Questões de Concurso Público Prefeitura de Linhares - ES 2020 para Professor de Educação Básica II - Lingua Portuguesa
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A defesa da Educação pública, gratuita e laica ganhou força no país em 1932, com o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. Seus 26 signatários - entre eles Lourenço Filho (1897-1970) e Anísio Teixeira (1900-1971) - combatiam a escola restrita à elite e ligada à religião. Os anseios se justificavam. Afinal, em 1920 o analfabetismo no Brasil atingia 80%.
Segundo a Profª Mª Cristina Gomes Machado, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), "O principal mérito do manifesto foi trazer à tona o debate sobre a escola para toda a população independentemente da classe social".
Nesse mesmo ano, foi criado o Ministério da Educação e:
As propostas de uma Educação mais democrática foram abandonadas com o início do regime militar, em 1964. Paulo Freire (1921-1997) foi exilado no Chile e a Escola Nova deixou de ser considerada para as políticas públicas. O novo governo manteve a preocupação com a industrialização crescente e o foco em formar um povo capaz de executar tarefas, mas não necessariamente de pensar sobre elas.
Também foram assinados acordos entre os governos brasileiro e norte-americano que vinham sendo discutidos há alguns anos e previam a vinda de técnicos para treinar professores.
Dermeval Saviani afirma que a meta do governo era a elaboração de um plano de Educação com a escola primária voltada para uma atividade prática e, o 2º grau:
Os estudos de Vygotsky sobre o aprendizado decorrem da compreensão do homem como um ser que se forma em contato com a sociedade. "Na ausência do outro, o homem não se constrói homem", escreveu o psicólogo. Ele rejeitava tanto as teorias inatistas, segundo as quais o ser humano já carrega ao nascer as características que desenvolverá ao longo da vida, quanto as empiristas e comportamentais, que veem o ser humano como um produto dos estímulos externos.
Para Vygotsky, a formação se dá numa relação dialética entre o sujeito e a sociedade a seu redor - ou seja:
Para Vygotsky, a interação entre sujeitos, permeada pela linguagem humana, provoca a zona de desenvolvimento proximal, porque possibilita a interação entre os desempenhos intelectuais de cada um, fazendo os sujeitos reconhecerem e coordenarem os conflitos gerados por uma situação problema, construindo um conhecimento novo a partir de seu nível de competência, que se desenvolve sob a influência de um determinado contexto sócio-histórico-cultural.
Wallon também acredita que o processo de construção do conhecimento passa por:
Um dos caminhos que trazem melhores resultados para fazer a relação entre as disciplinas é se basear em uma situação real. Os transportes ou as condições sanitárias do bairro, por exemplo, são temas que rendem desdobramentos em várias áreas do conhecimento.
A abordagem interdisciplinar permite que conteúdos que seriam apresentados de forma convencional, seguindo o livro didático, sejam ensinados e aplicados na prática - o que dá sentido ao estudo.
Para que esse tipo de trabalho pedagógico tenha frutos, é preciso:
Para o Prof. Luckesi, “a maioria das escolas promove exames, que não são uma prática de avaliação. O ato de examinar é classificatório e seletivo. A avaliação, ao contrário, diagnóstica e inclusiva. Hoje aplicamos instrumentos de qualidade duvidosa: corrigimos provas e contamos os pontos para concluir se o aluno será aprovado ou reprovado. O processo foi concebido para que alguns estudantes sejam incluídos e outros, excluídos. Do ponto de vista político-pedagógico, é uma tradição antidemocrática e autoritária.”
Esta afirmação crítica encontra apoio, uma vez que os exames tradicionais são centrados:
A aprendizagem significativa é aquela que possibilita e colabora com a construção do sujeito. Para tanto, o conhecimento é construído e reconstruído dialeticamente pelos educadores e aprendizes e, a partir dessa reconstrução, o estudante desenvolve competências que o torne autônomo, questionador e consciente da necessidade de um constante aprendizado, que está sempre inacabado.
Na construção da aprendizagem, o educador é o responsável pelo engajamento do aluno, assumindo o papel de orientador das experiências cognitivas, estéticas, sociais e pessoais. Cabe a ele a condução da formação de competências e a colaboração no processo para que o estudante aprenda a aprender. (Adaptação: Base Nacional Comum Curricular)
Diante de interesses e necessidades dos alunos, o educador se torna um:
Para aprender ao longo da vida com autonomia, é preciso saber construir conhecimento, individualmente e de forma colaborativa. A construção do conhecimento está associada ao processo de acesso à informação e à sua significação subjetiva, ou seja, o aprendiz transforma a informação em algo que faça sentido para ele, a partir do “diálogo” com seus conhecimentos prévios, suas emoções e sua maturidade cognitiva de processamento. (Adaptação: Base Nacional Comum Curricular)
O conhecimento é algo pessoal e, quanto mais conhecimento crítico o indivíduo tiver:
Vivemos numa sociedade grafocêntrica. A leitura e a escrita permeiam as interações humanas. Entretanto, na escola, ainda enfrentamos dificuldades no desenvolvimento de atividades que promovam não apenas o aprendizado sobre a linguagem, mas também a conscientização da centralidade da escrita e da leitura na sociedade.
Esse problema – o inadequado processo de escolarização na modalidade escrita e a artificialização da produção dos alunos – tem se tornado um obstáculo para uma aprendizagem significativa.
Concepções sobre letramento (Bakhtin, Kleiman, Street, Soares, Freire) mostram uma possibilidade concreta para um ensino-aprendizagem significativo. (Adaptação: Base Nacional Comum Curricular)
Um caminho emancipatório para o ensino pode ser exemplificado pela:
Segundo a Base Nacional Comum Curricular:
“Ao longo do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, a progressão do conhecimento ocorre pela consolidação das aprendizagens anteriores e pela ampliação das práticas de linguagem e da experiência estética e intercultural das crianças, considerando tanto seus interesses e suas expectativas quanto o que ainda precisam aprender.
Ampliam-se a autonomia intelectual, a compreensão de normas e os interesses pela vida social, o que lhes possibilita lidar com sistemas mais amplos, que dizem respeito às relações dos sujeitos entre si, com a natureza, com a história, com a cultura, com as tecnologias e com o ambiente.
Além desses aspectos relativos à aprendizagem e ao desenvolvimento, na elaboração dos currículos e das propostas pedagógicas, devem ainda ser consideradas medidas para assegurar aos alunos um percurso contínuo de aprendizagens entre as duas fases do Ensino Fundamental, de modo a promover uma maior integração entre elas.”
Essa transição se caracteriza por mudanças pedagógicas na estrutura educacional, decorrentes principalmente da:
No Ensino Fundamental – Anos Iniciais, os componentes curriculares tematizam diversas práticas, considerando especialmente aquelas relativas às culturas infantis tradicionais e contemporâneas.
Nesse conjunto de práticas, nos dois primeiros anos desse segmento, o foco da ação pedagógica deve ser: