Questões de Concurso Público Prefeitura de Salgueiro - PE 2024 para Médico Psiquiatra
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Julgue o item que se segue.
Pode-se considerar que a personalidade psicopática faz
parte de um agrupamento chamado de transtornos de
personalidade (TP). Dito isso, as principais causas que
levam aos TP são genes específicos para os diversos
transtornos mentais, e consequentemente para a
personalidade psicopática. Ainda podemos afirmar que
não é de interesse da psiquiatria considerar o ambiente
em que vive tal indivíduo e nem mesmo a interação dele
com esse ambiente, tendo em vista tal importância dos
genes nesses TP.
Para realizar uma boa atuação psiquiatra no ambiente da psiquiatria comunitária, é necessário que o profissional se atente aos estigmas em relação às pessoas identificadas como portadoras de transtorno mental e/ou que utilizam serviços de saúde mental. O estigma é uma das principais barreiras para o processo de recuperação de pessoas que desenvolvem um transtorno mental grave. A baixa adesão ao tratamento, diminuição da qualidade de vida e a redução significativa dos laços sociais, são sintomas decorrentes dos estigmas presentes na sociedade. Portanto, dado o seu impacto negativo no bem-estar da população, o desenvolvimento de estratégias para avaliar e reduzir o estigma é considerado uma prioridade de saúde pública mental.
Para o psiquiatra realizar atendimentos efetivos na coterapia da psicofarmacoterapia com a psicoterapia, além dos conhecimentos psicofarmacológicos e da comunicação entre psiquiatra-psicoterapeuta, é essencial que esses profissionais (mesmo para aqueles que se dedicam mais à prática do tratamento psicofarmacológicos), atentem-se ao entendimento psicodinâmico. Além do mais, é preciso saber não somente O QUE prescrever, mas também COMO prescrever.
A partir da portaria n° 3088/11, que Institui a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), pode-se afirmar que, especialmente os pontos da RAPS na atenção de urgência e emergência, deverão se articular com os Centros de Atenção Psicossocial, os quais realizam o acolhimento e o cuidado das pessoas em fase aguda do transtorno mental, seja ele decorrente ou não do uso de crack, álcool e outras drogas, devendo, nas situações que necessitem de internação ou de serviços residenciais de caráter transitório, articular e coordenar o cuidado, sendo esses pontos de urgência e emergência responsáveis, em seu âmbito de atuação, pelo acolhimento, classificação de risco e cuidado nas situações de urgência e emergência das pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas.
Epilepsia é considerada uma condição neurológica crônica, que tem como caraterística principal crises epilépticas recorrentes, devido à atividade neuronal exacerbada no cérebro. As epilepsias possuem etiologias diversas, englobando várias síndromes com diferentes tipos de crises, podendo ter repercussões psicossociais em parte provocadas pela natureza imprevisível e incontrolável da sintomatologia epiléptica. Sendo assim, é importante que, ao dirigir tratamentos com pacientes epiléticos, o psiquiatra deve, além do tratamento medicamentoso, considerar fatores psicossociais e incluir a educação para o autocuidado, isto é, medidas e comportamentos que as pessoas com epilepsia devem adotar e manter para controlar sua doença.
Ao realizar atendimentos com base na psiquiatria democrática, o psiquiatra demanda que o indivíduo, até então excluído, deixe a sua posição de voz passiva e torne-se mensageiro de sua própria mensagem, recusando os limites de especificidade disponibilizados normativamente, optando por modos difusos de intervenção.
Ao realizar atendimentos em casos de Toxicomanias, o médico psiquiatra pode, em todos os casos, utilizar a farmacoterapia como uma intervenção exclusiva, promovendo uma retificação subjetiva, substituindo uma droga pela outra e, a partir disso, diminuir a necessidade de drogas do indivíduo.
O médico psiquiatra, ao realizar atendimentos com grupos sociais que possuem algum tipo de restrição de liberdade, como, por exemplo, os indivíduos apenados, cuja autonomia de forma geral já se encontra prejudicada, não precisará se preocupar com o direito de escolha destes, como cita o código de ética médica, tendo em vista que os atendimentos médicos realizados são estritamente autorizados pela autoridade judiciária ou administrativa do local onde cumprem pena.
O médico psiquiatra, ao realizar diagnósticos com relação a doenças consideradas demências, é importante atentar somente ao emprego de instrumentos de avaliação cognitiva, principalmente testes de rastreio ou de avaliação neuropsicológica breve, porém, não é necessário que esse profissional se preocupe com, por exemplo, a avaliação quantitativa das manifestações neuropsiquiátricas em pacientes com demência, sendo necessário somente a identificação dos diferentes tipos de alteração.
Ao realizar um exame pericial, o psiquiatra forense deve realizar a observação atenta do comportamento do examinado, desde o momento de sua entrada na sala de exame, pois a tendência do periciando é repetir, ainda que de forma inconsciente, o seu padrão de funcionamento mental, sobretudo como ele se manifesta no relacionamento interpessoal, sendo fundamental para identificar pontos de atenção que serão cruciais em seu diagnostico, principalmente quando em diagnósticos de transtornos de personalidade.
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Para conseguir planejar e realizar intervenções
condizentes com a psiquiatria social e comunitária, o
psiquiatra deve considerar como campo de atuação a
assistência comunitária, tendo como concepção que o
melhor tratamento ao indivíduo portador de transtorno
mental é o que se faz em seu território, na sua
comunidade, próximo do seu domicílio. Pois é
considerado que o tratamento é amplo e abrangente,
visando à inclusão do sujeito em sua vida plena e não
somente à exclusão dos sintomas. Por conta disso,
considera-se que a atuação nesse âmbito é sempre
biopsicossocial, buscando uma intervenção biológica,
psíquica e social, com múltiplos atores e dispositivos: o
próprio indivíduo, seus familiares, seus cuidadores, seus
vizinhos, seus colegas, os serviços de saúde,
educacionais, culturais etc., caminhando na direção dos
direitos humanos e de uma sociedade mais tolerante.
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Em comorbidades psiquiátricas que possam ser
apresentadas pelo paciente, o foco psiquiátrico se volta
para psicoses na epilepsia (PNE). As classificações
dessas PNE são: psicose ictal (PIC), psicose pós-ictal
(PPI) e psicose interictal (PII). Dito isso, é correto afirmar
que a PIC ocorre, na maioria dos casos, um intervalo de
lucidez de 12 a 72 horas entre o fim das crises e o início
da psicose. Diversos sintomas são observados, como
alucinações auditivas, visuais ou táteis, comportamento
sexual inadequado, delírios persecutórios, místicos,
somáticos ou de grandeza. Existe ainda uma tendência à
ideia de perseguição, irritabilidade, agressividade e
depressão.
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Perante a Portaria N° 336/02, publicada pelo Ministério da
Saúde, que dispõe sobre os Centros de Atenção
Psicossocial I, II, III, i II e ad II (CAPS), podemos afirmar
que, independentemente do nível, os CAPS devem
funcionar somente no período de 08 às 18 horas, em 2
turnos, durante os cinco dias úteis da semana, sem
necessidade de constituir nem mesmo serviço
ambulatorial de atenção continua, durante 24 horas
diariamente, sem distinção de feriados e finais de
semana.
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Podemos afirmar que o preventivismo foi uma
importante raiz histórica para a criação da saúde coletiva
no Brasil. Sendo assim, é correto afirmar que o
preventivismo proporciona uma nova visão da medicina.
Necessidades que teriam sido, até então,,
predominantemente dirigidas para a prevenção das
doenças, estariam sendo reorientadas no sentido da cura
das enfermidades específicas. Nessa medida, uma
recuperação parcial do paciente, e, ao mesmo tempo, a
manutenção das doenças, constituem os novos
requerimentos que se estimam para a prática.
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Para o psiquiatra dirigir e prescrever um tratamento com
psicofármaco para algum paciente, é necessário que
esse profissional esteja atento e deverá levar em conta
alguns pontos, como: o diagnóstico, o perfil e a gravidade
dos sintomas, a idade do paciente, a presença de
comorbidades psiquiátricas e clínicas, a presença de
problemas físicos, o uso de outras medicações com as
quais a nova medicação possa interagir, as
características clínicas do paciente, o perfil de efeitos
colaterais e tolerabilidade das medicações, a história
prévia pessoal de transtorno psiquiátrico e resposta a
tratamentos anteriores e a história prévia de resposta a
tratamentos em familiares. Além de outros fatores
específicos aos fármacos que devem ser levados em
consideração, como a disponibilidade de medicações, o
custo e as preparações disponíveis.
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Pacientes diagnosticados com o Transtorno afetivo
bipolar (TAB), especificamente em episódios depressivos,
podem apresentar sintomas como: sentimentos de
inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada, insônia ou
hipersonia, falta de energia e cansaço, falta de interesse
ou prazer nas atividades durante a maior parte do dia e
também pensamentos frequentes sobre morte, incluindo
ideação suicida.
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É correto afirmar que o alcoolismo é uma doença social,
pois a doença não se restringe a problemas
exclusivamente orgânicos, mas se estende para questões
de ordem social e moral, já que os efeitos do álcool não
se limitam ao organismo do indivíduo, mas atinge
também o seu comportamento, abrangendo questões
relacionadas à inserção de tais indivíduos na sociedade.
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As pessoas com alguma dependência química
geralmente passam da experimentação para o uso
ocasional e então uso intenso e, às vezes, para a própria
dependência química. Fatores predisponentes em
usuários incluem "Características Psicológicas", que não
podem ser consideradas um fator forte, embora pessoas
com um nível baixo de autocontrole ou alto níveis de
riscos, possam ter maior risco de desenvolver a
toxicomania. Além de características psicológicas, pode-se confirmar também algumas "Circunstâncias e
Transtornos Coexistentes", como, por exemplo, pessoas
tristes, em sofrimento emocional ou socialmente
alienadas, que podem achar que esses sentimentos são
temporariamente aliviados por um fármaco e isso pode
levar a maior uso e, às vezes, a um transtorno por uso de
substâncias. E também devemos salientar que fatores
culturais e sociais são muito importantes para iniciar e
manter (ou recidivar) o uso de substâncias.
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A esquizofrenia hebefrênica se caracteriza pela presença
de uma perturbação dos afetos. Ideias delirantes e
alucinações são fugazes e fragmentárias, enquanto o
comportamento é visto como irresponsável e
imprevisível. O afeto é superficial e inapropriado, ao
passo que o pensamento se mostra desorganizado e o
discurso incoerente. Há uma tendência ao isolamento
social, e o prognóstico geralmente é desfavorável devido
ao rápido desenvolvimento de sintomas negativos.
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Ao realizar atendimentos, o psiquiatra deve considerar a
relação do indivíduo com o que este produz (trabalho),
pois, por meio do trabalho em sociedade, o humano
produz os meios necessários à sua sobrevivência,
ampliando as capacidades humanas de transformação
da natureza e do mundo. Ao transformar o mundo, os
sujeitos também transformam a si próprios, pois a
atividade é a base dos atributos humanos. Nesse sentido,
o trabalho tem um caráter ontológico, constituidor do ser
social, e fundador, portanto, do gênero humano. Além de
ser o meio para a satisfação das necessidades pessoais,
o trabalho é também fonte de identificação e autoestima,
de desenvolvimento das potencialidades humanas e de
sentimento de participação nos objetivos da sociedade.