Questões de Concurso Público Prefeitura de Miracema - RJ 2024 para Cuidador Social
Foram encontradas 2 questões
Ano: 2024
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
Prefeitura de Miracema - RJ
Prova:
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Cuidador Social |
Q2368919
Português
Texto associado
Tropeçando nos acentos
Quero começar com uma declaração de amor: escritor brasileiro, adoro a língua portuguesa, esta “última flor do Lácio,
inculta e bela”, de que falava Bilac, o idioma em que foram escritas tantas e tão grandiosas obras de escritores como Saramago,
Cardoso Pires, Lobo Antunes, Lídia Jorge, Pepetela (para não citar os brasileiros). Para celebrar o português, a riqueza do português, a musicalidade do português, nenhum elogio é bastante.
Mas...
O mas é o objeto destas mal-traçadas linhas. E este mas refere-se a uma questão que não é só do português, claro, mas
que incomoda a quem escreve em português. É a questão dos acentos.
Alguém já disse que os ingleses conquistaram o mundo porque não precisavam perder tempo acentuando as palavras.
Pode não ser verdade, mas o gasto de energia representado pelos agudos, pelos circunflexos, pelos tremas, é uma coisa
impressionante. E a pergunta é: para quê, mesmo? Alguém já disse que a crase não foi feita para humilhar ninguém. Tenho
minhas dúvidas: acho que a crase foi feita, sim, para humilhar. A população brasileira se divide em pobres e ricos, mas também
se divide em dois grupos, os que sabem usar a crase, a minoria, e a maioria que tem um medo existencial a este sinal.
É possível aprender? É possível. Mas tomem o meu caso: escritor, médico, homem razoavelmente informado, eu deveria
acentuar bem as palavras. Pois tenho minhas dúvidas. É que durante a minha existência o país passou por umas três reformas
ortográficas que tiveram o mérito de esculhambar a minha cabeça. O acento diferencial consegui esquecer, mas há outros que
ainda me causam dúvidas.
Há duas soluções para este problema. Uma é representada por esses dispositivos de correcção que hoje fazem parte dos
programas de computação (mas que às vezes cometem erros lamentáveis). Outra seria uma revolução na grafia que reduzisse
os acentos ao mínimo possível ou, melhor ainda, a zero.
A primeira máquina de escrever que eu ganhei, ainda menino, era uma velha Royal, importada dos Estados Unidos, e que
não tinha acentos. Eu escrevia, e depois acentuava à mão. Com uma tremenda inveja dos americanos que estavam dispensados
desta tarefa inglória. Não sei onde andará essa máquina. E nem quero saber. Ela me lembraria que há neste mundo pessoas
felizes que podem escrever sem a preocupação de acentuar certo. Uma coisa que eu gostaria de esquecer.
(Moacyr Scliar. Disponível em: Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Consultado em: 16/01/2024.)
Após um primeiro parágrafo de elogios à língua em que o autor redige seu texto, ele compõe seu próximo período com
unicamente uma conjunção. É correto dizer que o uso desse vocábulo no texto sugere que, a seguir, o autor apresentará um
posicionamento que:
Ano: 2024
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
Prefeitura de Miracema - RJ
Prova:
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Cuidador Social |
Q2368921
Português
Texto associado
Tropeçando nos acentos
Quero começar com uma declaração de amor: escritor brasileiro, adoro a língua portuguesa, esta “última flor do Lácio,
inculta e bela”, de que falava Bilac, o idioma em que foram escritas tantas e tão grandiosas obras de escritores como Saramago,
Cardoso Pires, Lobo Antunes, Lídia Jorge, Pepetela (para não citar os brasileiros). Para celebrar o português, a riqueza do português, a musicalidade do português, nenhum elogio é bastante.
Mas...
O mas é o objeto destas mal-traçadas linhas. E este mas refere-se a uma questão que não é só do português, claro, mas
que incomoda a quem escreve em português. É a questão dos acentos.
Alguém já disse que os ingleses conquistaram o mundo porque não precisavam perder tempo acentuando as palavras.
Pode não ser verdade, mas o gasto de energia representado pelos agudos, pelos circunflexos, pelos tremas, é uma coisa
impressionante. E a pergunta é: para quê, mesmo? Alguém já disse que a crase não foi feita para humilhar ninguém. Tenho
minhas dúvidas: acho que a crase foi feita, sim, para humilhar. A população brasileira se divide em pobres e ricos, mas também
se divide em dois grupos, os que sabem usar a crase, a minoria, e a maioria que tem um medo existencial a este sinal.
É possível aprender? É possível. Mas tomem o meu caso: escritor, médico, homem razoavelmente informado, eu deveria
acentuar bem as palavras. Pois tenho minhas dúvidas. É que durante a minha existência o país passou por umas três reformas
ortográficas que tiveram o mérito de esculhambar a minha cabeça. O acento diferencial consegui esquecer, mas há outros que
ainda me causam dúvidas.
Há duas soluções para este problema. Uma é representada por esses dispositivos de correcção que hoje fazem parte dos
programas de computação (mas que às vezes cometem erros lamentáveis). Outra seria uma revolução na grafia que reduzisse
os acentos ao mínimo possível ou, melhor ainda, a zero.
A primeira máquina de escrever que eu ganhei, ainda menino, era uma velha Royal, importada dos Estados Unidos, e que
não tinha acentos. Eu escrevia, e depois acentuava à mão. Com uma tremenda inveja dos americanos que estavam dispensados
desta tarefa inglória. Não sei onde andará essa máquina. E nem quero saber. Ela me lembraria que há neste mundo pessoas
felizes que podem escrever sem a preocupação de acentuar certo. Uma coisa que eu gostaria de esquecer.
(Moacyr Scliar. Disponível em: Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Consultado em: 16/01/2024.)
Ao tomar por base sua regência, classificam-se os verbos em conformidade com sua transitividade verbal. Um verbo transitivo direto, por exemplo, é aquele cujo objeto não exige preposição. Não obstante, há casos em que o objeto direto pode vir
preposicionado, como no trecho “[...] incomoda a quem escreve [...]” (3º§). Nesse caso, o uso de preposição no objeto direto
do verbo “incomodar” se deu: