Questões de Concurso Público EBSERH 2015 para Técnico em Contabilidade

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Q517424 Português
Plataforma

        O Rio vive uma contradição no carnaval que parece não ter saída. Não vai longe o tempo em que reclamava da decadência da folia nas ruas. O carnaval tinha se transformado no desfile de escolas de samba, uma festa elitista que se resumia ao que acontecia nos limites do Sambódromo e que era vista por apenas 30 mil pessoas que pagavam caro para participar da brincadeira. E que só durava duas noites. Para quem se diz o maior carnaval do mundo, convenhamos que é muito pouco mesmo. Agora, quando os blocos voltaram a animar as ruas da cidade durante toda a folia e ainda nas semanas que a antecedem, o Rio continua reclamando. Tem bloco demais, tem gente demais, tem pouco banheiro, tem muito banheiro... Carnaval é festa espontânea. Quanto mais organizado, pior. Chico Buarque fala sobre isso no ótimo samba "Plataforma". "Não põe corda no meu bloco/ Nem vem com teu carro-chefe/ Não dá ordem ao pessoal", já dizia ele num disco de antigamente. Bem, como antigamente as letras de Chico sempre queriam dizer outra coisa, é capaz de ele não estar falando de organização do carnaval. Mas à certa altura ele é explícito: "Por passistas à vontade que não dancem o minueto". Para quem está chegando agora, pode parecer o samba do crioulo doido. Mas o compositor faz uma referência ao desfile do Salgueiro de 1963, quando "Xica da Silva" foi apresentada à avenida. A escola "inovou" apresentando uma ala com 12 pares de nobres que dançavam o minueto. Foi um escândalo. Não pode. Passista tem que desfilar livre, leve e solto. Falando disso agora, quando passistas não têm a menor importância, quando eles mal são vistos na avenida, percebe-se que o minueto era o de menos. Mas isso é escola de samba, e o assunto aqui é carnaval de rua (faz tempo que escola de samba não é carnaval de rua). Com o renascimento dos blocos, o Rio recuperou a alegria do carnaval nas calçadas, no asfalto, na areia. E agora? Basta dar uma olhada nas cartas dos leitores aqui do jornal. Reclama um leitor: "Para os moradores de Ipanema, (o carnaval de rua 2011) transformou-se num tormento. Ruas bloqueadas até para o trânsito de pedestres, desrespeito à Lei do Silêncio, atos de atentado ao pudor e, por vezes, de vandalismo". Escreve outro, sobre os mijões, figura que ficou tão popular no período quanto a colombina e o pierrô: "A Guarda Municipal deveria agir com mais atenção e no rigor da lei. Está muito sem ação". Mais um: "Com que direito a prefeitura coloca esses banheiros horrorosos nas avenidas da orla, onde se paga dos IPTUs mais caros do mundo, ocupando vagas de carros que já são tão poucas?" Como se vê, e voltando a citar o samba do Chico, o carioca tem o peito do contra e mete bronca quando o assunto é carnaval. Mas carnaval de rua muito organizado... não sei, não. É como botar o pessoal que sai nos blocos pra dançar o minueto. Carnaval de rua e organização não combinam.

                                                                                        (Artur Xexéo. Revista O Globo, dezembro de 2011)
Tendo em vista o sentido global do texto, podemos afirmar que a crônica de Artur Xexéo:
Alternativas
Q517425 Português
Plataforma

        O Rio vive uma contradição no carnaval que parece não ter saída. Não vai longe o tempo em que reclamava da decadência da folia nas ruas. O carnaval tinha se transformado no desfile de escolas de samba, uma festa elitista que se resumia ao que acontecia nos limites do Sambódromo e que era vista por apenas 30 mil pessoas que pagavam caro para participar da brincadeira. E que só durava duas noites. Para quem se diz o maior carnaval do mundo, convenhamos que é muito pouco mesmo. Agora, quando os blocos voltaram a animar as ruas da cidade durante toda a folia e ainda nas semanas que a antecedem, o Rio continua reclamando. Tem bloco demais, tem gente demais, tem pouco banheiro, tem muito banheiro... Carnaval é festa espontânea. Quanto mais organizado, pior. Chico Buarque fala sobre isso no ótimo samba "Plataforma". "Não põe corda no meu bloco/ Nem vem com teu carro-chefe/ Não dá ordem ao pessoal", já dizia ele num disco de antigamente. Bem, como antigamente as letras de Chico sempre queriam dizer outra coisa, é capaz de ele não estar falando de organização do carnaval. Mas à certa altura ele é explícito: "Por passistas à vontade que não dancem o minueto". Para quem está chegando agora, pode parecer o samba do crioulo doido. Mas o compositor faz uma referência ao desfile do Salgueiro de 1963, quando "Xica da Silva" foi apresentada à avenida. A escola "inovou" apresentando uma ala com 12 pares de nobres que dançavam o minueto. Foi um escândalo. Não pode. Passista tem que desfilar livre, leve e solto. Falando disso agora, quando passistas não têm a menor importância, quando eles mal são vistos na avenida, percebe-se que o minueto era o de menos. Mas isso é escola de samba, e o assunto aqui é carnaval de rua (faz tempo que escola de samba não é carnaval de rua). Com o renascimento dos blocos, o Rio recuperou a alegria do carnaval nas calçadas, no asfalto, na areia. E agora? Basta dar uma olhada nas cartas dos leitores aqui do jornal. Reclama um leitor: "Para os moradores de Ipanema, (o carnaval de rua 2011) transformou-se num tormento. Ruas bloqueadas até para o trânsito de pedestres, desrespeito à Lei do Silêncio, atos de atentado ao pudor e, por vezes, de vandalismo". Escreve outro, sobre os mijões, figura que ficou tão popular no período quanto a colombina e o pierrô: "A Guarda Municipal deveria agir com mais atenção e no rigor da lei. Está muito sem ação". Mais um: "Com que direito a prefeitura coloca esses banheiros horrorosos nas avenidas da orla, onde se paga dos IPTUs mais caros do mundo, ocupando vagas de carros que já são tão poucas?" Como se vê, e voltando a citar o samba do Chico, o carioca tem o peito do contra e mete bronca quando o assunto é carnaval. Mas carnaval de rua muito organizado... não sei, não. É como botar o pessoal que sai nos blocos pra dançar o minueto. Carnaval de rua e organização não combinam.

                                                                                        (Artur Xexéo. Revista O Globo, dezembro de 2011)
A contradição a que se refere a primeira frase do texto está corretamente apontada em:
Alternativas
Q517426 Português
Plataforma

        O Rio vive uma contradição no carnaval que parece não ter saída. Não vai longe o tempo em que reclamava da decadência da folia nas ruas. O carnaval tinha se transformado no desfile de escolas de samba, uma festa elitista que se resumia ao que acontecia nos limites do Sambódromo e que era vista por apenas 30 mil pessoas que pagavam caro para participar da brincadeira. E que só durava duas noites. Para quem se diz o maior carnaval do mundo, convenhamos que é muito pouco mesmo. Agora, quando os blocos voltaram a animar as ruas da cidade durante toda a folia e ainda nas semanas que a antecedem, o Rio continua reclamando. Tem bloco demais, tem gente demais, tem pouco banheiro, tem muito banheiro... Carnaval é festa espontânea. Quanto mais organizado, pior. Chico Buarque fala sobre isso no ótimo samba "Plataforma". "Não põe corda no meu bloco/ Nem vem com teu carro-chefe/ Não dá ordem ao pessoal", já dizia ele num disco de antigamente. Bem, como antigamente as letras de Chico sempre queriam dizer outra coisa, é capaz de ele não estar falando de organização do carnaval. Mas à certa altura ele é explícito: "Por passistas à vontade que não dancem o minueto". Para quem está chegando agora, pode parecer o samba do crioulo doido. Mas o compositor faz uma referência ao desfile do Salgueiro de 1963, quando "Xica da Silva" foi apresentada à avenida. A escola "inovou" apresentando uma ala com 12 pares de nobres que dançavam o minueto. Foi um escândalo. Não pode. Passista tem que desfilar livre, leve e solto. Falando disso agora, quando passistas não têm a menor importância, quando eles mal são vistos na avenida, percebe-se que o minueto era o de menos. Mas isso é escola de samba, e o assunto aqui é carnaval de rua (faz tempo que escola de samba não é carnaval de rua). Com o renascimento dos blocos, o Rio recuperou a alegria do carnaval nas calçadas, no asfalto, na areia. E agora? Basta dar uma olhada nas cartas dos leitores aqui do jornal. Reclama um leitor: "Para os moradores de Ipanema, (o carnaval de rua 2011) transformou-se num tormento. Ruas bloqueadas até para o trânsito de pedestres, desrespeito à Lei do Silêncio, atos de atentado ao pudor e, por vezes, de vandalismo". Escreve outro, sobre os mijões, figura que ficou tão popular no período quanto a colombina e o pierrô: "A Guarda Municipal deveria agir com mais atenção e no rigor da lei. Está muito sem ação". Mais um: "Com que direito a prefeitura coloca esses banheiros horrorosos nas avenidas da orla, onde se paga dos IPTUs mais caros do mundo, ocupando vagas de carros que já são tão poucas?" Como se vê, e voltando a citar o samba do Chico, o carioca tem o peito do contra e mete bronca quando o assunto é carnaval. Mas carnaval de rua muito organizado... não sei, não. É como botar o pessoal que sai nos blocos pra dançar o minueto. Carnaval de rua e organização não combinam.

                                                                                        (Artur Xexéo. Revista O Globo, dezembro de 2011)
Sobre o trecho indicado a seguir, assinale o único comentário INCORRETO:


"Não vai longe o tempo em que reclamava da decadência da folia nas ruas."

Alternativas
Q517427 Português
Plataforma

        O Rio vive uma contradição no carnaval que parece não ter saída. Não vai longe o tempo em que reclamava da decadência da folia nas ruas. O carnaval tinha se transformado no desfile de escolas de samba, uma festa elitista que se resumia ao que acontecia nos limites do Sambódromo e que era vista por apenas 30 mil pessoas que pagavam caro para participar da brincadeira. E que só durava duas noites. Para quem se diz o maior carnaval do mundo, convenhamos que é muito pouco mesmo. Agora, quando os blocos voltaram a animar as ruas da cidade durante toda a folia e ainda nas semanas que a antecedem, o Rio continua reclamando. Tem bloco demais, tem gente demais, tem pouco banheiro, tem muito banheiro... Carnaval é festa espontânea. Quanto mais organizado, pior. Chico Buarque fala sobre isso no ótimo samba "Plataforma". "Não põe corda no meu bloco/ Nem vem com teu carro-chefe/ Não dá ordem ao pessoal", já dizia ele num disco de antigamente. Bem, como antigamente as letras de Chico sempre queriam dizer outra coisa, é capaz de ele não estar falando de organização do carnaval. Mas à certa altura ele é explícito: "Por passistas à vontade que não dancem o minueto". Para quem está chegando agora, pode parecer o samba do crioulo doido. Mas o compositor faz uma referência ao desfile do Salgueiro de 1963, quando "Xica da Silva" foi apresentada à avenida. A escola "inovou" apresentando uma ala com 12 pares de nobres que dançavam o minueto. Foi um escândalo. Não pode. Passista tem que desfilar livre, leve e solto. Falando disso agora, quando passistas não têm a menor importância, quando eles mal são vistos na avenida, percebe-se que o minueto era o de menos. Mas isso é escola de samba, e o assunto aqui é carnaval de rua (faz tempo que escola de samba não é carnaval de rua). Com o renascimento dos blocos, o Rio recuperou a alegria do carnaval nas calçadas, no asfalto, na areia. E agora? Basta dar uma olhada nas cartas dos leitores aqui do jornal. Reclama um leitor: "Para os moradores de Ipanema, (o carnaval de rua 2011) transformou-se num tormento. Ruas bloqueadas até para o trânsito de pedestres, desrespeito à Lei do Silêncio, atos de atentado ao pudor e, por vezes, de vandalismo". Escreve outro, sobre os mijões, figura que ficou tão popular no período quanto a colombina e o pierrô: "A Guarda Municipal deveria agir com mais atenção e no rigor da lei. Está muito sem ação". Mais um: "Com que direito a prefeitura coloca esses banheiros horrorosos nas avenidas da orla, onde se paga dos IPTUs mais caros do mundo, ocupando vagas de carros que já são tão poucas?" Como se vê, e voltando a citar o samba do Chico, o carioca tem o peito do contra e mete bronca quando o assunto é carnaval. Mas carnaval de rua muito organizado... não sei, não. É como botar o pessoal que sai nos blocos pra dançar o minueto. Carnaval de rua e organização não combinam.

                                                                                        (Artur Xexéo. Revista O Globo, dezembro de 2011)
Em "Tem bloco demais, tem gente demais, tem pouco banheiro, tem muito banheiro... Carnaval é festa espontânea", o autor utiliza uma estrutura paralelística cuja principal finalidade, tendo em vista o sentido global do texto é:
Alternativas
Q517428 Português
Plataforma

        O Rio vive uma contradição no carnaval que parece não ter saída. Não vai longe o tempo em que reclamava da decadência da folia nas ruas. O carnaval tinha se transformado no desfile de escolas de samba, uma festa elitista que se resumia ao que acontecia nos limites do Sambódromo e que era vista por apenas 30 mil pessoas que pagavam caro para participar da brincadeira. E que só durava duas noites. Para quem se diz o maior carnaval do mundo, convenhamos que é muito pouco mesmo. Agora, quando os blocos voltaram a animar as ruas da cidade durante toda a folia e ainda nas semanas que a antecedem, o Rio continua reclamando. Tem bloco demais, tem gente demais, tem pouco banheiro, tem muito banheiro... Carnaval é festa espontânea. Quanto mais organizado, pior. Chico Buarque fala sobre isso no ótimo samba "Plataforma". "Não põe corda no meu bloco/ Nem vem com teu carro-chefe/ Não dá ordem ao pessoal", já dizia ele num disco de antigamente. Bem, como antigamente as letras de Chico sempre queriam dizer outra coisa, é capaz de ele não estar falando de organização do carnaval. Mas à certa altura ele é explícito: "Por passistas à vontade que não dancem o minueto". Para quem está chegando agora, pode parecer o samba do crioulo doido. Mas o compositor faz uma referência ao desfile do Salgueiro de 1963, quando "Xica da Silva" foi apresentada à avenida. A escola "inovou" apresentando uma ala com 12 pares de nobres que dançavam o minueto. Foi um escândalo. Não pode. Passista tem que desfilar livre, leve e solto. Falando disso agora, quando passistas não têm a menor importância, quando eles mal são vistos na avenida, percebe-se que o minueto era o de menos. Mas isso é escola de samba, e o assunto aqui é carnaval de rua (faz tempo que escola de samba não é carnaval de rua). Com o renascimento dos blocos, o Rio recuperou a alegria do carnaval nas calçadas, no asfalto, na areia. E agora? Basta dar uma olhada nas cartas dos leitores aqui do jornal. Reclama um leitor: "Para os moradores de Ipanema, (o carnaval de rua 2011) transformou-se num tormento. Ruas bloqueadas até para o trânsito de pedestres, desrespeito à Lei do Silêncio, atos de atentado ao pudor e, por vezes, de vandalismo". Escreve outro, sobre os mijões, figura que ficou tão popular no período quanto a colombina e o pierrô: "A Guarda Municipal deveria agir com mais atenção e no rigor da lei. Está muito sem ação". Mais um: "Com que direito a prefeitura coloca esses banheiros horrorosos nas avenidas da orla, onde se paga dos IPTUs mais caros do mundo, ocupando vagas de carros que já são tão poucas?" Como se vê, e voltando a citar o samba do Chico, o carioca tem o peito do contra e mete bronca quando o assunto é carnaval. Mas carnaval de rua muito organizado... não sei, não. É como botar o pessoal que sai nos blocos pra dançar o minueto. Carnaval de rua e organização não combinam.

                                                                                        (Artur Xexéo. Revista O Globo, dezembro de 2011)

Na crônica, a referência a Chico Buarque e sua canção tem o objetivo de:

Alternativas
Q517429 Português
Plataforma

        O Rio vive uma contradição no carnaval que parece não ter saída. Não vai longe o tempo em que reclamava da decadência da folia nas ruas. O carnaval tinha se transformado no desfile de escolas de samba, uma festa elitista que se resumia ao que acontecia nos limites do Sambódromo e que era vista por apenas 30 mil pessoas que pagavam caro para participar da brincadeira. E que só durava duas noites. Para quem se diz o maior carnaval do mundo, convenhamos que é muito pouco mesmo. Agora, quando os blocos voltaram a animar as ruas da cidade durante toda a folia e ainda nas semanas que a antecedem, o Rio continua reclamando. Tem bloco demais, tem gente demais, tem pouco banheiro, tem muito banheiro... Carnaval é festa espontânea. Quanto mais organizado, pior. Chico Buarque fala sobre isso no ótimo samba "Plataforma". "Não põe corda no meu bloco/ Nem vem com teu carro-chefe/ Não dá ordem ao pessoal", já dizia ele num disco de antigamente. Bem, como antigamente as letras de Chico sempre queriam dizer outra coisa, é capaz de ele não estar falando de organização do carnaval. Mas à certa altura ele é explícito: "Por passistas à vontade que não dancem o minueto". Para quem está chegando agora, pode parecer o samba do crioulo doido. Mas o compositor faz uma referência ao desfile do Salgueiro de 1963, quando "Xica da Silva" foi apresentada à avenida. A escola "inovou" apresentando uma ala com 12 pares de nobres que dançavam o minueto. Foi um escândalo. Não pode. Passista tem que desfilar livre, leve e solto. Falando disso agora, quando passistas não têm a menor importância, quando eles mal são vistos na avenida, percebe-se que o minueto era o de menos. Mas isso é escola de samba, e o assunto aqui é carnaval de rua (faz tempo que escola de samba não é carnaval de rua). Com o renascimento dos blocos, o Rio recuperou a alegria do carnaval nas calçadas, no asfalto, na areia. E agora? Basta dar uma olhada nas cartas dos leitores aqui do jornal. Reclama um leitor: "Para os moradores de Ipanema, (o carnaval de rua 2011) transformou-se num tormento. Ruas bloqueadas até para o trânsito de pedestres, desrespeito à Lei do Silêncio, atos de atentado ao pudor e, por vezes, de vandalismo". Escreve outro, sobre os mijões, figura que ficou tão popular no período quanto a colombina e o pierrô: "A Guarda Municipal deveria agir com mais atenção e no rigor da lei. Está muito sem ação". Mais um: "Com que direito a prefeitura coloca esses banheiros horrorosos nas avenidas da orla, onde se paga dos IPTUs mais caros do mundo, ocupando vagas de carros que já são tão poucas?" Como se vê, e voltando a citar o samba do Chico, o carioca tem o peito do contra e mete bronca quando o assunto é carnaval. Mas carnaval de rua muito organizado... não sei, não. É como botar o pessoal que sai nos blocos pra dançar o minueto. Carnaval de rua e organização não combinam.

                                                                                        (Artur Xexéo. Revista O Globo, dezembro de 2011)

Dentre as alternativas a seguir, assinale aquela que apresenta um ponto de vista de Artur Xexéo diretamente relacionado à canção de Chico Buarque:

Alternativas
Q517430 Português
Plataforma

        O Rio vive uma contradição no carnaval que parece não ter saída. Não vai longe o tempo em que reclamava da decadência da folia nas ruas. O carnaval tinha se transformado no desfile de escolas de samba, uma festa elitista que se resumia ao que acontecia nos limites do Sambódromo e que era vista por apenas 30 mil pessoas que pagavam caro para participar da brincadeira. E que só durava duas noites. Para quem se diz o maior carnaval do mundo, convenhamos que é muito pouco mesmo. Agora, quando os blocos voltaram a animar as ruas da cidade durante toda a folia e ainda nas semanas que a antecedem, o Rio continua reclamando. Tem bloco demais, tem gente demais, tem pouco banheiro, tem muito banheiro... Carnaval é festa espontânea. Quanto mais organizado, pior. Chico Buarque fala sobre isso no ótimo samba "Plataforma". "Não põe corda no meu bloco/ Nem vem com teu carro-chefe/ Não dá ordem ao pessoal", já dizia ele num disco de antigamente. Bem, como antigamente as letras de Chico sempre queriam dizer outra coisa, é capaz de ele não estar falando de organização do carnaval. Mas à certa altura ele é explícito: "Por passistas à vontade que não dancem o minueto". Para quem está chegando agora, pode parecer o samba do crioulo doido. Mas o compositor faz uma referência ao desfile do Salgueiro de 1963, quando "Xica da Silva" foi apresentada à avenida. A escola "inovou" apresentando uma ala com 12 pares de nobres que dançavam o minueto. Foi um escândalo. Não pode. Passista tem que desfilar livre, leve e solto. Falando disso agora, quando passistas não têm a menor importância, quando eles mal são vistos na avenida, percebe-se que o minueto era o de menos. Mas isso é escola de samba, e o assunto aqui é carnaval de rua (faz tempo que escola de samba não é carnaval de rua). Com o renascimento dos blocos, o Rio recuperou a alegria do carnaval nas calçadas, no asfalto, na areia. E agora? Basta dar uma olhada nas cartas dos leitores aqui do jornal. Reclama um leitor: "Para os moradores de Ipanema, (o carnaval de rua 2011) transformou-se num tormento. Ruas bloqueadas até para o trânsito de pedestres, desrespeito à Lei do Silêncio, atos de atentado ao pudor e, por vezes, de vandalismo". Escreve outro, sobre os mijões, figura que ficou tão popular no período quanto a colombina e o pierrô: "A Guarda Municipal deveria agir com mais atenção e no rigor da lei. Está muito sem ação". Mais um: "Com que direito a prefeitura coloca esses banheiros horrorosos nas avenidas da orla, onde se paga dos IPTUs mais caros do mundo, ocupando vagas de carros que já são tão poucas?" Como se vê, e voltando a citar o samba do Chico, o carioca tem o peito do contra e mete bronca quando o assunto é carnaval. Mas carnaval de rua muito organizado... não sei, não. É como botar o pessoal que sai nos blocos pra dançar o minueto. Carnaval de rua e organização não combinam.

                                                                                        (Artur Xexéo. Revista O Globo, dezembro de 2011)

O título do texto justifica-se, corretamente:

Alternativas
Q517431 Português
Plataforma

        O Rio vive uma contradição no carnaval que parece não ter saída. Não vai longe o tempo em que reclamava da decadência da folia nas ruas. O carnaval tinha se transformado no desfile de escolas de samba, uma festa elitista que se resumia ao que acontecia nos limites do Sambódromo e que era vista por apenas 30 mil pessoas que pagavam caro para participar da brincadeira. E que só durava duas noites. Para quem se diz o maior carnaval do mundo, convenhamos que é muito pouco mesmo. Agora, quando os blocos voltaram a animar as ruas da cidade durante toda a folia e ainda nas semanas que a antecedem, o Rio continua reclamando. Tem bloco demais, tem gente demais, tem pouco banheiro, tem muito banheiro... Carnaval é festa espontânea. Quanto mais organizado, pior. Chico Buarque fala sobre isso no ótimo samba "Plataforma". "Não põe corda no meu bloco/ Nem vem com teu carro-chefe/ Não dá ordem ao pessoal", já dizia ele num disco de antigamente. Bem, como antigamente as letras de Chico sempre queriam dizer outra coisa, é capaz de ele não estar falando de organização do carnaval. Mas à certa altura ele é explícito: "Por passistas à vontade que não dancem o minueto". Para quem está chegando agora, pode parecer o samba do crioulo doido. Mas o compositor faz uma referência ao desfile do Salgueiro de 1963, quando "Xica da Silva" foi apresentada à avenida. A escola "inovou" apresentando uma ala com 12 pares de nobres que dançavam o minueto. Foi um escândalo. Não pode. Passista tem que desfilar livre, leve e solto. Falando disso agora, quando passistas não têm a menor importância, quando eles mal são vistos na avenida, percebe-se que o minueto era o de menos. Mas isso é escola de samba, e o assunto aqui é carnaval de rua (faz tempo que escola de samba não é carnaval de rua). Com o renascimento dos blocos, o Rio recuperou a alegria do carnaval nas calçadas, no asfalto, na areia. E agora? Basta dar uma olhada nas cartas dos leitores aqui do jornal. Reclama um leitor: "Para os moradores de Ipanema, (o carnaval de rua 2011) transformou-se num tormento. Ruas bloqueadas até para o trânsito de pedestres, desrespeito à Lei do Silêncio, atos de atentado ao pudor e, por vezes, de vandalismo". Escreve outro, sobre os mijões, figura que ficou tão popular no período quanto a colombina e o pierrô: "A Guarda Municipal deveria agir com mais atenção e no rigor da lei. Está muito sem ação". Mais um: "Com que direito a prefeitura coloca esses banheiros horrorosos nas avenidas da orla, onde se paga dos IPTUs mais caros do mundo, ocupando vagas de carros que já são tão poucas?" Como se vê, e voltando a citar o samba do Chico, o carioca tem o peito do contra e mete bronca quando o assunto é carnaval. Mas carnaval de rua muito organizado... não sei, não. É como botar o pessoal que sai nos blocos pra dançar o minueto. Carnaval de rua e organização não combinam.

                                                                                        (Artur Xexéo. Revista O Globo, dezembro de 2011)
Ao longo do texto, faz-se a utilização intensa das aspas. Assinale a alternativa que justifica corretamente o emprego desse sinal de pontuação nos trechos em destaque abaixo:

I. Chico Buarque fala sobre isso no ótimo samba“Plataforma"
II. A escola “inovou" apresentando uma ala com 12 pares de nobres que dançavam o minueto.
III. “Com que direito a prefeitura coloca esses banheiros horrorosos nas avenidas da orla, onde se paga dos IPTUs mais caros do mundo, ocupando vagas de carros que já são tão poucas?"

Alternativas
Q517432 Português
Plataforma

        O Rio vive uma contradição no carnaval que parece não ter saída. Não vai longe o tempo em que reclamava da decadência da folia nas ruas. O carnaval tinha se transformado no desfile de escolas de samba, uma festa elitista que se resumia ao que acontecia nos limites do Sambódromo e que era vista por apenas 30 mil pessoas que pagavam caro para participar da brincadeira. E que só durava duas noites. Para quem se diz o maior carnaval do mundo, convenhamos que é muito pouco mesmo. Agora, quando os blocos voltaram a animar as ruas da cidade durante toda a folia e ainda nas semanas que a antecedem, o Rio continua reclamando. Tem bloco demais, tem gente demais, tem pouco banheiro, tem muito banheiro... Carnaval é festa espontânea. Quanto mais organizado, pior. Chico Buarque fala sobre isso no ótimo samba "Plataforma". "Não põe corda no meu bloco/ Nem vem com teu carro-chefe/ Não dá ordem ao pessoal", já dizia ele num disco de antigamente. Bem, como antigamente as letras de Chico sempre queriam dizer outra coisa, é capaz de ele não estar falando de organização do carnaval. Mas à certa altura ele é explícito: "Por passistas à vontade que não dancem o minueto". Para quem está chegando agora, pode parecer o samba do crioulo doido. Mas o compositor faz uma referência ao desfile do Salgueiro de 1963, quando "Xica da Silva" foi apresentada à avenida. A escola "inovou" apresentando uma ala com 12 pares de nobres que dançavam o minueto. Foi um escândalo. Não pode. Passista tem que desfilar livre, leve e solto. Falando disso agora, quando passistas não têm a menor importância, quando eles mal são vistos na avenida, percebe-se que o minueto era o de menos. Mas isso é escola de samba, e o assunto aqui é carnaval de rua (faz tempo que escola de samba não é carnaval de rua). Com o renascimento dos blocos, o Rio recuperou a alegria do carnaval nas calçadas, no asfalto, na areia. E agora? Basta dar uma olhada nas cartas dos leitores aqui do jornal. Reclama um leitor: "Para os moradores de Ipanema, (o carnaval de rua 2011) transformou-se num tormento. Ruas bloqueadas até para o trânsito de pedestres, desrespeito à Lei do Silêncio, atos de atentado ao pudor e, por vezes, de vandalismo". Escreve outro, sobre os mijões, figura que ficou tão popular no período quanto a colombina e o pierrô: "A Guarda Municipal deveria agir com mais atenção e no rigor da lei. Está muito sem ação". Mais um: "Com que direito a prefeitura coloca esses banheiros horrorosos nas avenidas da orla, onde se paga dos IPTUs mais caros do mundo, ocupando vagas de carros que já são tão poucas?" Como se vê, e voltando a citar o samba do Chico, o carioca tem o peito do contra e mete bronca quando o assunto é carnaval. Mas carnaval de rua muito organizado... não sei, não. É como botar o pessoal que sai nos blocos pra dançar o minueto. Carnaval de rua e organização não combinam.

                                                                                        (Artur Xexéo. Revista O Globo, dezembro de 2011)
Analise as afirmativas sobre o trecho em destaque abaixo e assinale a alternativa correta:

“Mas carnaval de rua muito organizado... não sei, não. É como botar o pessoal que sai nos blocos para dançar o minueto."


I. As reticências contribuem para reforçar o tom de desconfiança do cronista em relação à organização do carnaval.
II. A compreensão da crítica feita pelo autor está centrada na palavra “minueto", desenvolvida anteriormente pelas referências a Chico Buarque e ao desfile de uma escola de samba.
III. O autor acredita que a ausência de regras é característica básica do carnaval de rua.
IV. Entre a primeira frase e a segunda, há uma relação de causa e conseqüência.

Alternativas
Q517433 Português
Plataforma

        O Rio vive uma contradição no carnaval que parece não ter saída. Não vai longe o tempo em que reclamava da decadência da folia nas ruas. O carnaval tinha se transformado no desfile de escolas de samba, uma festa elitista que se resumia ao que acontecia nos limites do Sambódromo e que era vista por apenas 30 mil pessoas que pagavam caro para participar da brincadeira. E que só durava duas noites. Para quem se diz o maior carnaval do mundo, convenhamos que é muito pouco mesmo. Agora, quando os blocos voltaram a animar as ruas da cidade durante toda a folia e ainda nas semanas que a antecedem, o Rio continua reclamando. Tem bloco demais, tem gente demais, tem pouco banheiro, tem muito banheiro... Carnaval é festa espontânea. Quanto mais organizado, pior. Chico Buarque fala sobre isso no ótimo samba "Plataforma". "Não põe corda no meu bloco/ Nem vem com teu carro-chefe/ Não dá ordem ao pessoal", já dizia ele num disco de antigamente. Bem, como antigamente as letras de Chico sempre queriam dizer outra coisa, é capaz de ele não estar falando de organização do carnaval. Mas à certa altura ele é explícito: "Por passistas à vontade que não dancem o minueto". Para quem está chegando agora, pode parecer o samba do crioulo doido. Mas o compositor faz uma referência ao desfile do Salgueiro de 1963, quando "Xica da Silva" foi apresentada à avenida. A escola "inovou" apresentando uma ala com 12 pares de nobres que dançavam o minueto. Foi um escândalo. Não pode. Passista tem que desfilar livre, leve e solto. Falando disso agora, quando passistas não têm a menor importância, quando eles mal são vistos na avenida, percebe-se que o minueto era o de menos. Mas isso é escola de samba, e o assunto aqui é carnaval de rua (faz tempo que escola de samba não é carnaval de rua). Com o renascimento dos blocos, o Rio recuperou a alegria do carnaval nas calçadas, no asfalto, na areia. E agora? Basta dar uma olhada nas cartas dos leitores aqui do jornal. Reclama um leitor: "Para os moradores de Ipanema, (o carnaval de rua 2011) transformou-se num tormento. Ruas bloqueadas até para o trânsito de pedestres, desrespeito à Lei do Silêncio, atos de atentado ao pudor e, por vezes, de vandalismo". Escreve outro, sobre os mijões, figura que ficou tão popular no período quanto a colombina e o pierrô: "A Guarda Municipal deveria agir com mais atenção e no rigor da lei. Está muito sem ação". Mais um: "Com que direito a prefeitura coloca esses banheiros horrorosos nas avenidas da orla, onde se paga dos IPTUs mais caros do mundo, ocupando vagas de carros que já são tão poucas?" Como se vê, e voltando a citar o samba do Chico, o carioca tem o peito do contra e mete bronca quando o assunto é carnaval. Mas carnaval de rua muito organizado... não sei, não. É como botar o pessoal que sai nos blocos pra dançar o minueto. Carnaval de rua e organização não combinam.

                                                                                        (Artur Xexéo. Revista O Globo, dezembro de 2011)
Em “Falando disso agora, quando passistas não têm a menor importância, quando eles mal são vistos na avenida, percebe-se que o minueto era o de menos”, o termo em destaque tem os corretos comentários morfológicos e semânticos indicados em:
Alternativas
Respostas
1: D
2: C
3: E
4: B
5: A
6: B
7: C
8: E
9: B
10: A