Questões de Concurso Público Instituto Rio Branco 2019 para Diplomata - Prova 2
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Na década de 1840, ocorreu um acirramento das pressões inglesas contra o tráfico atlântico, resultando em apreensões de navios pela Marinha britânica. Essa atitude foi justificada pelo Foreign Office com base no tratado firmado com o governo brasileiro em 1826, o que levou à promulgação unilateral do Ato Aberdeen de 1845.
No interior do território brasileiro, ocorreu forte pressão dos proprietários de escravizados por modificações ou mesmo revogação da Lei de 7 de novembro de 1831. As posturas de defesa do tráfico apelavam à soberania nacional e à necessidade de mão de obra.
Os saquaremas mostraram-se favoráveis à reabertura formal do tráfico. Além disso, defenderam projetos de importação de colonos livres de todas as partes do mundo.
A aprovação da Lei Eusébio de Queiroz, em 1850, acarretou mudanças na política do Estado brasileiro, com a repressão à entrada de novos africanos escravizados e a configuração do tráfico como pirataria.
Um dos fatores de deflagração da revolta foi a crise econômica resultante da Grande Guerra, agravada pela quebra da Bolsa em 1929, cuja consequência interna foi derrubar o preço do café, deteriorando as condições de vida dos setores menos favorecidos da população urbana.
A “Aliança Liberal” propôs uma série de reformas destinadas a rever os direitos sociais, como instituição da jornada de trabalho de oito horas, férias, direito ao voto secreto, entre outras. O grupo não recorreu às formas tradicionais de fraude eleitoral, o que se revelou um dos principais fatores da respectiva derrota nas urnas.
A ascensão de Getúlio Vargas ao Poder Executivo desencadeou alterações no sistema político brasileiro, implementadas por meio de decretos. É correto destacar a criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, a reestruturação do Exército e da educação pública, a anistia aos tenentes e o controle dos sindicatos.
O fim da Primeira República consolidou uma aliança duradoura entre os grupos que se articularam pela deposição de Washington Luís. A conciliação dos grupos oligárquicos e dos “tenentes” garantiu o sucesso do governo Vargas.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) foi introduzida durante o Estado Novo, momento de grande participação político-eleitoral dos cidadãos, que conseguiram obter diversos benefícios sociais junto ao governo.
Os trabalhadores rurais do período foram diretamente beneficiados pela política previdenciária, que lhes garantiu paridade de direitos com os trabalhadores urbanos.
Na década de 1930, ocorreu uma mudança significativa na composição da classe operária, sobretudo em São Paulo, associada à redução no fluxo de imigrantes estrangeiros.
Os industriais tornaram-se mais coesos no esforço de defender os próprios interesses de forma autônoma. A configuração de uma política industrialista amparou-se, entre outros fatores, no argumento de que o fortalecimento da indústria era decisivo para se atingir a independência econômica nacional.
O uso intensivo de tecnologia contribui decisivamente para que o agronegócio brasileiro tenha assumido posição de ponta no competitivo mercado global de alimentos, sendo responsável por parcela considerável da pauta de exportações do País.
Embora continue a ser uma das mais importantes petroleiras mundiais, a Petrobras encontra dificuldades para se expandir em face de determinados obstáculos técnicos que ainda não conseguiu suplantar, a exemplo do domínio da tecnologia apropriada para a exploração de petróleo em águas profundas, o que reduz acentuadamente a participação dela no pré-sal.
A parceria entre capitais públicos e privados apresentou bons resultados, demonstrados pelas recentes privatizações na indústria aeronáutica, com a Embraer, e na pesquisa agropecuária, com a Embrapa.
Graves problemas ainda envolvem a educação básica brasileira, entre os quais as persistentes deficiências estruturais, que se manifestam, entre outros aspectos, nas instalações físicas das escolas, na frágil formação docente, nos baixos salários dos respectivos profissionais e na precariedade do aparato tecnológico.
Estimulada pelos fortes ventos liberais que se expandiam no pós-Segunda Guerra Mundial, a corrente contrária à ditadura varguista contemplava desde empresários a bacharéis e militares, sobretudo da Aeronáutica, tendo se concentrado, a partir da queda do Estado Novo, na União Democrática Nacional (UDN).
O Partido Social Democrático (PSD), a mais poderosa força político-partidária do período, equilibrava-se ideologicamente entre o liberalismo udenista e o trabalhismo de inspiração getulista, mantendo uma posição de centro que impedia, nos períodos eleitorais, alianças ou coligações com ambas as correntes.
Várias crises marcaram a trajetória brasileira entre 1945 e 1964, algumas extremamente dramáticas e de consequências marcantes para o País, entre as quais o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, a controversa eleição de Juscelino Kubitschek, em 1955, e a renúncia de Jânio Quadros, em 1961.
Lançada por Jânio Quadros, tendo à frente o chanceler San Tiago Dantas, e ampliada no governo João Goulart, especialmente sob a liderança de Afonso Arinos, a Política Externa Independente rompeu com a tradição brasileira de aproximação com Washington e aproximou o País do bloco socialista, à época liderado pela República Popular da China.