Questões de Concurso Público Prefeitura de Panambi - RS 2021 para Professor Área II - Geografia
Foram encontradas 40 questões
Instrução: As questões de números 01 a 08 referem-se ao texto abaixo.
Ri-se da cicatriz quem nunca foi ferido
- Como diz um recente artigo do jornal El País, os Estados Unidos vivem a maior crise racial
- desde a morte de Martin Luther King. O que vemos pelos telejornais é apenas um recorte bem
- pequeno da efervescência das manifestações contra o racismo que vem acontecendo nos últimos
- dias. Falar sobre essa temática é delicadíssimo, e considero uma atitude extremamente
- necessária. As palavras lúcidas do filósofo Mario Sergio Cortella me inspiraram a pensar melhor
- sobre o que vem acontecendo: “Cada indivíduo, em tempos difíceis, tem os seus sofrimentos, os
- seus transtornos. Há, no entanto, pessoas que são vitimadas pelas situações de modo mais perene
- e com dores mais profundas”.
- Isso significa que há uma honradez na compaixão, que não é ter pena de alguém, senão a
- possibilidade de uma sintonia, de uma empatia com aquela forma de desconforto, de dificuldade.
- É preciso muita cautela com o desprezo pela dor alheia. O dramaturgo britânico William
- Shakespeare, na tragédia “Romeu e Julieta”, publicada em 1597, faz o protagonista dizer no ato
- II: “Ri-se da cicatriz quem nunca foi ferido”. Essa é uma ausência de compaixão desonrosa.
- O mundo inteiro está carente de compaixão, que significa “sofrer junto”. Ou seja, compreender
- a dor do outro e fazer o que estiver à sua disposição para tentar ajudar. A morte terrível do George
- Floyd nos Estados Unidos foi a gota d’água para iniciar um movimento de desmonte de um sistema
- que vem massacrando a população negra há séculos. A revolta gerada pela sua morte por
- sufocamento despertou no mundo inteiro esse grito por mudança, tanto que, no dia 2 de junho
- de 2020, houve um movimento mundial nas redes sociais no qual as pessoas compartilharam uma
- foto completamente preta em sinal de protesto pelo assassinato do George.
- Mesmo sendo um movimento de um dia, podemos perceber o poder que a união representa.
- Se o mundo inteiro se unir diante dessa causa, o poder do racismo pode e vai diminuir. O povo
- negro é vitimado de forma perene e com dores mais profundas. Esse incidente nos Estados Unidos
- é uma prova escancarada disso. Se o George Floyd fosse branco, eu não tenho a menor dúvida
- de que sua vida seria poupada e aquela cena pavorosa não teria acontecido.
- O Cortella também fala sobre poder ajudar as pessoas que estão nessa situação de sofrimento
- agudizado. A empatia, o respeito, a cumplicidade… Esses são os primeiros passos. Além disso, é
- preciso haver uma mudança na formação humana, na educação escolar, nas leis que regem os
- países, de modo que se ensine, desde o berço, que somos parte de uma mesma humanidade,
- todos nós!
- Parece um absurdo, mas existe, sim, muita gente que se sente superior. E uma das formas
- mais nojentas de se pensar isso é a respeito da cor da pele. Isso é absolutamente inadmissível!
- Repito, aqui, o sonho do Luther King, que gostaria de ver o mundo julgar os seus filhos pelo
- caráter deles, e não pela cor da pele. Esse mundo pode existir, e quero, dentro das minhas
- possibilidades, contribuir para a sua construção…
- As pessoas que zombam, que fazem piada e pouco caso não só do assassinato do George
- Floyd, mas de tudo o que envolve os negros, é porque jamais se colocaram no lugar desses nossos
- irmãos. É triste dizer isso e me dói o coração fazê-lo, mas nossos irmãos negros já vêm ao mundo
- com uma espécie de ferida causada pela sociedade injusta e desigual, e eles passam a vida inteira
- acumulando cicatrizes ___ vezes invisíveis, por outras, mais do que visíveis, devido ___ violência
- física sofrida desde os anos escolares… E nessa hora vêm brancos tolos rindo dessa realidade?
- Essa é a total falta de conexão, de empatia e de compaixão.
- O mundo no qual eu almejo viver vai fazer cair por terra esse disparate racial que foi
- politicamente institucionalizado. Talvez essas manifestações nos Estados Unidos sirvam como um
- impulsionador para que as mudanças estruturais na sociedade possam acontecer de forma mais
- rápida e efetiva. Essa é a minha esperança! E sonho que seja uma esperança do verbo
- “esperançar”, e não do verbo “esperar”, como diria o mestre Paulo Freire.
(Disponível em https://www.contioutra.com/ri-se-da-cicatriz-quem-nunca-foi-ferido/ - texto adaptado especialmente para esta prova.)
Na frase do texto “As pessoas que zombam, que fazem piada e pouco caso não só do assassinato do George Floyd, mas de tudo o que envolve os negros, é porque jamais se colocaram no lugar desses nossos irmãos”, se o termo “pessoas” fosse flexionado no singular, quantas outras palavras precisariam ter a grafia modificada para haver a correta concordância verbo-nominal?
Instrução: As questões de números 01 a 08 referem-se ao texto abaixo.
Ri-se da cicatriz quem nunca foi ferido
- Como diz um recente artigo do jornal El País, os Estados Unidos vivem a maior crise racial
- desde a morte de Martin Luther King. O que vemos pelos telejornais é apenas um recorte bem
- pequeno da efervescência das manifestações contra o racismo que vem acontecendo nos últimos
- dias. Falar sobre essa temática é delicadíssimo, e considero uma atitude extremamente
- necessária. As palavras lúcidas do filósofo Mario Sergio Cortella me inspiraram a pensar melhor
- sobre o que vem acontecendo: “Cada indivíduo, em tempos difíceis, tem os seus sofrimentos, os
- seus transtornos. Há, no entanto, pessoas que são vitimadas pelas situações de modo mais perene
- e com dores mais profundas”.
- Isso significa que há uma honradez na compaixão, que não é ter pena de alguém, senão a
- possibilidade de uma sintonia, de uma empatia com aquela forma de desconforto, de dificuldade.
- É preciso muita cautela com o desprezo pela dor alheia. O dramaturgo britânico William
- Shakespeare, na tragédia “Romeu e Julieta”, publicada em 1597, faz o protagonista dizer no ato
- II: “Ri-se da cicatriz quem nunca foi ferido”. Essa é uma ausência de compaixão desonrosa.
- O mundo inteiro está carente de compaixão, que significa “sofrer junto”. Ou seja, compreender
- a dor do outro e fazer o que estiver à sua disposição para tentar ajudar. A morte terrível do George
- Floyd nos Estados Unidos foi a gota d’água para iniciar um movimento de desmonte de um sistema
- que vem massacrando a população negra há séculos. A revolta gerada pela sua morte por
- sufocamento despertou no mundo inteiro esse grito por mudança, tanto que, no dia 2 de junho
- de 2020, houve um movimento mundial nas redes sociais no qual as pessoas compartilharam uma
- foto completamente preta em sinal de protesto pelo assassinato do George.
- Mesmo sendo um movimento de um dia, podemos perceber o poder que a união representa.
- Se o mundo inteiro se unir diante dessa causa, o poder do racismo pode e vai diminuir. O povo
- negro é vitimado de forma perene e com dores mais profundas. Esse incidente nos Estados Unidos
- é uma prova escancarada disso. Se o George Floyd fosse branco, eu não tenho a menor dúvida
- de que sua vida seria poupada e aquela cena pavorosa não teria acontecido.
- O Cortella também fala sobre poder ajudar as pessoas que estão nessa situação de sofrimento
- agudizado. A empatia, o respeito, a cumplicidade… Esses são os primeiros passos. Além disso, é
- preciso haver uma mudança na formação humana, na educação escolar, nas leis que regem os
- países, de modo que se ensine, desde o berço, que somos parte de uma mesma humanidade,
- todos nós!
- Parece um absurdo, mas existe, sim, muita gente que se sente superior. E uma das formas
- mais nojentas de se pensar isso é a respeito da cor da pele. Isso é absolutamente inadmissível!
- Repito, aqui, o sonho do Luther King, que gostaria de ver o mundo julgar os seus filhos pelo
- caráter deles, e não pela cor da pele. Esse mundo pode existir, e quero, dentro das minhas
- possibilidades, contribuir para a sua construção…
- As pessoas que zombam, que fazem piada e pouco caso não só do assassinato do George
- Floyd, mas de tudo o que envolve os negros, é porque jamais se colocaram no lugar desses nossos
- irmãos. É triste dizer isso e me dói o coração fazê-lo, mas nossos irmãos negros já vêm ao mundo
- com uma espécie de ferida causada pela sociedade injusta e desigual, e eles passam a vida inteira
- acumulando cicatrizes ___ vezes invisíveis, por outras, mais do que visíveis, devido ___ violência
- física sofrida desde os anos escolares… E nessa hora vêm brancos tolos rindo dessa realidade?
- Essa é a total falta de conexão, de empatia e de compaixão.
- O mundo no qual eu almejo viver vai fazer cair por terra esse disparate racial que foi
- politicamente institucionalizado. Talvez essas manifestações nos Estados Unidos sirvam como um
- impulsionador para que as mudanças estruturais na sociedade possam acontecer de forma mais
- rápida e efetiva. Essa é a minha esperança! E sonho que seja uma esperança do verbo
- “esperançar”, e não do verbo “esperar”, como diria o mestre Paulo Freire.
(Disponível em https://www.contioutra.com/ri-se-da-cicatriz-quem-nunca-foi-ferido/ - texto adaptado especialmente para esta prova.)
A oração “É triste dizer isso” (l. 38) é constituída por um sujeito:
Instrução: As questões de números 01 a 08 referem-se ao texto abaixo.
Ri-se da cicatriz quem nunca foi ferido
- Como diz um recente artigo do jornal El País, os Estados Unidos vivem a maior crise racial
- desde a morte de Martin Luther King. O que vemos pelos telejornais é apenas um recorte bem
- pequeno da efervescência das manifestações contra o racismo que vem acontecendo nos últimos
- dias. Falar sobre essa temática é delicadíssimo, e considero uma atitude extremamente
- necessária. As palavras lúcidas do filósofo Mario Sergio Cortella me inspiraram a pensar melhor
- sobre o que vem acontecendo: “Cada indivíduo, em tempos difíceis, tem os seus sofrimentos, os
- seus transtornos. Há, no entanto, pessoas que são vitimadas pelas situações de modo mais perene
- e com dores mais profundas”.
- Isso significa que há uma honradez na compaixão, que não é ter pena de alguém, senão a
- possibilidade de uma sintonia, de uma empatia com aquela forma de desconforto, de dificuldade.
- É preciso muita cautela com o desprezo pela dor alheia. O dramaturgo britânico William
- Shakespeare, na tragédia “Romeu e Julieta”, publicada em 1597, faz o protagonista dizer no ato
- II: “Ri-se da cicatriz quem nunca foi ferido”. Essa é uma ausência de compaixão desonrosa.
- O mundo inteiro está carente de compaixão, que significa “sofrer junto”. Ou seja, compreender
- a dor do outro e fazer o que estiver à sua disposição para tentar ajudar. A morte terrível do George
- Floyd nos Estados Unidos foi a gota d’água para iniciar um movimento de desmonte de um sistema
- que vem massacrando a população negra há séculos. A revolta gerada pela sua morte por
- sufocamento despertou no mundo inteiro esse grito por mudança, tanto que, no dia 2 de junho
- de 2020, houve um movimento mundial nas redes sociais no qual as pessoas compartilharam uma
- foto completamente preta em sinal de protesto pelo assassinato do George.
- Mesmo sendo um movimento de um dia, podemos perceber o poder que a união representa.
- Se o mundo inteiro se unir diante dessa causa, o poder do racismo pode e vai diminuir. O povo
- negro é vitimado de forma perene e com dores mais profundas. Esse incidente nos Estados Unidos
- é uma prova escancarada disso. Se o George Floyd fosse branco, eu não tenho a menor dúvida
- de que sua vida seria poupada e aquela cena pavorosa não teria acontecido.
- O Cortella também fala sobre poder ajudar as pessoas que estão nessa situação de sofrimento
- agudizado. A empatia, o respeito, a cumplicidade… Esses são os primeiros passos. Além disso, é
- preciso haver uma mudança na formação humana, na educação escolar, nas leis que regem os
- países, de modo que se ensine, desde o berço, que somos parte de uma mesma humanidade,
- todos nós!
- Parece um absurdo, mas existe, sim, muita gente que se sente superior. E uma das formas
- mais nojentas de se pensar isso é a respeito da cor da pele. Isso é absolutamente inadmissível!
- Repito, aqui, o sonho do Luther King, que gostaria de ver o mundo julgar os seus filhos pelo
- caráter deles, e não pela cor da pele. Esse mundo pode existir, e quero, dentro das minhas
- possibilidades, contribuir para a sua construção…
- As pessoas que zombam, que fazem piada e pouco caso não só do assassinato do George
- Floyd, mas de tudo o que envolve os negros, é porque jamais se colocaram no lugar desses nossos
- irmãos. É triste dizer isso e me dói o coração fazê-lo, mas nossos irmãos negros já vêm ao mundo
- com uma espécie de ferida causada pela sociedade injusta e desigual, e eles passam a vida inteira
- acumulando cicatrizes ___ vezes invisíveis, por outras, mais do que visíveis, devido ___ violência
- física sofrida desde os anos escolares… E nessa hora vêm brancos tolos rindo dessa realidade?
- Essa é a total falta de conexão, de empatia e de compaixão.
- O mundo no qual eu almejo viver vai fazer cair por terra esse disparate racial que foi
- politicamente institucionalizado. Talvez essas manifestações nos Estados Unidos sirvam como um
- impulsionador para que as mudanças estruturais na sociedade possam acontecer de forma mais
- rápida e efetiva. Essa é a minha esperança! E sonho que seja uma esperança do verbo
- “esperançar”, e não do verbo “esperar”, como diria o mestre Paulo Freire.
(Disponível em https://www.contioutra.com/ri-se-da-cicatriz-quem-nunca-foi-ferido/ - texto adaptado especialmente para esta prova.)
As lacunas tracejadas da linha 40 são, correta e respectivamente, preenchidas por:
Instrução: As questões de números 01 a 08 referem-se ao texto abaixo.
Ri-se da cicatriz quem nunca foi ferido
- Como diz um recente artigo do jornal El País, os Estados Unidos vivem a maior crise racial
- desde a morte de Martin Luther King. O que vemos pelos telejornais é apenas um recorte bem
- pequeno da efervescência das manifestações contra o racismo que vem acontecendo nos últimos
- dias. Falar sobre essa temática é delicadíssimo, e considero uma atitude extremamente
- necessária. As palavras lúcidas do filósofo Mario Sergio Cortella me inspiraram a pensar melhor
- sobre o que vem acontecendo: “Cada indivíduo, em tempos difíceis, tem os seus sofrimentos, os
- seus transtornos. Há, no entanto, pessoas que são vitimadas pelas situações de modo mais perene
- e com dores mais profundas”.
- Isso significa que há uma honradez na compaixão, que não é ter pena de alguém, senão a
- possibilidade de uma sintonia, de uma empatia com aquela forma de desconforto, de dificuldade.
- É preciso muita cautela com o desprezo pela dor alheia. O dramaturgo britânico William
- Shakespeare, na tragédia “Romeu e Julieta”, publicada em 1597, faz o protagonista dizer no ato
- II: “Ri-se da cicatriz quem nunca foi ferido”. Essa é uma ausência de compaixão desonrosa.
- O mundo inteiro está carente de compaixão, que significa “sofrer junto”. Ou seja, compreender
- a dor do outro e fazer o que estiver à sua disposição para tentar ajudar. A morte terrível do George
- Floyd nos Estados Unidos foi a gota d’água para iniciar um movimento de desmonte de um sistema
- que vem massacrando a população negra há séculos. A revolta gerada pela sua morte por
- sufocamento despertou no mundo inteiro esse grito por mudança, tanto que, no dia 2 de junho
- de 2020, houve um movimento mundial nas redes sociais no qual as pessoas compartilharam uma
- foto completamente preta em sinal de protesto pelo assassinato do George.
- Mesmo sendo um movimento de um dia, podemos perceber o poder que a união representa.
- Se o mundo inteiro se unir diante dessa causa, o poder do racismo pode e vai diminuir. O povo
- negro é vitimado de forma perene e com dores mais profundas. Esse incidente nos Estados Unidos
- é uma prova escancarada disso. Se o George Floyd fosse branco, eu não tenho a menor dúvida
- de que sua vida seria poupada e aquela cena pavorosa não teria acontecido.
- O Cortella também fala sobre poder ajudar as pessoas que estão nessa situação de sofrimento
- agudizado. A empatia, o respeito, a cumplicidade… Esses são os primeiros passos. Além disso, é
- preciso haver uma mudança na formação humana, na educação escolar, nas leis que regem os
- países, de modo que se ensine, desde o berço, que somos parte de uma mesma humanidade,
- todos nós!
- Parece um absurdo, mas existe, sim, muita gente que se sente superior. E uma das formas
- mais nojentas de se pensar isso é a respeito da cor da pele. Isso é absolutamente inadmissível!
- Repito, aqui, o sonho do Luther King, que gostaria de ver o mundo julgar os seus filhos pelo
- caráter deles, e não pela cor da pele. Esse mundo pode existir, e quero, dentro das minhas
- possibilidades, contribuir para a sua construção…
- As pessoas que zombam, que fazem piada e pouco caso não só do assassinato do George
- Floyd, mas de tudo o que envolve os negros, é porque jamais se colocaram no lugar desses nossos
- irmãos. É triste dizer isso e me dói o coração fazê-lo, mas nossos irmãos negros já vêm ao mundo
- com uma espécie de ferida causada pela sociedade injusta e desigual, e eles passam a vida inteira
- acumulando cicatrizes ___ vezes invisíveis, por outras, mais do que visíveis, devido ___ violência
- física sofrida desde os anos escolares… E nessa hora vêm brancos tolos rindo dessa realidade?
- Essa é a total falta de conexão, de empatia e de compaixão.
- O mundo no qual eu almejo viver vai fazer cair por terra esse disparate racial que foi
- politicamente institucionalizado. Talvez essas manifestações nos Estados Unidos sirvam como um
- impulsionador para que as mudanças estruturais na sociedade possam acontecer de forma mais
- rápida e efetiva. Essa é a minha esperança! E sonho que seja uma esperança do verbo
- “esperançar”, e não do verbo “esperar”, como diria o mestre Paulo Freire.
(Disponível em https://www.contioutra.com/ri-se-da-cicatriz-quem-nunca-foi-ferido/ - texto adaptado especialmente para esta prova.)
As reticências que encerram o último período do sexto parágrafo foram utilizadas:
Instrução: As questões de números 01 a 08 referem-se ao texto abaixo.
Ri-se da cicatriz quem nunca foi ferido
- Como diz um recente artigo do jornal El País, os Estados Unidos vivem a maior crise racial
- desde a morte de Martin Luther King. O que vemos pelos telejornais é apenas um recorte bem
- pequeno da efervescência das manifestações contra o racismo que vem acontecendo nos últimos
- dias. Falar sobre essa temática é delicadíssimo, e considero uma atitude extremamente
- necessária. As palavras lúcidas do filósofo Mario Sergio Cortella me inspiraram a pensar melhor
- sobre o que vem acontecendo: “Cada indivíduo, em tempos difíceis, tem os seus sofrimentos, os
- seus transtornos. Há, no entanto, pessoas que são vitimadas pelas situações de modo mais perene
- e com dores mais profundas”.
- Isso significa que há uma honradez na compaixão, que não é ter pena de alguém, senão a
- possibilidade de uma sintonia, de uma empatia com aquela forma de desconforto, de dificuldade.
- É preciso muita cautela com o desprezo pela dor alheia. O dramaturgo britânico William
- Shakespeare, na tragédia “Romeu e Julieta”, publicada em 1597, faz o protagonista dizer no ato
- II: “Ri-se da cicatriz quem nunca foi ferido”. Essa é uma ausência de compaixão desonrosa.
- O mundo inteiro está carente de compaixão, que significa “sofrer junto”. Ou seja, compreender
- a dor do outro e fazer o que estiver à sua disposição para tentar ajudar. A morte terrível do George
- Floyd nos Estados Unidos foi a gota d’água para iniciar um movimento de desmonte de um sistema
- que vem massacrando a população negra há séculos. A revolta gerada pela sua morte por
- sufocamento despertou no mundo inteiro esse grito por mudança, tanto que, no dia 2 de junho
- de 2020, houve um movimento mundial nas redes sociais no qual as pessoas compartilharam uma
- foto completamente preta em sinal de protesto pelo assassinato do George.
- Mesmo sendo um movimento de um dia, podemos perceber o poder que a união representa.
- Se o mundo inteiro se unir diante dessa causa, o poder do racismo pode e vai diminuir. O povo
- negro é vitimado de forma perene e com dores mais profundas. Esse incidente nos Estados Unidos
- é uma prova escancarada disso. Se o George Floyd fosse branco, eu não tenho a menor dúvida
- de que sua vida seria poupada e aquela cena pavorosa não teria acontecido.
- O Cortella também fala sobre poder ajudar as pessoas que estão nessa situação de sofrimento
- agudizado. A empatia, o respeito, a cumplicidade… Esses são os primeiros passos. Além disso, é
- preciso haver uma mudança na formação humana, na educação escolar, nas leis que regem os
- países, de modo que se ensine, desde o berço, que somos parte de uma mesma humanidade,
- todos nós!
- Parece um absurdo, mas existe, sim, muita gente que se sente superior. E uma das formas
- mais nojentas de se pensar isso é a respeito da cor da pele. Isso é absolutamente inadmissível!
- Repito, aqui, o sonho do Luther King, que gostaria de ver o mundo julgar os seus filhos pelo
- caráter deles, e não pela cor da pele. Esse mundo pode existir, e quero, dentro das minhas
- possibilidades, contribuir para a sua construção…
- As pessoas que zombam, que fazem piada e pouco caso não só do assassinato do George
- Floyd, mas de tudo o que envolve os negros, é porque jamais se colocaram no lugar desses nossos
- irmãos. É triste dizer isso e me dói o coração fazê-lo, mas nossos irmãos negros já vêm ao mundo
- com uma espécie de ferida causada pela sociedade injusta e desigual, e eles passam a vida inteira
- acumulando cicatrizes ___ vezes invisíveis, por outras, mais do que visíveis, devido ___ violência
- física sofrida desde os anos escolares… E nessa hora vêm brancos tolos rindo dessa realidade?
- Essa é a total falta de conexão, de empatia e de compaixão.
- O mundo no qual eu almejo viver vai fazer cair por terra esse disparate racial que foi
- politicamente institucionalizado. Talvez essas manifestações nos Estados Unidos sirvam como um
- impulsionador para que as mudanças estruturais na sociedade possam acontecer de forma mais
- rápida e efetiva. Essa é a minha esperança! E sonho que seja uma esperança do verbo
- “esperançar”, e não do verbo “esperar”, como diria o mestre Paulo Freire.
(Disponível em https://www.contioutra.com/ri-se-da-cicatriz-quem-nunca-foi-ferido/ - texto adaptado especialmente para esta prova.)
A forma verbal “zombam” (l. 36) pode ser substituída por seu sinônimo: