Questões de Concurso Público SEED-PR 2022 para Área de Conhecimento: Língua Portuguesa

Foram encontradas 40 questões

Ano: 2022 Banca: Instituto Consulplan Órgão: SEED-PR Provas: Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Ambiente e Saúde | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Controle e Processos Industriais | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Formação de Docentes | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Informação e Comunicação | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Gestão e Negócios | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Geografia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Produção Cultural e Design | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Infraestrutura | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Produção Alimentícia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Turismo, Hospitalidade e Lazer | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Produção Industrial | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Biologia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Ciências | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Educação Física | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Filosofia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Física | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: História | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: LEM – Espanhol | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: LEM – Inglês | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Sociologia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Língua Portuguesa | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Professor para Séries Iniciais | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Programação | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Arte | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Professor Pedagogo | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Matemática | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Química |
Q2112064 Português
Apesar de tudo, a educação avançou


        O desafio de uma evolução nacional passa necessariamente pela articulação federativa. No Brasil o ensino fundamental é primordialmente de responsabilidade dos municípios; o médio, dos Estados; e o superior, da União. O governo federal não atua diretamente sobre os resultados da educação básica, mas pode aprimorá-los por meio da coordenação, financiamento e avaliação.
        Em 2009, o Sistema Nacional de Educação foi inserido na Constituição para articular a cooperação federativa com vistas ao alcance das metas do Plano Nacional de Educação. Mas as atuais comissões intergovernamentais ou têm caráter protocolar, como a que discute os parâmetros do Fundo Nacional da Educação Básica (Fundeb), ou não contam com a participação de Estados e municípios, como o Conselho Deliberativo do FNDE. Falta uma instância única com legitimidade para congregar não só os gestores da Educação, mas os da Fazenda e Planejamento nos três níveis de governo.
          Como resume o Ipea, uma boa articulação federal entre coordenação, financiamento e avaliação pode estabelecer bases curriculares flexíveis, adaptáveis às inovações pedagógicas e demandas do mercado de trabalho; diminuir iniquidades salariais dos professores por meio de uma complementação mais equitativa via Fundeb; construir processos formativos direcionados às lacunas de aprendizado e aptos a mensurar as competências desenvolvidas pelos estudantes; e, estimular trocas das melhores práticas entre municípios e Estados. As conquistas da última geração, sobretudo no acesso e fluxo escolares, mostram que os preceitos constitucionais sobre educação estão no caminho certo. Mas a geração presente precisará de muito esforço para capitalizar esses ganhos e materializar esses preceitos não só em uma educação aberta a todos, mas de excelência para cada um.

(Estadão, 28 de dezembro de 2021. Fragmento. Adaptado.)
Dentre os trechos a seguir, é possível reconhecer o posicionamento do articulador do texto – uma das principais características do gênero textual apresentado – em:
Alternativas
Ano: 2022 Banca: Instituto Consulplan Órgão: SEED-PR Provas: Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Ambiente e Saúde | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Controle e Processos Industriais | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Formação de Docentes | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Informação e Comunicação | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Gestão e Negócios | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Geografia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Produção Cultural e Design | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Infraestrutura | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Produção Alimentícia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Turismo, Hospitalidade e Lazer | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Produção Industrial | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Biologia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Ciências | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Educação Física | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Filosofia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Física | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: História | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: LEM – Espanhol | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: LEM – Inglês | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Sociologia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Língua Portuguesa | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Professor para Séries Iniciais | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Programação | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Arte | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Professor Pedagogo | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Matemática | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Química |
Q2112065 Português
Apesar de tudo, a educação avançou


        O desafio de uma evolução nacional passa necessariamente pela articulação federativa. No Brasil o ensino fundamental é primordialmente de responsabilidade dos municípios; o médio, dos Estados; e o superior, da União. O governo federal não atua diretamente sobre os resultados da educação básica, mas pode aprimorá-los por meio da coordenação, financiamento e avaliação.
        Em 2009, o Sistema Nacional de Educação foi inserido na Constituição para articular a cooperação federativa com vistas ao alcance das metas do Plano Nacional de Educação. Mas as atuais comissões intergovernamentais ou têm caráter protocolar, como a que discute os parâmetros do Fundo Nacional da Educação Básica (Fundeb), ou não contam com a participação de Estados e municípios, como o Conselho Deliberativo do FNDE. Falta uma instância única com legitimidade para congregar não só os gestores da Educação, mas os da Fazenda e Planejamento nos três níveis de governo.
          Como resume o Ipea, uma boa articulação federal entre coordenação, financiamento e avaliação pode estabelecer bases curriculares flexíveis, adaptáveis às inovações pedagógicas e demandas do mercado de trabalho; diminuir iniquidades salariais dos professores por meio de uma complementação mais equitativa via Fundeb; construir processos formativos direcionados às lacunas de aprendizado e aptos a mensurar as competências desenvolvidas pelos estudantes; e, estimular trocas das melhores práticas entre municípios e Estados. As conquistas da última geração, sobretudo no acesso e fluxo escolares, mostram que os preceitos constitucionais sobre educação estão no caminho certo. Mas a geração presente precisará de muito esforço para capitalizar esses ganhos e materializar esses preceitos não só em uma educação aberta a todos, mas de excelência para cada um.

(Estadão, 28 de dezembro de 2021. Fragmento. Adaptado.)
O título do texto apresentado utiliza, em sua estrutura linguística, uma locução prepositiva. Dentre as alternativas a seguir, assinale aquela em que todas as sugestões são produtoras de sentido equivalente à da locução referida. 
Alternativas
Ano: 2022 Banca: Instituto Consulplan Órgão: SEED-PR Provas: Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Ambiente e Saúde | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Controle e Processos Industriais | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Formação de Docentes | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Informação e Comunicação | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Gestão e Negócios | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Geografia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Produção Cultural e Design | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Infraestrutura | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Produção Alimentícia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Turismo, Hospitalidade e Lazer | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Produção Industrial | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Biologia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Ciências | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Educação Física | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Filosofia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Física | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: História | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: LEM – Espanhol | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: LEM – Inglês | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Sociologia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Língua Portuguesa | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Professor para Séries Iniciais | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Programação | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Arte | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Professor Pedagogo | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Matemática | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Química |
Q2112066 Direito da Criança e do Adolescente - Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - Lei nº 8.069 de 1990
O direito à educação, de crianças e adolescentes, visa seu pleno desenvolvimento, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho. Nesse sentido, trata-se de um caso em que dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental possuem o dever de comunicar ao Conselho Tutelar: 
Alternativas
Ano: 2022 Banca: Instituto Consulplan Órgão: SEED-PR Provas: Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Ambiente e Saúde | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Controle e Processos Industriais | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Formação de Docentes | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Informação e Comunicação | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Gestão e Negócios | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Geografia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Produção Cultural e Design | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Infraestrutura | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Produção Alimentícia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Turismo, Hospitalidade e Lazer | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Produção Industrial | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Biologia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Ciências | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Educação Física | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Filosofia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Física | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: História | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: LEM – Espanhol | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: LEM – Inglês | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Sociologia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Língua Portuguesa | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Professor para Séries Iniciais | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Programação | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Arte | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Professor Pedagogo | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Matemática | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Química |
Q2112067 Direito da Criança e do Adolescente - Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - Lei nº 8.069 de 1990
Matheus, 14 anos, foi flagrado cometendo ato infracional. A autoridade policial, informando somente à autoridade judiciária competente, entrou na sala de aula, expôs para toda a turma a situação em questão interrogando Matheus e, sem qualquer resistência do adolescente, o algemou e o levou, em compartimento fechado da viatura, para a delegacia. Considerando o caso hipotético, a ação da autoridade policial: 
Alternativas
Ano: 2022 Banca: Instituto Consulplan Órgão: SEED-PR Provas: Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Ambiente e Saúde | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Controle e Processos Industriais | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Formação de Docentes | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Informação e Comunicação | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Gestão e Negócios | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Geografia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Produção Cultural e Design | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Infraestrutura | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Produção Alimentícia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Turismo, Hospitalidade e Lazer | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Produção Industrial | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Biologia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Ciências | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Educação Física | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Filosofia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Física | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: História | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: LEM – Espanhol | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: LEM – Inglês | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Sociologia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Língua Portuguesa | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Professor para Séries Iniciais | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Programação | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Arte | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Professor Pedagogo | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Matemática | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Química |
Q2112068 Pedagogia
Quando se pensa em didática, a ação de definir objetivos de aprendizagem significa reflexões sobre a estruturação no planejamento, especialmente pelos professores, sendo que tal ação precisa estar diretamente relacionada com a escolha de conteúdos, procedimentos e atividades, estratégias, avaliação e metodologia a ser adotada para atender aos objetivos gerais por meio dos objetivos específicos. Assim, é recomendável delimitar claramente os objetivos a serem seguidos, sejam eles cognitivos, atitudinais, ou de competências. Considerando que é mais acessível atingir resultados a partir de conceituações mais simples para as mais elaboradas e a taxonomia de Bloom ajuda o ato de planejar e controlar objetivos de aprendizagem, na efetivação dos objetivos de ensino, é correto afirmar que:
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Ano: 2022 Banca: Instituto Consulplan Órgão: SEED-PR Provas: Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Ambiente e Saúde | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Controle e Processos Industriais | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Formação de Docentes | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Informação e Comunicação | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Gestão e Negócios | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Geografia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Produção Cultural e Design | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Infraestrutura | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Produção Alimentícia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Turismo, Hospitalidade e Lazer | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Produção Industrial | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Biologia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Ciências | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Educação Física | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Filosofia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Física | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: História | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: LEM – Espanhol | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: LEM – Inglês | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Sociologia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Língua Portuguesa | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Professor para Séries Iniciais | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Programação | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Arte | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Professor Pedagogo | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Matemática | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Química |
Q2112069 Pedagogia
Os processos de avaliação formativa foram concebidos inicialmente para permitir ajustamentos sucessivos durante o desenvolvimento e a experimentação de um novo curriculum, manual ou método de ensino. Posteriormente, aplicaram a avaliação formativa à avaliação de alunos, com o objetivo de orientá-los a realização de seu trabalho, ajudando-os a localizar dificuldades e a progredir na aprendizagem. Ao vivenciar práticas avaliativas situadas nos pressupostos da avaliação formativa, o futuro professor analisará suas diferentes facetas e, provavelmente, no seu futuro profissional, atuará de acordo com um paradigma que não se inscreva em princípios da racionalidade técnica. Assim, a avaliação formativa se coloca sempre como uma possibilidade e nunca como um receituário a ser seguido. Algumas características da avaliação formativa lhe são constituintes, EXCETO:
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Q2112070 Pedagogia
As dificuldades de aprendizagem estão circunscritas a um quadro clínico diagnosticado em um número pequeno de sujeitos que apresenta progressos limitados no aprendizado escolar, apesar de terem as condições necessárias para um bom rendimento no aprendizado. Este quadro evidencia as seguintes características: não apresenta deficiências auditivas ou visuais, recebe estímulos para aprender e estudar, apresenta inteligência suficiente para um desempenho escolar melhor que o demonstrado, frequenta a escola com todas as possibilidades de oferecer bom nível de ensino e está motivado para o aprendizado. Sujeitos assim podem não conseguir se apropriar dos conhecimentos escolares ou, pelo menos, não com a mesma rapidez, mesmo diante dos esforços do professor, de metodologias inovadoras, de uma escola que perceba as situações educativas de forma complexa, desafiadora e interdisciplinar. Alguns fatores relacionados à aprendizagem escolar devem ser descartados antes de se atribuir que tudo isso acontece com o aluno devido a uma dificuldade de aprendizagem. Diante do exposto, analise as afirmativas a seguir.
I. Considerar problemas de “ensinagem”, sabendo que tal perspectiva aponta para a necessidade de se realizar um exame constante e processual sobre o tipo de vinculação que estabelece entre o professor e o educando, cabendo ao professor tomar consciência sobre o poder que exerce e suas responsabilidades.
II. Averiguar questões relacionadas ao macrocontexto social em que o sujeito está inserido, que pode seguir princípios divergentes dos preconizados pela escola.
III. Investigar questões relacionadas ao macrocontexto cultural em que o sujeito está inserido, que pode seguir princípios divergentes dos preconizados pela escola.
IV. Averiguar questões relacionadas ao macrocontexto familiar em que o sujeito está inserido, que pode seguir princípios divergentes dos preconizados pela escola.
Está correto o que se afirma em
Alternativas
Ano: 2022 Banca: Instituto Consulplan Órgão: SEED-PR Provas: Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Ambiente e Saúde | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Controle e Processos Industriais | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Formação de Docentes | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Informação e Comunicação | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Gestão e Negócios | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Geografia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Produção Cultural e Design | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Infraestrutura | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Produção Alimentícia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Turismo, Hospitalidade e Lazer | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Produção Industrial | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Biologia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Ciências | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Educação Física | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Filosofia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Física | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: História | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: LEM – Espanhol | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: LEM – Inglês | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Sociologia | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Língua Portuguesa | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Professor para Séries Iniciais | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Programação | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Arte | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Professor Pedagogo | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Matemática | Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Área de Conhecimento: Química |
Q2112071 Pedagogia
As metodologias ativas despontam em um contexto em que a metodologia utilizada pelo docente, além de dar gosto e motivação ao alunado, deve atribuir significado ao que se está estudando e para que se esteja estudando. Assim, acontecerá o envolvimento dos alunos com a aula e, junto a isso, o envolvimento que conduz ao sucesso escolar. O importante é aprender algo que faça sentido: descobrir, por trás das palavras que se constroem significados conhecidos e experimentar o domínio de uma nova habilidade, encontrar explicação para um problema relativo a um tema que se deseja compreender, garantindo que a atenção do aluno ou da aluna se concentre no domínio da tarefa e na satisfação que sua realização supõe. Todas estas considerações sustentam os pilares das metodologias ativas. Considerando tais pilares, assinale a correta a relação conceitual.
Alternativas
Q2115268 Português

A saúde mental dos jovens no retorno letivo presencial


    “Que tristeza seria estar enclausurado em casa nessa fase da vida!”. Durante os períodos mais críticos da pandemia, esse pensamento surgiu com frequência em conversas entre amigos de diferentes idades, que puderam viver o início de suas juventudes sem a obrigação do distanciamento social. Aos seus 15, 16 anos, muitos de nós até preferiam ficar sossegados em casa quando podíamos. Mas essa era uma preferência, uma escolha, tinha algo de eventual – não era uma obrigação prolongada durante meses.

     Não há dúvidas que o período de afastamento – necessário epidemiologicamente – dos jovens brasileiros de suas rotinas presenciais nas escolas e nos círculos de amizade produziu severos danos ao desenvolvimento corporal, cognitivo e emocional. Questões emocionais e de saúde mental não são novidade na educação brasileira, mas foram aprofundadas no contexto de carência relacional vivida por milhões de jovens na pandemia. Os números que temos são estarrecedores: 70% dos estudantes da rede estadual de São Paulo relataram sintomas de depressão e ansiedade no retorno letivo presencial. O caso de crise de ansiedade coletiva em uma escola estadual de Pernambuco também é ilustrativo do momento que vivemos.

     Relacionada a esse desafiador quadro de saúde mental, outra estatística chama a atenção: no início de 2022, em relação a 2019, houve um aumento de 48% nos casos de agressão física nas escolas estaduais de São Paulo. No noticiário de todo o país, explodiu a ocorrência de casos de discriminação e bullying, bem como as cenas de violência e brigas entre os alunos – popularizadas e incentivadas nas redes sociais. Como aponta o relatório da Unicef de 2021 sobre o impacto da Covid-19 na saúde mental, a ruptura com as rotinas produziu medo, irritação e insegurança, elementos que catalisam comportamentos violentos em um contexto em que jovens sofrem uma pressão adicional por se provar coletivamente.

    Há pelo menos dois tipos de violência entre jovens que precisamos observar no contexto do retorno letivo presencial. Primeiro, o bullying e a dificuldade de respeitar e conviver com as diferenças. Segundo, uma violência relacionada à dimensão do teste de força e poder no território da escola. Cada tipo de violência demanda respostas diversas em termos de políticas públicas, que vêm sendo estudadas por instituições e pesquisadores especialistas em psicologia juvenil, com propostas sólidas sendo experimentadas em diversos cantos do país – como evidenciou o vasto levantamento produzido pela consultoria Vozes da Educação.

    Um dos caminhos a ser trilhados é um trabalho, no miúdo de cada escola, para canalizar a energia dos jovens não para a agressão ou a violência, mas para criarem e brilharem. Precisamos organizar oportunidades de torná-los protagonistas de feitos transformadores, usando o potencial das redes sociais para ondas de disseminação de exemplos que valorizem positivamente a imagem dos jovens. Vale dizer, nessa linha, que a questão imagética é preponderante: segundo pesquisa organizada pela Fundação SM, a característica que mais identifica os jovens atualmente – segundo eles mesmos – é a de serem “preocupados demais com sua imagem”.

   Certamente há um papel central dos educadores e das educadoras nessa ressignificação das identidades dos jovens, por vezes inseridos em contextos de violência doméstica, que é replicada nas demais relações interpessoais. Isso aparece no filme “Coach Carter”, blockbuster de 2005. Também está presente na série espanhola “Merlí”, que apresenta a força de novas formas de expressão para mudar estereótipos juvenis. E é narrada no documentário brasileiro “Nunca me Sonharam”, que aborda a experiência de um diretor que mudou sua escola a partir de novas oportunidades para os jovens que antes eram tidos como “alunos-problema”. Ainda, vemos essa experiência de ressignificação a partir do trabalho dos educadores na realidade das escolas municipais de São Paulo (SP), onde há uma ação institucionalizada para que os alunos direcionem suas energias para criar soluções em favor das suas comunidades – criações científicas, culturais e nas diversas linguagens que os próprios adolescentes inventam.

    As palavras-chave, sobretudo no contexto do retorno às rotinas escolares presenciais, são acolhimento e oportunidade, ao invés de criminalização e fechamento de portas, transformando situações psicológicas desafiadoras em um salto de pertencimento coletivo. Em Mogi das Cruzes (SP), por exemplo, a rede municipal de ensino criou plantões de acolhimento emocional para seus estudantes desde os primeiros anos do Ensino Fundamental, a partir do trabalho de escuta sensível por parte de uma equipe de psicólogas escolares. Famílias e mesmo profissionais da educação que nunca tiveram acesso a apoio psicológico passaram a ter essa oportunidade, quebrando barreiras de preconceito sobre a importância da saúde mental desde a infância. Por sua vez, a rede municipal de Londrina (PR) tem promovido formações de professores e círculos de diálogos com os alunos para o exercício da cooperação, da tolerância, da aceitação e respeito ao outro, da noção de limites, do conhecimento de si, do convívio e participação social. São iniciativas que saíram da teoria e foram para a prática, reconhecendo a importância da saúde mental e emocional no contexto da retomada das atividades letivas presenciais.

     Construir respostas de políticas públicas nesse contexto pode ganhar muitos graus de efetividade se bebermos da fonte mais preciosa, acolhendo as ideias de quem vive na pele os danos do distanciamento social. Precisamos chamar os jovens para a solução, de tal maneira que exercitem a criatividade de como melhorar seu próprio bem-estar. Como promover respeito à diversidade entre os jovens senão na linguagem deles? Como transformar a escola em um ambiente agregador e emocionalmente saudável senão pela construção de uma identidade coletiva dos próprios jovens?


(CALLEGARI, Caio; FERNANDES, Malu. A saúde mental dos jovens no retorno

letivo presencial. Nexo Jornal, 2022. Disponível em: https://www.nexojornal.

com.br/ensaio/2022/A-sa%C3%BAde-mental-dos-jovens-no-retorno-letivopresencial. Acesso em: 20/06/2022. Adaptado.)


Considerando as características linguístico-textuais, estruturais e discursivas presentes no texto, pode-se afirmar que a tipologia textual predominante é a: 
Alternativas
Q2115269 Português

A saúde mental dos jovens no retorno letivo presencial


    “Que tristeza seria estar enclausurado em casa nessa fase da vida!”. Durante os períodos mais críticos da pandemia, esse pensamento surgiu com frequência em conversas entre amigos de diferentes idades, que puderam viver o início de suas juventudes sem a obrigação do distanciamento social. Aos seus 15, 16 anos, muitos de nós até preferiam ficar sossegados em casa quando podíamos. Mas essa era uma preferência, uma escolha, tinha algo de eventual – não era uma obrigação prolongada durante meses.

     Não há dúvidas que o período de afastamento – necessário epidemiologicamente – dos jovens brasileiros de suas rotinas presenciais nas escolas e nos círculos de amizade produziu severos danos ao desenvolvimento corporal, cognitivo e emocional. Questões emocionais e de saúde mental não são novidade na educação brasileira, mas foram aprofundadas no contexto de carência relacional vivida por milhões de jovens na pandemia. Os números que temos são estarrecedores: 70% dos estudantes da rede estadual de São Paulo relataram sintomas de depressão e ansiedade no retorno letivo presencial. O caso de crise de ansiedade coletiva em uma escola estadual de Pernambuco também é ilustrativo do momento que vivemos.

     Relacionada a esse desafiador quadro de saúde mental, outra estatística chama a atenção: no início de 2022, em relação a 2019, houve um aumento de 48% nos casos de agressão física nas escolas estaduais de São Paulo. No noticiário de todo o país, explodiu a ocorrência de casos de discriminação e bullying, bem como as cenas de violência e brigas entre os alunos – popularizadas e incentivadas nas redes sociais. Como aponta o relatório da Unicef de 2021 sobre o impacto da Covid-19 na saúde mental, a ruptura com as rotinas produziu medo, irritação e insegurança, elementos que catalisam comportamentos violentos em um contexto em que jovens sofrem uma pressão adicional por se provar coletivamente.

    Há pelo menos dois tipos de violência entre jovens que precisamos observar no contexto do retorno letivo presencial. Primeiro, o bullying e a dificuldade de respeitar e conviver com as diferenças. Segundo, uma violência relacionada à dimensão do teste de força e poder no território da escola. Cada tipo de violência demanda respostas diversas em termos de políticas públicas, que vêm sendo estudadas por instituições e pesquisadores especialistas em psicologia juvenil, com propostas sólidas sendo experimentadas em diversos cantos do país – como evidenciou o vasto levantamento produzido pela consultoria Vozes da Educação.

    Um dos caminhos a ser trilhados é um trabalho, no miúdo de cada escola, para canalizar a energia dos jovens não para a agressão ou a violência, mas para criarem e brilharem. Precisamos organizar oportunidades de torná-los protagonistas de feitos transformadores, usando o potencial das redes sociais para ondas de disseminação de exemplos que valorizem positivamente a imagem dos jovens. Vale dizer, nessa linha, que a questão imagética é preponderante: segundo pesquisa organizada pela Fundação SM, a característica que mais identifica os jovens atualmente – segundo eles mesmos – é a de serem “preocupados demais com sua imagem”.

   Certamente há um papel central dos educadores e das educadoras nessa ressignificação das identidades dos jovens, por vezes inseridos em contextos de violência doméstica, que é replicada nas demais relações interpessoais. Isso aparece no filme “Coach Carter”, blockbuster de 2005. Também está presente na série espanhola “Merlí”, que apresenta a força de novas formas de expressão para mudar estereótipos juvenis. E é narrada no documentário brasileiro “Nunca me Sonharam”, que aborda a experiência de um diretor que mudou sua escola a partir de novas oportunidades para os jovens que antes eram tidos como “alunos-problema”. Ainda, vemos essa experiência de ressignificação a partir do trabalho dos educadores na realidade das escolas municipais de São Paulo (SP), onde há uma ação institucionalizada para que os alunos direcionem suas energias para criar soluções em favor das suas comunidades – criações científicas, culturais e nas diversas linguagens que os próprios adolescentes inventam.

    As palavras-chave, sobretudo no contexto do retorno às rotinas escolares presenciais, são acolhimento e oportunidade, ao invés de criminalização e fechamento de portas, transformando situações psicológicas desafiadoras em um salto de pertencimento coletivo. Em Mogi das Cruzes (SP), por exemplo, a rede municipal de ensino criou plantões de acolhimento emocional para seus estudantes desde os primeiros anos do Ensino Fundamental, a partir do trabalho de escuta sensível por parte de uma equipe de psicólogas escolares. Famílias e mesmo profissionais da educação que nunca tiveram acesso a apoio psicológico passaram a ter essa oportunidade, quebrando barreiras de preconceito sobre a importância da saúde mental desde a infância. Por sua vez, a rede municipal de Londrina (PR) tem promovido formações de professores e círculos de diálogos com os alunos para o exercício da cooperação, da tolerância, da aceitação e respeito ao outro, da noção de limites, do conhecimento de si, do convívio e participação social. São iniciativas que saíram da teoria e foram para a prática, reconhecendo a importância da saúde mental e emocional no contexto da retomada das atividades letivas presenciais.

     Construir respostas de políticas públicas nesse contexto pode ganhar muitos graus de efetividade se bebermos da fonte mais preciosa, acolhendo as ideias de quem vive na pele os danos do distanciamento social. Precisamos chamar os jovens para a solução, de tal maneira que exercitem a criatividade de como melhorar seu próprio bem-estar. Como promover respeito à diversidade entre os jovens senão na linguagem deles? Como transformar a escola em um ambiente agregador e emocionalmente saudável senão pela construção de uma identidade coletiva dos próprios jovens?


(CALLEGARI, Caio; FERNANDES, Malu. A saúde mental dos jovens no retorno

letivo presencial. Nexo Jornal, 2022. Disponível em: https://www.nexojornal.

com.br/ensaio/2022/A-sa%C3%BAde-mental-dos-jovens-no-retorno-letivopresencial. Acesso em: 20/06/2022. Adaptado.)


Selecione o trecho em que a mudança na ordem dos termos do enunciado I, quando reescrito em II, NÃO provoca alteração de sentido.
Alternativas
Q2115270 Português

A saúde mental dos jovens no retorno letivo presencial


    “Que tristeza seria estar enclausurado em casa nessa fase da vida!”. Durante os períodos mais críticos da pandemia, esse pensamento surgiu com frequência em conversas entre amigos de diferentes idades, que puderam viver o início de suas juventudes sem a obrigação do distanciamento social. Aos seus 15, 16 anos, muitos de nós até preferiam ficar sossegados em casa quando podíamos. Mas essa era uma preferência, uma escolha, tinha algo de eventual – não era uma obrigação prolongada durante meses.

     Não há dúvidas que o período de afastamento – necessário epidemiologicamente – dos jovens brasileiros de suas rotinas presenciais nas escolas e nos círculos de amizade produziu severos danos ao desenvolvimento corporal, cognitivo e emocional. Questões emocionais e de saúde mental não são novidade na educação brasileira, mas foram aprofundadas no contexto de carência relacional vivida por milhões de jovens na pandemia. Os números que temos são estarrecedores: 70% dos estudantes da rede estadual de São Paulo relataram sintomas de depressão e ansiedade no retorno letivo presencial. O caso de crise de ansiedade coletiva em uma escola estadual de Pernambuco também é ilustrativo do momento que vivemos.

     Relacionada a esse desafiador quadro de saúde mental, outra estatística chama a atenção: no início de 2022, em relação a 2019, houve um aumento de 48% nos casos de agressão física nas escolas estaduais de São Paulo. No noticiário de todo o país, explodiu a ocorrência de casos de discriminação e bullying, bem como as cenas de violência e brigas entre os alunos – popularizadas e incentivadas nas redes sociais. Como aponta o relatório da Unicef de 2021 sobre o impacto da Covid-19 na saúde mental, a ruptura com as rotinas produziu medo, irritação e insegurança, elementos que catalisam comportamentos violentos em um contexto em que jovens sofrem uma pressão adicional por se provar coletivamente.

    Há pelo menos dois tipos de violência entre jovens que precisamos observar no contexto do retorno letivo presencial. Primeiro, o bullying e a dificuldade de respeitar e conviver com as diferenças. Segundo, uma violência relacionada à dimensão do teste de força e poder no território da escola. Cada tipo de violência demanda respostas diversas em termos de políticas públicas, que vêm sendo estudadas por instituições e pesquisadores especialistas em psicologia juvenil, com propostas sólidas sendo experimentadas em diversos cantos do país – como evidenciou o vasto levantamento produzido pela consultoria Vozes da Educação.

    Um dos caminhos a ser trilhados é um trabalho, no miúdo de cada escola, para canalizar a energia dos jovens não para a agressão ou a violência, mas para criarem e brilharem. Precisamos organizar oportunidades de torná-los protagonistas de feitos transformadores, usando o potencial das redes sociais para ondas de disseminação de exemplos que valorizem positivamente a imagem dos jovens. Vale dizer, nessa linha, que a questão imagética é preponderante: segundo pesquisa organizada pela Fundação SM, a característica que mais identifica os jovens atualmente – segundo eles mesmos – é a de serem “preocupados demais com sua imagem”.

   Certamente há um papel central dos educadores e das educadoras nessa ressignificação das identidades dos jovens, por vezes inseridos em contextos de violência doméstica, que é replicada nas demais relações interpessoais. Isso aparece no filme “Coach Carter”, blockbuster de 2005. Também está presente na série espanhola “Merlí”, que apresenta a força de novas formas de expressão para mudar estereótipos juvenis. E é narrada no documentário brasileiro “Nunca me Sonharam”, que aborda a experiência de um diretor que mudou sua escola a partir de novas oportunidades para os jovens que antes eram tidos como “alunos-problema”. Ainda, vemos essa experiência de ressignificação a partir do trabalho dos educadores na realidade das escolas municipais de São Paulo (SP), onde há uma ação institucionalizada para que os alunos direcionem suas energias para criar soluções em favor das suas comunidades – criações científicas, culturais e nas diversas linguagens que os próprios adolescentes inventam.

    As palavras-chave, sobretudo no contexto do retorno às rotinas escolares presenciais, são acolhimento e oportunidade, ao invés de criminalização e fechamento de portas, transformando situações psicológicas desafiadoras em um salto de pertencimento coletivo. Em Mogi das Cruzes (SP), por exemplo, a rede municipal de ensino criou plantões de acolhimento emocional para seus estudantes desde os primeiros anos do Ensino Fundamental, a partir do trabalho de escuta sensível por parte de uma equipe de psicólogas escolares. Famílias e mesmo profissionais da educação que nunca tiveram acesso a apoio psicológico passaram a ter essa oportunidade, quebrando barreiras de preconceito sobre a importância da saúde mental desde a infância. Por sua vez, a rede municipal de Londrina (PR) tem promovido formações de professores e círculos de diálogos com os alunos para o exercício da cooperação, da tolerância, da aceitação e respeito ao outro, da noção de limites, do conhecimento de si, do convívio e participação social. São iniciativas que saíram da teoria e foram para a prática, reconhecendo a importância da saúde mental e emocional no contexto da retomada das atividades letivas presenciais.

     Construir respostas de políticas públicas nesse contexto pode ganhar muitos graus de efetividade se bebermos da fonte mais preciosa, acolhendo as ideias de quem vive na pele os danos do distanciamento social. Precisamos chamar os jovens para a solução, de tal maneira que exercitem a criatividade de como melhorar seu próprio bem-estar. Como promover respeito à diversidade entre os jovens senão na linguagem deles? Como transformar a escola em um ambiente agregador e emocionalmente saudável senão pela construção de uma identidade coletiva dos próprios jovens?


(CALLEGARI, Caio; FERNANDES, Malu. A saúde mental dos jovens no retorno

letivo presencial. Nexo Jornal, 2022. Disponível em: https://www.nexojornal.

com.br/ensaio/2022/A-sa%C3%BAde-mental-dos-jovens-no-retorno-letivopresencial. Acesso em: 20/06/2022. Adaptado.)


Só NÃO constitui proposta de intervenção para enfrentar o problema tratado no texto: 
Alternativas
Q2115271 Português

A saúde mental dos jovens no retorno letivo presencial


    “Que tristeza seria estar enclausurado em casa nessa fase da vida!”. Durante os períodos mais críticos da pandemia, esse pensamento surgiu com frequência em conversas entre amigos de diferentes idades, que puderam viver o início de suas juventudes sem a obrigação do distanciamento social. Aos seus 15, 16 anos, muitos de nós até preferiam ficar sossegados em casa quando podíamos. Mas essa era uma preferência, uma escolha, tinha algo de eventual – não era uma obrigação prolongada durante meses.

     Não há dúvidas que o período de afastamento – necessário epidemiologicamente – dos jovens brasileiros de suas rotinas presenciais nas escolas e nos círculos de amizade produziu severos danos ao desenvolvimento corporal, cognitivo e emocional. Questões emocionais e de saúde mental não são novidade na educação brasileira, mas foram aprofundadas no contexto de carência relacional vivida por milhões de jovens na pandemia. Os números que temos são estarrecedores: 70% dos estudantes da rede estadual de São Paulo relataram sintomas de depressão e ansiedade no retorno letivo presencial. O caso de crise de ansiedade coletiva em uma escola estadual de Pernambuco também é ilustrativo do momento que vivemos.

     Relacionada a esse desafiador quadro de saúde mental, outra estatística chama a atenção: no início de 2022, em relação a 2019, houve um aumento de 48% nos casos de agressão física nas escolas estaduais de São Paulo. No noticiário de todo o país, explodiu a ocorrência de casos de discriminação e bullying, bem como as cenas de violência e brigas entre os alunos – popularizadas e incentivadas nas redes sociais. Como aponta o relatório da Unicef de 2021 sobre o impacto da Covid-19 na saúde mental, a ruptura com as rotinas produziu medo, irritação e insegurança, elementos que catalisam comportamentos violentos em um contexto em que jovens sofrem uma pressão adicional por se provar coletivamente.

    Há pelo menos dois tipos de violência entre jovens que precisamos observar no contexto do retorno letivo presencial. Primeiro, o bullying e a dificuldade de respeitar e conviver com as diferenças. Segundo, uma violência relacionada à dimensão do teste de força e poder no território da escola. Cada tipo de violência demanda respostas diversas em termos de políticas públicas, que vêm sendo estudadas por instituições e pesquisadores especialistas em psicologia juvenil, com propostas sólidas sendo experimentadas em diversos cantos do país – como evidenciou o vasto levantamento produzido pela consultoria Vozes da Educação.

    Um dos caminhos a ser trilhados é um trabalho, no miúdo de cada escola, para canalizar a energia dos jovens não para a agressão ou a violência, mas para criarem e brilharem. Precisamos organizar oportunidades de torná-los protagonistas de feitos transformadores, usando o potencial das redes sociais para ondas de disseminação de exemplos que valorizem positivamente a imagem dos jovens. Vale dizer, nessa linha, que a questão imagética é preponderante: segundo pesquisa organizada pela Fundação SM, a característica que mais identifica os jovens atualmente – segundo eles mesmos – é a de serem “preocupados demais com sua imagem”.

   Certamente há um papel central dos educadores e das educadoras nessa ressignificação das identidades dos jovens, por vezes inseridos em contextos de violência doméstica, que é replicada nas demais relações interpessoais. Isso aparece no filme “Coach Carter”, blockbuster de 2005. Também está presente na série espanhola “Merlí”, que apresenta a força de novas formas de expressão para mudar estereótipos juvenis. E é narrada no documentário brasileiro “Nunca me Sonharam”, que aborda a experiência de um diretor que mudou sua escola a partir de novas oportunidades para os jovens que antes eram tidos como “alunos-problema”. Ainda, vemos essa experiência de ressignificação a partir do trabalho dos educadores na realidade das escolas municipais de São Paulo (SP), onde há uma ação institucionalizada para que os alunos direcionem suas energias para criar soluções em favor das suas comunidades – criações científicas, culturais e nas diversas linguagens que os próprios adolescentes inventam.

    As palavras-chave, sobretudo no contexto do retorno às rotinas escolares presenciais, são acolhimento e oportunidade, ao invés de criminalização e fechamento de portas, transformando situações psicológicas desafiadoras em um salto de pertencimento coletivo. Em Mogi das Cruzes (SP), por exemplo, a rede municipal de ensino criou plantões de acolhimento emocional para seus estudantes desde os primeiros anos do Ensino Fundamental, a partir do trabalho de escuta sensível por parte de uma equipe de psicólogas escolares. Famílias e mesmo profissionais da educação que nunca tiveram acesso a apoio psicológico passaram a ter essa oportunidade, quebrando barreiras de preconceito sobre a importância da saúde mental desde a infância. Por sua vez, a rede municipal de Londrina (PR) tem promovido formações de professores e círculos de diálogos com os alunos para o exercício da cooperação, da tolerância, da aceitação e respeito ao outro, da noção de limites, do conhecimento de si, do convívio e participação social. São iniciativas que saíram da teoria e foram para a prática, reconhecendo a importância da saúde mental e emocional no contexto da retomada das atividades letivas presenciais.

     Construir respostas de políticas públicas nesse contexto pode ganhar muitos graus de efetividade se bebermos da fonte mais preciosa, acolhendo as ideias de quem vive na pele os danos do distanciamento social. Precisamos chamar os jovens para a solução, de tal maneira que exercitem a criatividade de como melhorar seu próprio bem-estar. Como promover respeito à diversidade entre os jovens senão na linguagem deles? Como transformar a escola em um ambiente agregador e emocionalmente saudável senão pela construção de uma identidade coletiva dos próprios jovens?


(CALLEGARI, Caio; FERNANDES, Malu. A saúde mental dos jovens no retorno

letivo presencial. Nexo Jornal, 2022. Disponível em: https://www.nexojornal.

com.br/ensaio/2022/A-sa%C3%BAde-mental-dos-jovens-no-retorno-letivopresencial. Acesso em: 20/06/2022. Adaptado.)


De acordo com o texto, analise as afirmativas a seguir.
I. Após a pandemia, sobretudo no retorno às aulas presenciais, os jovens estudantes começaram a apresentar problemas emocionais e um quadro de saúde mental que merece atenção por parte do poder público. II. As instituições educacionais têm um papel imprescindível no tocante à oferta de oportunidades que não só estimulem o protagonismo juvenil como também envolvam os jovens em processos de ressignificação de suas identidades. III. As redes sociais podem ser uma importante aliada na socialização de ações, exemplos e condutas positivas que valorizem a imagem do jovem como indivíduos capazes de transformar sua realidade social. IV. Diferentes formas de violência praticadas por estudantes no retorno letivo presencial podem ser minimizadas pela seguinte política pública: fomentar a criação de ações institucionalizadas, tais como práticas científicas, culturais e artísticas, por exemplo.
Está correto o que se afirma em
Alternativas
Q2115272 Português

A saúde mental dos jovens no retorno letivo presencial


    “Que tristeza seria estar enclausurado em casa nessa fase da vida!”. Durante os períodos mais críticos da pandemia, esse pensamento surgiu com frequência em conversas entre amigos de diferentes idades, que puderam viver o início de suas juventudes sem a obrigação do distanciamento social. Aos seus 15, 16 anos, muitos de nós até preferiam ficar sossegados em casa quando podíamos. Mas essa era uma preferência, uma escolha, tinha algo de eventual – não era uma obrigação prolongada durante meses.

     Não há dúvidas que o período de afastamento – necessário epidemiologicamente – dos jovens brasileiros de suas rotinas presenciais nas escolas e nos círculos de amizade produziu severos danos ao desenvolvimento corporal, cognitivo e emocional. Questões emocionais e de saúde mental não são novidade na educação brasileira, mas foram aprofundadas no contexto de carência relacional vivida por milhões de jovens na pandemia. Os números que temos são estarrecedores: 70% dos estudantes da rede estadual de São Paulo relataram sintomas de depressão e ansiedade no retorno letivo presencial. O caso de crise de ansiedade coletiva em uma escola estadual de Pernambuco também é ilustrativo do momento que vivemos.

     Relacionada a esse desafiador quadro de saúde mental, outra estatística chama a atenção: no início de 2022, em relação a 2019, houve um aumento de 48% nos casos de agressão física nas escolas estaduais de São Paulo. No noticiário de todo o país, explodiu a ocorrência de casos de discriminação e bullying, bem como as cenas de violência e brigas entre os alunos – popularizadas e incentivadas nas redes sociais. Como aponta o relatório da Unicef de 2021 sobre o impacto da Covid-19 na saúde mental, a ruptura com as rotinas produziu medo, irritação e insegurança, elementos que catalisam comportamentos violentos em um contexto em que jovens sofrem uma pressão adicional por se provar coletivamente.

    Há pelo menos dois tipos de violência entre jovens que precisamos observar no contexto do retorno letivo presencial. Primeiro, o bullying e a dificuldade de respeitar e conviver com as diferenças. Segundo, uma violência relacionada à dimensão do teste de força e poder no território da escola. Cada tipo de violência demanda respostas diversas em termos de políticas públicas, que vêm sendo estudadas por instituições e pesquisadores especialistas em psicologia juvenil, com propostas sólidas sendo experimentadas em diversos cantos do país – como evidenciou o vasto levantamento produzido pela consultoria Vozes da Educação.

    Um dos caminhos a ser trilhados é um trabalho, no miúdo de cada escola, para canalizar a energia dos jovens não para a agressão ou a violência, mas para criarem e brilharem. Precisamos organizar oportunidades de torná-los protagonistas de feitos transformadores, usando o potencial das redes sociais para ondas de disseminação de exemplos que valorizem positivamente a imagem dos jovens. Vale dizer, nessa linha, que a questão imagética é preponderante: segundo pesquisa organizada pela Fundação SM, a característica que mais identifica os jovens atualmente – segundo eles mesmos – é a de serem “preocupados demais com sua imagem”.

   Certamente há um papel central dos educadores e das educadoras nessa ressignificação das identidades dos jovens, por vezes inseridos em contextos de violência doméstica, que é replicada nas demais relações interpessoais. Isso aparece no filme “Coach Carter”, blockbuster de 2005. Também está presente na série espanhola “Merlí”, que apresenta a força de novas formas de expressão para mudar estereótipos juvenis. E é narrada no documentário brasileiro “Nunca me Sonharam”, que aborda a experiência de um diretor que mudou sua escola a partir de novas oportunidades para os jovens que antes eram tidos como “alunos-problema”. Ainda, vemos essa experiência de ressignificação a partir do trabalho dos educadores na realidade das escolas municipais de São Paulo (SP), onde há uma ação institucionalizada para que os alunos direcionem suas energias para criar soluções em favor das suas comunidades – criações científicas, culturais e nas diversas linguagens que os próprios adolescentes inventam.

    As palavras-chave, sobretudo no contexto do retorno às rotinas escolares presenciais, são acolhimento e oportunidade, ao invés de criminalização e fechamento de portas, transformando situações psicológicas desafiadoras em um salto de pertencimento coletivo. Em Mogi das Cruzes (SP), por exemplo, a rede municipal de ensino criou plantões de acolhimento emocional para seus estudantes desde os primeiros anos do Ensino Fundamental, a partir do trabalho de escuta sensível por parte de uma equipe de psicólogas escolares. Famílias e mesmo profissionais da educação que nunca tiveram acesso a apoio psicológico passaram a ter essa oportunidade, quebrando barreiras de preconceito sobre a importância da saúde mental desde a infância. Por sua vez, a rede municipal de Londrina (PR) tem promovido formações de professores e círculos de diálogos com os alunos para o exercício da cooperação, da tolerância, da aceitação e respeito ao outro, da noção de limites, do conhecimento de si, do convívio e participação social. São iniciativas que saíram da teoria e foram para a prática, reconhecendo a importância da saúde mental e emocional no contexto da retomada das atividades letivas presenciais.

     Construir respostas de políticas públicas nesse contexto pode ganhar muitos graus de efetividade se bebermos da fonte mais preciosa, acolhendo as ideias de quem vive na pele os danos do distanciamento social. Precisamos chamar os jovens para a solução, de tal maneira que exercitem a criatividade de como melhorar seu próprio bem-estar. Como promover respeito à diversidade entre os jovens senão na linguagem deles? Como transformar a escola em um ambiente agregador e emocionalmente saudável senão pela construção de uma identidade coletiva dos próprios jovens?


(CALLEGARI, Caio; FERNANDES, Malu. A saúde mental dos jovens no retorno

letivo presencial. Nexo Jornal, 2022. Disponível em: https://www.nexojornal.

com.br/ensaio/2022/A-sa%C3%BAde-mental-dos-jovens-no-retorno-letivopresencial. Acesso em: 20/06/2022. Adaptado.)


Das passagens a seguir, qual elemento coesivo destacado retoma um referente DISTINTO dos demais? 
Alternativas
Q2115273 Português

A saúde mental dos jovens no retorno letivo presencial


    “Que tristeza seria estar enclausurado em casa nessa fase da vida!”. Durante os períodos mais críticos da pandemia, esse pensamento surgiu com frequência em conversas entre amigos de diferentes idades, que puderam viver o início de suas juventudes sem a obrigação do distanciamento social. Aos seus 15, 16 anos, muitos de nós até preferiam ficar sossegados em casa quando podíamos. Mas essa era uma preferência, uma escolha, tinha algo de eventual – não era uma obrigação prolongada durante meses.

     Não há dúvidas que o período de afastamento – necessário epidemiologicamente – dos jovens brasileiros de suas rotinas presenciais nas escolas e nos círculos de amizade produziu severos danos ao desenvolvimento corporal, cognitivo e emocional. Questões emocionais e de saúde mental não são novidade na educação brasileira, mas foram aprofundadas no contexto de carência relacional vivida por milhões de jovens na pandemia. Os números que temos são estarrecedores: 70% dos estudantes da rede estadual de São Paulo relataram sintomas de depressão e ansiedade no retorno letivo presencial. O caso de crise de ansiedade coletiva em uma escola estadual de Pernambuco também é ilustrativo do momento que vivemos.

     Relacionada a esse desafiador quadro de saúde mental, outra estatística chama a atenção: no início de 2022, em relação a 2019, houve um aumento de 48% nos casos de agressão física nas escolas estaduais de São Paulo. No noticiário de todo o país, explodiu a ocorrência de casos de discriminação e bullying, bem como as cenas de violência e brigas entre os alunos – popularizadas e incentivadas nas redes sociais. Como aponta o relatório da Unicef de 2021 sobre o impacto da Covid-19 na saúde mental, a ruptura com as rotinas produziu medo, irritação e insegurança, elementos que catalisam comportamentos violentos em um contexto em que jovens sofrem uma pressão adicional por se provar coletivamente.

    Há pelo menos dois tipos de violência entre jovens que precisamos observar no contexto do retorno letivo presencial. Primeiro, o bullying e a dificuldade de respeitar e conviver com as diferenças. Segundo, uma violência relacionada à dimensão do teste de força e poder no território da escola. Cada tipo de violência demanda respostas diversas em termos de políticas públicas, que vêm sendo estudadas por instituições e pesquisadores especialistas em psicologia juvenil, com propostas sólidas sendo experimentadas em diversos cantos do país – como evidenciou o vasto levantamento produzido pela consultoria Vozes da Educação.

    Um dos caminhos a ser trilhados é um trabalho, no miúdo de cada escola, para canalizar a energia dos jovens não para a agressão ou a violência, mas para criarem e brilharem. Precisamos organizar oportunidades de torná-los protagonistas de feitos transformadores, usando o potencial das redes sociais para ondas de disseminação de exemplos que valorizem positivamente a imagem dos jovens. Vale dizer, nessa linha, que a questão imagética é preponderante: segundo pesquisa organizada pela Fundação SM, a característica que mais identifica os jovens atualmente – segundo eles mesmos – é a de serem “preocupados demais com sua imagem”.

   Certamente há um papel central dos educadores e das educadoras nessa ressignificação das identidades dos jovens, por vezes inseridos em contextos de violência doméstica, que é replicada nas demais relações interpessoais. Isso aparece no filme “Coach Carter”, blockbuster de 2005. Também está presente na série espanhola “Merlí”, que apresenta a força de novas formas de expressão para mudar estereótipos juvenis. E é narrada no documentário brasileiro “Nunca me Sonharam”, que aborda a experiência de um diretor que mudou sua escola a partir de novas oportunidades para os jovens que antes eram tidos como “alunos-problema”. Ainda, vemos essa experiência de ressignificação a partir do trabalho dos educadores na realidade das escolas municipais de São Paulo (SP), onde há uma ação institucionalizada para que os alunos direcionem suas energias para criar soluções em favor das suas comunidades – criações científicas, culturais e nas diversas linguagens que os próprios adolescentes inventam.

    As palavras-chave, sobretudo no contexto do retorno às rotinas escolares presenciais, são acolhimento e oportunidade, ao invés de criminalização e fechamento de portas, transformando situações psicológicas desafiadoras em um salto de pertencimento coletivo. Em Mogi das Cruzes (SP), por exemplo, a rede municipal de ensino criou plantões de acolhimento emocional para seus estudantes desde os primeiros anos do Ensino Fundamental, a partir do trabalho de escuta sensível por parte de uma equipe de psicólogas escolares. Famílias e mesmo profissionais da educação que nunca tiveram acesso a apoio psicológico passaram a ter essa oportunidade, quebrando barreiras de preconceito sobre a importância da saúde mental desde a infância. Por sua vez, a rede municipal de Londrina (PR) tem promovido formações de professores e círculos de diálogos com os alunos para o exercício da cooperação, da tolerância, da aceitação e respeito ao outro, da noção de limites, do conhecimento de si, do convívio e participação social. São iniciativas que saíram da teoria e foram para a prática, reconhecendo a importância da saúde mental e emocional no contexto da retomada das atividades letivas presenciais.

     Construir respostas de políticas públicas nesse contexto pode ganhar muitos graus de efetividade se bebermos da fonte mais preciosa, acolhendo as ideias de quem vive na pele os danos do distanciamento social. Precisamos chamar os jovens para a solução, de tal maneira que exercitem a criatividade de como melhorar seu próprio bem-estar. Como promover respeito à diversidade entre os jovens senão na linguagem deles? Como transformar a escola em um ambiente agregador e emocionalmente saudável senão pela construção de uma identidade coletiva dos próprios jovens?


(CALLEGARI, Caio; FERNANDES, Malu. A saúde mental dos jovens no retorno

letivo presencial. Nexo Jornal, 2022. Disponível em: https://www.nexojornal.

com.br/ensaio/2022/A-sa%C3%BAde-mental-dos-jovens-no-retorno-letivopresencial. Acesso em: 20/06/2022. Adaptado.)


Os sinais de pontuação são importantes elementos que operam a favor da progressão textual. No trecho “[...] a questão imagética é preponderante: segundo pesquisa organizada pela Fundação SM, a característica que mais identifica os jovens atualmente (...) é a de serem ‘preocupados demais com sua imagem’.” (5º§), os dois-pontos foram utilizados com a finalidade de:
Alternativas
Q2115274 Português

A saúde mental dos jovens no retorno letivo presencial


    “Que tristeza seria estar enclausurado em casa nessa fase da vida!”. Durante os períodos mais críticos da pandemia, esse pensamento surgiu com frequência em conversas entre amigos de diferentes idades, que puderam viver o início de suas juventudes sem a obrigação do distanciamento social. Aos seus 15, 16 anos, muitos de nós até preferiam ficar sossegados em casa quando podíamos. Mas essa era uma preferência, uma escolha, tinha algo de eventual – não era uma obrigação prolongada durante meses.

     Não há dúvidas que o período de afastamento – necessário epidemiologicamente – dos jovens brasileiros de suas rotinas presenciais nas escolas e nos círculos de amizade produziu severos danos ao desenvolvimento corporal, cognitivo e emocional. Questões emocionais e de saúde mental não são novidade na educação brasileira, mas foram aprofundadas no contexto de carência relacional vivida por milhões de jovens na pandemia. Os números que temos são estarrecedores: 70% dos estudantes da rede estadual de São Paulo relataram sintomas de depressão e ansiedade no retorno letivo presencial. O caso de crise de ansiedade coletiva em uma escola estadual de Pernambuco também é ilustrativo do momento que vivemos.

     Relacionada a esse desafiador quadro de saúde mental, outra estatística chama a atenção: no início de 2022, em relação a 2019, houve um aumento de 48% nos casos de agressão física nas escolas estaduais de São Paulo. No noticiário de todo o país, explodiu a ocorrência de casos de discriminação e bullying, bem como as cenas de violência e brigas entre os alunos – popularizadas e incentivadas nas redes sociais. Como aponta o relatório da Unicef de 2021 sobre o impacto da Covid-19 na saúde mental, a ruptura com as rotinas produziu medo, irritação e insegurança, elementos que catalisam comportamentos violentos em um contexto em que jovens sofrem uma pressão adicional por se provar coletivamente.

    Há pelo menos dois tipos de violência entre jovens que precisamos observar no contexto do retorno letivo presencial. Primeiro, o bullying e a dificuldade de respeitar e conviver com as diferenças. Segundo, uma violência relacionada à dimensão do teste de força e poder no território da escola. Cada tipo de violência demanda respostas diversas em termos de políticas públicas, que vêm sendo estudadas por instituições e pesquisadores especialistas em psicologia juvenil, com propostas sólidas sendo experimentadas em diversos cantos do país – como evidenciou o vasto levantamento produzido pela consultoria Vozes da Educação.

    Um dos caminhos a ser trilhados é um trabalho, no miúdo de cada escola, para canalizar a energia dos jovens não para a agressão ou a violência, mas para criarem e brilharem. Precisamos organizar oportunidades de torná-los protagonistas de feitos transformadores, usando o potencial das redes sociais para ondas de disseminação de exemplos que valorizem positivamente a imagem dos jovens. Vale dizer, nessa linha, que a questão imagética é preponderante: segundo pesquisa organizada pela Fundação SM, a característica que mais identifica os jovens atualmente – segundo eles mesmos – é a de serem “preocupados demais com sua imagem”.

   Certamente há um papel central dos educadores e das educadoras nessa ressignificação das identidades dos jovens, por vezes inseridos em contextos de violência doméstica, que é replicada nas demais relações interpessoais. Isso aparece no filme “Coach Carter”, blockbuster de 2005. Também está presente na série espanhola “Merlí”, que apresenta a força de novas formas de expressão para mudar estereótipos juvenis. E é narrada no documentário brasileiro “Nunca me Sonharam”, que aborda a experiência de um diretor que mudou sua escola a partir de novas oportunidades para os jovens que antes eram tidos como “alunos-problema”. Ainda, vemos essa experiência de ressignificação a partir do trabalho dos educadores na realidade das escolas municipais de São Paulo (SP), onde há uma ação institucionalizada para que os alunos direcionem suas energias para criar soluções em favor das suas comunidades – criações científicas, culturais e nas diversas linguagens que os próprios adolescentes inventam.

    As palavras-chave, sobretudo no contexto do retorno às rotinas escolares presenciais, são acolhimento e oportunidade, ao invés de criminalização e fechamento de portas, transformando situações psicológicas desafiadoras em um salto de pertencimento coletivo. Em Mogi das Cruzes (SP), por exemplo, a rede municipal de ensino criou plantões de acolhimento emocional para seus estudantes desde os primeiros anos do Ensino Fundamental, a partir do trabalho de escuta sensível por parte de uma equipe de psicólogas escolares. Famílias e mesmo profissionais da educação que nunca tiveram acesso a apoio psicológico passaram a ter essa oportunidade, quebrando barreiras de preconceito sobre a importância da saúde mental desde a infância. Por sua vez, a rede municipal de Londrina (PR) tem promovido formações de professores e círculos de diálogos com os alunos para o exercício da cooperação, da tolerância, da aceitação e respeito ao outro, da noção de limites, do conhecimento de si, do convívio e participação social. São iniciativas que saíram da teoria e foram para a prática, reconhecendo a importância da saúde mental e emocional no contexto da retomada das atividades letivas presenciais.

     Construir respostas de políticas públicas nesse contexto pode ganhar muitos graus de efetividade se bebermos da fonte mais preciosa, acolhendo as ideias de quem vive na pele os danos do distanciamento social. Precisamos chamar os jovens para a solução, de tal maneira que exercitem a criatividade de como melhorar seu próprio bem-estar. Como promover respeito à diversidade entre os jovens senão na linguagem deles? Como transformar a escola em um ambiente agregador e emocionalmente saudável senão pela construção de uma identidade coletiva dos próprios jovens?


(CALLEGARI, Caio; FERNANDES, Malu. A saúde mental dos jovens no retorno

letivo presencial. Nexo Jornal, 2022. Disponível em: https://www.nexojornal.

com.br/ensaio/2022/A-sa%C3%BAde-mental-dos-jovens-no-retorno-letivopresencial. Acesso em: 20/06/2022. Adaptado.)


Observe as palavras destacadas nos seguintes fragmentos do texto.
I. “Mas essa era uma preferência, uma escolha, tinha algo de eventual [...]” (1º§) II. “[...] medo, irritação e insegurança, elementos que catalisam comportamentos violentos [...]” (3º§) III. “Um dos caminhos a ser trilhados é um trabalho (...) para canalizar a energia dos jovens [...]” (5º§) IV. “[...] inseridos em contextos de violência doméstica, que é replicada nas demais relações interpessoais.” (6º§)
Considerando o emprego dos termos eventual, catalisam, canalizar e replicada no texto, a alternativa que apresenta os sinônimos mais adequados, respectivamente, é:
Alternativas
Q2115275 Português

A saúde mental dos jovens no retorno letivo presencial


    “Que tristeza seria estar enclausurado em casa nessa fase da vida!”. Durante os períodos mais críticos da pandemia, esse pensamento surgiu com frequência em conversas entre amigos de diferentes idades, que puderam viver o início de suas juventudes sem a obrigação do distanciamento social. Aos seus 15, 16 anos, muitos de nós até preferiam ficar sossegados em casa quando podíamos. Mas essa era uma preferência, uma escolha, tinha algo de eventual – não era uma obrigação prolongada durante meses.

     Não há dúvidas que o período de afastamento – necessário epidemiologicamente – dos jovens brasileiros de suas rotinas presenciais nas escolas e nos círculos de amizade produziu severos danos ao desenvolvimento corporal, cognitivo e emocional. Questões emocionais e de saúde mental não são novidade na educação brasileira, mas foram aprofundadas no contexto de carência relacional vivida por milhões de jovens na pandemia. Os números que temos são estarrecedores: 70% dos estudantes da rede estadual de São Paulo relataram sintomas de depressão e ansiedade no retorno letivo presencial. O caso de crise de ansiedade coletiva em uma escola estadual de Pernambuco também é ilustrativo do momento que vivemos.

     Relacionada a esse desafiador quadro de saúde mental, outra estatística chama a atenção: no início de 2022, em relação a 2019, houve um aumento de 48% nos casos de agressão física nas escolas estaduais de São Paulo. No noticiário de todo o país, explodiu a ocorrência de casos de discriminação e bullying, bem como as cenas de violência e brigas entre os alunos – popularizadas e incentivadas nas redes sociais. Como aponta o relatório da Unicef de 2021 sobre o impacto da Covid-19 na saúde mental, a ruptura com as rotinas produziu medo, irritação e insegurança, elementos que catalisam comportamentos violentos em um contexto em que jovens sofrem uma pressão adicional por se provar coletivamente.

    Há pelo menos dois tipos de violência entre jovens que precisamos observar no contexto do retorno letivo presencial. Primeiro, o bullying e a dificuldade de respeitar e conviver com as diferenças. Segundo, uma violência relacionada à dimensão do teste de força e poder no território da escola. Cada tipo de violência demanda respostas diversas em termos de políticas públicas, que vêm sendo estudadas por instituições e pesquisadores especialistas em psicologia juvenil, com propostas sólidas sendo experimentadas em diversos cantos do país – como evidenciou o vasto levantamento produzido pela consultoria Vozes da Educação.

    Um dos caminhos a ser trilhados é um trabalho, no miúdo de cada escola, para canalizar a energia dos jovens não para a agressão ou a violência, mas para criarem e brilharem. Precisamos organizar oportunidades de torná-los protagonistas de feitos transformadores, usando o potencial das redes sociais para ondas de disseminação de exemplos que valorizem positivamente a imagem dos jovens. Vale dizer, nessa linha, que a questão imagética é preponderante: segundo pesquisa organizada pela Fundação SM, a característica que mais identifica os jovens atualmente – segundo eles mesmos – é a de serem “preocupados demais com sua imagem”.

   Certamente há um papel central dos educadores e das educadoras nessa ressignificação das identidades dos jovens, por vezes inseridos em contextos de violência doméstica, que é replicada nas demais relações interpessoais. Isso aparece no filme “Coach Carter”, blockbuster de 2005. Também está presente na série espanhola “Merlí”, que apresenta a força de novas formas de expressão para mudar estereótipos juvenis. E é narrada no documentário brasileiro “Nunca me Sonharam”, que aborda a experiência de um diretor que mudou sua escola a partir de novas oportunidades para os jovens que antes eram tidos como “alunos-problema”. Ainda, vemos essa experiência de ressignificação a partir do trabalho dos educadores na realidade das escolas municipais de São Paulo (SP), onde há uma ação institucionalizada para que os alunos direcionem suas energias para criar soluções em favor das suas comunidades – criações científicas, culturais e nas diversas linguagens que os próprios adolescentes inventam.

    As palavras-chave, sobretudo no contexto do retorno às rotinas escolares presenciais, são acolhimento e oportunidade, ao invés de criminalização e fechamento de portas, transformando situações psicológicas desafiadoras em um salto de pertencimento coletivo. Em Mogi das Cruzes (SP), por exemplo, a rede municipal de ensino criou plantões de acolhimento emocional para seus estudantes desde os primeiros anos do Ensino Fundamental, a partir do trabalho de escuta sensível por parte de uma equipe de psicólogas escolares. Famílias e mesmo profissionais da educação que nunca tiveram acesso a apoio psicológico passaram a ter essa oportunidade, quebrando barreiras de preconceito sobre a importância da saúde mental desde a infância. Por sua vez, a rede municipal de Londrina (PR) tem promovido formações de professores e círculos de diálogos com os alunos para o exercício da cooperação, da tolerância, da aceitação e respeito ao outro, da noção de limites, do conhecimento de si, do convívio e participação social. São iniciativas que saíram da teoria e foram para a prática, reconhecendo a importância da saúde mental e emocional no contexto da retomada das atividades letivas presenciais.

     Construir respostas de políticas públicas nesse contexto pode ganhar muitos graus de efetividade se bebermos da fonte mais preciosa, acolhendo as ideias de quem vive na pele os danos do distanciamento social. Precisamos chamar os jovens para a solução, de tal maneira que exercitem a criatividade de como melhorar seu próprio bem-estar. Como promover respeito à diversidade entre os jovens senão na linguagem deles? Como transformar a escola em um ambiente agregador e emocionalmente saudável senão pela construção de uma identidade coletiva dos próprios jovens?


(CALLEGARI, Caio; FERNANDES, Malu. A saúde mental dos jovens no retorno

letivo presencial. Nexo Jornal, 2022. Disponível em: https://www.nexojornal.

com.br/ensaio/2022/A-sa%C3%BAde-mental-dos-jovens-no-retorno-letivopresencial. Acesso em: 20/06/2022. Adaptado.)


Atente para as seguintes informações veiculadas no 3º parágrafo do texto: “...em relação a 2019, houve um aumento de 48% nos casos de agressão física nas escolas estaduais de São Paulo. (...) Como aponta o relatório da Unicef de 2021 sobre o impacto da Covid-19 na saúde mental, a ruptura com as rotinas produziu medo, irritação e insegurança, [...]” (3º§). Nessa passagem, predomina a função de linguagem: 
Alternativas
Q2115276 Português

A saúde mental dos jovens no retorno letivo presencial


    “Que tristeza seria estar enclausurado em casa nessa fase da vida!”. Durante os períodos mais críticos da pandemia, esse pensamento surgiu com frequência em conversas entre amigos de diferentes idades, que puderam viver o início de suas juventudes sem a obrigação do distanciamento social. Aos seus 15, 16 anos, muitos de nós até preferiam ficar sossegados em casa quando podíamos. Mas essa era uma preferência, uma escolha, tinha algo de eventual – não era uma obrigação prolongada durante meses.

     Não há dúvidas que o período de afastamento – necessário epidemiologicamente – dos jovens brasileiros de suas rotinas presenciais nas escolas e nos círculos de amizade produziu severos danos ao desenvolvimento corporal, cognitivo e emocional. Questões emocionais e de saúde mental não são novidade na educação brasileira, mas foram aprofundadas no contexto de carência relacional vivida por milhões de jovens na pandemia. Os números que temos são estarrecedores: 70% dos estudantes da rede estadual de São Paulo relataram sintomas de depressão e ansiedade no retorno letivo presencial. O caso de crise de ansiedade coletiva em uma escola estadual de Pernambuco também é ilustrativo do momento que vivemos.

     Relacionada a esse desafiador quadro de saúde mental, outra estatística chama a atenção: no início de 2022, em relação a 2019, houve um aumento de 48% nos casos de agressão física nas escolas estaduais de São Paulo. No noticiário de todo o país, explodiu a ocorrência de casos de discriminação e bullying, bem como as cenas de violência e brigas entre os alunos – popularizadas e incentivadas nas redes sociais. Como aponta o relatório da Unicef de 2021 sobre o impacto da Covid-19 na saúde mental, a ruptura com as rotinas produziu medo, irritação e insegurança, elementos que catalisam comportamentos violentos em um contexto em que jovens sofrem uma pressão adicional por se provar coletivamente.

    Há pelo menos dois tipos de violência entre jovens que precisamos observar no contexto do retorno letivo presencial. Primeiro, o bullying e a dificuldade de respeitar e conviver com as diferenças. Segundo, uma violência relacionada à dimensão do teste de força e poder no território da escola. Cada tipo de violência demanda respostas diversas em termos de políticas públicas, que vêm sendo estudadas por instituições e pesquisadores especialistas em psicologia juvenil, com propostas sólidas sendo experimentadas em diversos cantos do país – como evidenciou o vasto levantamento produzido pela consultoria Vozes da Educação.

    Um dos caminhos a ser trilhados é um trabalho, no miúdo de cada escola, para canalizar a energia dos jovens não para a agressão ou a violência, mas para criarem e brilharem. Precisamos organizar oportunidades de torná-los protagonistas de feitos transformadores, usando o potencial das redes sociais para ondas de disseminação de exemplos que valorizem positivamente a imagem dos jovens. Vale dizer, nessa linha, que a questão imagética é preponderante: segundo pesquisa organizada pela Fundação SM, a característica que mais identifica os jovens atualmente – segundo eles mesmos – é a de serem “preocupados demais com sua imagem”.

   Certamente há um papel central dos educadores e das educadoras nessa ressignificação das identidades dos jovens, por vezes inseridos em contextos de violência doméstica, que é replicada nas demais relações interpessoais. Isso aparece no filme “Coach Carter”, blockbuster de 2005. Também está presente na série espanhola “Merlí”, que apresenta a força de novas formas de expressão para mudar estereótipos juvenis. E é narrada no documentário brasileiro “Nunca me Sonharam”, que aborda a experiência de um diretor que mudou sua escola a partir de novas oportunidades para os jovens que antes eram tidos como “alunos-problema”. Ainda, vemos essa experiência de ressignificação a partir do trabalho dos educadores na realidade das escolas municipais de São Paulo (SP), onde há uma ação institucionalizada para que os alunos direcionem suas energias para criar soluções em favor das suas comunidades – criações científicas, culturais e nas diversas linguagens que os próprios adolescentes inventam.

    As palavras-chave, sobretudo no contexto do retorno às rotinas escolares presenciais, são acolhimento e oportunidade, ao invés de criminalização e fechamento de portas, transformando situações psicológicas desafiadoras em um salto de pertencimento coletivo. Em Mogi das Cruzes (SP), por exemplo, a rede municipal de ensino criou plantões de acolhimento emocional para seus estudantes desde os primeiros anos do Ensino Fundamental, a partir do trabalho de escuta sensível por parte de uma equipe de psicólogas escolares. Famílias e mesmo profissionais da educação que nunca tiveram acesso a apoio psicológico passaram a ter essa oportunidade, quebrando barreiras de preconceito sobre a importância da saúde mental desde a infância. Por sua vez, a rede municipal de Londrina (PR) tem promovido formações de professores e círculos de diálogos com os alunos para o exercício da cooperação, da tolerância, da aceitação e respeito ao outro, da noção de limites, do conhecimento de si, do convívio e participação social. São iniciativas que saíram da teoria e foram para a prática, reconhecendo a importância da saúde mental e emocional no contexto da retomada das atividades letivas presenciais.

     Construir respostas de políticas públicas nesse contexto pode ganhar muitos graus de efetividade se bebermos da fonte mais preciosa, acolhendo as ideias de quem vive na pele os danos do distanciamento social. Precisamos chamar os jovens para a solução, de tal maneira que exercitem a criatividade de como melhorar seu próprio bem-estar. Como promover respeito à diversidade entre os jovens senão na linguagem deles? Como transformar a escola em um ambiente agregador e emocionalmente saudável senão pela construção de uma identidade coletiva dos próprios jovens?


(CALLEGARI, Caio; FERNANDES, Malu. A saúde mental dos jovens no retorno

letivo presencial. Nexo Jornal, 2022. Disponível em: https://www.nexojornal.

com.br/ensaio/2022/A-sa%C3%BAde-mental-dos-jovens-no-retorno-letivopresencial. Acesso em: 20/06/2022. Adaptado.)


Na função emotiva da linguagem, o destaque está no emissor da mensagem. É característica dessa função a expressão subjetiva de estados de ânimo, sentimentos e emoções de quem elabora o texto. Com base nessas informações, assinale a passagem do texto que melhor ilustra a função emotiva ou expressiva.
Alternativas
Q2115277 Português

A saúde mental dos jovens no retorno letivo presencial


    “Que tristeza seria estar enclausurado em casa nessa fase da vida!”. Durante os períodos mais críticos da pandemia, esse pensamento surgiu com frequência em conversas entre amigos de diferentes idades, que puderam viver o início de suas juventudes sem a obrigação do distanciamento social. Aos seus 15, 16 anos, muitos de nós até preferiam ficar sossegados em casa quando podíamos. Mas essa era uma preferência, uma escolha, tinha algo de eventual – não era uma obrigação prolongada durante meses.

     Não há dúvidas que o período de afastamento – necessário epidemiologicamente – dos jovens brasileiros de suas rotinas presenciais nas escolas e nos círculos de amizade produziu severos danos ao desenvolvimento corporal, cognitivo e emocional. Questões emocionais e de saúde mental não são novidade na educação brasileira, mas foram aprofundadas no contexto de carência relacional vivida por milhões de jovens na pandemia. Os números que temos são estarrecedores: 70% dos estudantes da rede estadual de São Paulo relataram sintomas de depressão e ansiedade no retorno letivo presencial. O caso de crise de ansiedade coletiva em uma escola estadual de Pernambuco também é ilustrativo do momento que vivemos.

     Relacionada a esse desafiador quadro de saúde mental, outra estatística chama a atenção: no início de 2022, em relação a 2019, houve um aumento de 48% nos casos de agressão física nas escolas estaduais de São Paulo. No noticiário de todo o país, explodiu a ocorrência de casos de discriminação e bullying, bem como as cenas de violência e brigas entre os alunos – popularizadas e incentivadas nas redes sociais. Como aponta o relatório da Unicef de 2021 sobre o impacto da Covid-19 na saúde mental, a ruptura com as rotinas produziu medo, irritação e insegurança, elementos que catalisam comportamentos violentos em um contexto em que jovens sofrem uma pressão adicional por se provar coletivamente.

    Há pelo menos dois tipos de violência entre jovens que precisamos observar no contexto do retorno letivo presencial. Primeiro, o bullying e a dificuldade de respeitar e conviver com as diferenças. Segundo, uma violência relacionada à dimensão do teste de força e poder no território da escola. Cada tipo de violência demanda respostas diversas em termos de políticas públicas, que vêm sendo estudadas por instituições e pesquisadores especialistas em psicologia juvenil, com propostas sólidas sendo experimentadas em diversos cantos do país – como evidenciou o vasto levantamento produzido pela consultoria Vozes da Educação.

    Um dos caminhos a ser trilhados é um trabalho, no miúdo de cada escola, para canalizar a energia dos jovens não para a agressão ou a violência, mas para criarem e brilharem. Precisamos organizar oportunidades de torná-los protagonistas de feitos transformadores, usando o potencial das redes sociais para ondas de disseminação de exemplos que valorizem positivamente a imagem dos jovens. Vale dizer, nessa linha, que a questão imagética é preponderante: segundo pesquisa organizada pela Fundação SM, a característica que mais identifica os jovens atualmente – segundo eles mesmos – é a de serem “preocupados demais com sua imagem”.

   Certamente há um papel central dos educadores e das educadoras nessa ressignificação das identidades dos jovens, por vezes inseridos em contextos de violência doméstica, que é replicada nas demais relações interpessoais. Isso aparece no filme “Coach Carter”, blockbuster de 2005. Também está presente na série espanhola “Merlí”, que apresenta a força de novas formas de expressão para mudar estereótipos juvenis. E é narrada no documentário brasileiro “Nunca me Sonharam”, que aborda a experiência de um diretor que mudou sua escola a partir de novas oportunidades para os jovens que antes eram tidos como “alunos-problema”. Ainda, vemos essa experiência de ressignificação a partir do trabalho dos educadores na realidade das escolas municipais de São Paulo (SP), onde há uma ação institucionalizada para que os alunos direcionem suas energias para criar soluções em favor das suas comunidades – criações científicas, culturais e nas diversas linguagens que os próprios adolescentes inventam.

    As palavras-chave, sobretudo no contexto do retorno às rotinas escolares presenciais, são acolhimento e oportunidade, ao invés de criminalização e fechamento de portas, transformando situações psicológicas desafiadoras em um salto de pertencimento coletivo. Em Mogi das Cruzes (SP), por exemplo, a rede municipal de ensino criou plantões de acolhimento emocional para seus estudantes desde os primeiros anos do Ensino Fundamental, a partir do trabalho de escuta sensível por parte de uma equipe de psicólogas escolares. Famílias e mesmo profissionais da educação que nunca tiveram acesso a apoio psicológico passaram a ter essa oportunidade, quebrando barreiras de preconceito sobre a importância da saúde mental desde a infância. Por sua vez, a rede municipal de Londrina (PR) tem promovido formações de professores e círculos de diálogos com os alunos para o exercício da cooperação, da tolerância, da aceitação e respeito ao outro, da noção de limites, do conhecimento de si, do convívio e participação social. São iniciativas que saíram da teoria e foram para a prática, reconhecendo a importância da saúde mental e emocional no contexto da retomada das atividades letivas presenciais.

     Construir respostas de políticas públicas nesse contexto pode ganhar muitos graus de efetividade se bebermos da fonte mais preciosa, acolhendo as ideias de quem vive na pele os danos do distanciamento social. Precisamos chamar os jovens para a solução, de tal maneira que exercitem a criatividade de como melhorar seu próprio bem-estar. Como promover respeito à diversidade entre os jovens senão na linguagem deles? Como transformar a escola em um ambiente agregador e emocionalmente saudável senão pela construção de uma identidade coletiva dos próprios jovens?


(CALLEGARI, Caio; FERNANDES, Malu. A saúde mental dos jovens no retorno

letivo presencial. Nexo Jornal, 2022. Disponível em: https://www.nexojornal.

com.br/ensaio/2022/A-sa%C3%BAde-mental-dos-jovens-no-retorno-letivopresencial. Acesso em: 20/06/2022. Adaptado.)


Assinale a passagem que ilustra uma infração às regras de concordância prescritas pela norma culta escrita. 
Alternativas
Q2115278 Português

A saúde mental dos jovens no retorno letivo presencial


    “Que tristeza seria estar enclausurado em casa nessa fase da vida!”. Durante os períodos mais críticos da pandemia, esse pensamento surgiu com frequência em conversas entre amigos de diferentes idades, que puderam viver o início de suas juventudes sem a obrigação do distanciamento social. Aos seus 15, 16 anos, muitos de nós até preferiam ficar sossegados em casa quando podíamos. Mas essa era uma preferência, uma escolha, tinha algo de eventual – não era uma obrigação prolongada durante meses.

     Não há dúvidas que o período de afastamento – necessário epidemiologicamente – dos jovens brasileiros de suas rotinas presenciais nas escolas e nos círculos de amizade produziu severos danos ao desenvolvimento corporal, cognitivo e emocional. Questões emocionais e de saúde mental não são novidade na educação brasileira, mas foram aprofundadas no contexto de carência relacional vivida por milhões de jovens na pandemia. Os números que temos são estarrecedores: 70% dos estudantes da rede estadual de São Paulo relataram sintomas de depressão e ansiedade no retorno letivo presencial. O caso de crise de ansiedade coletiva em uma escola estadual de Pernambuco também é ilustrativo do momento que vivemos.

     Relacionada a esse desafiador quadro de saúde mental, outra estatística chama a atenção: no início de 2022, em relação a 2019, houve um aumento de 48% nos casos de agressão física nas escolas estaduais de São Paulo. No noticiário de todo o país, explodiu a ocorrência de casos de discriminação e bullying, bem como as cenas de violência e brigas entre os alunos – popularizadas e incentivadas nas redes sociais. Como aponta o relatório da Unicef de 2021 sobre o impacto da Covid-19 na saúde mental, a ruptura com as rotinas produziu medo, irritação e insegurança, elementos que catalisam comportamentos violentos em um contexto em que jovens sofrem uma pressão adicional por se provar coletivamente.

    Há pelo menos dois tipos de violência entre jovens que precisamos observar no contexto do retorno letivo presencial. Primeiro, o bullying e a dificuldade de respeitar e conviver com as diferenças. Segundo, uma violência relacionada à dimensão do teste de força e poder no território da escola. Cada tipo de violência demanda respostas diversas em termos de políticas públicas, que vêm sendo estudadas por instituições e pesquisadores especialistas em psicologia juvenil, com propostas sólidas sendo experimentadas em diversos cantos do país – como evidenciou o vasto levantamento produzido pela consultoria Vozes da Educação.

    Um dos caminhos a ser trilhados é um trabalho, no miúdo de cada escola, para canalizar a energia dos jovens não para a agressão ou a violência, mas para criarem e brilharem. Precisamos organizar oportunidades de torná-los protagonistas de feitos transformadores, usando o potencial das redes sociais para ondas de disseminação de exemplos que valorizem positivamente a imagem dos jovens. Vale dizer, nessa linha, que a questão imagética é preponderante: segundo pesquisa organizada pela Fundação SM, a característica que mais identifica os jovens atualmente – segundo eles mesmos – é a de serem “preocupados demais com sua imagem”.

   Certamente há um papel central dos educadores e das educadoras nessa ressignificação das identidades dos jovens, por vezes inseridos em contextos de violência doméstica, que é replicada nas demais relações interpessoais. Isso aparece no filme “Coach Carter”, blockbuster de 2005. Também está presente na série espanhola “Merlí”, que apresenta a força de novas formas de expressão para mudar estereótipos juvenis. E é narrada no documentário brasileiro “Nunca me Sonharam”, que aborda a experiência de um diretor que mudou sua escola a partir de novas oportunidades para os jovens que antes eram tidos como “alunos-problema”. Ainda, vemos essa experiência de ressignificação a partir do trabalho dos educadores na realidade das escolas municipais de São Paulo (SP), onde há uma ação institucionalizada para que os alunos direcionem suas energias para criar soluções em favor das suas comunidades – criações científicas, culturais e nas diversas linguagens que os próprios adolescentes inventam.

    As palavras-chave, sobretudo no contexto do retorno às rotinas escolares presenciais, são acolhimento e oportunidade, ao invés de criminalização e fechamento de portas, transformando situações psicológicas desafiadoras em um salto de pertencimento coletivo. Em Mogi das Cruzes (SP), por exemplo, a rede municipal de ensino criou plantões de acolhimento emocional para seus estudantes desde os primeiros anos do Ensino Fundamental, a partir do trabalho de escuta sensível por parte de uma equipe de psicólogas escolares. Famílias e mesmo profissionais da educação que nunca tiveram acesso a apoio psicológico passaram a ter essa oportunidade, quebrando barreiras de preconceito sobre a importância da saúde mental desde a infância. Por sua vez, a rede municipal de Londrina (PR) tem promovido formações de professores e círculos de diálogos com os alunos para o exercício da cooperação, da tolerância, da aceitação e respeito ao outro, da noção de limites, do conhecimento de si, do convívio e participação social. São iniciativas que saíram da teoria e foram para a prática, reconhecendo a importância da saúde mental e emocional no contexto da retomada das atividades letivas presenciais.

     Construir respostas de políticas públicas nesse contexto pode ganhar muitos graus de efetividade se bebermos da fonte mais preciosa, acolhendo as ideias de quem vive na pele os danos do distanciamento social. Precisamos chamar os jovens para a solução, de tal maneira que exercitem a criatividade de como melhorar seu próprio bem-estar. Como promover respeito à diversidade entre os jovens senão na linguagem deles? Como transformar a escola em um ambiente agregador e emocionalmente saudável senão pela construção de uma identidade coletiva dos próprios jovens?


(CALLEGARI, Caio; FERNANDES, Malu. A saúde mental dos jovens no retorno

letivo presencial. Nexo Jornal, 2022. Disponível em: https://www.nexojornal.

com.br/ensaio/2022/A-sa%C3%BAde-mental-dos-jovens-no-retorno-letivopresencial. Acesso em: 20/06/2022. Adaptado.)


No excerto “[...] a característica que mais identifica os jovens atualmente –segundo eles mesmos – é a de serem ‘preocupados demais com sua imagem’.” (5º§), a conjunção destacada possui o mesmo valor sintático-semântico que o termo destacado em:
Alternativas
Q2115279 Português

A saúde mental dos jovens no retorno letivo presencial


    “Que tristeza seria estar enclausurado em casa nessa fase da vida!”. Durante os períodos mais críticos da pandemia, esse pensamento surgiu com frequência em conversas entre amigos de diferentes idades, que puderam viver o início de suas juventudes sem a obrigação do distanciamento social. Aos seus 15, 16 anos, muitos de nós até preferiam ficar sossegados em casa quando podíamos. Mas essa era uma preferência, uma escolha, tinha algo de eventual – não era uma obrigação prolongada durante meses.

     Não há dúvidas que o período de afastamento – necessário epidemiologicamente – dos jovens brasileiros de suas rotinas presenciais nas escolas e nos círculos de amizade produziu severos danos ao desenvolvimento corporal, cognitivo e emocional. Questões emocionais e de saúde mental não são novidade na educação brasileira, mas foram aprofundadas no contexto de carência relacional vivida por milhões de jovens na pandemia. Os números que temos são estarrecedores: 70% dos estudantes da rede estadual de São Paulo relataram sintomas de depressão e ansiedade no retorno letivo presencial. O caso de crise de ansiedade coletiva em uma escola estadual de Pernambuco também é ilustrativo do momento que vivemos.

     Relacionada a esse desafiador quadro de saúde mental, outra estatística chama a atenção: no início de 2022, em relação a 2019, houve um aumento de 48% nos casos de agressão física nas escolas estaduais de São Paulo. No noticiário de todo o país, explodiu a ocorrência de casos de discriminação e bullying, bem como as cenas de violência e brigas entre os alunos – popularizadas e incentivadas nas redes sociais. Como aponta o relatório da Unicef de 2021 sobre o impacto da Covid-19 na saúde mental, a ruptura com as rotinas produziu medo, irritação e insegurança, elementos que catalisam comportamentos violentos em um contexto em que jovens sofrem uma pressão adicional por se provar coletivamente.

    Há pelo menos dois tipos de violência entre jovens que precisamos observar no contexto do retorno letivo presencial. Primeiro, o bullying e a dificuldade de respeitar e conviver com as diferenças. Segundo, uma violência relacionada à dimensão do teste de força e poder no território da escola. Cada tipo de violência demanda respostas diversas em termos de políticas públicas, que vêm sendo estudadas por instituições e pesquisadores especialistas em psicologia juvenil, com propostas sólidas sendo experimentadas em diversos cantos do país – como evidenciou o vasto levantamento produzido pela consultoria Vozes da Educação.

    Um dos caminhos a ser trilhados é um trabalho, no miúdo de cada escola, para canalizar a energia dos jovens não para a agressão ou a violência, mas para criarem e brilharem. Precisamos organizar oportunidades de torná-los protagonistas de feitos transformadores, usando o potencial das redes sociais para ondas de disseminação de exemplos que valorizem positivamente a imagem dos jovens. Vale dizer, nessa linha, que a questão imagética é preponderante: segundo pesquisa organizada pela Fundação SM, a característica que mais identifica os jovens atualmente – segundo eles mesmos – é a de serem “preocupados demais com sua imagem”.

   Certamente há um papel central dos educadores e das educadoras nessa ressignificação das identidades dos jovens, por vezes inseridos em contextos de violência doméstica, que é replicada nas demais relações interpessoais. Isso aparece no filme “Coach Carter”, blockbuster de 2005. Também está presente na série espanhola “Merlí”, que apresenta a força de novas formas de expressão para mudar estereótipos juvenis. E é narrada no documentário brasileiro “Nunca me Sonharam”, que aborda a experiência de um diretor que mudou sua escola a partir de novas oportunidades para os jovens que antes eram tidos como “alunos-problema”. Ainda, vemos essa experiência de ressignificação a partir do trabalho dos educadores na realidade das escolas municipais de São Paulo (SP), onde há uma ação institucionalizada para que os alunos direcionem suas energias para criar soluções em favor das suas comunidades – criações científicas, culturais e nas diversas linguagens que os próprios adolescentes inventam.

    As palavras-chave, sobretudo no contexto do retorno às rotinas escolares presenciais, são acolhimento e oportunidade, ao invés de criminalização e fechamento de portas, transformando situações psicológicas desafiadoras em um salto de pertencimento coletivo. Em Mogi das Cruzes (SP), por exemplo, a rede municipal de ensino criou plantões de acolhimento emocional para seus estudantes desde os primeiros anos do Ensino Fundamental, a partir do trabalho de escuta sensível por parte de uma equipe de psicólogas escolares. Famílias e mesmo profissionais da educação que nunca tiveram acesso a apoio psicológico passaram a ter essa oportunidade, quebrando barreiras de preconceito sobre a importância da saúde mental desde a infância. Por sua vez, a rede municipal de Londrina (PR) tem promovido formações de professores e círculos de diálogos com os alunos para o exercício da cooperação, da tolerância, da aceitação e respeito ao outro, da noção de limites, do conhecimento de si, do convívio e participação social. São iniciativas que saíram da teoria e foram para a prática, reconhecendo a importância da saúde mental e emocional no contexto da retomada das atividades letivas presenciais.

     Construir respostas de políticas públicas nesse contexto pode ganhar muitos graus de efetividade se bebermos da fonte mais preciosa, acolhendo as ideias de quem vive na pele os danos do distanciamento social. Precisamos chamar os jovens para a solução, de tal maneira que exercitem a criatividade de como melhorar seu próprio bem-estar. Como promover respeito à diversidade entre os jovens senão na linguagem deles? Como transformar a escola em um ambiente agregador e emocionalmente saudável senão pela construção de uma identidade coletiva dos próprios jovens?


(CALLEGARI, Caio; FERNANDES, Malu. A saúde mental dos jovens no retorno

letivo presencial. Nexo Jornal, 2022. Disponível em: https://www.nexojornal.

com.br/ensaio/2022/A-sa%C3%BAde-mental-dos-jovens-no-retorno-letivopresencial. Acesso em: 20/06/2022. Adaptado.)


Em qual dos seguintes fragmentos a supressão do artigo definido o(s) destacado altera sensivelmente o sentido do enunciado?
Alternativas
Respostas
1: A
2: C
3: A
4: A
5: C
6: B
7: A
8: A
9: D
10: B
11: A
12: C
13: C
14: D
15: D
16: C
17: A
18: C
19: C
20: B