Questões de Concurso Público Prefeitura de Duque de Caxias - RJ 2014 para Consultor de Comunicação

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Q508047 Português
Texto

                        Fomos seduzidos pela autoespionagem

            Sabemos que estamos sendo observados, mas não sabemos (e nem nos importamos) por quem e por quê. As câmeras de monitoramento são, hoje, talvez a visão mais comum em qualquer passeio. Tão corriqueiras que nem sequer as notamos. Estão como se escondendo na luz do sol. Mas há algo que as diferenciam das câmeras escondidas na tela da TV do quarto de Winston Smith (do livro 1984, de George Orwell): elas não observam você para mantê-lo na linha e forçar a uma rotina programada. Elas não dão ordens, nem lhe tiram o livre-arbítrio. Elas estão onde estão (todos os lugares) apenas para manter em segurança você e as liberdades das quais você desfruta... Bem, pelo menos é isso o que lhe parece.
            Não fiquei surpreso com as revelações de Edward Snowden - provavelmente nem você ficou, nem os políticos que fingiram ignorar aqueles fatos. Eu estava consciente da onipresença da espionagem e da enorme quantidade de “bases de dados” que ela produziu: um volume muito superior ao que qualquer órgão do passado, como CIA ou KGB, tinha conseguido com sua incontável legião de informantes. O que me deixou boquiaberto foi a indiferença com que os “cidadãos comuns” receberam as revelações de Snowden. A mídia esperava que elas provocassem uma disparada nos índices de audiência e nas vendas dos jornais, mas tais revelações provocaram apenas tremores de terra onde eram esperados terremotos.
            Suspeito que tal reação (ou melhor, a ausência dela) se deva, em parte, a uma satisfação consciente ou inconsciente com a autoespionagem. Afinal, uma das principais atrações da internet é a constante possibilidade de estar na “esfera pública”, ao menos na versão online, antes reservada a poucos escolhidos por grandes corporações de rádio e TV. Para milhões de assustados com o fantasma da solidão, foi uma oportunidade sem precedentes de salvar-se do anonimato, da negligência, do esquecimento e do desamparo.
            Um efeito colateral das revelações de Snowden foi tornar os internautas conscientes de quão grande e recheada de “pessoas importantes” é essa esfera pública virtual. Isso forneceu a eles a prova do quão seguros são seus investimentos de tempo e energia em amigos virtuais e no espaço público virtual. Na verdade, os efeitos mais profundos das revelações de Snowden serão um salto ainda maior na dedicação à autoespionagem voluntária e não remunerada. Isso para a alegria e satisfação dos consumidores e do mercado de segurança. Quanto à satisfação de solitários sonhando com a chance de acesso livre para todos à relevância pública, é pagar pra ver...

                                                                                          (Bauman Zygmunt. Galileu, março de 2014.)
“O texto apresenta, predominantemente, características _________________ e visa ________________________ acerca do assunto tratado.” Considerando a estrutura textual, assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente a afirmativa anterior.
Alternativas
Q508048 Português
Texto

                        Fomos seduzidos pela autoespionagem

            Sabemos que estamos sendo observados, mas não sabemos (e nem nos importamos) por quem e por quê. As câmeras de monitoramento são, hoje, talvez a visão mais comum em qualquer passeio. Tão corriqueiras que nem sequer as notamos. Estão como se escondendo na luz do sol. Mas há algo que as diferenciam das câmeras escondidas na tela da TV do quarto de Winston Smith (do livro 1984, de George Orwell): elas não observam você para mantê-lo na linha e forçar a uma rotina programada. Elas não dão ordens, nem lhe tiram o livre-arbítrio. Elas estão onde estão (todos os lugares) apenas para manter em segurança você e as liberdades das quais você desfruta... Bem, pelo menos é isso o que lhe parece.
            Não fiquei surpreso com as revelações de Edward Snowden - provavelmente nem você ficou, nem os políticos que fingiram ignorar aqueles fatos. Eu estava consciente da onipresença da espionagem e da enorme quantidade de “bases de dados” que ela produziu: um volume muito superior ao que qualquer órgão do passado, como CIA ou KGB, tinha conseguido com sua incontável legião de informantes. O que me deixou boquiaberto foi a indiferença com que os “cidadãos comuns” receberam as revelações de Snowden. A mídia esperava que elas provocassem uma disparada nos índices de audiência e nas vendas dos jornais, mas tais revelações provocaram apenas tremores de terra onde eram esperados terremotos.
            Suspeito que tal reação (ou melhor, a ausência dela) se deva, em parte, a uma satisfação consciente ou inconsciente com a autoespionagem. Afinal, uma das principais atrações da internet é a constante possibilidade de estar na “esfera pública”, ao menos na versão online, antes reservada a poucos escolhidos por grandes corporações de rádio e TV. Para milhões de assustados com o fantasma da solidão, foi uma oportunidade sem precedentes de salvar-se do anonimato, da negligência, do esquecimento e do desamparo.
            Um efeito colateral das revelações de Snowden foi tornar os internautas conscientes de quão grande e recheada de “pessoas importantes” é essa esfera pública virtual. Isso forneceu a eles a prova do quão seguros são seus investimentos de tempo e energia em amigos virtuais e no espaço público virtual. Na verdade, os efeitos mais profundos das revelações de Snowden serão um salto ainda maior na dedicação à autoespionagem voluntária e não remunerada. Isso para a alegria e satisfação dos consumidores e do mercado de segurança. Quanto à satisfação de solitários sonhando com a chance de acesso livre para todos à relevância pública, é pagar pra ver...

                                                                                          (Bauman Zygmunt. Galileu, março de 2014.)
Dentre os trechos destacados a seguir, assinale o que indica argumento que sustenta a tese apresentada.
Alternativas
Q508049 Português
Texto

                        Fomos seduzidos pela autoespionagem

            Sabemos que estamos sendo observados, mas não sabemos (e nem nos importamos) por quem e por quê. As câmeras de monitoramento são, hoje, talvez a visão mais comum em qualquer passeio. Tão corriqueiras que nem sequer as notamos. Estão como se escondendo na luz do sol. Mas há algo que as diferenciam das câmeras escondidas na tela da TV do quarto de Winston Smith (do livro 1984, de George Orwell): elas não observam você para mantê-lo na linha e forçar a uma rotina programada. Elas não dão ordens, nem lhe tiram o livre-arbítrio. Elas estão onde estão (todos os lugares) apenas para manter em segurança você e as liberdades das quais você desfruta... Bem, pelo menos é isso o que lhe parece.
            Não fiquei surpreso com as revelações de Edward Snowden - provavelmente nem você ficou, nem os políticos que fingiram ignorar aqueles fatos. Eu estava consciente da onipresença da espionagem e da enorme quantidade de “bases de dados” que ela produziu: um volume muito superior ao que qualquer órgão do passado, como CIA ou KGB, tinha conseguido com sua incontável legião de informantes. O que me deixou boquiaberto foi a indiferença com que os “cidadãos comuns” receberam as revelações de Snowden. A mídia esperava que elas provocassem uma disparada nos índices de audiência e nas vendas dos jornais, mas tais revelações provocaram apenas tremores de terra onde eram esperados terremotos.
            Suspeito que tal reação (ou melhor, a ausência dela) se deva, em parte, a uma satisfação consciente ou inconsciente com a autoespionagem. Afinal, uma das principais atrações da internet é a constante possibilidade de estar na “esfera pública”, ao menos na versão online, antes reservada a poucos escolhidos por grandes corporações de rádio e TV. Para milhões de assustados com o fantasma da solidão, foi uma oportunidade sem precedentes de salvar-se do anonimato, da negligência, do esquecimento e do desamparo.
            Um efeito colateral das revelações de Snowden foi tornar os internautas conscientes de quão grande e recheada de “pessoas importantes” é essa esfera pública virtual. Isso forneceu a eles a prova do quão seguros são seus investimentos de tempo e energia em amigos virtuais e no espaço público virtual. Na verdade, os efeitos mais profundos das revelações de Snowden serão um salto ainda maior na dedicação à autoespionagem voluntária e não remunerada. Isso para a alegria e satisfação dos consumidores e do mercado de segurança. Quanto à satisfação de solitários sonhando com a chance de acesso livre para todos à relevância pública, é pagar pra ver...

                                                                                          (Bauman Zygmunt. Galileu, março de 2014.)
Em “A mídia esperava que elas provocassem uma disparada nos índices de audiência e nas vendas dos jornais, mas tais revelações provocaram apenas tremores de terra onde eram esperados terremotos.” (2º§), as ideias apresentadas indicam que
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Q508050 Português
Texto

                        Fomos seduzidos pela autoespionagem

            Sabemos que estamos sendo observados, mas não sabemos (e nem nos importamos) por quem e por quê. As câmeras de monitoramento são, hoje, talvez a visão mais comum em qualquer passeio. Tão corriqueiras que nem sequer as notamos. Estão como se escondendo na luz do sol. Mas há algo que as diferenciam das câmeras escondidas na tela da TV do quarto de Winston Smith (do livro 1984, de George Orwell): elas não observam você para mantê-lo na linha e forçar a uma rotina programada. Elas não dão ordens, nem lhe tiram o livre-arbítrio. Elas estão onde estão (todos os lugares) apenas para manter em segurança você e as liberdades das quais você desfruta... Bem, pelo menos é isso o que lhe parece.
            Não fiquei surpreso com as revelações de Edward Snowden - provavelmente nem você ficou, nem os políticos que fingiram ignorar aqueles fatos. Eu estava consciente da onipresença da espionagem e da enorme quantidade de “bases de dados” que ela produziu: um volume muito superior ao que qualquer órgão do passado, como CIA ou KGB, tinha conseguido com sua incontável legião de informantes. O que me deixou boquiaberto foi a indiferença com que os “cidadãos comuns” receberam as revelações de Snowden. A mídia esperava que elas provocassem uma disparada nos índices de audiência e nas vendas dos jornais, mas tais revelações provocaram apenas tremores de terra onde eram esperados terremotos.
            Suspeito que tal reação (ou melhor, a ausência dela) se deva, em parte, a uma satisfação consciente ou inconsciente com a autoespionagem. Afinal, uma das principais atrações da internet é a constante possibilidade de estar na “esfera pública”, ao menos na versão online, antes reservada a poucos escolhidos por grandes corporações de rádio e TV. Para milhões de assustados com o fantasma da solidão, foi uma oportunidade sem precedentes de salvar-se do anonimato, da negligência, do esquecimento e do desamparo.
            Um efeito colateral das revelações de Snowden foi tornar os internautas conscientes de quão grande e recheada de “pessoas importantes” é essa esfera pública virtual. Isso forneceu a eles a prova do quão seguros são seus investimentos de tempo e energia em amigos virtuais e no espaço público virtual. Na verdade, os efeitos mais profundos das revelações de Snowden serão um salto ainda maior na dedicação à autoespionagem voluntária e não remunerada. Isso para a alegria e satisfação dos consumidores e do mercado de segurança. Quanto à satisfação de solitários sonhando com a chance de acesso livre para todos à relevância pública, é pagar pra ver...

                                                                                          (Bauman Zygmunt. Galileu, março de 2014.)
O primeiro período do texto é marcado por uma
Alternativas
Q508051 Português
Texto

                        Fomos seduzidos pela autoespionagem

            Sabemos que estamos sendo observados, mas não sabemos (e nem nos importamos) por quem e por quê. As câmeras de monitoramento são, hoje, talvez a visão mais comum em qualquer passeio. Tão corriqueiras que nem sequer as notamos. Estão como se escondendo na luz do sol. Mas há algo que as diferenciam das câmeras escondidas na tela da TV do quarto de Winston Smith (do livro 1984, de George Orwell): elas não observam você para mantê-lo na linha e forçar a uma rotina programada. Elas não dão ordens, nem lhe tiram o livre-arbítrio. Elas estão onde estão (todos os lugares) apenas para manter em segurança você e as liberdades das quais você desfruta... Bem, pelo menos é isso o que lhe parece.
            Não fiquei surpreso com as revelações de Edward Snowden - provavelmente nem você ficou, nem os políticos que fingiram ignorar aqueles fatos. Eu estava consciente da onipresença da espionagem e da enorme quantidade de “bases de dados” que ela produziu: um volume muito superior ao que qualquer órgão do passado, como CIA ou KGB, tinha conseguido com sua incontável legião de informantes. O que me deixou boquiaberto foi a indiferença com que os “cidadãos comuns” receberam as revelações de Snowden. A mídia esperava que elas provocassem uma disparada nos índices de audiência e nas vendas dos jornais, mas tais revelações provocaram apenas tremores de terra onde eram esperados terremotos.
            Suspeito que tal reação (ou melhor, a ausência dela) se deva, em parte, a uma satisfação consciente ou inconsciente com a autoespionagem. Afinal, uma das principais atrações da internet é a constante possibilidade de estar na “esfera pública”, ao menos na versão online, antes reservada a poucos escolhidos por grandes corporações de rádio e TV. Para milhões de assustados com o fantasma da solidão, foi uma oportunidade sem precedentes de salvar-se do anonimato, da negligência, do esquecimento e do desamparo.
            Um efeito colateral das revelações de Snowden foi tornar os internautas conscientes de quão grande e recheada de “pessoas importantes” é essa esfera pública virtual. Isso forneceu a eles a prova do quão seguros são seus investimentos de tempo e energia em amigos virtuais e no espaço público virtual. Na verdade, os efeitos mais profundos das revelações de Snowden serão um salto ainda maior na dedicação à autoespionagem voluntária e não remunerada. Isso para a alegria e satisfação dos consumidores e do mercado de segurança. Quanto à satisfação de solitários sonhando com a chance de acesso livre para todos à relevância pública, é pagar pra ver...

                                                                                          (Bauman Zygmunt. Galileu, março de 2014.)
Dentre os elementos de coesão textual empregados no 1º§, identifique o termo destacado cuja função NÃO se relaciona à retomada de elemento anterior.
Alternativas
Q508052 Português
Texto

                        Fomos seduzidos pela autoespionagem

            Sabemos que estamos sendo observados, mas não sabemos (e nem nos importamos) por quem e por quê. As câmeras de monitoramento são, hoje, talvez a visão mais comum em qualquer passeio. Tão corriqueiras que nem sequer as notamos. Estão como se escondendo na luz do sol. Mas há algo que as diferenciam das câmeras escondidas na tela da TV do quarto de Winston Smith (do livro 1984, de George Orwell): elas não observam você para mantê-lo na linha e forçar a uma rotina programada. Elas não dão ordens, nem lhe tiram o livre-arbítrio. Elas estão onde estão (todos os lugares) apenas para manter em segurança você e as liberdades das quais você desfruta... Bem, pelo menos é isso o que lhe parece.
            Não fiquei surpreso com as revelações de Edward Snowden - provavelmente nem você ficou, nem os políticos que fingiram ignorar aqueles fatos. Eu estava consciente da onipresença da espionagem e da enorme quantidade de “bases de dados” que ela produziu: um volume muito superior ao que qualquer órgão do passado, como CIA ou KGB, tinha conseguido com sua incontável legião de informantes. O que me deixou boquiaberto foi a indiferença com que os “cidadãos comuns” receberam as revelações de Snowden. A mídia esperava que elas provocassem uma disparada nos índices de audiência e nas vendas dos jornais, mas tais revelações provocaram apenas tremores de terra onde eram esperados terremotos.
            Suspeito que tal reação (ou melhor, a ausência dela) se deva, em parte, a uma satisfação consciente ou inconsciente com a autoespionagem. Afinal, uma das principais atrações da internet é a constante possibilidade de estar na “esfera pública”, ao menos na versão online, antes reservada a poucos escolhidos por grandes corporações de rádio e TV. Para milhões de assustados com o fantasma da solidão, foi uma oportunidade sem precedentes de salvar-se do anonimato, da negligência, do esquecimento e do desamparo.
            Um efeito colateral das revelações de Snowden foi tornar os internautas conscientes de quão grande e recheada de “pessoas importantes” é essa esfera pública virtual. Isso forneceu a eles a prova do quão seguros são seus investimentos de tempo e energia em amigos virtuais e no espaço público virtual. Na verdade, os efeitos mais profundos das revelações de Snowden serão um salto ainda maior na dedicação à autoespionagem voluntária e não remunerada. Isso para a alegria e satisfação dos consumidores e do mercado de segurança. Quanto à satisfação de solitários sonhando com a chance de acesso livre para todos à relevância pública, é pagar pra ver...

                                                                                          (Bauman Zygmunt. Galileu, março de 2014.)
A respeito do efeito produzido pelas ideias expressas no último período do 1º§, é correto afirmar que há um(a)
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Q508053 Português
Texto

                        Fomos seduzidos pela autoespionagem

            Sabemos que estamos sendo observados, mas não sabemos (e nem nos importamos) por quem e por quê. As câmeras de monitoramento são, hoje, talvez a visão mais comum em qualquer passeio. Tão corriqueiras que nem sequer as notamos. Estão como se escondendo na luz do sol. Mas há algo que as diferenciam das câmeras escondidas na tela da TV do quarto de Winston Smith (do livro 1984, de George Orwell): elas não observam você para mantê-lo na linha e forçar a uma rotina programada. Elas não dão ordens, nem lhe tiram o livre-arbítrio. Elas estão onde estão (todos os lugares) apenas para manter em segurança você e as liberdades das quais você desfruta... Bem, pelo menos é isso o que lhe parece.
            Não fiquei surpreso com as revelações de Edward Snowden - provavelmente nem você ficou, nem os políticos que fingiram ignorar aqueles fatos. Eu estava consciente da onipresença da espionagem e da enorme quantidade de “bases de dados” que ela produziu: um volume muito superior ao que qualquer órgão do passado, como CIA ou KGB, tinha conseguido com sua incontável legião de informantes. O que me deixou boquiaberto foi a indiferença com que os “cidadãos comuns” receberam as revelações de Snowden. A mídia esperava que elas provocassem uma disparada nos índices de audiência e nas vendas dos jornais, mas tais revelações provocaram apenas tremores de terra onde eram esperados terremotos.
            Suspeito que tal reação (ou melhor, a ausência dela) se deva, em parte, a uma satisfação consciente ou inconsciente com a autoespionagem. Afinal, uma das principais atrações da internet é a constante possibilidade de estar na “esfera pública”, ao menos na versão online, antes reservada a poucos escolhidos por grandes corporações de rádio e TV. Para milhões de assustados com o fantasma da solidão, foi uma oportunidade sem precedentes de salvar-se do anonimato, da negligência, do esquecimento e do desamparo.
            Um efeito colateral das revelações de Snowden foi tornar os internautas conscientes de quão grande e recheada de “pessoas importantes” é essa esfera pública virtual. Isso forneceu a eles a prova do quão seguros são seus investimentos de tempo e energia em amigos virtuais e no espaço público virtual. Na verdade, os efeitos mais profundos das revelações de Snowden serão um salto ainda maior na dedicação à autoespionagem voluntária e não remunerada. Isso para a alegria e satisfação dos consumidores e do mercado de segurança. Quanto à satisfação de solitários sonhando com a chance de acesso livre para todos à relevância pública, é pagar pra ver...

                                                                                          (Bauman Zygmunt. Galileu, março de 2014.)
A interlocução entre articulista e leitor é um recurso que pode ser observado na construção do texto, produzindo um efeito de
Alternativas
Q508054 Português
Texto

                        Fomos seduzidos pela autoespionagem

            Sabemos que estamos sendo observados, mas não sabemos (e nem nos importamos) por quem e por quê. As câmeras de monitoramento são, hoje, talvez a visão mais comum em qualquer passeio. Tão corriqueiras que nem sequer as notamos. Estão como se escondendo na luz do sol. Mas há algo que as diferenciam das câmeras escondidas na tela da TV do quarto de Winston Smith (do livro 1984, de George Orwell): elas não observam você para mantê-lo na linha e forçar a uma rotina programada. Elas não dão ordens, nem lhe tiram o livre-arbítrio. Elas estão onde estão (todos os lugares) apenas para manter em segurança você e as liberdades das quais você desfruta... Bem, pelo menos é isso o que lhe parece.
            Não fiquei surpreso com as revelações de Edward Snowden - provavelmente nem você ficou, nem os políticos que fingiram ignorar aqueles fatos. Eu estava consciente da onipresença da espionagem e da enorme quantidade de “bases de dados” que ela produziu: um volume muito superior ao que qualquer órgão do passado, como CIA ou KGB, tinha conseguido com sua incontável legião de informantes. O que me deixou boquiaberto foi a indiferença com que os “cidadãos comuns” receberam as revelações de Snowden. A mídia esperava que elas provocassem uma disparada nos índices de audiência e nas vendas dos jornais, mas tais revelações provocaram apenas tremores de terra onde eram esperados terremotos.
            Suspeito que tal reação (ou melhor, a ausência dela) se deva, em parte, a uma satisfação consciente ou inconsciente com a autoespionagem. Afinal, uma das principais atrações da internet é a constante possibilidade de estar na “esfera pública”, ao menos na versão online, antes reservada a poucos escolhidos por grandes corporações de rádio e TV. Para milhões de assustados com o fantasma da solidão, foi uma oportunidade sem precedentes de salvar-se do anonimato, da negligência, do esquecimento e do desamparo.
            Um efeito colateral das revelações de Snowden foi tornar os internautas conscientes de quão grande e recheada de “pessoas importantes” é essa esfera pública virtual. Isso forneceu a eles a prova do quão seguros são seus investimentos de tempo e energia em amigos virtuais e no espaço público virtual. Na verdade, os efeitos mais profundos das revelações de Snowden serão um salto ainda maior na dedicação à autoespionagem voluntária e não remunerada. Isso para a alegria e satisfação dos consumidores e do mercado de segurança. Quanto à satisfação de solitários sonhando com a chance de acesso livre para todos à relevância pública, é pagar pra ver...

                                                                                          (Bauman Zygmunt. Galileu, março de 2014.)
Em sua conclusão, o autor apresenta alguns efeitos reais, segundo seu ponto de vista, das revelações de Snowden. Dentre eles está a afirmação de que “Isso forneceu a eles a prova do quão seguros são seus investimentos de tempo e energia em amigos virtuais e no espaço público virtual.” (4º§). Pode-se inferir a respeito de tal constatação que
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Q508055 Português
Texto

                        Fomos seduzidos pela autoespionagem

            Sabemos que estamos sendo observados, mas não sabemos (e nem nos importamos) por quem e por quê. As câmeras de monitoramento são, hoje, talvez a visão mais comum em qualquer passeio. Tão corriqueiras que nem sequer as notamos. Estão como se escondendo na luz do sol. Mas há algo que as diferenciam das câmeras escondidas na tela da TV do quarto de Winston Smith (do livro 1984, de George Orwell): elas não observam você para mantê-lo na linha e forçar a uma rotina programada. Elas não dão ordens, nem lhe tiram o livre-arbítrio. Elas estão onde estão (todos os lugares) apenas para manter em segurança você e as liberdades das quais você desfruta... Bem, pelo menos é isso o que lhe parece.
            Não fiquei surpreso com as revelações de Edward Snowden - provavelmente nem você ficou, nem os políticos que fingiram ignorar aqueles fatos. Eu estava consciente da onipresença da espionagem e da enorme quantidade de “bases de dados” que ela produziu: um volume muito superior ao que qualquer órgão do passado, como CIA ou KGB, tinha conseguido com sua incontável legião de informantes. O que me deixou boquiaberto foi a indiferença com que os “cidadãos comuns” receberam as revelações de Snowden. A mídia esperava que elas provocassem uma disparada nos índices de audiência e nas vendas dos jornais, mas tais revelações provocaram apenas tremores de terra onde eram esperados terremotos.
            Suspeito que tal reação (ou melhor, a ausência dela) se deva, em parte, a uma satisfação consciente ou inconsciente com a autoespionagem. Afinal, uma das principais atrações da internet é a constante possibilidade de estar na “esfera pública”, ao menos na versão online, antes reservada a poucos escolhidos por grandes corporações de rádio e TV. Para milhões de assustados com o fantasma da solidão, foi uma oportunidade sem precedentes de salvar-se do anonimato, da negligência, do esquecimento e do desamparo.
            Um efeito colateral das revelações de Snowden foi tornar os internautas conscientes de quão grande e recheada de “pessoas importantes” é essa esfera pública virtual. Isso forneceu a eles a prova do quão seguros são seus investimentos de tempo e energia em amigos virtuais e no espaço público virtual. Na verdade, os efeitos mais profundos das revelações de Snowden serão um salto ainda maior na dedicação à autoespionagem voluntária e não remunerada. Isso para a alegria e satisfação dos consumidores e do mercado de segurança. Quanto à satisfação de solitários sonhando com a chance de acesso livre para todos à relevância pública, é pagar pra ver...

                                                                                          (Bauman Zygmunt. Galileu, março de 2014.)
Considerando a estrutura do trecho “Isso forneceu a eles a prova [...]” (4º§), assinale a proposta de alteração que mantém a correção de acordo com a norma padrão.
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Q508056 Português
Texto

                        Fomos seduzidos pela autoespionagem

            Sabemos que estamos sendo observados, mas não sabemos (e nem nos importamos) por quem e por quê. As câmeras de monitoramento são, hoje, talvez a visão mais comum em qualquer passeio. Tão corriqueiras que nem sequer as notamos. Estão como se escondendo na luz do sol. Mas há algo que as diferenciam das câmeras escondidas na tela da TV do quarto de Winston Smith (do livro 1984, de George Orwell): elas não observam você para mantê-lo na linha e forçar a uma rotina programada. Elas não dão ordens, nem lhe tiram o livre-arbítrio. Elas estão onde estão (todos os lugares) apenas para manter em segurança você e as liberdades das quais você desfruta... Bem, pelo menos é isso o que lhe parece.
            Não fiquei surpreso com as revelações de Edward Snowden - provavelmente nem você ficou, nem os políticos que fingiram ignorar aqueles fatos. Eu estava consciente da onipresença da espionagem e da enorme quantidade de “bases de dados” que ela produziu: um volume muito superior ao que qualquer órgão do passado, como CIA ou KGB, tinha conseguido com sua incontável legião de informantes. O que me deixou boquiaberto foi a indiferença com que os “cidadãos comuns” receberam as revelações de Snowden. A mídia esperava que elas provocassem uma disparada nos índices de audiência e nas vendas dos jornais, mas tais revelações provocaram apenas tremores de terra onde eram esperados terremotos.
            Suspeito que tal reação (ou melhor, a ausência dela) se deva, em parte, a uma satisfação consciente ou inconsciente com a autoespionagem. Afinal, uma das principais atrações da internet é a constante possibilidade de estar na “esfera pública”, ao menos na versão online, antes reservada a poucos escolhidos por grandes corporações de rádio e TV. Para milhões de assustados com o fantasma da solidão, foi uma oportunidade sem precedentes de salvar-se do anonimato, da negligência, do esquecimento e do desamparo.
            Um efeito colateral das revelações de Snowden foi tornar os internautas conscientes de quão grande e recheada de “pessoas importantes” é essa esfera pública virtual. Isso forneceu a eles a prova do quão seguros são seus investimentos de tempo e energia em amigos virtuais e no espaço público virtual. Na verdade, os efeitos mais profundos das revelações de Snowden serão um salto ainda maior na dedicação à autoespionagem voluntária e não remunerada. Isso para a alegria e satisfação dos consumidores e do mercado de segurança. Quanto à satisfação de solitários sonhando com a chance de acesso livre para todos à relevância pública, é pagar pra ver...

                                                                                          (Bauman Zygmunt. Galileu, março de 2014.)
No final do texto, a expressão “é pagar pra ver...” faz referência ao acesso às informações de relevância público para todos. Tal expressão pode ser caracterizada como
Alternativas
Q508057 Direito Sanitário
A alocação de recursos, a orientação programática e o estabelecimento de estratégia de emergências e prioridades em saúde pública podem ser estabelecidos por dados
Alternativas
Q508058 Direito Sanitário
“Princípio do Sistema Único de Saúde (SUS), que considera a saúde como um ‘direito de todos e um dever do Estado’ e dá o direito à saúde como um direito fundamental.” Trata-se do Princípio da
Alternativas
Q508059 Direito Sanitário
Sabe-se que os conselhos de saúde seguem leis e são compostos especificadamente. De acordo com o controle social e suas interfaces com o SUS, poderão fazer parte do conselho municipal

I. apenas representantes governamentais.
II. usuários do SUS.
III. profissionais de saúde.
IV. prestadores de serviços.

Está(ão) INCORRETA(S) apenas a(s) alternativa(s)
Alternativas
Q508060 Direito Sanitário
Em uma cidade de 100 mil habitantes, entre os meses de janeiro e março, foram notificados, junto ao serviço de vigilância epidemiológica, 800 casos de dengue, sendo que desses, 8 casos evoluíram ao óbito.

                                                                                                                   (Dados hipotéticos.)

De acordo com as informações apresentadas, alguns indicadores de saúde podem ser construídos. Sobre o(s) indicador(es) epidemiológico(s) possível(is) de ser(em) elaborado(s) com tais dados, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q508061 Direito Sanitário
Em uma cidade de 100 mil habitantes, entre os meses de janeiro e março, foram notificados, junto ao serviço de vigilância epidemiológica, 800 casos de dengue, sendo que desses, 8 casos evoluíram ao óbito. (Dados hipotéticos.) 

Utilizando como base de multiplicação de mil habitantes, o respectivo coeficiente associado ao número de casos entre janeiro e março seria
Alternativas
Q508062 Direito Sanitário
Em uma cidade de 100 mil habitantes, entre os meses de janeiro e março, foram notificados, junto ao serviço de vigilância epidemiológica, 800 casos de dengue, sendo que desses, 8 casos evoluíram ao óbito. (Dados hipotéticos.) 

Existem limitações para afirmar que se pode construir o indicador de saúde conhecido como coeficiente de mortalidade, conforme as informações apresentadas. Entre as limitações da construção desse indicador, é correto afirmar que NÃO é informado no texto
Alternativas
Q508063 Direito Sanitário
“Os parâmetros para a inclusão de doenças e agravos na lista de notificação compulsória devem obedecer a alguns critérios, como o aplicável a doenças de elevada frequência e que afetam grandes contingentes populacionais.” Trata-se de
Alternativas
Q508064 Direito Sanitário
São doenças que devem ser notificadas de acordo com os critérios epidemiológicos nacionais, EXCETO:
Alternativas
Q508065 Direito Sanitário
Entre os critérios de notificação, a doença de Chagas deve seguir regras distintas. É correto afirmar que a sua notifi- cação deve ser feita
Alternativas
Q508066 Direito Sanitário
As ações de vigilância sanitária, vigilância epidemiológica e vigilância em saúde do trabalhador são objetivos do Sistema Único de Saúde. Essas ações estão descritas na Lei nº 8.080/90 e implicam-se
Alternativas
Respostas
1: E
2: D
3: C
4: A
5: E
6: D
7: E
8: C
9: E
10: A
11: B
12: C
13: A
14: B
15: A
16: E
17: A
18: C
19: D
20: A