a constitutiva do ato de filosofar. Desta sorte, a filosofia encontra na "rememoração" do seu passado, uma forma de legitimação teórica do seu presente. A historiografia filosófica deixa de ser tarefa puramente arqueológica ou apenas reconstituição de sistemas de ideias. Ela se torna um ato de filosofar” (VAZ, Henrique C. de Lima. Escritos de filosofia III. São Paulo: Loyola, 1997, p. 286. adaptado).
No trecho acima, Vaz se refere à filosofia, seu passado e seu presente, afirmando: 
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Q2013432 Não definido
Leia o texto a seguir: “A dedução é uma inferência que vai dos princípios gerais para uma consequência logicamente necessária, enquanto que a indução é uma argumentação em que, a partir de dados singulares suficientemente enumerados, inferimos uma verdade universal” (ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofando. São Paulo: Moderna, 1986, p. 100-102. Adaptado).
Leia os argumentos abaixo:
I. Sei que está na hora do intervalo porque tocou o sinal. II. O velho pescador disse que não vai pescar hoje porque as nuvens estão pesadas e escuras, a cor da água está embaçada e isto significa que vai chover. III. Depois de ter feito várias experiências com fígado de macaco, Claude Bernard concluiu que o fígado tem uma função glicogênica. IV. Como os testes demonstraram que foram precisos, pelo menos, 2,3 segundos para manobrar a culatra do rifle de Oswald, é óbvio que Oswald não poderia ter disparado três vezes em 5,6 segundos ou menos.
A opção que classifica corretamente os argumentos acima em dedutivos e indutivos é:
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Q2013433 Não definido
Leia o texto a seguir: “Um argumento é a mais básica unidade completa do raciocínio, um átomo da razão. Um argumento é uma inferência extraída de um ou de vários pontos de partida (proposições denominadas “premissas”) que conduz a um ponto final (uma proposição denominada “conclusão”)” (BAGGINI, Julian. As ferramentas dos filósofos. São Paulo: Loyola, 2012. Adaptado).
A partir do texto acima, é CORRETO afirmar que uma inferência é 
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Respostas
41: B
42: D
43: D
44: A
45: C
46: B
47: E
48: C
49: A
50: D
51: E
52: B
53: C
54: B
55: E
56: D
57: B
58: A
59: A
60: E