Questões de Concurso Público IF-MT 2014 para Professor - Português/Inglês

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Q540940 Pedagogia
A gestão de qualquer instituição educativa exige planejamento de todas as atividades escolares e não apenas de âmbito pedagógico. O planejamento global, que traça as diretrizes, objetivos, metas e estratégias de ação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, é o
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Q540941 Pedagogia
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, conforme as alterações promovidas pela Emenda Constitucional N.º 59/2009, preconiza a necessidade de elaboração e aprovação pelo Congresso Nacional do Plano Nacional de Educação (PNE) e sua execução e avaliação pelo governo federal em regime de colaboração com os sistemas de ensino dos entes federados. Sobre o PNE, analise as afirmativas abaixo.


I - O PNE passou a ser considerado o articulador do Sistema Nacional de Educação, portanto deve ser matriz de referência para a construção democrática dos planos estaduais e municipais de educação.

II - O PNE deverá estabelecer uma meta de aplicação dos recursos públicos em educação como proporção do produto interno bruto, expressa em 10% da receita corrente líquida dos estados, Distrito Federal e municípios.

III - Entre as diretrizes do PNE estão erradicação do analfabetismo, universalização do atendimento escolar, melhoria da qualidade do ensino e formação para o trabalho.

IV - Os entes federados que já tenham aprovado os seus respectivos planos de educação não precisarão alinhar as diretrizes, objetivos e metas desses planos ao novo PNE.


Estão corretas as afirmativas  
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Q540942 Pedagogia
O Prefeito do Município de Nova República encaminhou ao Tribunal de Contas do Estado a prestação de contas das despesas com manutenção e desenvolvimento do ensino, realizadas com recursos da receita de impostos e transferências constitucionais referentes ao ano de 2013. Na respectiva prestação de contas, constam:


I - Pagamento à empresa Pantanal da 2ª parcela referente à construção da Creche Municipal Sonho Feliz.

II - Pagamento da remuneração dos professores e demais profissionais da educação em efetivo exercício nas escolas públicas do município.

III - Pavimentação da Rua Euclides da Cunha onde fica localizada a Escola Municipal Anísio Teixeira e a quadra de esportes onde os alunos realizam as atividades de educação física.

IV - Pagamento à Fundação Universidade Federal de Mato Grosso relativo a cursos de formação continuada de professores do Ensino Fundamental.


Estão em conformidade com o disposto na Lei N.º 9.394/1996 as despesas constantes em 
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Q540943 Pedagogia
Sobre a educação profissional e tecnológica na Lei N.º 9.394/1996, é INCORRETO afirmar:
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Q540944 Legislação Federal
Sobre as finalidades dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, conforme preconiza a Lei N.º 11.892/2008, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.


( ) Ofertar educação profissional e tecnológica prioritariamente na educação básica e suas modalidades, considerando as necessidades imperativas de formação de profissionais para garantir o crescimento da economia.

( ) Ofertar cursos sintonizados com os arranjos locais para o incremento da produção, fortalecimento da organização social e das identidades culturais.

( ) Desenvolver programas de extensão que articulem o ensino e a pesquisa com as demandas sociais.

( ) Promover a produção, o desenvolvimento e a transferência de tecnologias sociais, com especial relevo às voltadas à preservação do meio ambiente.


Assinale a sequência correta.  
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Q540945 Pedagogia
Quanto aos desdobramentos, perspectivas e interesses distintos do atual sistema de avaliação educacional no Brasil, sob a ótica da análise crítica, é INCORRETO afirmar:
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Q540946 Pedagogia
O planejamento pedagógico pressupõe que o ato de ensinar e aprender requer esforço metódico e crítico do professor no sentido de desvelar a compreensão de algo. Nessa perspectiva, são consideradas práticas docentes mediadoras:
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Q540947 Pedagogia
Considerando as interações pedagógicas mediadas pelas tecnologias da informação e da comunicação, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.


( ) No contexto da cibercultura, as possibilidades pedagógicas do ciberespaço na escolarização de jovens e adultos constituem realidade para a escola e para o professor.

( ) A construção de conhecimentos se dá de forma inversamente proporcional à quantidade de informação passada.

( ) Chats, fóruns, blogs e videoblogs são dispositivos de comunicação que, na mesma proporção, aumentam a liberdade dos alunos e diminuem a autoridade do professor.

( ) Tecnologias digitais e ambientes virtuais de aprendizagens requerem estratégias pedagógicas e habilidades mediadoras diferenciadas por parte dos professores.


Assinale a sequência correta.
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Q540948 Pedagogia
Acerca do entendimento da educação como fator de desenvolvimento econômico e social, é correto afirmar:
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Q540949 Pedagogia
A Educação Profissional Técnica de Nível Médio é desenvolvida nas formas articulada e subsequente ao Ensino Médio, podendo a primeira ser integrada ou concomitante a essa etapa da Educação Básica. Essa abrangência da Educação Profissional e Tecnológica demanda uma organização de currículos igualmente integrados, que, em uma perspectiva crítica, também leve em conta
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Q540950 Português
Os efeitos de sentido dependem da seleção e organização dos recursos linguístico-discursivos à disposição do falante/escritor. As adivinhas são exemplos disso. Leia o texto abaixo.


Um menininho tinha um gatinho chamado Tido, que toda noite dormia num cestinho. Um belo dia, o menininho foi procurá-lo e não o achou. Qual o nome do filme? O CESTO SEM TIDO


Quanto à leitura do texto, marque a afirmativa INCORRETA.
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Q540951 Português
... as relações entre linguagem e classe social têm, forçosamente, de estar presentes, numa escola transformadora, na definição dos objetivos do ensino da língua materna, na seleção e organização do conteúdo, na escolha de métodos e procedimentos e na determinação de critérios de avaliação da aprendizagem


(SOARES, M. Linguagem e escola: uma perspectiva social. São Paulo: Ática, 1986.)


A partir da leitura do texto, sobre o ensino da língua materna, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para falsas.


( ) O uso de variedades linguísticas na escola gera discriminação, porque a realidade linguística do aluno é indispensável ao ensino de leitura e escrita.

( ) Os Parâmetros Curriculares Nacionais apontam para alternativas que minimizem as dificuldades de aprendizagem dos alunos.

( ) A diversidade linguística não deve ser usada como argumento para justificar o fracasso escolar.

( ) A avaliação, articulada à metodologia de ensino adotada, são responsáveis pela legitimação de uma norma linguística.

Assinale a sequência correta.  
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Q540952 Português
Sobre metodologia de ensino da leitura e da escrita, de acordo com o atual paradigma de ensino de língua materna, analise as afirmativas abaixo.


I - O desenvolvimento do senso crítico e o respeito às diferentes variedades do Português são consequências do exercício da competência discursiva do aluno.

II - A atividade metalinguística deve ser instrumento principal na discussão dos aspectos da língua, já que oferece modelos de funcionamento da linguagem.

III - O estabelecimento prévio de conteúdos deve ser elaborado em plano anual, porque a aprendizagem se consolida sobre conteúdos já tematizados.

IV - A proficiência discursiva e linguística do aluno permite-lhe produzir o texto em função dos objetivos estabelecidos e do leitor a que se destina.


Estão corretas as afirmativas
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Q540953 Português
A respeito do gênero charge, analise as afirmativas.


I - A intencionalidade e a ironia são fatores constitutivos e determinantes na produção do sentido pelo leitor.

II - A charge é um dos gêneros que servem para levar à interpretação de acontecimentos recentes do cenário sócio-político.

III - O gênero charge foi recomendado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais para a produção textual escrita, por seu valor pedagógico.

IV - No processo de leitura da charge, as experiências de leitura e de conhecimento de mundo são fundamentais para a atribuição do sentido.


Estão corretas as afirmativas  
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Q540954 Português
Sobre a charge, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.


( ) O autor utiliza o recurso da comparação para tecer uma crítica ao mau uso do dinheiro público.

( ) O autor usa aliterações para representar o som do movimento do ioiô.

( ) O autor utiliza o recurso da explicação para mostrar a origem do nome ioiô para o brinquedo infantil.

( ) A forma correta do verbo chamar no segundo período deveria ser “chamava".

( ) Na parte verbal, são identificados, entre outros elementos, um pronome dêitico e uma conjunção condicional.


Assinale a sequência correta. 
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Q540955 Português
De acordo com as Orientações Curriculares do Estado de Mato Grosso (MATO GROSSO, 2010, p. 100/101), “a leitura e interpretação de textos de diferentes gêneros discursivos que circulam socialmente exigem do aluno, inicialmente, reconhecer-se como interlocutor. [...] Na produção de textos o estudante precisa ser ensinado a assumir-se como autor de seus textos".


A partir dessa afirmação, analise as assertivas abaixo.


I - Somente uma concepção de leitura e escrita que leve em consideração aspectos sociais e discursivos poderá orientar o desenvolvimento da interlocução.

II - A interlocução é característica da oralidade, posto que, na escrita, deve-se observar a norma culta.

III - Para que o aluno se reconheça como interlocutor, ele precisa assumir o papel de locutor em práticas discursivas efetivas.

IV - O desenvolvimento do papel de locutor e do de autor é favorecido com o trabalho das três dimensões constitutivas do gênero: tema, estrutura composicional e estilo.


Estão corretas as assertivas  
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Q540956 Português
Leia a propaganda abaixo.

 Imagem associada para resolução da questão


No que se refere aos recursos linguísticos empregados na elaboração da propaganda, assinale a afirmativa INCORRETA. 
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Q540957 Português
Procuram-se estudantes  

Além do mico-leão-dourado e do lobo-guará, outro mamífero tropical parece caminhar para a extinção

Diz-se que uma espécie encontra-se ameaçada quando a população decresce a ponto de situá-la em condição de extinção. Tal processo é fruto da exploração econômica e do desenvolvimento material, e atinge aves e mamíferos em todo o planeta. Nos trópicos, esse pode ser o caso dos estudantes. Curiosamente, enquanto a população de alunos aumenta, a de estudantes parece diminuir. Paradoxo? Parece, mas talvez não seja. 

Aluno é aquele que atende regularmente a um curso, de qualquer nível, duração ou especialidade, com a suposta finalidade de adquirir conhecimento ou ter direito a um título. Já o estudante é um ser autônomo, que busca uma nova competência e pretende exercê-la, para o seu benefício e da sociedade. O aluno recebe. O estudante busca. Quando o sistema funciona, todos os alunos tendem a se tornar estudantes. Quando o sistema falha, eles se divorciam. É o que parece ocorrer entre nós: enquanto o número de alunos nos ensinos fundamental, médio e superior cresce, assombram-nos sinais do desaparecimento de estudantes entre as massas discentes. 

Alguns grupos de estudantes sobrevivem, aqui e acolá, preservados em escolas movidas por nobres ideais e boas práticas, verdadeiros santuários ecológicos. Sabe-se da existência de tais grupos nos mais diversos recantos do planeta: na Coreia do Sul, na Finlândia e até mesmo no Piauí. Entretanto, no mais das vezes, o que se veem são alunos, a agir como espectadores passivos de um processo no qual deveriam atuar como protagonistas, como agentes do aprendizado e do próprio destino.  

Alunos entram e saem da sala de aula em bandos malemolentes, sentam-se nas carteiras escolares como no sofá de suas casas, diante da tevê, a aguardar que o show tenha início. Após 20 minutos, se tanto, vêm o tédio e o sono. Incapazes de se concentrar, eles espreguiçam e bocejam. Então, recorrem ao iPhone, à internet e às mídias sociais. Mergulhados nos fragmentos comunicativos do penico digital, lambuzam-se de interrogações, exclamações e interjeições. Ali o mundo gira e o tempo voa. Saem de cena deduções matemáticas, descobertas científicas, fatos históricos e o que mais o plantonista da lousa estiver recitando. Ocupam seu lugar o resultado do futebol, o programa de quinta-feira e a praia do fim de semana.

As razões para o aumento do número de alunos são conhecidas: a expansão dos ensinos fundamental, médio e superior, ocorrida aos trancos e barrancos, nas últimas décadas. A qualidade caminhando trôpega, na sombra da quantidade. Já o processo de extinção dos estudantes suscita muitas especulações e poucas certezas. Colegas professores, frustrados e desanimados, apontam para o espírito da época: para eles, o desaparecimento dos estudantes seria o fruto amargo de uma sociedade doente, que festeja o consumismo e o prazer raso e imediato, que despreza o conhecimento e celebra a ignorância, e que prefere a imagem à substância.  
 
Especialistas de índole crítica advogam que os estudantes estão em extinção porque a própria escola tornou-se anacrônica, tentando ainda domesticar um público do século XXI com métodos e conteúdos do século XIX. Múltiplos grupos de interesse, em ação na educação e cercanias, garantem a fossilização, resistindo a mudanças, por ideologia de outra era ou pura preguiça. Aqui e acolá, disfarçam o conservadorismo com aulas-shows, tablets e pedagogia pop. Mudam para que tudo fique como está. 

Outros observadores apontam um fenômeno que pode ser causa-raiz do processo de extinção dos estudantes: trata-se da dificuldade que os jovens de hoje enfrentam para amadurecer e desenvolver-se intelectualmente. A permissividade criou uma geração mimada, infantilizada e egocêntrica, incapaz de sair da própria pele e de transcender o próprio umbigo. São crianças eternas, a tomarem o mundo ao redor como extensão delas próprias, que não conseguem perceber o outro, mergulhar em outros sistemas de pensamento e articular novas ideias. Repetem clichês. Tomam como argumentos o que copiam e colam de entradas da Wikipédia e do que mais encontram nas primeiras linhas do Google. E criticam seus mestres, incapazes de diverti-los e de fazê-los se sentir bem com eles próprios. Aprender cansa. Pensar dói.

(Por Thomaz Wood Jr. — publicado 10/04/2014 04:52, Revista Carta Capital, http://www.cartacapital.com.br/revista/794/procuram-se-estudantes-7060.html. Acesso em 16/04/2014.)
 
Segundo a Gramática Houaiss da Língua Portuguesa, paradoxo é uma figura de linguagem que consiste em uma “espécie de enunciado que vai de encontro à opinião geral ou que sugere a falsidade de seu próprio conteúdo". (AZEREDO, 2008, p. 4)


A respeito da afirmação “enquanto a população de alunos aumenta, a de estudantes parece diminuir", como é possível compreender essa figura de pensamento?  

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Q540958 Português
Procuram-se estudantes  

Além do mico-leão-dourado e do lobo-guará, outro mamífero tropical parece caminhar para a extinção

Diz-se que uma espécie encontra-se ameaçada quando a população decresce a ponto de situá-la em condição de extinção. Tal processo é fruto da exploração econômica e do desenvolvimento material, e atinge aves e mamíferos em todo o planeta. Nos trópicos, esse pode ser o caso dos estudantes. Curiosamente, enquanto a população de alunos aumenta, a de estudantes parece diminuir. Paradoxo? Parece, mas talvez não seja. 

Aluno é aquele que atende regularmente a um curso, de qualquer nível, duração ou especialidade, com a suposta finalidade de adquirir conhecimento ou ter direito a um título. Já o estudante é um ser autônomo, que busca uma nova competência e pretende exercê-la, para o seu benefício e da sociedade. O aluno recebe. O estudante busca. Quando o sistema funciona, todos os alunos tendem a se tornar estudantes. Quando o sistema falha, eles se divorciam. É o que parece ocorrer entre nós: enquanto o número de alunos nos ensinos fundamental, médio e superior cresce, assombram-nos sinais do desaparecimento de estudantes entre as massas discentes. 

Alguns grupos de estudantes sobrevivem, aqui e acolá, preservados em escolas movidas por nobres ideais e boas práticas, verdadeiros santuários ecológicos. Sabe-se da existência de tais grupos nos mais diversos recantos do planeta: na Coreia do Sul, na Finlândia e até mesmo no Piauí. Entretanto, no mais das vezes, o que se veem são alunos, a agir como espectadores passivos de um processo no qual deveriam atuar como protagonistas, como agentes do aprendizado e do próprio destino.  

Alunos entram e saem da sala de aula em bandos malemolentes, sentam-se nas carteiras escolares como no sofá de suas casas, diante da tevê, a aguardar que o show tenha início. Após 20 minutos, se tanto, vêm o tédio e o sono. Incapazes de se concentrar, eles espreguiçam e bocejam. Então, recorrem ao iPhone, à internet e às mídias sociais. Mergulhados nos fragmentos comunicativos do penico digital, lambuzam-se de interrogações, exclamações e interjeições. Ali o mundo gira e o tempo voa. Saem de cena deduções matemáticas, descobertas científicas, fatos históricos e o que mais o plantonista da lousa estiver recitando. Ocupam seu lugar o resultado do futebol, o programa de quinta-feira e a praia do fim de semana.

As razões para o aumento do número de alunos são conhecidas: a expansão dos ensinos fundamental, médio e superior, ocorrida aos trancos e barrancos, nas últimas décadas. A qualidade caminhando trôpega, na sombra da quantidade. Já o processo de extinção dos estudantes suscita muitas especulações e poucas certezas. Colegas professores, frustrados e desanimados, apontam para o espírito da época: para eles, o desaparecimento dos estudantes seria o fruto amargo de uma sociedade doente, que festeja o consumismo e o prazer raso e imediato, que despreza o conhecimento e celebra a ignorância, e que prefere a imagem à substância.  
 
Especialistas de índole crítica advogam que os estudantes estão em extinção porque a própria escola tornou-se anacrônica, tentando ainda domesticar um público do século XXI com métodos e conteúdos do século XIX. Múltiplos grupos de interesse, em ação na educação e cercanias, garantem a fossilização, resistindo a mudanças, por ideologia de outra era ou pura preguiça. Aqui e acolá, disfarçam o conservadorismo com aulas-shows, tablets e pedagogia pop. Mudam para que tudo fique como está. 

Outros observadores apontam um fenômeno que pode ser causa-raiz do processo de extinção dos estudantes: trata-se da dificuldade que os jovens de hoje enfrentam para amadurecer e desenvolver-se intelectualmente. A permissividade criou uma geração mimada, infantilizada e egocêntrica, incapaz de sair da própria pele e de transcender o próprio umbigo. São crianças eternas, a tomarem o mundo ao redor como extensão delas próprias, que não conseguem perceber o outro, mergulhar em outros sistemas de pensamento e articular novas ideias. Repetem clichês. Tomam como argumentos o que copiam e colam de entradas da Wikipédia e do que mais encontram nas primeiras linhas do Google. E criticam seus mestres, incapazes de diverti-los e de fazê-los se sentir bem com eles próprios. Aprender cansa. Pensar dói.

(Por Thomaz Wood Jr. — publicado 10/04/2014 04:52, Revista Carta Capital, http://www.cartacapital.com.br/revista/794/procuram-se-estudantes-7060.html. Acesso em 16/04/2014.)
 
A respeito dos argumentos utilizados pelo autor do texto, em relação ao ser “aluno" e ao ser “estudante", analise as afirmativas.


I - Os argumentos arrolados no texto tendem a criar um perfil para o estudante, mamífero em “extinção", ao mesmo tempo em que desqualificam o indivíduo com perfil de aluno.

II - Na visão do autor, a tecnologia a que o jovem tem acesso hoje é parceira na falta de seu crescimento intelectual, no desenvolvimento autônomo, na aquisição de conhecimento superficial e passageiro e no comportamento individualista.

III - Segundo o texto, a presença da tecnologia na escola torna o ensino anacrônico, porque tenta ainda domesticar um público do século XXI com métodos e conteúdos do século XIX.

IV - Ao afirmar no final do texto que “aprender cansa", o autor sugere que as escolas se adaptem às novas tecnologias para facilitar o aprendizado.


Está correto o que se afirma em  
Alternativas
Q540959 Português
Procuram-se estudantes  

Além do mico-leão-dourado e do lobo-guará, outro mamífero tropical parece caminhar para a extinção

Diz-se que uma espécie encontra-se ameaçada quando a população decresce a ponto de situá-la em condição de extinção. Tal processo é fruto da exploração econômica e do desenvolvimento material, e atinge aves e mamíferos em todo o planeta. Nos trópicos, esse pode ser o caso dos estudantes. Curiosamente, enquanto a população de alunos aumenta, a de estudantes parece diminuir. Paradoxo? Parece, mas talvez não seja. 

Aluno é aquele que atende regularmente a um curso, de qualquer nível, duração ou especialidade, com a suposta finalidade de adquirir conhecimento ou ter direito a um título. Já o estudante é um ser autônomo, que busca uma nova competência e pretende exercê-la, para o seu benefício e da sociedade. O aluno recebe. O estudante busca. Quando o sistema funciona, todos os alunos tendem a se tornar estudantes. Quando o sistema falha, eles se divorciam. É o que parece ocorrer entre nós: enquanto o número de alunos nos ensinos fundamental, médio e superior cresce, assombram-nos sinais do desaparecimento de estudantes entre as massas discentes. 

Alguns grupos de estudantes sobrevivem, aqui e acolá, preservados em escolas movidas por nobres ideais e boas práticas, verdadeiros santuários ecológicos. Sabe-se da existência de tais grupos nos mais diversos recantos do planeta: na Coreia do Sul, na Finlândia e até mesmo no Piauí. Entretanto, no mais das vezes, o que se veem são alunos, a agir como espectadores passivos de um processo no qual deveriam atuar como protagonistas, como agentes do aprendizado e do próprio destino.  

Alunos entram e saem da sala de aula em bandos malemolentes, sentam-se nas carteiras escolares como no sofá de suas casas, diante da tevê, a aguardar que o show tenha início. Após 20 minutos, se tanto, vêm o tédio e o sono. Incapazes de se concentrar, eles espreguiçam e bocejam. Então, recorrem ao iPhone, à internet e às mídias sociais. Mergulhados nos fragmentos comunicativos do penico digital, lambuzam-se de interrogações, exclamações e interjeições. Ali o mundo gira e o tempo voa. Saem de cena deduções matemáticas, descobertas científicas, fatos históricos e o que mais o plantonista da lousa estiver recitando. Ocupam seu lugar o resultado do futebol, o programa de quinta-feira e a praia do fim de semana.

As razões para o aumento do número de alunos são conhecidas: a expansão dos ensinos fundamental, médio e superior, ocorrida aos trancos e barrancos, nas últimas décadas. A qualidade caminhando trôpega, na sombra da quantidade. Já o processo de extinção dos estudantes suscita muitas especulações e poucas certezas. Colegas professores, frustrados e desanimados, apontam para o espírito da época: para eles, o desaparecimento dos estudantes seria o fruto amargo de uma sociedade doente, que festeja o consumismo e o prazer raso e imediato, que despreza o conhecimento e celebra a ignorância, e que prefere a imagem à substância.  
 
Especialistas de índole crítica advogam que os estudantes estão em extinção porque a própria escola tornou-se anacrônica, tentando ainda domesticar um público do século XXI com métodos e conteúdos do século XIX. Múltiplos grupos de interesse, em ação na educação e cercanias, garantem a fossilização, resistindo a mudanças, por ideologia de outra era ou pura preguiça. Aqui e acolá, disfarçam o conservadorismo com aulas-shows, tablets e pedagogia pop. Mudam para que tudo fique como está. 

Outros observadores apontam um fenômeno que pode ser causa-raiz do processo de extinção dos estudantes: trata-se da dificuldade que os jovens de hoje enfrentam para amadurecer e desenvolver-se intelectualmente. A permissividade criou uma geração mimada, infantilizada e egocêntrica, incapaz de sair da própria pele e de transcender o próprio umbigo. São crianças eternas, a tomarem o mundo ao redor como extensão delas próprias, que não conseguem perceber o outro, mergulhar em outros sistemas de pensamento e articular novas ideias. Repetem clichês. Tomam como argumentos o que copiam e colam de entradas da Wikipédia e do que mais encontram nas primeiras linhas do Google. E criticam seus mestres, incapazes de diverti-los e de fazê-los se sentir bem com eles próprios. Aprender cansa. Pensar dói.

(Por Thomaz Wood Jr. — publicado 10/04/2014 04:52, Revista Carta Capital, http://www.cartacapital.com.br/revista/794/procuram-se-estudantes-7060.html. Acesso em 16/04/2014.)
 
No processo de textualização, procedimentos de retomadas ou antecipações são realizados a todo o momento, para garantir a presença do mesmo referente em um outro local do texto, posterior ou anterior a ele. Tais processos recebem o nome de coesão referencial. Marque o segmento do texto em que ocorre processo referencial realizado por um movimento catafórico.
Alternativas
Respostas
1: B
2: C
3: B
4: D
5: A
6: A
7: C
8: D
9: B
10: A
11: D
12: B
13: A
14: C
15: D
16: C
17: B
18: A
19: C
20: D