Questões de Concurso Público Câmara de Parauapebas - PA 2022 para Redator Legislativo
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Marinalva possui seis netos, sendo três homens (Álvaro, Breno e Cristiano) e três mulheres (Amanda, Bárbara e Claudete). Para dançarem quadrilha durante a festa junina da família de Marinalva, os seis netos se dividiram em três casais, cada um formado por um homem e uma mulher. Considere que, dentre as afirmativas a seguir, apenas uma é verdadeira:
• Amanda dançou com Cristiano.
• Álvaro dançou com Amanda ou Claudete.
• Breno dançou com Bárbara ou Claudete.
Com base nessas informações, é correto afirmar que:
Observe a imagem a seguir.
Na criação da planilha do programa Microsoft Excel 2016 precedente, caso o usuário insira a fórmula =COL(B4) na célula B6,
o conteúdo desta célula será:
Analise as afirmativas; marque V para as verdadeiras e F para as falsas.
( ) Cargo em comissão é o cargo de livre nomeação e exoneração, com a definição delineada na Constituição Federal que não pode ser preenchido por servidores de carreira, uma vez que estes são estáveis nas respectivas funções.
( ) Quadro de pessoal é o conjunto de cargos isolados ou de carreira com afinidades entre si quanto à natureza do trabalho ou o grau de escolaridade exigido para o seu desempenho.
( ) Regime estatutário é um conjunto de normas que regulam, de forma própria, os direitos e os deveres dos agentes públicos.
( ) Plano de carreiras é o conjunto, estabelecido em lei, das possibilidades de evolução funcional dos servidores permanentes, através de promoção, observadas as regras constitucionais.
A sequência está correta em
Sabe-se que a redistribuição é o deslocamento de servidor estável para cargo do quadro de pessoal de outra entidade da Administração Municipal, no âmbito do mesmo poder.
Sobre tal Instituto, pode-se afirmar que:
Tentação
Ela estava com soluço. E como se não bastasse a claridade das duas horas, ela era ruiva.
Na rua vazia as pedras vibravam de calor – a cabeça da menina flamejava. Sentada nos degraus de sua casa, ela suportava. Ninguém na rua, só uma pessoa esperando inutilmente no ponto do bonde. E como se não bastasse seu olhar submisso e paciente, o soluço a interrompia de momento a momento, abalando o queixo que se apoiava conformado na mão. Que fazer de uma menina ruiva com soluço? Olhamo‐nos sem palavras, desalento contra desalento. Na rua deserta nenhum sinal de bonde. Numa terra de morenos, ser ruivo era uma revolta involuntária. Que importava se num dia futuro sua marca ia fazê‐la erguer insolente uma cabeça de mulher? Por enquanto ela estava sentada num degrau faiscante da porta, às duas horas. O que a salvava era uma bolsa velha de senhora, com alça partida. Segurava‐a com um amor conjugal já habituado, apertando‐a contra os joelhos.
Foi quando se aproximou a sua outra metade neste mundo, um irmão em Grajaú. A possibilidade de comunicação surgiu no ângulo quente da esquina, acompanhando uma senhora, e encarnada na figura de um cão. Era um basset lindo e miserável, doce sob a sua fatalidade. Era um bassetruivo.
Lá vinha ele trotando, à frente de sua dona, arrastando seu comprimento. Desprevenido, acostumado, cachorro.
A menina abriu os olhos pasmada. Suavemente avisado, o cachorro estacou diante dela. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam.
Entre tantos seres que estão prontos para se tornarem donos de outro ser, lá estava a menina que viera ao mundo para ter aquele cachorro. Ele fremia suavemente, sem latir. Elaolhava‐o sob os cabelos, fascinada, séria. Quanto tempo se passava? Um grande soluço sacudiu‐a desafinado. Ele nem sequer tremeu. Também ela passou por cima do soluço e continuou a fitá‐lo.
Os pelos de ambos eram curtos, vermelhos.
Que foi que se disseram? Não se sabe. Sabe‐se apenas que se comunicaram rapidamente, pois não havia tempo. Sabe‐se também que sem falar eles se pediam. Pediam‐se com urgência, com encabulamento, surpreendidos.
No meio de tanta vaga impossibilidade e de tanto sol, ali estava a solução para a criança vermelha. E no meio de tantas ruas a serem trotadas, de tantos cães maiores, de tantos esgotos secos – lá estava uma menina, como se fora carne de sua ruiva carne. Eles se fitavam profundos, entregues, ausentes de Grajaú. Mais um instante e o suspenso sonho se quebraria, cedendo talvez à gravidade com que se pediam.
Mas ambos eram comprometidos.
Ela com sua infância impossível, o centro da inocência que só se abriria quando ela fosse uma mulher. Ele, com sua natureza aprisionada.
A dona esperava impaciente sob o guarda‐sol. O basset ruivo afinal despregou‐se da menina e saiu sonâmbulo. Ela ficou espantada, com o acontecimento nas mãos, numa mudez que nem pai nem mãe compreenderiam. Acompanhou‐o com olhos pretos que mal acreditavam, debruçada sobre a bolsa e os joelhos, até vê‐lo dobrar a outra esquina.
Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez olhou para trás.
(LISPECTOR, Clarice. Felicidade Clandestina: contos. Rio de Janeiro:
Rocco, 1998. Adaptado.)